Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV) é uma das alergias alimentares mais comuns na infância e, ao mesmo tempo, uma das que mais geram confusão entre pais e cuidadores. O diagnóstico costuma vir acompanhado de muitas dúvidas e informações desencontradas. É nesse cenário que mitos se espalham com facilidade e podem atrapalhar o tratamento e o bem-estar da criança.
Segundo a Dra. Ana Grubba*, separar o que é verdade do que é mito é importante para lidar com a condição de forma segura. Ela destaca que “a informação correta faz toda a diferença. Quanto mais os pais e cuidadores compreendem, mais seguros se sentem para tomar decisões e seguir o tratamento”.
A seguir, a Dra. Ana Grubba* esclarece o que é verdade, e o que não é, sobre a APLV:
Toda reação é imediata.
Mito. Nem sempre os sintomas surgem logo após o consumo de leite ou derivados. “Algumas reações são tardias e podem aparecer horas ou até dias depois da ingestão. Isso inclui refluxo, sangue nas fezes, constipação ou cólicas intensas”, explica Dra. Ana.
É o mesmo que intolerância à lactose.
Mito. APLV é quando o sistema imunológico do corpo reage à proteína do leite. O organismo interpreta esse alimento (o alérgeno) como uma ameaça e tenta combatê-lo.
Já a intolerância à lactose está relacionada à dificuldade em digerir o açúcar do leite, a lactose. Dra. Ana alerta que “são condições diferentes, com causas, sintomas e tratamentos distintos. Confundir as duas pode atrasar o diagnóstico e o tratamento corretos”.
A mãe não precisa mudar a alimentação.
Mito. Quando o bebê está em aleitamento materno exclusivo, a mãe também precisa excluir o leite e derivados do próprio cardápio, de acordo com a orientação do médico. “A proteína do leite de vaca pode passar para o bebê pelo leite materno. Por isso, a exclusão deve ser feita pela mãe até que a criança possa fazer a reintrodução de forma segura”, orienta a Dra. Ana.
Diagnóstico pode, e deve, ser feito cedo.
Verdade. Quanto antes a APLV for identificada, melhor para o bebê e para toda a família. “O diagnóstico precoce evita sofrimento, reduz riscos de complicações e permite que a criança cresça de forma saudável. Não é preciso esperar o quadro piorar para buscar ajuda de um médico”, reforça.
APLV tem cura.
Depende. A maioria das crianças pode adquirir tolerância à proteína do leite de vaca. De acordo com um relatório publicado em 2012 pela European Society of Paediatric Gastroenterology Hepatology and Nutrition (ESPGHAN), mais de 75% desenvolvem tolerância até os 3 anos e 90% até completar 6 anos.
Com tantas informações desencontradas, é natural que as famílias se sintam inseguras e confusas. Com o apoio do pediatra e/ou especialista (alergologista e gastroenterologista) e o acesso à informação de qualidade sobre APLV, é possível lidar com a condição com mais segurança.
Campanha de conscientização
Durante os meses de maio e junho, a Danone, em parceria com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), promovem uma ampla campanha nacional de conscientização sobre Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV). A iniciativa tem como objetivo levar informação segura e acessível para pais, profissionais da saúde e educadores, promovendo mais conhecimento sobre os sintomas, o diagnóstico precoce e os cuidados com a APLV. A campanha inicia na Semana Nacional de Conscientização da Alergia Alimentar (12 a 18 de maio), no perfil @aplvbrasil e no site www.alergiaaoleitedevaca.com.br, pais encontram conteúdos educativos, materiais de apoio gratuitos e orientações para escolas que ajudam a tornar a jornada da APLV mais leve, segura e acolhedora para toda a família.
Referências:
1. de Oliveira LCL, et al. Arq Asma Alerg Imunol – Vol. 9, N° 1, 2025.
2. Ed. Abril. Alergia à proteína do leite de Vaca. Revista Veja Saúde, 2020.
3. Koletzko S, Niggemann B, Arato A, Dias JA, Heuschkel R, Husby S, et al. Journal of
Pediatric Gastroenterology and Nutrition. 2012 Aug;55(2):221-229.
*Ana Grubba, pediatra e Diretora médica da Danone
Este é um conteúdo informativo sobre APLV. Maio/2025 |