A Silenciosa Revolução na Educação
Estamos todos sofrendo de tal forma com os efeitos da crise do COVID-19 que muitos conseguem apenas ver as desgraças, as UTIs lotadas, a falência do sistema de saúde e o desespero. A decretação da primeira quarentena em meados de Março de 2020 pegou quase todas escolas de surpresa. Muitas suspenderam suas atividades, e o que de início era para ser por poucos dias se estendeu a meses e depois virou o ano em uma adaptação em aulas remendadas.
Outras escolas, porém, estavam melhor preparadas, já tinham experiências reais e significativas com aulas a distância, criação de incentivos e sistemas de avaliação online. Essas escolas puderam expandir e evoluir suas prestações de serviços, chegando a uma nova realidade, que praticamente independe da sala de aula tradicional.
As mudanças não foram apenas ao se incorporar tecnologias. Minha escola em Assis – O Colégio Einstein, por exemplo, passou a oferecer, além das aulas telepresenciais, 2.000 professores particulares online, 24 horas por dia, 7 dias por semana, mudando o conceito de se estudar ao fazer atividades e exercícios.
Aqueles que não conseguiram ver ou acompanhar as mudanças passaram a clamar pela volta presencial, como se fosse uma forma melhor e mais evoluída de ensino. Escolas da nossa região venderam presencialidade sem pudor nem plano alternativo. Em Outubro de 2020, com as mortes descendo a 500/dia, fizeram campanhas e outdoors com as mesmas artes de 2019, como se 2020 e a pandemia não tivessem existido.
As experiências de 2020 nos ensinaram que a Escola não precisa ser prisão, refeitório ou albergue. O conceito da escola evoluiu, passou a abraçar o online e as redes sociais, as múltiplas formas de aprender.
Essa revolução na Educação já está aí presente. É a Educação que ensina que seus alunos não esperam pelo ontem, eles criam o amanhã. Eles não bebem toda a água do bote salva-vidas na esperança de que o resgate venha amanhã. Eles não ficam na dependência de um salvador divino ou uma vacina perfeita que irá nos conduzir de volta ao mundo de antes.
Eles se tornaram a solução, e não terceirizam a esperança.
Henrique Flory, diretor do Colégio Einstein Assis