A PÁSCOA CONTINUA!

Diocese de Assis

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Quando pensamos o tempo para além do relógio e do calendário, descobrimos coisas maravilhosas no âmbito da vida e da fé. E, isso pode mudar não só a vertente dos nossos pensamentos, mas, o conceito das coisas, a visão e a mentalidade que temos sobre tudo.

Estamos, no tempo pascal!

Estamos com o cheiro e o gosto da páscoa-da-ressurreição de Jesus na boca e no coração. Ainda ecoam em nós as palavras, os gestos e os símbolos litúrgicos das celebrações que pudemos participar no final de semana dos dias 19 e 20 de abril. Estamos na oitava da páscoa até sábado, dia 26 de abril.

Mas, afinal, o que vem a ser oitava da páscoa?

A oitava da páscoa, na liturgia, é o tempo que não se mede com as horas e nem com os dias; é o tempo vivido e celebrado dentro de uma perspectiva de Kairós; dentro de um tempo oportuno que gira em torno de um único fato: a ressurreição de Jesus.

A oitava da páscoa, é uma semana como se fosse um dia. Porque, para Deus: “Um dia é como mil anos e mil anos são como um dia”. (2Pd 3,8).

O significado de uma “oitava” não é puramente ritual mas, antropo-cosmológica. Quer dizer atinge o homem e o cosmo. O tempo, de certa formra, “pára”, cessa o seu movimento para permitir que o mundo contemple a ação daquele que é o Senhor do Tempo: todas as horas desta semana terão como referencial “aquela madrugada”; todos os dias da semana terão como referencial o “primeiro dia da semana”, o domingo.

Por conseguinte, os homens “param” para experimentarem o inaudito tesouro do Eterno Pai. Pois Deus diz na Escritura: “Eu escutei você no tempo favorável, e no dia da salvação vim em seu auxílio. É agora o momento favorável. É agora o dia da salvação” (2Cor 6,2).

A oitava da páscoa é, na liturgia, o prolongamento dos efeitos da ação de Deus para além daquilo que o tempo e as horas marcam e com mais precisão do que aquilo que a história registra. A oitava da páscoa é um olhar mais demorado para o bem que Deus nos tem dado. A oitava da páscoa é a chance dada aos que “chegaram” atrasados e não puderam “ver” e experimentar no dia da páscoa a ressurreição de Jesus.  A oitava da páscoa é a memória prolongada da libertação primordial.

Que tal você parar, também, para contemplar este tempo da morte e ressurreição de Jesus que, é a boa nova para o seu dia e, para a sua vida!?

Vamos à Palavra de Deus!

No primeiro dia da semana, bem de madrugada, as mulheres foram ao túmulo de Jesus, levando os perfumes que haviam preparado. Encontraram a pedra do túmulo removida. Mas ao entrar, não encontraram o corpo do Senhor Jesus, e ficaram sem saber o que estava acontecendo. Nisso, dois homens, com roupas brilhantes, pararam perto delas. Cheias de medo, elas olhavam para o chão. No entanto, os dois homens disseram: Por que vocês estão procurando entre os mortos aquele que está vivo?  Ele não está aqui! Ressuscitou! Lembrem-se de como ele falou, quando ainda estava na Galiléia: O Filho do Homem deve ser entregue nas mãos dos pecadores, ser crucificado, e ressuscitar no terceiro dia’. Então as mulheres se lembraram das palavras de Jesus.  Voltaram do túmulo, e anunciaram tudo isso aos Onze, bem como a todos os outros. Eram Maria Madalena, Joana, e Maria, mãe de Tiago. Também as outras mulheres que estavam com elas contaram essas coisas aos apóstolos” (Lc 24,1-10).

É preciso parar!

Mas, se por ventura, a pressa não lhe permite parar, aprenda a esperar… se a correria faz as horas se tornarem escassas, aprenda a priorizar… se as muitas escolhas lhe enchem de dúvidas, aprenda a discernir… se a ansiedade faz a dedicação se cansar, aprenda a consagrar os tempos e os momentos porque, “debaixo do céu há momento para tudo, e tempo certo para cada coisa (…) tudo o que Ele (Deus) fez é apropriado para cada tempo. Também colocou o senso da eternidade no coração do homem, mas sem que o homem possa compreender a obra que Deus realiza do começo até o fim. (…) Tudo o que Deus fez dura para sempre. (Ecle 3,1.11.14).

Aproveite este tempo da graça!

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS 

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