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A realidade mudou e a escola também

É inevitável nossa admiração ao perceber que nossos filhos são extremamente habilidosos com as tecnologias contemporâneas. Simplesmente uma criança entra em apps, baixa conteúdo, escolhe o que gostaria de jogar, assistir e interagir. Mas não entende o que é um canal de TV com facilidade, ou um editorial de revista. Melhor, o que é uma revista impressa para eles?

Também não deixo de rir ao ver meu filho tentar usar algumas telas de outrora como se sensível ao toque fosse. O dedinho não funciona e, então, decepcionado, ele deduz que o problema está no aparelho de tubo do sítio. As redes podem nos fazer informados e também o seu contrário, pode nos conectar e também nos fechar em uma bolha de outros somente iguais: sim, é admirável e também muitas vezes intolerante essa humanidade.

Contudo, o mundo mudou em uma velocidade gigantesca e agora dispomos praticamente de um acervo global para ensinar, para aprender e, claro, para ser. Redes, repositórios, dados nas nuvens, num clique de distância nos fazem capazes de compreender novas línguas, apreciar obras de arte múltiplas, de estarmos conectados em nossas casas com pessoas, empresas e, sobretudo, ideias.

Um sujeito sempre aprendente, um aluno pesquisador, um professor transdisciplinar são qualidades desejáveis para o horizonte que se avizinha.  O cenário de isolamento social e as pressões, então sofridas por famílias, alunos e escolas, somente aceleraram alterações do modus operandi até então predominante.  A escola transmissora dá espaço para a escola construtora, a escola do encontro, da colaboração, a escola da criação e postagem, a escola do MAKER e sentir. Qualidades até então deixadas para um segundo momento, ou nenhum, ganham o destaque merecido, afinal são essas as habilidades do presente e do futuro…

Enfim a escola e seu papel social continuam por (nem tanto) novos meios assim…

 

 Fábio Visioli é consultor pedagógico do Sistema Positivo de Ensino.