A ALEGRIA E A ILUSÃO SOBRE A FELICIDADE

Diocese de Assis

image_pdfimage_print

 

A alegria é o motor da vida mas, corremos o risco de passar a vida toda correndo atrás do vento porque, enquanto a gente, empurrado pelos instintos, vai atrás do prazer hedonista, a vida, chamando-nos para aquilo que dá sentido e vale a pena, requer, de nós, buscas verdadeiras, bom propósitos e seriedade. Bem por isso não é difícil a gente afundar a vida em múltiplas enganações e fracassos que, não acontecem repentinamente, mas é fruto de enganos e ilusões

O livro do Eclesiastes 2,1-24 nos questiona e apresenta algumas luzes:

O sucesso resolve?

Então pensei: “Vamos! Vou fazer você experimentar a alegria e conhecer o prazer!” Mas concluí que também isso é fugaz. Do riso, eu disse: “Tolice!” E da alegria: “Para que serve?”

Então decidi entregar-me à bebida, nessa minha busca da sabedoria, e entregar-me à insensatez, para descobrir o que convém ao homem fazer debaixo do céu, no curto tempo da vida. Realizei grandes obras: construí palácios para mim, plantei vinhas, fiz jardins e pomares com todo tipo de árvores, e construí reservatórios de água para regar as árvores do pomar. Comprei escravos e escravas, e tive muitos criados nascidos na minha casa. Possuí muitos rebanhos de vacas e ovelhas, mais do que todos os que reinaram em Jerusalém antes de mim. Acumulei prata e ouro, e tesouros de reis e províncias. Arranjei cantores e cantoras e – delícia dos homens – princesas em grande número. Dessa forma, fiquei maior e mais poderoso do que todos os que reinaram em Jerusalém antes de mim, sempre conservando a minha sabedoria. Não recusei nada do que os meus olhos pediam, e nunca privei o meu coração de nenhum prazer. Sabia desfrutar de todo o meu trabalho, e em todo o meu trabalho foi esta a minha porção.

Então examinei todas as obras que havia feito e o trabalho que elas tinham custado para mim. E concluí que tudo é fugaz e uma corrida atrás do vento, e que não há nada de permanente debaixo do sol.

Depois examinei a sabedoria, a tolice e a insensatez, pensando: “O que fará o rei que virá depois de mim?” Fará o que já foi feito. Então percebi que a vantagem da sabedoria sobre a insensatez é a vantagem da luz sobre as trevas.

O sábio tem os olhos abertos, e o insensato caminha na escuridão. Mas logo notei que ambos têm o mesmo destino. Então pensei: “Vou ter o mesmo destino que o insensato! Para que me tornei sábio?” E concluí que também isso é fugaz. De fato, a lembrança do sábio desaparece para sempre, como a do insensato. Bem logo tudo ficará esquecido: o sábio morre da mesma forma que o insensato.

Trabalhar para que?

Fiquei com ódio da vida, porque tudo o que se faz debaixo do sol me desagradou. Tudo é fugaz, uma corrida atrás do vento. Detesto todo o trabalho com que me afadigo debaixo do sol, porque devo deixar tudo para o homem que virá depois de mim. E quem sabe se ele será sábio ou insensato? De qualquer modo, ele será dono de tudo o que eu fiz debaixo do sol com a minha fadiga sabedoria. Também isso é fugaz. Então fiquei com o coração desesperado por causa de todo o trabalho com que me afadiguei debaixo do sol. De fato, há quem trabalhe com sabedoria, conhecimento e sucesso. E depois tem que deixar seus bens para outro que com nada se afadigou. Também isso é coisa fugaz e grande mal. Então, que proveito resta para o homem de todo o trabalho e esforço mental com que se afadigou debaixo do sol? Sim, os seus dias todos são dolorosos, a sua tarefa é penosa, e até de noite ele não pode repousar. Também isso é fugaz!

Felicidade é usufruir o fruto do próprio trabalho!

Vejam: a felicidade do homem está em comer e beber, desfrutando o produto do seu trabalho. Contudo, percebo que também isso vem das mãos de Deus. De fato, quem pode comer e beber, sem que isso lhe venha de Deus? A quem lhe agrada, Deus concede sabedoria, conhecimento e alegria.

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS

Botão Voltar ao topo