Projeto obriga condomínios a denunciarem casos de violência contra crianças, mulheres e idosos
Aqueles que não reportarem a violência poderão ser multados em até R$ 3,4 mil
Foi aprovado por unanimidade na 27ª sessão da Câmara Municipal, desta segunda-feira, (21) um projeto que obriga os condomínios residenciais e loteamentos de acesso controlado localizados no município, por meio de seus síndicos ou administradores, a comunicarem aos órgãos de segurança pública as ocorrências de violência doméstica ou familiar contra mulheres, crianças, adolescentes, idosos e pessoas com deficiência. A autoria é do vereador Luiz Antonio Ramão (PSD).
Pelo projeto, a comunicação da violência deverá ser encaminhada para o órgão de segurança pública. Se for contra a mulher, criança ou adolescente, dirigida à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, da Polícia Civil. A comunicação deverá conter informações que possam contribuir para a identificação da possível vítima e do agressor e precisará ser de imediato, por ligação telefônica ou por meio de aplicativo móvel, nos casos de ocorrência em andamento e no prazo de até 24 horas após a ciência do fato, nas formas legalmente admitidas, por escrito.
Ainda conforme o projeto, os condomínios deverão afixar, nas áreas de uso comum, cartazes, placas ou comunicados divulgando o disposto na lei e incentivando os condôminos a notificarem o síndico ou o administrador quando tomarem conhecimento dos episódios de violência.
Caso não cumpra a norma, o condomínio poderá sofrer advertência, na primeira incidência e multa, a partir da segunda, fixada entre 50 e 100 UFESPs, que hoje varia de R$ 1.700,00 a R$ 3.400,00 aproximadamente, sendo o valor arrecadado revertido, preferencialmente, em favor de fundos e programas municipais de proteção aos direitos da mulher, da criança, do adolescente, do idoso e das pessoas com deficiência.
A finalidade do projeto não é punir o condomínio, mas conscientizar os responsáveis em denunciar esses tipos de ocorrências aos órgãos competentes, com celeridade, a fim de evitar que casos de violência doméstica e familiar fiquem impunes ou se tornem de difícil elucidação.
Também objetiva estimular a cultura da denúncia entre os moradores, como forma de intimidar os agressores e, principalmente, proteger a vida e a integridade das pessoas que sofrem a violência, como justificao vereador.