Espaço Espírita

Aparência exterior

image_pdfimage_print

“O Reino de Deus não vem com aparência exterior.” JESUS (Lucas, 17:20)

Desde as mais recuadas épocas, a aparência exterior esteve presente no cotidiano das criaturas, estimulando-as incessantemente na busca de um corpo viril, saudável, de formas equilibradas, como um ideal de beleza e perfeição, de conformidade com os padrões vigentes em cada época.

Na Grécia Antiga, os Jogos Olímpicos ensejavam inúmeras oportunidades, através das mais diversas modalidades esportivas, onde os participantes apresentavam-se nas competições, após exaustivos exercícios praticados, ao longo de vários meses de preparação para a grande disputa, onde a coroa de louros e o reconhecimento público eram os troféus sonhados.

Em Esparta, cidade-estado da Antiga Grécia, eram comuns as competições de jogos de guerra, que serviam de preparação militar da soldadesca para eventuais lutas de defesa das fronteiras, contra ataques de exércitos inimigos nas costumeiras guerras de conquista.

Em Atenas, outra cidade-estado da época, predominavam as lutas corpo-a-corpo, com ou sem armas, as corridas de longo percurso, os arremessos de peso, disco e lança à distância.

Posteriormente, essas disputas alcançaram o Império Romano e acrescentaram as corridas de cavalos, onde as bigas e quadrigas alcançaram o esplendor, no Circo Maximus, no apogeu de Roma.

Assim, através dos séculos, esses campeonatos alcançaram outros povos e civilizações, dividindo-se em duas ramificações, com predominância dos jogos de força e virilidade entre os homens e, de graça, beleza e sedução entre as mulheres, através dos bailados, danças e ginásticas artísticas com guirlandas de flores e véus leves de tecidos transparentes, visando quase sempre à aparência do corpo ou a estética do conjunto.

É de lastimar-se que não houvesse paralelamente o mesmo empenho para o desenvolvimento da estética da alma, onde o caráter e as virtudes representassem o ideal de beleza perseguido como o supremo sonho a ser alcançado pela Humanidade, muito embora o evangelista Lucas, no capítulo 17, versículo 20, de suas anotações, já referisse o ensinamento de Jesus, dizendo: “O Reino de Deus não vem com aparência exterior”, onde fica subentendido que a beleza mais importante reside na alma, no imo da criatura, através do cultivo de qualidades edificantes, talentos primorosos e virtudes perenes, cujos valores se eternizam através dos tempos, enquanto que a beleza exterior, tão sonhada nos campeonatos das aparências, não resiste à passagem dos anos, mostrando o ridículo dos títulos de beleza, das faixas de rainhas das praias, clubes ou piscinas, tão efêmeras e passageiras, que não perduram além de uma estação do ano.

O homem ainda se acha enredado nas ilusões dos prazeres fáceis, ávido por gozos descartáveis e imediatos, perdido naquilo que supõe ser a finalidade da existência terrena, ignorante das coisas do espírito, porque desconhece que é um ser imortal, que viaja  através  do  tempo  para  adquirir  o  Belo,  o  Bem  e  o  Amor na intimidade de si

mesmo, a fim de descobrir o Deus interno, nesse monumental encontro entre o Criador e a Criatura, plenificando-se em duradoura felicidade. 

ALBINO  DA  SANTA  CRUZ

Extraído do livro “Autoterapia do Evangelho” – Psicografia: José Maria de Medeiros Souza – editora Didier

U.S.E.-UNIÃO  DAS  SOCIEDADES  ESPÍRITAS  DO  ESTADO  DE  SÃO  PAULO – INTERMUNICIPAL  DE  ASSIS

 

Botão Voltar ao topo