Diocese de Assis
NATAL: MAIS DO QUE UMA DATA, UMA LUZ!
A verdade do natal não é, simplesmente, uma data, um calendário, um tempo. A verdade do natal é uma luz que ilumina as trevas… todas as trevas… em todos os lugares e pessoas. A verdade do natal ultrapassa data, calendário, tempo para alcançar distâncias e distantes, noite e dia, bons e maus, pequenos e grandes, ricos e pobres, amigos e inimigos… Extremos e contrastes, surpresas e rupturas marcam o nascimento do Deus-luz nas trevas.
Oh! Noite em que a Luz quebrou o domínio das trevas! A Luz brilhou nas trevas! É o Natal do Senhor! Noite de alegria, pois nasceu o Salvador da humanidade.
O testemunho bíblico
A Sagrada Escritura faz o natal passar pela promessa de salvação. Uma esperança que ensina a viver na conversão. São Paulo a Tito ajuda esclarecer esta perspectiva.
“A graça de Deus se manifestou para a salvação de todos os homens. Essa graça nos ensina a abandonar a impiedade e as paixões mundanas, para vivermos neste mundo com autodomínio, justiça e piedade, aguardando a bendita esperança, isto é, a manifestação da glória de Jesus Cristo, nosso grande Deus e Salvador. Ele se entregou a si mesmo por nós, para nos resgatar de toda iniqüidade e para purificar um povo que lhe pertence, e que seja zeloso nas boas obras” (Tt 2,11-14).
O profeta Isaías visualiza o tempo da luz para um povo em situação de trevas: é a chegada da libertação e da paz.
“O povo que andava nas trevas viu uma grande luz, e uma luz brilhou para os que habitavam um país tenebroso. Multiplicaste o povo, aumentaste o seu prazer. Vão alegrar-se diante de ti, como na alegria da colheita, como no prazer dos que repartem despojos de guerra. Porque nasceu para nós um menino, um filho nos foi dado: sobre o seu ombro está o manto real, e ele se chama ‘Conselheiro Maravilhoso’, ‘Deus Forte’, ‘Pai para sempre’, ‘Príncipe da Paz’. Grande será o seu domínio, e a paz não terá fim sobre o trono de Davi e seu reino, firmado e reforçado com o direito e a justiça, desde agora e para sempre. O zelo de Javé dos exércitos é quem realizará isso” (Is 9,1-6).
Ao contrário do nascimento de João que acontece em casa, em torno de parentes e vizinhos, Jesus nasce fora da sua cidade, numa estrebaria, rodeado somente de seus pais, Maria e José. Duas ideias convém ressaltar a respeito do natal, mais de cunho espiritual que exegético: a primeira delas é a observação do evangelista de que, chegados a Belém, não havia lugar na hospedaria em que Maria pudesse dar à luz o seu Filho. Uma gruta, provavelmente, que abrigava o rebanho dos pastores durante a noite e o defendia das intempéries do tempo, será o lugar do parto. Essa notícia visa despertar no leitor e no ouvinte do evangelho o desejo de tê-lo acolhido em sua própria casa. A segunda ideia é o anúncio cujo objeto é uma grande alegria: nasceu o Salvador. Considerados impuros, no tempo do Messias, por sua própria profissão, eles serão destinatários e portadores da alegria da salvação. É antecipada, aqui, a missão de Jesus: “o Filho do homem veio buscar e salvar o que estava perdido.”
É assim que Lucas nos faz ver a chegada do Menino-Deus-Luz.
“Enquanto estavam em Belém, se completaram os dias para o parto, e Maria deu à luz o seu filho primogênito. Ela o enfaixou, e o colocou na manjedoura, pois não havia lugar para eles dentro da casa. Naquela região havia pastores, que passavam a noite nos campos, tomando conta do rebanho. Um anjo do Senhor apareceu aos pastores; a glória do Senhor os envolveu em luz, e eles ficaram com muito medo. Mas o anjo disse aos pastores: ‘Não tenham medo! Eu anuncio para vocês a Boa Notícia, que será uma grande alegria para todo o povo: hoje, na cidade de Davi, nasceu para vocês um Salvador, que é o Messias, o Senhor. Isto lhes servirá de sinal: vocês encontrarão um recém-nascido, envolto em faixas e deitado na manjedoura’.” (Lc 2, 1-14).
Desejo a todos um Natal de Luz! Bendita seja a Luz em nossas trevas!
PE. Edvaldo Pereira dos Santos