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Falece o jornalista e autor católico Wagner Pedro Menezes

 

Faleceu em Assis nesta quarta-feira (16) aos 72 anos, o jornalista, comerciante e autor católico, Wagner Pedro Menezes, que mantinha ao final da rua José Nogueira Marmontel, a Floricultura Stela Dalwa.

Durante os últimos 20 anos, Wagner escreveu a seção Palavras de Esperança, a pedido da Diocese de Assis, publicada regularmente às segundas-feiras pelo Diário de Assis, inicialmente na versão impressa e digital a partir de 2018. Em vários anos também editou um jornal em Palmital, sua cidade de origem.

Ao longo da carreira, ele também produziu vários livros para editoras católicas.

Seu corpo está sendo velado na Catedral e será sepultado às 16 horas desta data no Cemitério Municipal da Saudade.




Transplante capilar em mulheres eleva autoestima ao resolver problema genético igual ao de Xuxa

 

 

 

Os avanços tecnológicos e cirúrgicos aliados à preocupação estética têm elevado a procura por transplante capilar realizado em mulheres. A principal causa da calvície feminina é a doença chamada alopecia androgenética, que também afeta os homens, mas pode atingir cerca de 5% das mulheres. E foi esse conjunto de fatores que levou a apresentadora Xuxa Meneghel a realizar o procedimento recentemente. A técnica mais utilizada tem sido a FUE (Follicular Unit Extraction), ou conhecida como fio por fio, que é pouco invasiva, indolor, sem cicatrizes aparentes, tem rápida recuperação e resultados mais naturais.

“A alopecia androgenética é mais comum do que a gente imagina e as mulheres não precisam ficar sofrendo por causa da calvície. Hoje em dia é muito simples de resolver o problema e o fato de uma artista como a Xuxa ter feito e falar sobre o assunto ajuda a desmistificar o procedimento”, explica o cirurgião plástico Julian Gorini (foto), da Clínica Gorini. O médico é o maior especialista no assunto e maior referência em cirurgias de transplante capilar em Londrina e todo o Norte do Paraná. De acordo com ele, a incidência da alopecia androgenética, que tem causas hereditárias, se dá com mais frequência em mulheres com mais de 50 anos. A reposição hormonal pode ser um fator de potencializa a doença.

Xuxa, por exemplo, contou em entrevistas recentes que a mãe dela sempre teve pouco cabelo, com maior perda na parte de cima da cabeça, mesma condição que ela tem. Entretanto, sentiu que o cabelo começou a cair mais após realizar a reposição hormonal. E decidiu fazer o procedimento por não se sentir bem com a calvície. “A cirurgia de transplante capilar é um fato determinante para elevar a autoestima das pacientes, porque ajudam a resolver um problema genético que tem solução”, afirma o cirurgião.

O médico orienta um planejamento para poder realizar o transplante até a recuperação e crescimento total dos fios, que pode levar de seis meses a um ano a partir da cirurgia. Julian afirma que o transplante capilar FUE, em primeiro lugar, extrai os folículos da área doadora, normalmente da nuca e das laterais, com um instrumento chamado “punch”. Em seguida, é preciso separar e preparar os folículos, ordenando-os de acordo com a quantidade de fios de cada um e conforme a grossura ou a finura dos fios. Depois, é realizado o implante dos folículos na área receptora.

Além de não invasiva e de proporcionar uma recuperação mais rápida, a técnica FUE é altamente eficaz porque, de acordo com o médico cirurgião plástico, realiza o implante com folículos capilares que não têm predisposição para calvície. De acordo com ele, além de cuidar do pós-operatório, o paciente deverá continuar tomando as medicações indicadas pelo especialista, sejam relacionadas à queda capilar ou às vitaminas necessárias para o fortalecimento dos fios.

Clínica Gorini

A Clínica Gorini oferece procedimentos estéticos em busca de saúde e bem-estar há mais de 15 anos. Entre os procedimentos cirúrgicos estão face lifting, blefaroplastia, transplante capilar, otoplastia, maxtopexia, prótese de mama, lipoescultura HD, abdominoplastia e renuvion para retração pele. Já os não cirúrgicos são diversos laseres, toxina botulínica, fios de PDO e preenchedores. Além do centro cirúrgico moderno, onde são realizados os procedimentos, outros serviços também são ofertados, como Nutrologia, Spa Capilar, Clínica de Injetáveis (reposição de vitaminas) e tecnologias de fortalecimento muscular, como Emsculpt Neo, Emtone e Emsella. Enquanto esperam atendimento, os pacientes podem desfrutar de uma massagem relaxante, além de contar com serviço de motorista para pós-operatório, sem se preocupar com quem o transporte.

