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Diocese de Assis

 

Diz a sabedoria popular: “Não dê trela para um louco, senão você acaba igual”. Mas é na loucura de muitos que encontramos a verdade em plenitude. Ao menos foi assim que se nos revelou a mais cristalina das verdades humanas. Eis que um maltrapilho e andarilho, um quase esmoler das nossas vilas e cercanias, andava por aí gritando que o tempo já se cumpriu, nova aurora se anunciava, que os dias que tantos sonhavam estavam chegando. O pobre esfarrapado nem calçado tinha. Vestia-se com peles e comia gafanhotos embebidos em mel silvestre. E gritava em alto e bom som as verdades que seu peito retinha: “Daquele que vem não sou digno sequer de desatar seus calçados!”

Sim, esse era o profeta de um novo tempo. Não era o Messias como muitos pensavam, mas seu discurso possuía o timbre de uma revelação maravilhosa. Tal qual aquele louco que perambulava pelas ruas de um Rio dum janeiro qualquer, num passado bem recente, clamando por mais gentileza aos transeuntes apressados pela correria dos nossos tempos. Cuidado, devagar! “Gentileza gera gentileza!”, dizia a todos. Da mesma forma, aquele às margens de um outro rio, um Jordão puro e cristalino, também dizia: “Vigiai, vigiai!” Estejam atentos, pois a pureza dessas águas não se compara com a força transformadora e cristalina da promessa que Ele vai realizar: seu batismo no Espírito. O caudaloso rio que renova a vida do nosso deserto não se compara em nada ao rio de graças e bênçãos que “Aquele que vós não conheceis – e que vem depois de mim” (Jo  1, 26) – tem para nos oferecer.

Esse João Ninguém , mesmo assim, continuava seu rito de iniciação, purificando a todos com seu gesto batismal. Daí a importância desse ritual em nossas vidas, o princípio de uma caminhada de fé, o batismo nas águas que nos permite antecipar a necessária preparação para nosso advento espiritual, nossa vida em consonância com os planos de Deus, que nos revela o clima de paz e harmonia sempre presentes em Betânia, além do Jordão. O local das revelações cristãs onde coincidentemente João estava batizando. Betânia tornou-se símbolo de paz e harmonia, uma casa predileta do Cristo entre nós. Ao longo de seu ministério era ali que Jesus refazia suas forças, na companhia de Lázaro, suas irmãs e muitos discípulos amados por Ele. Dentre eles, familiares de João, seu primo que “perdeu a cabeça” pela fé que professou…

“Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz”. Essa era sua identidade, sua única razão de ser, de existir, que aparentemente nos soa como demência pura e simples, cuja consequência lhe foi fatal, mas nos proporcionou o reconhecimento do Cristo entre nós. Eis sua maior riqueza, a virtude da “gentileza” de revelação profética! Se hoje temos Jesus como a maior dádiva divina, se sua doutrina chegou até nós como o mais perfeito roteiro para se alcançar a plenitude que sonhamos, se nossa história encontrou novo sentido após a aurora do anúncio de que o “Cordeiro de Deus” está entre nós, foi graças à coragem e insanidade de João Batista, a voz que hoje retumba no deserto de nossas tribulações: “Vigiai e orai, pois o Reino de Deus está próximo”!

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]

 

 




ESPAÇO  ESPÍRITA

Ele não era médico e levantou paralíticos e restaurou leprosos, usando o divino poder do amor.

Não era advogado e elegeu-se o supremo defensor de todos os injustiçados do mundo.

Não possuía fazendas e estabeleceu novo reino na Terra.

Não improvisava festas e consolou os tristes e reergueu o bom ânimo das almas desesperadas.

Não era professor consagrado e fez-se o Mestre da Evolução e do Aprimoramento da Humanidade.

Não era Doutor da Lei e criou a universidade sublime do bem para todos os espíritos de boa vontade.

Padecendo amarguras – reconfortou a muitos.

Tolerando aflições – semeou a fé e a coragem.

Ferido – curou as chagas morais do povo.

Supliciado – expediu a mensagem do perdão e do amor, em todas as direções.

Esquecido pelos mais amados – ensinou a fraternidade e o reconhecimento.

Vencido na cruz – revelou a vitória da vida eterna em plena e gloriosa ressurreição, renovando os destinos das nações e santificando o caminho dos povos.

