Volta às aulas: como auxiliar as crianças no retorno?
No mês do retorno às atividades escolares, especialista da plataforma Amplia explica como ter empatia e acolher os pequenos
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A volta às aulas é um momento imerso em expectativas, uma vez que famílias, crianças e equipes escolares encontram-se em novos desafios. Em relação às crianças pequenas, este momento pede mais do que apenas ajustes logísticos: é necessário envolvê-las com empatia e acolhimento. Para algumas famílias, a experiência não é inédita, pois os pequenos já conheceram o ambiente escolar. No entanto, em todos os casos, é fundamental destacar a importância do retorno, que simboliza a conexão da criança com uma nova rotina, um elo que visa integrar e despertar aspectos essenciais para o seu desenvolvimento e aprendizagem.
Com o retorno às atividades escolares, as crianças vivenciam de forma mais intensa o convívio com seus pares e com os adultos que fazem parte do cotidiano escolar. De acordo a assessora pedagógica da plataforma Amplia, Vanessa Chagas, as trocas e interações sociais, mediadas pelos estímulos que o ambiente escolar pode oferecer, têm um impacto profundo no desenvolvimento emocional e social das crianças pequenas, além de promoverem habilidades como a linguagem oral, a autonomia, a cooperação, o trabalho em equipe e a empatia. Ademais, a escola se configura como um espaço vibrante e repleto de possibilidades. Exemplo disso é o ato de brincar, que é um direito fundamental de aprendizagem, ligado ao universo lúdico da criança. “Por meio da brincadeira, a criança estabelece suas primeiras conexões com o mundo, reconfigura pensamentos, desenvolve potencialidades e reinterpreta a realidade ao seu redor”, afirma Vanessa. A assessora também destaca que as atividades lúdicas devem ser constantes no cotidiano escolar e não apenas um recurso temporário no período de acolhimento dos alunos. Além disso, é interessante organizar o espaço com contextos investigativos que despertem o interesse das crianças. “Manter materiais como livros de histórias ao alcance de suas mãos, promover brincadeiras ao ar livre, incentivar a exploração de diferentes materiais, propor jogos adequados a cada faixa etária e fomentar espaços de fala e escuta, como rodas de conversa e de leitura, são formas de preparar o ambiente e potencializar as oportunidades de aprendizagem”, explica. Assim, o retorno às aulas não se limita à adaptação das crianças ao espaço escolar. É também um momento precioso para que o educador conheça melhor seu grupo e cada criança individualmente. Vanessa aponta que o profissional de educação pode criar situações simples, com técnicas que ajudem as crianças a se perceberem, a reconhecerem o que gostam, a se descobrirem e a se relacionarem com o outro. Esse processo estimula o autoconhecimento e a expressão de sentimentos e emoções. Segundo a assessora pedagógica, pensar em um retorno cuidadoso e acolhedor é essencial, não apenas para as crianças pequenas, mas também para as famílias. “As equipes escolares devem cultivar um espaço onde o diálogo seja constante, a escuta ativa seja praticada diariamente e a validação de sentimentos se torne uma ferramenta poderosa para que todos se sintam seguros e criem vínculos positivos, que se estenderão no decorrer do ano letivo”, conclui a especialista. |