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Vacinação contra poliomielite será intensificada sábado

A Secretaria Municipal da Saúde definiu este sábado (8), como uma nova data para intensificar a vacinação infantil contra a poliomielite, que se realizará em 6 postos fixos e mais a Van da Vacina.

Eis o calendário:

 

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Diocese de Assis

 

 

Dia da Santificação

Dia 07 de junho, dia do Sagrado Coração de Jesus é, também, o dia de oração pela Santificação do Clero. Em virtude disso conclamamos a todos para que rezem por nós, padres, mas, de modo particular, rezem pelo padre que lhe dá assistência em sua paróquia. A Igreja escolheu a festa do Sagrado Coração de Jesus, o Bom Pastor, como um dia especial de orações pela santificação de todos os ministros ordenados. A vocação à santidade é universal. “Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação” (1Ts 4,3).

Mutirão de Oração

Este mutirão de oração será para confirmar a vocação e eleição de cada consagrado, realizada por Deus, no seio da comunidade de fé: “Todo sumo sacerdote, escolhido entre os homens, é constituído para o bem dos homens nas coisas que se referem a Deus. Sua função é oferecer dons e sacrifício pelos pecados. Desse modo, ele é capaz de sentir justa compaixão por aqueles que ignoram e erram, porque também ele próprio está cercado de fraqueza; e, por causa disso, ele deve oferecer sacrifícios, tanto pelos próprios pecados como pelo pecado do povo” (Hb 5,1-3).

Santidade e não perfeição

A santidade não é uma busca de alguns privilegiados e escolhidos. Todos nós somos chamados a ser santos porque esta é a vontade de Deus. A santidade é o que devemos querer todos os dias porque, a santidade é possível e nos humaniza; porque o pressuposto da santidade é a nossa condição humana (grandezas e misérias); porque a graça supõe a natureza (Lv 11,45; 19,2; 20,7.26).

A busca de perfeição, ao contrário, só leva ao derrotismo e à frustração porque, por mais que façamos, não atingimos perfeição.  Porque, na verdade, perfeito, só Deus. Quem nos torna perfeitos é Deus (Hb 13,21) em seu amor e bondade.

Santificação, um caminho longo, mas necessário

O caminho da santificação é porta apertada que exige dos consagrados, não apenas desempenho no campo moral, no fazer, mas, também, no campo existencial, no ser. Isso implica configuração com o Cristo; ou seja, “ser outro um Cristo” no mundo.

A carta aos Filipenses 2,5-8 faz a grande proclamação: “Tenham em vocês mesmos os mesmos sentimentos que havia em Jesus Cristo”.

Compromisso de todos

Aqueles que foram escolhidos para o serviço do povo de Deus, que receberam a imposição das mãos e foram ungidos para esta missão, têm um dever especial de ser sinais da santidade. Entretanto, a santidade dos consagrados não é algo que acontece fora da comunidade; fora das relações de vida comunitária. Por isso, no que depender de cada um, que o padre não fique sem oração. Porque a santificação não é, simplesmente, ‘uma coisa’ de quem se consagrou por uma vocação específica, mas um compromisso de todos os que, pelo batismo, receberam a marca da Trindade Santa.

Diz-nos, São Pedro, em sua carta que, santificação é um processo de libertação para a vida nova: “Por isso, estejam de espírito pronto para agir, sejam sóbrios e ponham toda a esperança na graça que será trazida a vocês quando Jesus Cristo se manifestar. Como filhos obedientes, não devem mais viver como antes, quando ainda eram ignorantes e se deixavam guiar pelas paixões. Pelo contrário, assim como é santo o Deus que os chamou, também vocês tornem-se santos em todo o comportamento, porque a Escritura diz: ‘sejam santos, porque eu sou santo’. Pois vocês sabem que não foi com coisas perecíveis, isto é, com prata nem ouro, que vocês foram resgatados da vida inútil que herdaram dos seus antepassados. Vocês foram resgatados pelo precioso sangue de Cristo, como o de um cordeiro sem defeito e sem mancha. Por meio dele é que vocês acreditam em Deus, que o ressuscitou dos mortos e lhe deu a glória, de modo que a fé e a esperança de vocês estão em Deus” (1Pd 1,13-21).

