Bullying e cyberbullying nas escolas. Como agir?

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A notícia de que um colégio de elite da cidade de São Paulo expulsou quatro alunos do 2º e 3º anos do ensino médio envolvidos em bullying e cyberbullying  fez reacender a discussão sobre essa prática de violência entre estudantes.

De acordo com informações divulgadas na mídia, um grupo de WhatsApp composto só por meninos pedia que os recém-chegados ao colégio executassem algumas tarefas e, caso não obedecessem, faziam ameaças, inclusive de morte. As mensagens faziam apologias ao racismo, machismo, homofobia, misoginia e violência sexual. Outros 34 alunos envolvidos na administração do grupo foram suspensos.

Conforme explica o pediatra Fausto Flor Carvalho, presidente do Departamento de Saúde Escolar da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), na prática do bullying, sempre existe o agressor e a vítima e, em geral, ocorre em ambiente escolar, entre estudantes. “O bullying pode ser entendido como atos intencionais de opressão, humilhação, discriminação, tirania, agressão e dominação de pessoas ou grupos sobre outras pessoas ou grupos mais vulneráveis, geralmente entre duas pessoas que deveriam ser os mesmos pares, ou seja, entre colegas da mesma faixa etária, da mesma turma, da mesma escola”, explica o médico, enfatizando que quando se fala em tratar ou prevenir o bullying, é preciso abordar ambas as partes, tanto aquele que foi vítima quanto aquele que foi o agressor.

Nesse caso específico da escola de São Paulo, o especialista diz que o bullying extrapolou para uma condição análoga ao crime, como ameaça de estupro, morte e indução de menor a tomar bebida alcoólica. “Essa prática sempre existiu e o maior exemplo disso são os trotes das faculdades, contudo, quando acontece com adolescentes, é preciso muitas vezes tomar medidas mais drásticas”, afirma, ressaltando que a atitude de expulsão parece ser extrema, uma vez que é também papel da escola mediar a situação. “No entanto, a gente compreende a escola, porque se tiver que tomar uma decisão entre as duas partes, ela tem que defender aquele que foi vítima em detrimento daquele que é o agressor, inclusive para melhoria do ambiente escolar como um todo”, conclui Carvalho.

 

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