Mariana Rios: gravidez após os 35 anos é mais difícil, mas não impossível

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Nos últimos anos, tem aumentado o número de mulheres que decidem ser mães após os 35 anos, um fenômeno observado não apenas no Brasil, mas em várias partes do mundo. Dados do Ministério da Saúde mostram que a faixa etária de 30 a 39 anos teve um aumento de 19,7% no número de nascimentos entre 2020 e 2022, passando de 734,5 mil para 879,5 mil. O cenário reflete mudanças nas prioridades e escolhas das mulheres, também levanta questões sobre as dificuldades de engravidar com a idade mais avançada, como no caso da atriz Mariana Rios, que recentemente anunciou ser uma “tentante”, aos 39 anos.

Em vídeo publicado nas redes sociais, a atriz revela que ser tentante é, muitas vezes, solitário. O termo é designado para mulheres que estão tentando se tornarem mães, de forma natural, por adoção ou fertilização in vitro.

Segundo o especialista em reprodução humana Dr. João Guilherme Grassi, “as mulheres que tentam engravidar entre 30 e 35 anos, têm chance de sucesso de cerca de 20 a 25% por ciclo, com uma probabilidade de 80% após um ano de tentativas. A taxa diminui significativamente após os 35 anos. Para as mulheres nessa faixa etária, a probabilidade mensal de engravidar é de 15 a 20% por tentativa natural, com 75% de chance de concepção após um ano”.

Grassi ressalta que a situação se agrava após os 40 anos, quando as taxas caem para 10 % ao mês e 50% ao ano. Os números refletem a realidade da fertilidade feminina, que passa por um declínio natural com o passar dos anos, devido a reserva ovariana, implicando na quantidade e qualidade dos óvulos. “Além da diminuição das chances de concepção, a gravidez em mulheres com mais de 35 anos está associada a um maior risco de abortamentos por erros genéticos, que aos 30 anos é de 10%, já aos 40 chega a 25% das gravidezes” – pontua o especialista.

Apesar de ser mais difícil engravidar após os 35 anos, não é impossível. A fertilidade feminina diminui gradativamente com a idade devido à queda na qualidade e quantidade dos óvulos, mas a medicina reprodutiva oferece alternativas eficazes para mulheres que enfrentam dificuldades para conceber. Entre essas alternativas, destaca-se a Fertilização In Vitro (FIV), especialmente recomendada em casos de infertilidade sem causa aparente, endometriose, alterações tubárias, alterações masculinas ou em mulheres com baixa reserva ovariana.

“Para indicar a FIV avaliamos cautelosamente cada caso. É uma opção importante já após seis meses de tentativas sem sucesso, principalmente em mulheres com mais de 38 anos. Nessa faixa etária, tratamentos de baixa complexidade, como a relação sexual programada ou a inseminação intrauterina (IIU), apresentam taxas de sucesso mais baixas. Nessas situações, a fertilização in vitro torna-se uma solução mais eficaz, com chances de sucesso mais promissoras” – explica o especialista Dr. João Guilherme Grassi.

Essa abordagem personalizada e baseada em idade e histórico reprodutivo visa otimizar o tempo e aumentar as chances de sucesso, considerando que a fertilidade declina mais acentuadamente após os 40 anos.

No vídeo, Mariana Rios inspira outras mulheres a compartilharem sua jornada na tentativa de engravidar, mas não revela a qual método está recorrendo.

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