PE. DIVALDO PEREIRA DOS SANTOS




Alistamento militar para homens nascidos em 2006 termina este mês

 

 

Os homens nascidos em 2006, que completam 18 anos até o final de 2024, têm até 30 de junho para realizar o alistamento militar, que pode ser feito de forma online. Aqueles que deixarem de se alistar dentro do prazo ou nascidos em anos anteriores e não se alistaram devem comparecer à Junta de Serviço Militar para regularizar a documentação.

Documentos Necessários

  • Certidão de Nascimento e/ou Casamento
  • RG/CPF
  • Comprovante de residência (água ou luz)

Consequências para homens em débito com o Serviço Militar

Aqueles que não estiverem em dia com o Serviço Militar não poderão:

  • Obter passaporte ou prorrogação de sua validade
  • Ingressar como funcionário, empregado ou associado em instituições, empresas ou associações oficiais
  • Assinar contrato com o governo (federal, estadual, territorial ou municipal)
  • Prestar exame ou se matricular em qualquer estabelecimento de ensino
  • Obter carteira profissional, registro de diploma de profissões liberais ou matrícula para exercer qualquer função
  • Inscrever-se em concursos públicos
  • Exercer qualquer função ou cargo público
  • Receber prêmios ou favores do governo

Para mais informações, acesse o site do alistamento ou visite a Junta Militar em Assis, localizada no ESPAÇO CIDADANIA, avenida Armando Salles de Oliveira, 1.170, com atendimento de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h.




Cultura define as atrações previstas para este mês

 

Apresentação de dança do boi, maculelê e rodas de capoeira

A Secretaria Municipal de Cultura definiu o calendário de atrações agendadas para este mês em diferentes espaços da cidade.

Eis a prrogramação:

Dia 06/06 – (Sexta-feira)

Exibição da Banda Municipal da Secretaria de Cultura na solenidade de formatura do PROERD, através do Comando do 32º BPM

  • Local: ACIA – Rua Antônio Zuard 970, Vila Cambuí
  • Horário: 19h

Dia 08/06 – (Sábado)

Bola e Viola – Encontro realizado através das Secretarias de Esporte e Cultura

  • Sinopse: O projeto visa descentralizar a cultura e o esporte para as comunidades rurais (futebol feminino e show de viola caipira)
  • Horário: 09h
  • Local: Arena Rezende
  • Entrada: Gratuita

Dia 09/06 – (Domingo)

HAJIME – Ato que celebra a cultura pop Japonesa, com ênfase no cosplay, que conta com o apoio da Secretaria de Cultura de Assis

  • Atrações diversas: Concurso cosplay e cospobre, swordplay, apresentação de kendo, lojinhas, praça de alimentação, quiz, gincana das esferas do dragão
  • Horário: Das 11h às 17h
  • Local: Salão da Loja Maçônica Ordem e Justiça (Rua Dra. Ana Barbosa, n°1110, em frente à Malta)

Hip Hop na Concha – Show realizado através da Secretaria Municipal de Cultura

  • Sinopse: Apresentações de DJ’s, batalhas de breaking e batalhas de rima
  • Horário: Das 17h às 22h
  • Local: Concha Acústica

Dia 12/06 – (Quarta-feira)

Peça teatral – Confraria da Dança – Carta para não mandar ou Cantiga interrompida – Realizado através do Edital ProAC 04/2023 das Secretaria de Cultura e Economia Criativas do Governo do Estado de São Paulo e Secretaria de Cultura de Assis-SP

  • Sinopse: A inquietude do ser é a matéria prima deste solo de dança. Obra aberta – inacabada e inacabável, habita o terreno fértil de pensamento desordenado, fragmentário e lacunar – de quarto desarrumado. Frações de lembranças e sentimentos provocam dúvida e hesitação – o corpo se contradiz; entrega-se intensamente ao desatino, em redemoinho atemporal e prolixo de destroços da memória. Movimento impregnado pela tensão de frase incompleta, pelo caos desassossegado do pensamento. Cada ação discorre sem se completar, como os ruídos que sobem da rua – passos, fiapos de conversas, gente passando, crianças brincando. O Tempo estilhaçado no corpo, que dança a jovem velha criança. No encontro de si, em diálogo íntimo e sigiloso com o público, corpo personificado em poesia desfruta as sensações do instante único e fugaz.
  • Ficha Técnica:
    • Direção, criação e interpretação: Diane Ichimaru
    • Plano de iluminação, operação de luz e som: Marcelo Rodrigues
    • Dramaturgia, texto, criação e confecção de figurino: Diane Ichimaru
    • Trilha musical: Mormorio – A. Carlos Gomes e variação para Gnossienne n°3 – Erik Satie com arranjo e execução para piano realizados especialmente para o espetáculo por Rafael dos Santos; Improviso para piano – Rafael dos Santos
    • Gravação e edição da trilha sonora: Dimas Studio
    • Técnico de som: Alexandre Maiorino
    • Registro Fotográfico: FBarella
    • Design gráfico: Lucas Ichimaru
    • Duração: Aproximadamente 45 minutos
    • Faixa etária recomendada: Público jovem, adulto, terceira idade
    • Teaser em plataforma digital: Link do Teaser
  • Horário: 19h30
  • Local: Teatro Municipal de Assis
  • Entrada: Gratuita (Ingressos distribuídos na portaria do Teatro Municipal às 19h)

Dia 16/06 – (Domingo)

Rock Concha – Show realizado através da Secretaria Municipal de Cultura com diversas apresentações de bandas locais convidadas nos estilos Rock/Pop

  • Local: Concha Acústica
  • Horário: Das 17h às 22h

Dias 20 e 21/06 (Quinta e sexta-feira)

Mostra Cultural – Apresentação dos alunos dos cursos de ballet, circo, capoeira, violão erudito e violão popular da Secretaria Municipal de Cultura

  • Local: Teatro Municipal de Assis
  • 20/06 – Quinta-feira: Exibição de violão clássico e popular, teatro e Grupo Musical – 20h
  • 21/06 – Sexta-feira: Mostra de ballet, capoeira e circo – 20h
  • Ingressos: Disponíveis no Teatro a partir do dia 11/06/2024, no horário das 08h às 11h30 e 13h30 às 17h
  • Entrada: Gratuita

Dia 20/06 – (Quinta-feira)

Oficina Pontos MIS – Cinema como Experimentação – Parceria entre Secretaria de Cultura de Assis e Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas de São Paulo

  • Sinopse: A experiência do cinema sempre nos leva a imaginar novas histórias. Mas como podemos transformar histórias simples em imagens irreais? A oficina apresenta o começo do cinema e seus primeiros truques. Com baixo custo de equipamento e material, é possível criar imagens lúdicas. Com exemplos simples e práticos, a turma é convidada a experimentar o cinema de trucagem e surreal.
  • Local: Biblioteca Municipal (Rua Dr. Luiz Pizza, 19 – Centro)
  • Horário: Das 14h às 18h
  • Classificação: A partir de 14 anos
  • Ingressos: Gratuitos
  • Vagas: 20 vagas
  • Inscrições: Link para Inscrições

Dia 22/06 – (Sábado)

Ópera Italiana “O Barbeiro” – Realizado através da Secretaria de Cultura de Assis, Deputado Mauro Bragato e Consolato Generale d’Italia a San Paolo, com apoio da ACIA, HD Park Hotel, CIVAP, ACLIA, e Ticket Fire

  • Sinopse: Uma história de amor, enganos e humor – A trama se passa em Sevilha, onde o Conde Almaviva se apaixona por Rosina, pupila de Don Bartolo. Com a ajuda de Fígaro, seu antigo servo e agora o “faz tudo” da cidade, o Conde tenta conquistar a jovem, que o confunde com um primo pobre do barbeiro. Uma série de mal-entendidos e reviravoltas conduzem a um final feliz, com a revelação da verdadeira identidade do Conde e a união dos apaixonados.
  • Elenco:
    • Daniel Luiz (barítono) como Fígaro
    • Rafaela Duria (mezzo soprano) como Rosina
    • Carlos Eduardo Santos (tenor) como Conde Almaviva
  • Direção geral e artística: Paulo Esper
  • Direção de produção: Willian Nunes
  • Produção: Cia Ópera São Paulo
  • Projeto “A Caminho do Interior”: Difundir a língua e a cultura italiana por todo o estado de São Paulo, proporcionando ao público do interior a oportunidade de apreciar a riqueza e a diversidade da arte italiana.
  • Local: Teatro Municipal de Assis
  • Horário: 20h (Portaria aberta a partir das 19h20)
  • Ingressos: Adquira on-line

Dia 23/06 – (Domingo)

Encontro de Capoeira de Assis, realizado pela Secretaria Municipal de Cultura

  • Apresentação: Dança do boi, maculelê e rodas de capoeira com os grupos de capoeira de Assis
  • Horário: A partir das 16h
  • Local: Concha Acústica

28, 29 e 30 de Junho e 01 de Julho – (Sexta-feira, sábado, domingo e segunda-feira)

Festa do Milho – Realizada pela Prefeitura Municipal de Assis e demais Secretarias, com participação das entidades do município

  • Local: Recinto Aprumar (a partir das 16h00)
  • Programação Musical:
    • Dia 28/06 – Sexta-feira:
      • 20h – Júnior da Gaita
      • 22h – Grupo de Forró Chão Batido
    • Dia 29/06 – Sábado:
      • 20h – Ademir e Paulinho
      • 22h – Anderson Gaiteiro e Banda
    • Dia 30/06 – Domingo:
      • 18h – Marazum e Banda
      • 20h – Jad e Jefferson
    • Dia 01/07 – Segunda-feira:
      • 18h – Alan e Eduardo



As tendências na revisão do marco regulatório de cannabis no Brasil

 

 

Em recente deliberação, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o relatório de Análise de Impacto Regulatório (AIR), que servirá como subsídio para a revisão da atual RDC 327/19, o regulamento de produtos derivados da Cannabis. No documento, a diretora relatora Meiruze Freitas aborda questões que dão pistas do caminho a ser traçado, em resposta às crescentes demandas e debates sobre o uso medicinal da planta no país.

A análise técnica realizada pela Anvisa considera dados de outros países que já possuem regulamentações consolidadas, assim como estudos clínicos que comprovam os benefícios terapêuticos da planta e envolveu a avaliação de diferentes aspectos relacionados à segurança, eficácia e qualidade dos produtos à base de Cannabis.

Nesse ponto, vale lembrar que a norma vigente foi bastante leniente com a crescente indústria de Cannabis, dando prazo de cinco anos para que as empresas comprovassem, com estudos científicos, que os produtos de Cannabis cumprem o binômio sanitário da eficácia e segurança. A eficácia fala sobre a capacidade do fármaco atingir o efeito desejado, enquanto a segurança olha para a probabilidade de efeitos adversos. Juntos, os requisitos buscam garantir que o benefício do medicamento seja maior do que o risco que representa.

Em outra ajuda amiga à indústria, somente após três anos de vigência das regras os fabricantes e importadores foram compelidos a demonstrar que as plantas produtivas cumprem com as normas de boas práticas da Anvisa brasileira. O procedimento de inspeção internacional in locu é requisito para habilitação de fabricantes, e costuma ser bastante demorado. Há, inclusive, que se considerar como a principal barreira regulatória enfrentada pelas empresas que já operam no país.

Nessa toada, a Anvisa já baixou norma que permite a utilização de relatórios de autoridades estrangeiras acreditadas, como FDA e União Europeia, facilitando a análise técnica da agência nacional e, assim, evitando o deslocamento de fiscais ao país de origem do produto.

No relatório de impacto aprovado pela diretoria colegiada, a agência pondera que não houve tempo suficiente para amadurecer a eficácia e segurança dos produtos de Cannabis. A pandemia que viria semanas após a promulgação do marco regulatório da 327 dificultou o início ou a conclusão de estudos e pesquisas pelo meio acadêmico.

Por isso, o documento indica que a Anvisa irá conceder mais cinco anos em sede de renovação para os produtos de Cannabis atualmente autorizados no Brasil. Um folego esperado pelas empresas para poder finalmente migrar para as categorias tradicionais de medicamentos, cumprindo os requisitos de qualquer outra droga liberada para o mercado brasileiro.

As farmácias de manipulação podem aguardar o desfecho com boas expectativas. A Anvisa aponta a judicialização crescente do setor e os bons resultados do mercado no judiciário para justificar a revisão da maior injustiça que a RDC 327 cometeu: enquanto facilita o caminho para a indústria, a agência arbitrariamente proíbe as farmácias de realizar a manipulação dos derivados da planta, também vetando a simples dispensação ou comércio de produtos terminados em suas embalagens originais, o que cria evidente reserva de mercado em favor das drogarias.

Qualquer farmácia de manipulação que detenha a Autorização especial da Anvisa está apta a operar com produtos de controle especial, caso do THC e do CBD, além de tantos outros insumos farmacêuticos com efeito psicoativo ou entorpecente. Podem manipular morfina, lisdexanfetamina (princípio ativo do venvansse), testosterona e tantas outras substâncias que apresentam inclusive mais alto risco potencial do que a Cannabis.

O plantio também foi citado e deve ser o objetivo de normativas específicas da agência. A ver, porque estamos aguardando há muito que a Anvisa autorize o plantio, liberando do fardo criminal milhares de famílias que cultivam para extração caseira e as associações canábicas.

Antes da aprovação final, a Anvisa realizou uma consulta pública para coletar opiniões e sugestões da sociedade. Essa consulta teve um papel crucial para a formulação das decisões finais, incorporando diversas contribuições de especialistas, pacientes e outros interessados.

O impacto regulatório tende a ser positivo, tanto para o mercado quanto para os pacientes que necessitam desses produtos. A expectativa é que as novas normas facilitem o acesso a tratamentos baseados em Cannabis, promovendo um melhor controle de qualidade e segurança, além de garantir ampliação do acesso, o que passa pela necessária redução dos custos dos produtos, promovendo a introdução de novas opções terapêuticas da planta no mercado brasileiro.

O próximo passo é a publicação do texto de consulta pública, que permitirá aos pesquisadores, associações, empresas, profissionais de saúde e pacientes opinarem sobre o texto, antes da deliberação final da diretoria colegiada da Anvisa.

Mais um passo foi dado. O mercado espera somente que a agência priorize e agilize o processo de revisão, com vistas não somente à segurança jurídico-regulatória das empresas, mas também aos interesses de milhares de pessoas que podem se beneficiar das terapias endocanabinoides.

Acelera, Anvisa!

 

Claudia de Lucca Mano é advogada e consultora empresarial atuando desde 1999 na área de vigilância sanitária e assuntos regulatórios, fundadora da banca DLM e responsável pelo jurídico da associação Farmacann

 

 




Súplica pela civilidade

Em 463 a.C., Ésquilo venceu o festival de teatro grego com a trilogia da qual fazia parte a peça As Suplicantes, única a chegar até nós. A tragédia conta a história de 50 mulheres egípcias que fogem para Argos em busca de proteção contra a lei do Egito que as obrigara a casar contra a vontade delas. O rei de Argos, Pelasgo, sabia que se aceitasse o pedido de asilo das estrangeiras, haveria guerra, pois o Egito não relevaria tal afronta às suas leis e costumes. Por outro lado, havia a tradição sagrada entre os gregos da hospitalidade, prática que cultivavam como um símbolo de sua civilidade. Importante ainda destacar que as suplicantes eram mulheres, negras e que adoravam outros deuses. Isto é, diferentes em quase tudo dos gregos, mas iguais no direito à dignidade. O rei então submete o pedido das egípcias aos cidadãos da cidade, que aprovam o pedido de acolhimento por unanimidade. A vontade geral, mesmo diante do perigo da guerra, não nega o que deve ser o direito de cada indivíduo, mesmo que de outra terra, outro sexo, outra fé: viver de maneira digna e honrada. 

Quase vinte e cinco séculos depois, deparamo-nos, diariamente, nos gestos de muitos — adultos, jovens e crianças – a negação da condição fundante da comunidade ocidental: o respeito pela diferença. Nomes precisaram ser inventados para delinear esse mal que nega ao indivíduo o direito de conviver: racismo, xenofobia, machismo, etnocentrismo, gordofobia, capacitismo. E a lista não para de aumentar.

Recentemente, a atriz Samara Fellipo sofreu no coração a violência praticada contra sua filha, na escola onde ela estuda. A menina foi agredida por causa de sua pele preta, porque outras adolescentes consideraram essa diferença em relação às suas próprias peles uma autorização para o escárnio, para a humilhação, a discriminação, o anátema. Jovens que devem ter conversado previamente entre si e decidido causar um dano à colega por causa da sua cor da pele, ainda mais destacada na escola particular da elite branca paulista. Talvez acreditassem que a jovem filha da atriz não devesse estar ali, porque esse lugar não lhe pertence, por ser um lugar de privilégio e privilégio é um lugar branco. E fizeram o que fizeram, acreditando em outro privilégio tão comum às elites nesse país que vive sob o manto fantasmagórico de trezentos anos de escravidão: a impunidade.

A mãe, porém, não se intimidou e denunciou a escola e agora exige rigor na punição. Creio que essa punição deva ser pedagógica e não “criminal”. Não é uma solução tirar algo dessas adolescentes, mas dar-lhes o que lhes falta: civilidade. E também para as famílias delas, porque é difícil imaginar que uma distorção dessa gravidade na noção de indivíduo e de cidadão tenha sido obra apenas da escola. Punir com a expulsão, por exemplo, implica negar a elas aquilo para a qual a escola deveria estar preparada desde sempre: educar para a vida comum. Expulsar e devolver para os pais decidirem o que fazer com as agressoras pode ser um veneno ao invés de um remédio, pois não há garantia de que os pais necessariamente repudiam o que as filhas fizeram. Afinal, como saber de qual lugar saiu a primeira frase de preconceito racial, a primeira piada – que os racistas insistem em travestir de “brincadeira”– ou mesmo o primeiro comentário sobre a cor preta da pele da menina que estuda com as filhas. 

O que deve ser exigido – e é hora de faze-lo efetivamente – é lembrar, como afirma a filósofa Hannah Arendt, que educar não é apenas transmitir conhecimentos, mas assumir responsabilidades. E a responsabilidade por práticas como essas que atingiram a jovem filha da senhora Samara – e que se espalham em uma cruel teia de violência por escolas públicas e privadas de todo o país – é de cada um de nós, como foi do rei Pelasgo e do povo de Argos. Se para acabar com a discriminação, que permite troçar do corpo do outro como se fosse um brinquedo de madeira, for preciso enfrentar a guerra, que cavemos trincheiras e portemos as armas possíveis para vencer esse mal. Ou logo não poderemos mais olhar uns nos olhos dos outros.

 

Daniel Medeiros é doutor em Educação Histórica e professor no Curso Positivo. 

@profdanielmedeiros




Concurso premia ações em defesa do rio Paranapanema

 

 

A 2ª edição do prêmio que vai apreciar ações que utilizem dos quatro pilares da sustentabilidade – ambiental, econômico, social e cultural – relacionadas às práticas em prol da Bacia Hidrográfica do Rio Paranapanema inclui, entre seus participantes, a categoria imprensa. As inscrições estão abertas até 30 de setembro.

Para valer, as ações ambientais desenvolvidas devem ter começado a partir de 2023 e também ter relação educativa ambiental com o Rio. Trata-se de um dos cursos de água mais importantes do interior dos Estados de São Paulo e Paraná.

São cinco as categorias que podem concorrer: o poder público, setor de usuários de recursos hídricos, entidades civis, ensino e pesquisa (escolas e faculdades, por exemplo), e imprensa.

Uma comissão avaliadora será responsável por habilitar os inscritos e pontuar os projetos de acordo com os critérios de avaliação estabelecidos. Ao final do processo, as três melhores ações vencedoras por categoria e modalidade passarão por uma votação online, que definirá um ganhador para cada.

Como se inscrever

Pelo e-mail [email protected], por meio de envio do formulário de inscrição disponível no site, https://www.paranapanema.org/2premioeusouparanapanema/




Educação lança estágio remunerado para alunos do Ensino Médio

 

 
 

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) propôs à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) a criação de um programa de estágio para alunos da rede que cursam o Ensino Médio e Técnico. O objetivo principal, ao inserir os alunos no mercado de trabalho, é o combate à evasão escolar. A iniciativa inédita também vai valorizar os estudantes do Ensino Médio, que poderão atuar como monitores no reforço de língua portuguesa e matemática nas escolas de ensino regular.

A proposta da Seduc-SP visa proporcionar aos estudantes complementação do ensino e da aprendizagem, com  o pagamento de bolsas mensais de R$ 1.000 a estagiários que frequentam os cursos na área de tecnologia oferecidos no itinerário formativo de Ensino Médio Técnico, de ciência de dados e desenvolvimento de sistemas. Para os demais cursos, a expectativa da Educação é um pagamento mensal de R$ 650. Para todos os estudantes selecionados, a bolsa será paga por quatro horas de jornada de atividades de estágio diárias — 20 horas semanais.

