Diocese de Assis
QUEM É VOCÊ?
Tão logo uma mulher fica grávida a busca pelo nome da criança envolve muitas leituras, pesquisas, comparações, escolhas, decisões e renúncias. O nome é tudo! E, quando a criança nasce, além da identificação imediata, feita no hospital, é preciso registrá-la. E, do primeiro registro, ao longo de toda a vida, uma série de documentos confirmam a identidade de cada um entre os quase 8 bilhões de pessoas pelo mundo afora: Batistério, RG, CIC, Título de Eleitor… inclusive, a Certidão de Óbito.
O nome que é referência imediata para a identificação de um indivíduo, está, necessariamente, associado a outros elementos e dados referenciais que o torna único: os genitores, as datas, a naturalidade, as localidades, a etnia, a digital, o tipo sanguíneo e o biotipo. Sendo assim, a identidade de uma pessoa começa pelo nome, mas abarca circunstâncias pessoais, familiares, culturais, políticas, religiosas, econômicas e sociais bem determinadas e únicas.
Não é de hoje que se pergunta e não são poucos os que esperam e dão respostas sobre: Quem é o homem? De onde veio? Pra onde vai?
É inevitável levantar, todos os dias, questões sobre a identidade porque é ai que se encontra a complexidade da vida e da existência.
Certamente você se pergunta: quem sou eu? Não só você se pergunta; os outros, também, se questionam perguntando: quem é você?
Perguntas e respostas formam o corolário de tentativas pessoais, históricas, científicas, teológicas e epistemológicas para chegar ao conhecimento e à verdade sobre o ser humano. Nada é definitivo, porém, porque o ser humano é inesgotável.
A fé ao invés de, simplesmente, explicar quem é o homem, mostra o sentido de sua vida e existência em Deus. Assim, o ser humano, compreendido pela fé, foi feito à imagem e semelhança de Deus: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança. E Deus criou o homem à sua imagem; à imagem de Deus ele o criou; e os criou homem e mulher” (Gn 1,26).
Estamos na pós-pós-modernidade, uma época marcada por um grande paradoxo: por um lado, avanços e conquistas tecno-científicas, bio-energéticas, nanotecnológicas, telecomunicativas, genéticas, informáticas, espaciais e bélicas. Por outro lado inúmeras crises institucionais, sanitárias, econômicas, políticas, culturais, religiosas, de valores, de sentido e, principalmente, de identidade.
A pós-pós-medernidade deu mais coisas para o mundo, mas não deu mais ser. Fomos invadidos por uma avalanche de novos bens, valores e sentidos que causaram muitas rupturas nocivas e mortais, com enormes marcas de subjetivismo, individualismo, materialismo, consumismo, hedonismo, erotismo, liberalismo e simulação da realidade.
Porque vivemos uma grande crise de identidade, perguntar: “Quem é você?” não é algo tão pacífico porque a resposta não é mais, tão óbvia.
O ser humano encontra-se desfigurado e despersonalizado!
Não importa se a pessoa é homem ou transexual, importa é ser feliz. Não importa mais qual a religião, onde estiver falando de Deus está bom; ou onde eu me sinto bem, ali é o meu lugar. Não há problema no liberalismo sexual, basta estar bem protegido com algum contraceptivo. Não existe mal algum em viver maritalmente com o(a) namorado(a); é só não engravidar. E parecidas com essas, mil outras afirmações e posturas mais abomináveis e anti-cristãs estão na ponta da língua e no comportamento de milhares de pessoas.
É preciso resgatar valores e sentidos de fé da vida banalizada de um ser humano desfigurado e despersonalizado.
A vida urge ser resgatada!
PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS