O PERIGO DA RAIVA!

Diocese de Assis

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Antes de ser um pecado, a raiva é um sentimento humano; uma emoção que surge como resposta diante de situações diversas e adversas.

A raiva é um dos sentimentos mais traiçoeiros que existe porque, se por um lado ela apareça instintivamente quando somos contrariados, ofendidos, humilhados, maltratados e injustiçados, por outro lado, se não a dominamos ela acaba com a gente, fazendo-nos perder a razão, o juízo, a sabedoria, o direito, a decência, a ética, a moral e até mesmo a própria humanidade.

Sentir raiva não é, por si mesmo, o problema; o problema é o que fazemos mediante a raiva; como agimos e o que decidimos depois de ter sido tomados por ela.

Sob a raiva ninguém tem condições de agir com liberdade. A raiva deixa a pessoa ceda e tudo o que ela faz ou decide não pode ser considerado como decisão, mas, como reação intempestiva que deve ser contemporizada.

A Palavra de Deus nos ensina:

“O tolo mostra logo a sua raiva, mas a pessoa esperta disfarça a ofensa” (Pr 12,16). “Quem age com raiva e insolência tem fama de arrogante e presunçoso” (Pr 21,24). “Seja qual for a ofensa, não guarde ressentimento contra o próximo, e não faça nada levado pela raiva” (Eclo 106).

Aprofundando a temática:

“Vocês estão com raiva? Não pequem; o sol não se ponha sobre o ressentimento de vocês.” (Ef 4,26). “Afastem de vocês qualquer aspereza, desdém, raiva, gritaria, insulto, e todo tipo de maldade” (Ef 4,31) . “Agora, porém, abandonem tudo isso: ira, raiva, maldade, maledicência e palavras obscenas, que saem da boca de vocês” (Cl 3,8). “Vocês já sabem, meus queridos irmãos: cada um seja pronto para ouvir, mas lento para falar, e lento para ficar com raiva” (Tg 1,19). “Porque a raiva do homem não produz a justiça que Deus quer” (Tg 1,20).

Fazendo discernimentos: sermão da montanha (Mateus 5,21-24.32-42

Ofensa e reconciliação. “Vocês ouviram o que foi dito aos antigos: ‘Não mate! Quem matar será condenado pelo tribunal’. Eu, porém, lhes digo: todo aquele que fica com raiva do seu irmão, se torna réu perante o tribunal. Quem diz ao seu irmão: ‘imbecil’, se torna réu perante o Sinédrio; quem chama o irmão de ‘idiota’, merece o fogo do inferno. Portanto, se você for até o altar para levar a sua oferta, e aí se lembrar de que o seu irmão tem alguma coisa contra você, deixe a oferta aí diante do altar, e vá primeiro fazer as pazes com seu irmão; depois, volte para apresentar a oferta. Se alguém fez alguma acusação contra você, procure logo entrar em acordo com ele, enquanto estão a caminho do tribunal; senão o acusador entregará você ao juiz, o juiz o entregará ao guarda, e você irá para a prisão. Eu garanto: daí você não sairá, enquanto não pagar até o último centavo.”

Juramento e verdade. Vocês ouviram também o que foi dito aos antigos: ‘Não jure falso’, mas ‘cumpra os seus juramentos para com o Senhor’. Eu, porém, lhes digo: não jurem de modo algum: nem pelo Céu, porque é o trono de Deus; nem pela terra, porque é o suporte onde ele apóia os pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei. Não jure nem mesmo pela sua própria cabeça, porque você não pode fazer um só fio de cabelo ficar branco ou preto. Diga apenas ‘sim’, quando é ‘sim’; e ‘não’, quando é ‘não’. O que você disser além disso, vem do Maligno.”

Violência e resistência. “Vocês ouviram o que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente!’ Eu, porém, lhes digo: não se vinguem de quem fez o mal a vocês. Pelo contrário: se alguém lhe dá um tapa na face direita, ofereça também a esquerda! Se alguém faz um processo para tomar de você a túnica, deixe também o manto!  Se alguém obriga você a andar um quilômetro, caminhe dois quilômetros com ele! Dê a quem lhe pedir, e não vire as costas a quem lhe pedir emprestado.”

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS 

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