São Paulo e o ardor pela evangelização

Por Felipe Aquino

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As treze cartas do apóstolo Paulo são a base para a teologia católica. Nas cartas que ele escreveu para os discípulos Tito e Timóteo, que eram bispos, São Paulo deu todas as direções de como deveria ser a Igreja. Essas orientações são seguidas até hoje pela Igreja.

O apóstolo dos gentios diz que pregar o Evangelho, para ele, não é motivo de glória, mas, sim, uma missão que lhe é imposta. “Ai de mim se não evangelizar” (1 Cor 9,15). Paulo tinha como lema evangelizar; o resto para ele não tinha importância. Nós também devemos pensar assim! Evangelizar não significa que devemos obrigar todos a serem bons cristãos, mas devemos anunciar; não impor, mas propor. O mais miserável dos cristãos é aquele que não evangeliza sua família. Muitos jovens ainda não sabem quase nada de religião.

No princípio, os catequistas eram os pais. Lamentavelmente, com o passar dos anos, a família está deixando de cumprir essa missão. Muitas crianças não sabem nem quem é Jesus, porque muitos pais vivem como se Deus não existisse. A primeira evangelização tem que ser da criança, mas, para isso, é preciso que a mãe e o pai a evangelizem.

Paulo disse a Timóteo: “Prega a Palavra, insiste oportuna e inoportunamente… Porque virá o tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação” (II Timóteo 4,2a.3a). Portanto, você que defende o cristianismo católico, pregue insistentemente a verdade, que liberta! O apóstolo disse que Deus quer que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade. A grande vontade de Jesus é que ninguém se perca. O Senhor disse que quando se encontra a ovelha perdida fica-se mais feliz do que com as 99 que não se perderam. Isso nos deve dar vontade de evangelizar! Se você converter apenas duas pessoas, seu marido e seu filho ou filha, vai haver uma festa no céu.

Evangelizar é preciso! Porque Deus ama a todos e deu o Sangue por cada um de nós! O amor de Cristo me constrange, me deixa envergonhado, pois Ele morreu por mim. São Ligório dizia que se existisse somente você, Jesus morreria somente por você. O amor de Cristo é individual, por isso, precisamos dar uma resposta a Ele. Semeie o Evangelho pessoalmente, pela internet ou por qualquer outro meio.

A força mais poderosa para se evangelizar é a santidade. Pessoas santas têm a virtude de mudar o mundo! Os primeiros santos não tinham rádio, televisão, internet nem redes sociais. Eles usaram a Palavra de Deus e evangelizaram com sua vida de santidade. Antes precisamos cuidar da nossa própria evangelização, senão começamos a dar mau testemunho e nossas obras de nada adiantam.

Na obra da salvação, a Igreja é a principal coluna e o alicerce da verdade. O credo se reza há mais de dois mil anos e por que não muda? Porque o que é verdade é eterno. A Igreja não tem dúvida daquilo que é essencial para a nossa salvação. Nenhum de seus papas cancelou um só ensinamento da Igreja. Nunca na história dos Concílios se cancelou uma doutrina da Igreja. Paulo diz que Deus quer que todos se salvem, que cheguem à verdade e é por isso que, hoje, para sermos evangelizadores como o grande apóstolo, precisamos ser fiéis à Igreja.

Aí você pode dizer: “A Igreja errou no passado”. Uma coisa são os erros dos filhos da Igreja, outra coisa é a Igreja, que é santa. Os erros são nossos; houve, sim, papas e bispos que erraram, que se tornaram até hereges. A Igreja tem muitos filhos indignos, mas ela é santa, tem muitos santos. A Igreja Católica já canonizou mais de 20 mil santos.

Ninguém ama a Cristo se não ama a Igreja. E amor não é mero sentimentalismo. Jesus é o modelo de amar e, assim, nos ensinou: “Amai-vos como eu vos amei” (Cf.Jo 13,34). Não existe amor sem cruz, sem renúncia de si mesmo. O dia em que nos amarmos como Cristo nos amou o mundo vai mudar!

Felipe Aquino é apresentador dos programas “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, pela TV Canção Nova. Autor de mais de 100 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
Instagram:
(@prof.felipe_aquino)

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