É possível um mundo de paz e de unidade?
Há sempre em algum lugar ou em alguma pessoa uma tendência e tentação de se considerar a complexidade da vida humana como passível de explicações simplistas, unilaterais e deterministas.
No caso das relações interpessoais, não é óbvio que a situações de guerra, de conflito, de violência ou das diversas cisões que persistem entre nós, indiquem que a natureza humana é degenerada ou má. Ora, a natureza humana é boa em sua origem! Todos nós nascemos bons porque nossa origem é o SUMO BEM. Não nascemos corrompidos, mas, nos corrompemos nas relações sociais em seus diversos níveis de influência.
“De onde surgem os conflitos e competições que existem entre vocês? Não vêm exatamente dos prazeres que guerreiam nos seus membros? Vocês cobiçam, e não possuem; então matam. Vocês têm inveja, e não conseguem nada; então lutam e fazem guerra. Vocês não recebem, porque não pedem; e vocês pedem, mas não recebem, porque pedem mal, com intenção de gastarem em seus prazeres” (Tiago 4,1-3).
Por que não conseguimos ver a paz e a unidade tão sonhada? Porque a paz possível só se constrói com espírito de paz, assim como a unidade possível só se constrói com espírito de unidade.
“Quem é sábio e inteligente entre vocês? Pois então, mostre com a boa conduta que suas ações são de uma sabedoria humilde. Mas, se vocês têm no coração ciúme amargo e espírito de rivalidade, não fiquem se gabando e não mintam contra a verdade. Esse tipo de sabedoria não vem do alto; é sabedoria terrena, animal, demoníaca. De fato, onde há ciúme e espírito de rivalidade, existe também desordem e todo tipo de ações más. Ao contrário, a sabedoria que vem do alto é, antes de tudo, pura, pacífica, humilde, compreensiva, cheia de misericórdia e bons frutos, sem discriminações e sem hipocrisia. Na verdade, um fruto de justiça é semeado na paz para aqueles que trabalham pela paz” (Tiago 3,13-18).
A pergunta é: “que Lugar temos dado ao necessário espírito de paz e de unidade?”
Precisamos estabelecer, para nós, metas de paz e de unidade que levem em conta não as razões ultimadas pelas ideologias políticas, econômicas, religiosas… que, no extremismo, justificam armas, guerra, violência, violação dos direitos humanos, genocídios, tiranias…
“A meta é que todos juntos nos encontremos unidos na mesma fé e no conhecimento do Filho de Deus, para chegarmos a ser o homem perfeito que, na maturidade do seu desenvolvimento, é a plenitude de Cristo. Então, já não seremos crianças, jogados pelas ondas e levados para cá e para lá por qualquer vento de doutrina, presos pela artimanha dos homens e pela astúcia com que eles nos induzem ao erro. Ao contrário, vivendo amor autêntico, cresceremos sob todos os aspectos em direção a Cristo, que é a Cabeça. Ele organiza e dá coesão ao corpo inteiro, através de uma rede de articulações, que são os membros, cada um com sua atividade própria, para que o corpo cresça e construa a si próprio no amor.
É preciso que vocês se renovem pela transformação espiritual da inteligência, e se revistam do homem novo, criado segundo Deus na justiça e na santidade que vem da verdade. Por isso, abandonem a mentira: cada um diga a verdade ao seu próximo, pois somos membros uns dos outros. Vocês estão com raiva? Não pequem; o sol não se ponha sobre o ressentimento de vocês. Não dêem ocasião ao diabo.
Não entristeçam o Espírito Santo, com que Deus marcou vocês para o dia da libertação. Afastem de vocês qualquer aspereza, desdém, raiva, gritaria, insulto, e todo tipo de maldade. Sejam bons e compreensivos uns com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus perdoou a vocês em Cristo” (Efésios 4,13-16.23-32).
Pentecostes é dia 5 de junho e em cada hoje, fomentando o espírito de unidade.
PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS