Diocese de Assis
MÊS MISSIONÁRIO: NÓS SOMOS IGREJA
Todo ser humano é um ser social e precisa do outro. A necessidade de andarmos juntos se mostra no fato de que os homens se associam em empresas, clubes, movimentos, família etc. Dizemos, com razão: a união faz a força. Isto se aplica também à dimensão religiosa da nossa vida. Também aqui devemos viver juntos e unir as forças. Você participa de algum movimento ou associação? Quais os motivos disto?
Durante a vida de Jesus, muitos o seguiram, atraídos por sua Palavra e por seu modo de viver. Diante de sua morte muitos fugiram, mas, depois da experiência da ressurreição, aqueles que permaneceram aqueles viveram e permaneceram, nele, saíram para anuncia-lo. A pregação era tão incisiva que, muitos aderiram a Cristo e pediram o Batismo. Queriam seguir os passos de Cristo, mas não o faziam individualmente. Formavam comunidades de cristãos que, impulsionados pelo Espírito Santo, procuravam viver em união e fraternidade, em fé e oração. Estas comunidades se chamavam IGREJA.
A palavra IGREJA vem do grego e significa ASSEMBLÉIA. Portanto, quando falamos aqui em IGREJA, não estamos nos referindo ao prédio onde os cristãos se reúnem, mas à comunidade das pessoas que querem seguir a Jesus Cristo.
Toda a primeira parte do livro dos Atos dos Apóstolos nos mostra como o Espírito Santo transformou em Igreja viva o pequeno grupo de apóstolos e discípulos que Jesus reunira a seu redor e deixara, na Terra, com uma grande missão. São Lucas nos fala sobre a vida comunitária, a vida de união fraterna que se notava na Igreja nascente.
É próprio da ação do Espírito Santo: UNIR, FAZER COMUNIDADE.
Indício disto, no Antigo Testamento, nós encontramos na conhecida narração da Torre de Babel, Gn 11,1-9. O texto mostra que, em toda Terra, havia uma só língua. Diante do pecado do orgulho dos homens, Deus confundiu-lhes a comunicação. Ninguém se entendia mais. Trata-se de uma narrativa simbólica. Ela quer nos ensinar que o pecado: orgulho, egoísmo… é a causa dos desentendimentos entre os homens. Pensando somente em si mesmos, não se comunicam uns com os outros.
Olhando para o Novo Testamento, Atos 2,5-11, vemos algo totalmente diferente daquilo que é plantado pelo egoísmo humano. Lucas mostra o efeito da ação do Espírito Santo. Quando Ele é dado à jovem Igreja, todos ouvem a sua própria língua. Isto quer dizer que o Espírito une e faz que todos se entendam, porque o Espírito é amor.
No Antigo Testamento há, ainda, outra narrativa interessante. O profeta Ezequiel narra uma visão que teve e na qual se vê que o Espírito de Deus quer dar vida a seu povo e construir essa vida em unidade e liberdade. Nesta passagem (Ez 37,1-14), vemos também que o Espírito do Senhor quer unir e dar vida.
Deus prometeu o Espírito ao povo do Antigo Testamento. Ele o deu ao povo da Nova Aliança, a Igreja. A ação do Espírito Santo tem efeitos profundos e duradouros como diz o livro dos Atos dos Apóstolos 2,22-27 e 4,32-35 e que podem ser resumidos em 4 pontos importantes: a) Estavam unidos na mesma fé, perseveravam na doutrina dos apóstolos; b) Eram solidários, vendiam o que tinham; não havia necessitados entre eles; c) Eles se uniam para a fração do pão – Eucaristia – e para rezar; d) Assim davam testemunho e atraíam muitos.
A grande lição que esta reflexão nos oferece é que: para ser Igreja é preciso que aprendamos a viver em comunidade. Eis a razão pela qual o Senhor nos chamou e fomos batizados. Sozinho, isolado ninguém é capaz de nada; a Igreja não é nada!
PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS