Diocese de Assis

UM PROCESSO A CAMINHO

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Perguntei a um amigo se ele conheceu a pessoa motivo de um novo processo em curso. Afinal, só a abertura desse processo já é para nós uma notícia alvissareira. Nem sempre alcançamos vitória nesses trâmites burocráticos, que colocam à claro e devassam por completo a vida de uma pessoa. Às vezes demanda anos, séculos para um veredicto final. Mas raramente se inicia logo após a morte do investigado, como é o caso em pauta.

Tatto, meu amigo e irmão missionário, respondeu imediatamente: “Conheci sim. Um dia ele me telefonou, disse que queria muito falar comigo. Marcamos na casa São José. Chegou aquele senhor, já de idade, com muita simplicidade me pediu que lhe falasse sobre o dízimo. Ficamos conversando sobre a importância do dízimo na vida das pessoas. Falou-me da nova congregação, dos problemas que estava enfrentando e da ajuda inestimável do “Chará”, seu grande amigo e, pelo que entendi, cofundador. Precisava de um lugar para acolher os candidatos. Ofereci para ele a casa São José… Lembra daquele chalé que tinha antes de chegar no grande salão? Foi lá. Os padres Salvistas são muito amigos e fazem aqui na diocese um grande trabalho”, concluiu Antoninho, recomendando-me contacto com o atual provincial da congregação.

De quem estamos falando? Primeiro vamos situar as referências aqui citadas. A casa São José é uma grande casa de retiros da Diocese de Santo Amaro – SP, onde o Meac esteve sediado por vários anos. Por lá passou pe. Marcelo Rossi, quando ainda seminarista, com o qual tivemos oportunidade de convivência, em especial no período de formação de alguns dos nossos missionários leigos. A reforma e administração da casa estava confiada ao Tatto pelo então bispo daquela diocese, D. Fernando Figueiredo. Foi ele o bispo responsável pela vinda do diretor e fundador das Faculdades Associadas Ipiranga (FAI) para São Paulo, o padre Gilberto, bem recebido no clero daquela diocese.

Pe. Gilberto Maria Defina era seu nome… Eis nosso assunto. Um nome anunciado com alegria pela Igreja do Brasil como mais um possível candidato aos altares católicos. Não há Nihil Obstat para tal. O atual bispo de Santo Amaro, Dom José Negri autorizou nesta semana a abertura da fase preliminar do processo e a própria CNBB também já deu parecer positivo. Dia 22 de maio, véspera de Pentecostes, será celebrada missa em ação de graças no Santuário Mãe de Deus e no dia 30 de outubro deste ano dar-se-á a Missa de abertura do Processo, quando os restos mortais do padre Gilberto serão transladados para a capela do Seminário Nossa Senhora de Pentecostes.

Então, quem foi esse possível “santo” ainda desconhecido no Brasil? Nasceu em 2 de agosto de 1925, em Ribeirão Preto (SP) e faleceu em 5 de dezembro de 2004, em São Paulo. Seus 79 anos de vida foram pautados por muito trabalho com a formação de jovens. Seu ministério tinha especial diligência com o sacramento da confissão e a direção espiritual. “Já em vida gozava de fama e santidade”, sublinhou o frater José Maria, membro da comissão de beatificação e canonização do sacerdote.

Carismático desde sempre, dedicou muitos anos a esse movimento, tendo sua agenda sempre lotada e fundando o primeiro seminário carismático do mundo, a Fraternidade Jesus Salvador, conhecidos hoje como os Salvistas. Esta comunidade é composta por padres, religiosos, religiosas e leigos provenientes da Renovação Católica. Esse espaço é pequeno para maiores relatos, mas a vida desse grande homem em breve será um livro aberto ao mundo, posto que a santidade sempre derruba fronteiras e põe às claras as virtudes de muitos pecadores como todos nós. Logo poderemos dizer: Pe. Gilberto, rogai por nós!

WAGNER PEDRO MENEZES – [email protected]

         

 

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