Acupuntura e endometriose: a terapia milenar pode beneficiar mulheres que sofrem com a doença?

Tratamento complementar é capaz de aliviar a dor e o estresse

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Amenizar os sintomas da endometriose é a prioridade das milhões de mulheres afetadas pela doença, que causa dor intensa e impacta negativamente a qualidade de vida. Essa condição, caracterizada pela formação de tecido endometrial fora da cavidade do útero, pode levar a sintomas como cólicas severas, dor durante a relação sexual e problemas de fertilidade.

A acupuntura é um meio cada vez mais popular de aliviar tanto desconforto. A aplicação de agulhas em pontos específicos do corpo é uma terapia oriental milenar para estimular terminações nervosas na pele e em outros tecidos, com ação analgésica ou anti-inflamatória.

“Para mulheres que sofrem com endometriose, a acupuntura pode oferecer alívio significativo, especialmente no controle da dor e na redução da inflamação, equilibrando o corpo e promovendo bem-estar”, explica Dr. Patrick Bellelis, ginecologista especializado em endometriose e colaborador do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.

Outro benefício da prática é a redução do estresse e da ansiedade, fatores que frequentemente agravam os sintomas da endometriose. A conexão entre saúde mental e dor física é crucial, explica Bellelis, uma vez que o estresse age diretamente na produção hormonal do corpo, podendo agravar o quadro.

“Quando estamos estressados, o corpo produz mais cortisol e adrenalina, o que influencia os níveis de estrogênio, hormônio responsável por regular o ciclo menstrual e que está diretamente relacionado à endometriose. O estresse também pode comprometer o sistema imunológico, tornando o corpo mais suscetível à inflamação e à proliferação de células anormais, piorando a condição”, completa.

Embora a acupuntura não substitua os métodos tradicionais de lidar com a doença — como o uso de anticoncepcionais e remédios, atividades físicas regulares e alimentação equilibrada —, ela pode ser uma boa opção para mulheres que buscam alternativas não invasivas e que desejam reduzir o uso de medicamentos. Mas o Dr. Bellelis ainda enfatiza a importância de uma abordagem multidisciplinar no tratamento da endometriose.

“Com o aumento do reconhecimento e integração da acupuntura nos planos de tratamento das pacientes, essa prática está trazendo uma nova esperança e melhora na qualidade de vida para muitas mulheres. Mas é necessário sempre conversar antes com os médicos sobre o uso de terapias complementares. Cada caso é único, e o que funciona para uma pessoa pode não ser eficaz para outra”, conclui o médico.

Clínica Bellelis – Ginecologia

O ginecologista Patrick Bellelis é Doutor em Ciências Médicas pela Universidade de São Paulo (USP); graduado em medicina pela Faculdade de Medicina do ABC; especialista em Ginecologia e Obstetrícia, Laparoscopia e Histeroscopia pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo); além de ser especialista em Endoscopia Ginecológica e Endometriose pelo Hospital das Clínicas da USP. Possui ampla experiência na área de Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva, atuando principalmente nos seguintes temas: endometriose, mioma, patologias intrauterinas e infertilidade. Fez parte da diretoria da Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE) de 2007 a 2022, além de ter integrado a Comissão Especializada de Endometriose da FEBRASGO até 2021. Em 2010, tornou-se médico assistente do setor de Endometriose do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital das Clínicas da USP; em 2011, tornou-se professor do curso de especialização em Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva — pós-graduação lato sensu, do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês; e, desde 2012, é professor do Instituto de Treinamento em Técnicas Minimamente Invasivas e Cirurgia

 

 

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