Leitura na primeira infância pode formar adultos com maior autoconhecimento
Muito além da alfabetização, o hábito desenvolve habilidades emocionais e de interação social
Marta Chaves propõe o estímulo infantil à literatura
Marcada pelo aprendizado da fala e da escrita, a primeira infância (1-6) é também uma fase de descobertas de sentimentos, construção de habilidades e novas experiências. Nesse período, a leitura se destaca como uma prática fundamental que abre portas para o desenvolvimento educacional e emocional das crianças. Isso porque, ao ter contato com uma história, elas aprendem a reconhecer e nomear suas próprias emoções, de modo que desenvolvem consciência e compreensão da mensagem que é passada. Os livros também podem ser base para a construção de valores como amizade, fraternidade, respeito e empatia.
Considerando a pouca idade, o momento de leitura é compartilhado, em que um adulto conta as histórias para os menores em ambientes mais dinâmicos, muitas vezes com música e outras formas de expressão artística. A pedagoga, pós-doutora em educação e vice-presidente do instituto Formando Leitores, Marta Chaves, considera que a literatura infantil é, ao mesmo tempo: conteúdo, estratégia e recurso didático-pedagógico. Para ela, estes são os três pilares essenciais para organizar o trabalho pedagógico.
“Histórias narradas, com suas rimas, melodias e ritmos despertam interesse pela língua, o que as tornam mais receptivas à leitura e à escrita. Além disso, expõem as crianças a diferentes estruturas textuais, o que as prepara para os desafios da comunicação oral e escrita que encontrarão ao longo da vida”, explica. A frente do Instituto Formando Leitores, com o ator Luciano Szafir e o Grupo LJS Educar, Marta reconhece a importância desses locais de aprendizagem interativa para a criação de vínculos afetivos com a literatura, essenciais para fortalecer o interesse e o encantamento dos menores com as obras e com a educação de modo geral.
Integrada ao trabalho pedagógico, a literatura pode ampliar o conhecimento dos pequenos de maneira leve e descontraída, além de formar adultos mais bem preparados, uma vez que a criatividade foi ativada e desenvolvida desde a primeira infância, seja na sala de aula, seja no ambiente familiar.