Com a aprovação da Alesp, a equipe técnica da pasta dará início à abertura de editais para parcerias com instituições e empresas privadas interessadas em receber os  estudantes do programa. O início dos estágios deve ocorrer entre o fim deste ano e o início de 2025. Inicialmente, o programa deve beneficiar 5.000 estudantes do ensino técnico. A expectativa é ampliar o número para 30 mil estagiários.

A bolsa-auxílio será paga pela Educação por um período de seis meses, assim como o seguro contra acidentes pessoais dos estudantes. As empresas parceiras deverão fornecer auxílio transporte aos estudantes e dispor de profissional que atuará como supervisor do estágio, com formação ou experiência na área de conhecimento do curso técnico da Seduc-SP.

Após um período de estágio de seis meses no programa estadual, os estudantes concluintes do Ensino Médio poderão ter seus contratos de estágio assumidos pelas empresas.

O projeto é dedicado aos estudantes que cursam o ensino técnico em suas próprias unidades escolares, com professores contratados pela Seduc-SP e por parceiros, como o Centro Paula Souza, ou ainda por meio da parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Nesse último caso, o Senai também deve integrar o projeto indicando parcerias com empresas atreladas aos cursos ofertados pelo serviço.

 

Atualmente, a Educação de SP tem 73,6 mil estudantes matriculados no itinerário formativo do Ensino Médio Técnico. O único curso entre os ofertados aos estudantes da rede pública paulista com estágio obrigatório é o de enfermagem. Para esses estudantes, a Seduc-SP pretende pagar uma bolsa por cerca de 10 meses, no segundo ano de ensino técnico e última série do Ensino Médio, para manutenção dos alunos na escola e no curso.

“A expectativa da criação desse programa abrange e beneficia nossos estudantes de várias maneiras. Com o estágio, eles não terão apenas um incentivo financeiro para continuarem na escola e aprender, mas também para conhecerem o mercado de trabalho, atuarem de forma prática com aquilo que é ensinado em sala de aula e ainda decidirem o que eles esperam para o futuro no campo profissional”, informa o secretário da pasta da Educação, Renato Feder.

O secretário destaca ainda a possibilidade de os estudantes da rede atuarem em suas áreas de estudo. “Nosso programa começa garantindo a bolsa, paga pelo estado, a 5.000 estudantes, com vistas a ampliar para 30 mil estagiários, com valores competitivos às médias pagas no nosso estado e interessante aos nossos alunos. Nós também queremos dar visibilidade às potencialidades dos nossos alunos. Hoje temos mais de 70 mil jovens que estão aptos a estagiar em empresas de diversos segmentos, com cursos pensados a partir da economia local em todas as regiões paulistas.”

Monitoria para melhorar o ensino

O programa prevê, ainda, o pagamento de bolsas a estudantes dos itinerários formativos de exatas e humanas da Secretaria da Educação, que estudam em período parcial e poderão atuar como monitores das disciplinas de língua portuguesa e matemática a partir do segundo semestre deste ano.

O objetivo é que esses estudantes desempenhem atividades de auxílio ao aprendizado, com supervisão de professores-orientadores das áreas de língua portuguesa e matemática. A previsão é o pagamento de R$ 400 mensais relativos à bolsa monitoria.

Outras regras do estágio, assim como da monitoria, serão definidas mediante a aprovação do projeto de lei pela Alesp.




Procedimento inédito e minimamente invasivo eleva padrões na área da urologia da Santa Casa

 

 

A Santa Casa de Assis realizou mais uma cirurgia pioneira no campo da urologia: a primeira HoLEP – Enucleação da Próstata com Laser. Este procedimento inovador, realizado no dia 24 de maio, representa mais um avanço da instituição, oferecendo serviços modernos aos pacientes.

A HoLEP é uma técnica avançada que utiliza laser para a remoção de tecido prostático, proporcionando uma alternativa menos invasiva e mais eficaz em comparação aos métodos tradicionais. Os principais benefícios para os pacientes incluem: menor tempo de internação, risco mínimo de sangramento e sintomas pós-operatórios mínimos.

O procedimento foi realizado pela equipe liderada pelo urologista da Santa Casa de Assis, Dr. Danilo Colnago e contou com a participação do Dr. Lucas Takikawa – médico especializado em tratamentos minimamente invasivos. Também urologista da Instituição, o Dr. Rafael Bittencourt participou da intervenção.

