Casamento se faz com amor e reconquista

Por Déa Jório e Jal Reis

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Com os anos de relacionamento, não é incomum que todo aquele encanto, a alegria, o prazer de estar com a pessoa amada enfraqueça, diminua, encolha e desbote. Em outras palavras, a conexão vai se perdendo. E, com ela, a intimidade.

Com a convivência, o desgaste, problemas que todo casal enfrenta, a conexão se reduz ou até desaparece. O grande desafio é mantê-la, é recolocá-la na rotina, é renová-la, reerguê-la. E mesmo fortalecê-la, caso não tenha se perdido. Porque nunca é demais estar cada vez mais ligado a quem se ama.

É preciso entender, antes de tudo, que as formas de se manter conectado a alguém mudam com o tempo. A afinidade inicial, que deu o clique lá atrás, quando vocês começaram o namoro, pode não ser mais a mesma.

Se, com o passar dos anos, você quer voltar ao que o(a) aproximava de seu amor, pode ser que reencontre exatamente aquela conexão inicial – mas pode ser também que ela tenha ficado no passado mesmo, para sempre.

Por isso é importante você conhecer seu(sua) parceiro(a), se interessar por ele/ela, procurar o que a(o) liga a ele/ela agora. Às vezes, como no filme Casal improvável, essa conexão pode estar nos momentos mais banais, mais triviais, mais simples da vida.

Portanto, ela começa de algo que vocês já têm. Não é preciso inventá-la. Claro que não é fácil manter compatibilidade em todas as áreas da vida ao mesmo tempo. As conexões são dinâmicas, como a vida. Por isso, em cada momento, é indispensável saber o que o outro deseja, o que ele/ela pensa, quais são suas demandas e carências.

É a partir daí que novas conexões se tornam possíveis. Isso não quer dizer que elas sejam fáceis. Aliás, é exatamente nos momentos mais difíceis que essa ligação é posta à prova. É fácil conectar-se quando tudo está bem.

Porém, quando seu(sua) companheiro(a) está passando por um mau momento ou quando ele/ela está errando com você, aí é muito trabalhoso manter ou gerar conexão. Ela é a forma como a outra pessoa se sente percebida e amada. Tudo parte daí.

É preciso ser um “operário do amor” e trabalhar muito para que a afinidade não se perca e sempre se renove. Porque, uma vez que diminui, a tendência é que, com o tempo, a distância entre o casal só aumente. A relação madura entre um homem e uma mulher é algo desafiador. É necessário ser criativo(a), interessado(a), paciente, sensato(a). E, principalmente, mobilizar toda a sua capacidade de amar.

Quando falamos em conexão, o objetivo é entender que essa reaproximação, essa reconquista da intimidade transmite ao(à) seu(sua) companheiro(a) a certeza de que ele/ela é amado(a), admirado(a). Isso propicia segurança. Uma pessoa se solta, se desinibe, se conecta somente num ambiente em que se sente segura. As relações afetiva e física dificilmente serão boas num ambiente de insegurança e de desconfiança.

O relacionamento amoroso é uma ótima forma de desenvolvimento pessoal. Observe quanta capacidade, quanta habilidade você precisa desenvolver para manter um namoro ou um casamento. Ou seja, a partir de um relacionamento saudável você se prepara para lidar com o trabalho, com as amizades, com os filhos, com os pais. É em casa que aprendemos a cuidar, a amar. A conexão gera harmonia e entendimento.

 

Déa Jório, fisioterapeuta especialista em Saúde da Mulher, e Jal Reis, terapeuta e educador sexual, casados há 10 anos e autores do livro “21 Hábitos para Apimentar o Relacionamento”.

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