Bicudo da cana pode causar danos de produtividade de até 25 toneladas por hectare aos canaviais
Praga ocorre o ano todo e é preciso quebrar o ciclo populacional; especialista orienta sobre manejo integrado entre produtos
A cana-de-açúcar é cultivada em mais de 100 países ao redor do mundo, sendo o Brasil o maior produtor do planeta, com mais de R$ 100 bilhões movimentados por ano. Pela perenidade do plantio, o manejo da cultura requer muita atenção para alcançar bons índices de produtividade. Atualmente, uma das pragas que mais causa danos ao canavial é o bicudo da cana (Sphenophorus levis), que pode reduzir a produção em até 25 toneladas de cana/ha por safra ou a cada 1% de toco atacado os estragos são na faixa de 1,6 toneladas de cana/ha. “As perdas vão muito além da tonelada de cana ou da qualidade de matéria-prima. Essa é uma praga que reduz a população de plantas e, consequentemente, a longevidade do canavial, fazendo que o agricultor retire menos cana no ciclo. Em média, os canaviais produzem de 5 a 7 colheitas ou cortes. Em áreas com altas infestações, muitas vezes, só será possível extrair de 3 a 4 colheitas. Esse é um impacto muito grande na receita do produtor canavieiro”, destaca Maurício Oliveira, gerente de marketing regional da FMC. Ele ainda esclarece que apesar de voar e se locomover pouco, o bicudo se propaga por meio das cargas de cana destinadas às mudas, colhedoras mal higienizadas e implementos agrícolas sujos. Por conta desses fatores, a disseminação do Sphenophorus ultrapassou o estado de São Paulo, principal região produtora canavieira do país, e, hoje, ele pode ser encontrado também em Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Goiás. Além disso, diferentemente de outras pragas, o bicudo ocorre durante todo o ano, sendo que os adultos aparecem mais no período úmido e as larvas no período seco. Por conta dessa característica e para reduzir os potenciais danos, é importante que o agricultor programe um manejo que quebre o ciclo da praga, em diferentes épocas. No portfólio da FMC, empresa de ciências para agricultura, o produtor encontra produtos para controlar a mesma praga em momentos distintos do ano. Para controlá-lo, é necessário mais de uma aplicação ao longo da safra e com Premio® Star, no início e meio da safra, entre abril e agosto, e Verimark®, no período úmido, a partir de setembro até março, isso é possível. “Ambos têm um alto poder inseticida, sistemicidade e um longo período residual. Com essa possibilidade de manejo, o produtor, além de ter o controle do bicudo, fará o controle da broca-da-cana (Diatraea saccharalis) e da cigarrinha das raízes (Mahanarva fimbriolata), por um período muito longo”, explica Maurício. O gerente ainda ressalta os benefícios da integração entre esses produtos: “O objetivo de utilizá-los no mesmo manejo é que eles trabalhem para a redução das formas biológicas do Sphenophorus, controlando o adulto e as larvas e, assim, quebrando o ciclo e, consequentemente, reduzindo os danos ao canavial”. |