A HoLEP envolve a inserção de um equipamento com câmera e fibra laser pela uretra, eliminando a necessidade de cortes, mesmo em casos de próstatas volumosas. A fibra laser separa o adenoma prostático da cápsula e controla o sangramento dos vasos, oferecendo uma solução eficaz e segura para a obstrução da região central da próstata.

“É uma inovação dentro da área da urologia, pois permite um menor tempo de internação do paciente, risco de sangramento e sintomas pós-operatórios mínimos. Contem com o trabalho da nossa equipe e de toda a Santa Casa de Assis para a realização de diagnóstico de doenças relacionadas a próstata e cirurgias como esta,” disse o Dr. Danilo Colnago, urologista da Santa Casa de Assis.

A avançada operação aconteceu na Unidade Europa. Recém-inaugurado, o novo prédio hospitalar da Santa Casa de Assis conta com uma estrutura completa para atendimento a diversas especialidades e um centro cirúrgico com equipamentos modernos.




Diocese de Assis

 

Há grande diferença entre a lei dos homens e a Lei de Deus. A legislação humana vem acrescida de detalhes e pormenores próprios que se adaptam aos costumes e modismos de cada geração. Anseia sempre pela perfeição que não temos, mas buscamos constantemente. Por isso nossas leis exigem mais do que pensamos praticar ou merecer. Buscamos, através das nossas leis mutáveis e flexíveis, a justificação de um padrão de dignidade que pensamos ter. Já a Lei de Deus que muitas vezes menosprezamos  ou desdenhamos, prima por sua simplicidade e objetividade. Dez em um: amar a Deus e ao próximo. Como deveríamos amar-nos a nós mesmos!

Bem nos lembra uma verdade cristã: “A lei foi feita para o homem e não o homem para a lei”. Essa sutil diferença entre os preceitos humanos e os mandamentos divinos é que dá a grandiosidade do amor divino por suas criaturas. O conceito do certo e errado é Ele quem dimensiona, abrindo nossos corações e consciência para o melhor caminho a seguir. A medida e a diferença entre preceito e mandamento está diretamente relacionada com nossos conceitos de fé e razão. Deixa de ser as excessivas exigências das leis humanas para submeter-se ao peso do coração, símbolo do amor sem medidas, generosidade, perdão e compreensão. Um coração que ama é nosso melhor juiz.

Não seja você o juiz do seu irmão. Ao contrário, estenda-lhe a mão, nunca o chicote. A cura de um homem com a mão seca, naquela sinagoga onde se discutia o peso das leis, não foi mera coincidência. A pergunta ficou sem as respostas dos doutores da lei: “É permitido  no sábado fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida  ou deixa-la morrer?” (Mc 3,4). Era preciso estender-lhe a mão… Mais uma vez, o alerta subliminar da doutrina de Cristo privilegia a dignidade humana, não a frieza dos letrados, a dura lei do farisaísmo mundano. “Dura lex, sed lex”, ainda gritam seus guardiões. Os mesmos que decretaram a morte daquele galileu insubmisso aos braços da lei dos homens. Dura era a lei, mas era lei, preconizavam os poderosos.

Afinal, qual a diferença entre uma e outra, entre a constituição dos poderes e a constituição do amor?  Preceitos continuam como regras do proceder humano diante de suas condutas sociais, formalidades institucionais. É a doutrina da ordem imposta. Não vamos rasgar nossas constituições por tão pouco, mas respeitá-las com o devido senso da justiça humano-cristã. Já um mandamento divino tem a bênção celestial de uma voz de comando superior a tudo, a todos. Também é preceito, uma vez que se revestiu como um decálogo sagrado, princípio básico de um povo em busca de sua liberdade e soberania. Vale lembrar que, mesmo com sua simplicidade e objetividade, de dez leis suscintas e perfeitas que eram, o decálogo do Sinai, ao longo dos séculos, foi acrescido de seiscentos e tantos novos itens pelos guardiões da lei. Por isso Jesus o resumiu drasticamente. Basta um: o amor. Amor a Deus e ao próximo! O resto… o resto virá por acréscimo. Eis nossa lei, o preceito do amor, o mandamento novo… Isso nos basta!

          WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]