 



Páscoa chegando: saiba os benefícios e malefícios do chocolate na saúde dos idosos

 

 

 

Imagem de PublicDomainPictures por Pixabay

Comemorações de Páscoa chegando e o chocolate, especialmente o amargo, é um alimento que pode oferecer tanto benefícios quanto malefícios para idosos. Com a proximidade da data, é importante discutir esses aspectos para que o consumo do doce no feriado seja feito de forma consciente. Abaixo, a Ambec (Associação dos Aposentados, Mutualistas para Benefícios Coletivos) aponta os principais os resultados do consumo desta iguaria:

Benefícios do chocolate para idosos

Rico em antioxidantes: o chocolate amargo contém flavonoides, que são antioxidantes que ajudam a combater os radicais livres, potencialmente reduzindo o risco de doenças crônicas.

Saúde cardiovascular: o consumo moderado de chocolate amargo pode melhorar o funcionamento do coração, porque ajuda a reduzir a pressão arterial e melhora o fluxo sanguíneo.

Melhora do humor: o chocolate é conhecido por estimular a produção de endorfinas e serotonina, o que pode ajudar a melhorar o humor e combater a depressão, uma condição comum entre idosos.

Função cognitiva: alguns estudos sugerem que os flavonoides do chocolate podem ter um efeito positivo na função cognitiva, potencialmente reduzindo o risco de doenças neurodegenerativas.

Controle da glicose: o chocolate amargo pode ajudar a melhorar a sensibilidade à insulina, o que é importante para idosos que podem estar em risco de diabetes tipo 2.

Malefícios do chocolate para idosos

Alto teor calórico: o chocolate é calórico e, se consumido em excesso, pode contribuir para o ganho de peso, o que é uma preocupação para a saúde geral dos idosos.

Açúcar e gorduras: muitos chocolates, especialmente os ao leite e brancos, contêm altos níveis de açúcar e gorduras saturadas, que podem afetar negativamente a saúde cardiovascular.

Problemas digestivos: o consumo excessivo de chocolate pode causar desconforto gastrointestinal, como azia ou diarreia, especialmente em idosos com sistemas digestivos mais sensíveis.

Interações medicamentosas: o chocolate pode interagir com certos medicamentos, como aqueles para pressão arterial e antidepressivos, por isso é importante que os idosos consultem um médico antes de incluir grandes quantidades em sua dieta.

Cafeína: o chocolate contém cafeína, que pode causar insônia ou nervosismo em algumas pessoas, especialmente em doses elevadas.

Moderação é a chave

Para os idosos, o consumo de chocolate deve ser feito com moderação. Optar por chocolate amargo (com pelo menos 70% de cacau) é uma escolha mais saudável.

O chocolate pode ser incluído como parte de uma dieta equilibrada, rica em frutas, vegetais, grãos integrais e proteínas magras. “É sempre uma boa ideia que os idosos conversem com um profissional de saúde ou nutricionista antes de fazer alterações significativas em sua dieta, especialmente durante épocas de festividades como a Páscoa”, conta a presidente da Ambec, Marilisa Moran Garcia.

Ao celebrar a Páscoa, os idosos podem desfrutar do chocolate de maneira consciente, aproveitando seus benefícios enquanto minimizam os riscos associados ao seu consumo.

Sobre a AMBEC

Fundada em 2006, a AMBEC – Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos – é uma instituição sem fins lucrativos formada por aposentados e pensionistas do INSS. A associação conta com mais de 60 mil filiados, que têm atendimento em todo o território nacional por meio dos canais digitais, que incluem site e redes sociais, além de central de relacionamento exclusiva com profissionais qualificados para atender às demandas. Em 17 anos, a AMBEC vem cumprindo um importante papel representativo ao defender os interesses de aposentados, pensionistas e a população 60+ brasileira, oferecendo o apoio necessário e promovendo ações de responsabilidade social. Além disso, a associação oferece orientação jurídica e benefícios nas áreas da saúde, odontologia, seguros e assistências e promove regularmente eventos educativos e de prevenção de doenças em campanhas nacionais, com atendimento gratuito à comunidade em diversas regiões do país.

Saiba mais em: https://www.ambec.org/




Interessados poderão frequentar curso gratuito sobre cuidados com idosos

A Fundação Educacional do Município de Assis (FEMA), por meio do projeto de extensão “Cuidando Juntos, Envelhecendo Melhor”, promove um curso gratuito voltado ao cuidado com idosos. A formação será realizada no auditório de seu campus nos dias 23 e 30 de abril, e 07 e 14 de maio, sempre das 17 às 20 horas.

 

O curso é dirigido a todos que se interessem pelo cuidado da pessoa idosa e abordará temas como fatores de risco para doenças cardiovasculares, cuidados com a higiene e alimentação, integridade da pele e a importância do autocuidado para quem exerce o papel de cuidador.

 

A iniciativa busca preparar os participantes para lidar com as especificidades da saúde do idoso, promovendo relações mais saudáveis entre cuidadores, familiares e a pessoa idosa.

 

Para participar, é necessário ter 18 anos ou mais, e ensino fundamental completo. As inscrições podem ser feitas pelo Sympla e seguem abertas até o preenchimento das 50 vagas disponíveis nesta edição.

 




Funerais – 15/04

 

Faleceu em Assis nesta terça-feira, 15/04/2025, aos 63 anos, o Sr. Antônio Carvalho da Silva, cujo corpo está sendo velado no próprio Cemitério Municipal da Saudade, onde será sepultado.

Faleceu em Assis, a bebê Maria Paula Munhoz Fernandes. Seu corpo foi velado no Centro de Serviços Funerários S. Vicente e sepultado às 9h30 desta terça-feira, 15/04/2025, no Cemitério Municipal da Saudade.

Faleceu em Assis nesta terça-feira, 15/04/2025, aos 88 anos, a Sra. Porfíria de Moraes Zupa. Seu corpo foi velado no Centro de Serviços Funerários S. Vicente e sepultado às 10h30 desta terça-feira, 15/04/2025, no Cemitério Municipal da Saudade.




S. Vicente Prever Informa Falecimentos

Faleceu em Assis, a bebê Maria Paula Munhoz Fernandes. Seu corpo foi velado no Centro de Serviços Funerários S. Vicente e sepultado às 9h30 desta terça-feira, 15/04/2025, no Cemitério Municipal da Saudade.

Faleceu em Assis nesta terça-feira, 15/04/2025, aos 88 anos, a Sra. Porfíria de Moraes Zupa. Seu corpo foi velado no Centro de Serviços Funerários S. Vicente e sepultado às 10h30 desta terça-feira, 15/04/2025, no Cemitério Municipal da Saudade.




Entrevias estima fluxo de 571 mil veículos durante o feriado de Páscoa e Tiradentes

 

A Entrevias Concessionária de Rodovias estima um aumento de 21% no tráfego durante o feriado de Páscoa e Tiradentes considerando os 570 quilômetros de rodovias sob concessão da empresa, nas regiões de Ribeirão Preto e Marília. São esperados ao menos 571 mil veículos entre quinta-feira, 17 e terça-feira, 22 de abril.

 

Com foco na segurança dos usuários e fluidez no trânsito, a Concessionária iniciará a Operação Páscoa/Tiradentes com todo o efetivo operacional, garantindo agilidade nos atendimentos aos usuários, e intensificará o monitoramento das rodovias pelo Centro de Controle Operacional (CCO). É a partir do CCO que recursos são acionados para os mais diferentes tipos de ocorrências – de suporte e emergências a pedidos de informações que chegam dos usuários.

 

A estimativa para as rodovias na região de Ribeirão Preto (SP-330, SP-322, SP-328 e SP-351) é de um fluxo total de 415.348 mil veículos. De Marília a Florínea (SP-333, SP-294 e SP-266), a projeção é de 156.311 mil veículos para o período.

 

A Concessionária orienta que os motoristas adotem cuidados básicos antes de saírem às rodovias, como estar em dia com a manutenção do veículo, calcular o gasto de combustível, checar a rota e estar atento à sinalização das rodovias. Vale lembrar que é muito importante respeitar os limites de velocidade e manter a distância do veículo à frente.

 

Emergência

 

Em casos de emergência, os usuários das rodovias podem entrar em contato com a Entrevias pelo número 0800-3000333 ou pela rede Wi-Fi Entrevias SOS. É possível ainda solicitar apoio nos terminais de autoatendimento em uma das 17 bases operacionais SAUs ao longo do trecho. Equipes de inspeção de tráfego também percorrem as rodovias atentas às ocorrências.




Bacalhau na Páscoa: especialista em Gastronomia do CEUB ensina receita para confitar o peixe para a Semana Santa

A Páscoa é um dos momentos mais simbólicos do calendário cristão, marcado por celebrações em família, reflexões e uma mesa farta. Entre os pratos tradicionais da data, o bacalhau ocupa lugar de destaque, carregando significados históricos e culturais. Pensando nisso, Eduardo Duó, chef de cozinha e professor do Centro Universitário de Brasília (CEUB), ensina uma receita que promete surpreender no almoço pascal: o bacalhau confitado. Apesar de ser um prato simples de preparar, a profundidade de sabor encanta quem prova.

A técnica do confit realça o sabor do peixe e transforma a reconfitado para cozinhar o bacalhau em azeite, o que proporciona uma textura delicada e um aroma irresistível”, explica o professor. Duó destaca que confitareite, o que proporciona uma textura delicada e um aroma irresistível”, diz o professor. Duó destaca que confitar é cozinhar o alimento em gordura, no caso, o azeite de oliva: “O azeite pode ser reutilizado e fica aromatizado, perfeito para outras preparações, como maionese ou tempero da salada”.

Para intensificar os sabores, o preparo conta com alho, louro, tomilho e alecrim, dispostos em um Sachê d’Épices, trouxinha de ervas que evita que as folhas se soltem durante o cozimento. “O fogo precisa ser bem baixo. O ideal é que a temperatura do azeite fique em torno de 60ºC, sem deixar ferver. Quando surgirem bolhas ao redor do peixe, desligue o fogo e deixe o bacalhau terminar de cozinhar no calor residual por mais 10 minutos”, orienta o chef.

Para acompanhar, o professor do CEUB indica tomatinhos cereja confitados e batatinhas douradas. Os tomates são preparados por cerca de cinco minutos no azeite com manjericão, enquanto as batatas bolinhas, após cozidas, vão ao forno com azeite aromatizado e alecrim. “Cada ingrediente absorve o sabor do azeite, formando uma combinação perfeita de aromas e texturas”, afirma Duó.

Segundo ele, é uma excelente opção para manter a tradição da Páscoa com um toque de sofisticação.

Confira a receita completa:

Ingredientes:

1 litro de azeite

1 kg de bacalhau dessalgado em postas

50g de alcaparras

1 maço de alecrim fresco

1 maço de manjericão

1 maço de tomilho

1 maço de cheiro-verde

4 folhas de louro

1 cabeça de alho

1 kg de batata bolinha

500g de tomate cereja

250g de azeitona chilena

Sal e pimenta-do-reino branca a gosto

Modo de preparo:

  1. Enxugue bem as postas de bacalhau. Em uma panela, coloque o peixe com dois dentes de alho amassados (com casca), alecrim, tomilho e louro. Cubra com azeite de oliva e leve ao fogo bem baixo (cerca de 60ºC). Assim que surgirem bolhas ao redor do bacalhau, desligue o fogo e deixe confitar por mais 10 minutos. Reserve no próprio azeite.
  2. Em uma panela pequena, coloque os alhos inteiros com tomilho e parte do azeite do bacalhau. Cozinhe em fogo baixo por 20 minutos, sem ferver. Em outra panela, coloque os tomates com manjericão e o azeite aromatizado. Cozinhe por 5 minutos em fogo baixo.
  3. Cozinhe as batatas em água com sal até ficarem al dente (aproximadamente 30 minutos). Depois, asse em forno a 180°C por 20 a 30 minutos com azeite do bacalhau e alecrim.
  4. Em uma travessa, disponha o bacalhau ao centro e os acompanhamentos ao redor: batatas com salsinha, tomatinhos com manjericão, alho confitado e azeitonas. Finalize com alcaparras e cheiro-verde picado.



Ensino de Libras por professor surdo reafirma a importância da inclusão na educação 

 

Rafael Cavichiolli Teixeira, professor de Libras. Foto: arquivo.

 

 
 
O Dia Nacional de Luta pela Educação Inclusiva, celebrado em 14 de abril, reforça a importância de garantir o acesso à aprendizagem para todos os estudantes. No Brasil, a educação inclusiva tem avançado, e o ensino da Língua Brasileira de Sinais (Libras) por professores surdos desempenha um papel fundamental nesse processo. Mais do que ensinar a estrutura da língua, esses profissionais compartilham a cultura e a identidade da comunidade surda, proporcionando uma formação mais completa, voltada para a diversidade.

Na Faculdade SESI de Educação, todos os estudantes das cinco áreas de conhecimento – Linguagem, Matemática, Ciências Humanas, Ciências da Natureza e Educação Física – têm a oportunidade de aprender Libras com Rafael Cavichiolli, professor surdo, graduado em Letras Libras pela Universidade Federal de Santa Catarina, especialista em Docência da Libras pela UNÍNTESE, licenciado em Pedagogia pela Uniasselvi, mestre e doutorando em Linguística e Língua Portuguesa pela Universidade Estadual Paulista (UNESP).

Professores surdos são fundamentais porque ensinam Libras como língua natural, transmitindo não apenas os sinais, mas também a cultura e a identidade surda. Além disso, servem como modelo de referência para alunos surdos e demonstram que a comunidade surda pode ocupar espaços de ensino e protagonizar sua própria educação”, comenta.

Segundo Rafael, a fluência em Libras possibilita que professores interajam diretamente com alunos surdos, reduzindo a dependência de intérpretes e tornando o ambiente educacional mais acessível. Isso também incentiva a participação dos estudantes surdos no ensino regular e fortalece a interação entre colegas ouvintes e surdos.

Contudo, o aprendizado da Libras apresenta desafios para alunos ouvintes, principalmente por sua estrutura gramatical distinta do português. Rafael diz que a adaptação à modalidade visuoespacial da língua também é um obstáculo a ser superado, já que muitos estão habituados à comunicação oral-auditiva. Para minimizar essas dificuldades, ele incentiva a imersão na comunidade surda, promove exercícios práticos e utiliza recursos audiovisuais.

Além disso, Rafael destaca o papel da Faculdade SESI de Educação na promoção de uma cultura inclusiva e de respeito às diferenças. “Na Faculdade SESI, os professores aprendem comigo – um professor surdo. As interações nas aulas ajudam a construir uma nova perspectiva sobre a inclusão de alunos surdos. A presença do intérprete garante o direito à comunicação para todos. Também desenvolvemos projetos de pesquisa e grupos de estudo voltados à Educação Bilíngue e à formação em Libras, o que contribui para transformar a prática pedagógica e fortalecer o compromisso com a educação inclusiva”.

De acordo com o Censo Escolar 2023, o Brasil possui cerca de 62 mil estudantes surdos, com deficiência auditiva ou surdocegos matriculados na educação básica. Desse total, 55 mil, em média, estão em classes comuns e 6 mil em classes ou escolas bilíngues de surdos. No ensino superior, o número de estudantes surdos ainda é reduzido: são quase 5 mil matrículas, e apenas 1.397 alunos já concluíram seus cursos. O país também conta com 269 mestres, 97 doutores e 13 pós-doutores surdos, evidenciando a necessidade de políticas educacionais mais eficazes para garantir acesso à educação superior.

Apesar dos avanços com a maior presença da Libras nas escolas e universidades e a ampliação de materiais didáticos, o professor explica que ainda há desafios. “No Brasil, poucas instituições oferecem creches bilíngues, sendo o Centro de Educação para Surdos Rio Branco (CES) uma das exceções, com seu Programa de Estimulação do Desenvolvimento (PED). O projeto proporciona contato lúdico entre crianças e adultos surdos, promovendo a aquisição natural da Libras desde os primeiros anos de vida”.

No ensino superior, o papel do professor surdo também vai além da transmissão da língua. Rafael destaca que também ensina sobre a identidade surda, a história da comunidade no Brasil e a importância da acessibilidade. “É essencial abordar as diferentes variações regionais da Libras, as lutas pelos direitos dos surdos e como evitar atitudes capacitistas”, afirma.

Ele aponta ainda que é papel das escolas e das faculdades adotarem ações que valorizem a diversidade no processo educativo. “Isso inclui a formação continuada de professores sobre inclusão, acessibilidade e respeito às línguas e culturas, como a Libras. É essencial garantir acessibilidade comunicacional, física e pedagógica, com intérpretes, materiais adaptados e práticas bilíngues. O currículo deve refletir as múltiplas identidades dos estudantes, promovendo o diálogo e o protagonismo de grupos historicamente excluídos”.

O impacto do ensino de Libras na sociedade é evidente. O professor compartilha uma experiência marcante com um aluno ouvinte, que, após aprender a língua, conseguiu ajudar um colega surdo no ambiente de trabalho. “Ele tinha vergonha de errar e hesitava em se comunicar. Expliquei que o mais importante é a interação, independentemente dos erros. Depois disso, ele se sentiu mais seguro e consciente da importância da acessibilidade”, conclui Rafael.




Juiz de Garantias: como teria sido o julgamento de Jesus Cristo?

 

 

No último domingo (13), teve início a Semana Santa para os católicos, período em que se rememoram o calvário, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo.

Já tive a oportunidade de escrever sobre o julgamento de Cristo, tendo como fio condutor a ausência de provas. Hoje, tentarei analisar esse episódio sob a ótica da necessidade imperiosa da figura do juiz de garantias e da internalização ao processo dos elementos de informação produzidos na fase investigativa — uma vez que são obtidos unilateralmente, ou seja, sem contraditório e ampla defesa por parte dos investigados, que, muitas vezes, sequer são ouvidos nesse momento.

A importância de esses elementos de informação não serem incorporados diretamente ao processo reside na possibilidade real de contaminarem os julgadores, quando estes têm contato com tais dados, como restou evidente no julgamento de Jesus.

Jesus Cristo, conforme narram os evangelhos — em especial os de Lucas, Marcos e Mateus —, estava no Monte das Oliveiras, acompanhado de seus apóstolos e de alguns discípulos, quando foi “surpreendido” pela chegada de homens da guarda do Sumo Sacerdote, que o prenderam. Segundo os ensinamentos bíblicos, ele já tinha ciência do que aconteceria.

Durante três anos de vida pública, Jesus desafiou as mazelas causadas pelas injustiças dos líderes políticos judeus, questionando suas leis, tradições e o tratamento segregacionista dado a outros povos, como os samaritanos — grupo étnico-religioso da região central de Israel, considerado impuro e herege devido às suas diferenças culturais. Promovendo uma vida mais igualitária, Jesus se opunha às desigualdades sociais, criticava a exclusão de marginalizados como pobres, doentes e mulheres, e pregava mensagens de amor, perdão e compaixão, o que atraía multidões e preocupava os grupos político-religiosos da época.

Os líderes temiam que a crescente popularidade de Jesus ameaçasse seu poder, especialmente porque muitos o viam como o “Messias esperado”. O ponto culminante foi sua entrada triunfal em Jerusalém, no Domingo de Ramos. Segundo os evangelistas, Jesus, acompanhado por seus discípulos, foi recebido como rei pelos judeus de Jerusalém. Pessoas estendiam mantos no chão e o saudavam com ramos, gesto reservado aos líderes políticos, rememorando a recepção de um rei messiânico libertador do domínio romano.

Esse evento alarmou os líderes religiosos e políticos — como saduceus, doutores da lei e fariseus. Os saduceus, grandes proprietários rurais e elites sacerdotais, controlavam a justiça no Sinédrio. Os doutores da lei interpretavam as Escrituras, e os fariseus impunham seus rigores ao povo. Preocupados com o apoio popular a Jesus, conspiraram para prendê-lo, manipulando leis e desrespeitando direitos do acusado segundo a lei mosaica. Judas Iscariotes, um dos apóstolos, foi subornado com trinta moedas para entregá-lo.

Jesus foi preso à noite no Jardim do Getsêmani e levado ao sumo sacerdote Caifás, que o questionou sobre seus ensinamentos. Ele respondeu: “Eu falei abertamente ao mundo; sempre ensinei na sinagoga e no templo, onde todos os judeus se reúnem; nada disse em oculto. Por que perguntas a mim? Pergunta aos que ouviram o que lhes ensinei; eles sabem o que eu disse.” Com isso, ele reivindicava o cumprimento da lei judaica, que assegurava ao prisioneiro o direito de enfrentar seus acusadores — algo que lhe foi negado.

Apesar da proibição da Lei Mosaica contra julgamentos noturnos, Jesus foi condenado pelo Sinédrio. Testemunhas o acusaram falsamente de querer demolir e reconstruir o templo em três dias — uma metáfora para sua ressurreição, não um crime segundo a lei. Diante da acusação frágil, Jesus permaneceu em silêncio. Ainda assim, Caifás exigiu uma resposta e o colocou sob juramento, infringindo a proibição da autoincriminação e a exigência de duas testemunhas para aplicação da pena capital.

A manipulação das leis foi evidente — desde a prisão noturna sem acusação clara até a condenação com base em testemunhas falsas. Sem poder para aplicar a pena de morte, os líderes religiosos encaminharam Jesus a Pilatos, buscando autorização do Império Romano.

Apesar da insistência dos sacerdotes, Pilatos não encontrou culpa em Jesus. Propôs então o privilegium paschale, algo semelhante à graça no direito penal brasileiro, tentando libertá-lo — em vão, pois a pressão popular prevaleceu.

Ou seja, o povo judeu — que testemunhou os sinais e milagres de Jesus — foi influenciado pelas informações produzidas isolada e unilateralmente pelos sacerdotes e doutores da lei. Julgaram e condenaram Jesus sem que fosse possível a produção da prova sob contraditório. A Jesus não foi possibilitado o exercício da autotutela diante de seus julgadores. Pilatos, como um juiz presidente do Júri, advertiu que não encontrava em Jesus qualquer crime que justificasse a pena capital — a morte na cruz, destinada aos delitos mais graves, conforme a lei mosaica.

Essas situações não são distantes da realidade judiciária brasileira. Inúmeros julgamentos condenam acusados exclusivamente com base em elementos de informação produzidos no inquérito policial ou nos Procedimentos Investigatórios Criminais (PICs) realizados pelo Ministério Público. Por isso, era absolutamente necessário que o Supremo Tribunal Federal (STF) tivesse mantido hígido o dispositivo do Código de Processo Penal, introduzido pela Lei 13.964/2019 (Pacote Anticrime), que impedia o aproveitamento direto desses elementos no processo.

Além disso, a figura do juiz de garantias, que cuida exclusivamente da fase pré-processual, é de suma importância. Conforme decidiu o STF nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) nºs 6298, 6299, 6300 e 6305, haverá atribuições distintas entre o juiz de garantias — responsável por aferir a legalidade dos elementos produzidos na investigação — e o juiz da instrução e julgamento. A este último cabe garantir a regularidade processual, preservar o direito de defesa e julgar com imparcialidade, sem contaminações da fase inquisitorial.

Contudo, ao permitir o aporte dos elementos de informação com a denúncia, o STF esvaziou a função da separação de funções entre os juízes, afetando diretamente a imparcialidade e a isenção esperadas dos julgadores. Assim como ocorreu no julgamento de Jesus, aqueles que têm o dever de julgar sem influências externas acabam contaminados por provas produzidas unilateralmente, fora do alcance do contraditório e da ampla defesa — o que gera condenações injustas e desprovidas de prova efetiva.

Tivemos a oportunidade de afastar esse mal — o uso de inquéritos e PICs como base exclusiva de condenações —, exigindo-se a renovação das provas em juízo, com respeito ao contraditório. Porém, a Suprema Corte, alheia à realidade forense, manteve essa “pedra de tropeço” para os juízes das instâncias ordinárias.

Retomando a análise do julgamento de Jesus à luz do instituto do juiz de garantias, não se pode olvidar que a decisão poderia ter sido outra, caso as provas precisassem ser reproduzidas em juízo, diante do juiz presidente do “Júri” — o governador romano Pôncio Pilatos. É importante lembrar que Pilatos ouviu Jesus e não encontrou, nem nos fatos imputados nem na pessoa dele, qualquer indício de crime. Na verdade, Jesus foi condenado pelos “jurados” — que, induzidos por elementos de informação não repetidos perante a autoridade romana, formaram sua convicção com base em dados unilaterais produzidos pela acusação (integrantes do Sinédrio).

O sistema processual brasileiro ainda é repleto de julgamentos pautados apenas em elementos de informação. Infelizmente, diante da posição adotada pelo STF, continuaremos a ver decisões baseadas exclusivamente em investigações unilaterais — feitas pela polícia judiciária ou pelo Ministério Público —, fazendo-se, assim, tábula rasa do sistema acusatório, que exige o efetivo contraditório e o pleno exercício da ampla defesa.

 

Marcelo Aith é advogado criminalista. Doutorando Estado de Derecho y Gobernanza Global pela Universidad de Salamanca – ESP. Mestre em Direito Penal pela PUC-SP. Latin Legum Magister (LL.M) em Direito Penal Econômico pelo Instituto Brasileiro de Ensino e Pesquisa – IDP. Especialista em Blanqueo de Capitales pela Universidad de Salamanca.