Ele não era, portanto, rico e engrandeceu os celeiros dos séculos.

Quem oferecer, assim, o coração, em homenagem ao Divino Amor na Terra, poderá, desse modo, no exemplo de Jesus, embora anônimo, aflito, apagado ou crucificado, atender à santificada colaboração com Deus, a benefício da Humanidade.

ANDRÉ LUIZ

Extraído do livro “Antologia Mediúnica do Natal”

Psicografia: Francisco Cândido Xavier – Editora FEB

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Diocese de Assis

Em todo tempo é tempo de missão, mas, quando se aproxima o natal de Jesus, nos vemos convocados, de novo, por aquele que é o enviado do Pai e que, a partir de Belém e da manjedoura nos ensina a viver em missão.

Vida em missão é como semente lançada na terra: entra no mistério do crescimento, do fruto maduro e da colheita. Mas é bom enfatizar que, não é a vida de um lado e, a missão de outro, mas, vida em missão; juntas e misturadas.

A vida foi concebida para ser missão e a missão para ser vida. Separadas, elas não são sementes, não são lançadas, não brotam, não crescem, não frutificam e não viram colheita.

Eis, portanto, o alerta que nos faz o Senhor: “Eu garanto a vocês: se o grão de trigo não cai na terra e não morre, fica sozinho. Mas se morre, produz muito fruto. Quem tem apego à sua vida, vai perdê-la; quem despreza a sua vida neste mundo, vai conservá-la para a vida eterna. Se alguém quer servir a mim, que me siga. E onde eu estiver, aí também estará o meu servo. Se alguém serve a mim, o Pai o honrará” (Jo 12,24-26).

Mas, afinal de contas, que outro sentido e valor teria a nossa vida? De que maneira seria tão preciosa? Como encontraria tantas razões? Onde seria revestida com tanta beleza?

Paulo tem algumas convicções sobre o valor e o sentido da vida em missão que, resultaram da vivência e aprofundamento, pessoal, no mistério do Cristo morto e ressuscitado. São iluminações que nos ajudam, também, a responder sim, com convicção:

Considerar o Cristo como o centro e a razão de tudo.

“Por causa de Cristo, porém, tudo o que eu considerava como lucro, agora considero como perda. Quero, assim, conhecer a Cristo, o poder da sua ressurreição e a comunhão em seus sofrimentos, para tornar-me semelhante a ele em sua morte, a fim de alcançar, se possível, a ressurreição dos mortos. Não que eu já tenha conquistado o prêmio ou que já tenha chegado à perfeição; apenas continuo correndo para conquistá-lo, porque eu também fui conquistado por Jesus Cristo” (Fl 3,7.10-12).

Receber, da graça de Deus, a força na fraqueza.

“Ele, porém, me respondeu: ‘Para você basta a minha graça, pois é na fraqueza que a força manifesta todo o seu poder.’ Portanto, com muito gosto, prefiro gabar-me de minhas fraquezas, para que a força de Cristo habite em mim. E é por isso que eu me alegro nas fraquezas, humilhações, necessidades, perseguições e angústias, por causa de Cristo. Pois quando sou fraco, então é que sou forte” (2 Cor 12,9-10).

Sustentar, com o testemunho, o serviço confiado por Cristo.

“Mas, de modo nenhum considero minha vida preciosa para mim mesmo, contanto que eu leve a bom termo a minha carreira e o serviço que recebi do Senhor Jesus, ou seja, testemunhar o Evangelho da graça de Deus” (At 20,24).

As respostas de Paulo e de tantos homens e mulheres, na história da fé, nos permitem entender que não se trata de qualquer vida e de qualquer missão mas, a vida em missão a partir do Mistério de Cristo, de sua própria vida em missão.

Sendo assim, compreendendo a nossa própria existência no mundo, como ‘um viver em missão’, daremos sentido novo a tudo o que somos e fazemos, sonhamos e queremos, e projetamos e realizamos; terá razão e sentido o passado, o presente e o futuro; ganhará mais sentido a alegria e a tristeza, a saúde e a doença, a vida e a morte…

Viveremos em missão porque, viver em missão é como nossa respiração diária, faz parte de nós!

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS




Diocese de Assis

 

Surpreso fiquei com o anúncio de que rodovia que uso diariamente e que liga meu interior à grande capital foi eleita como a segunda melhor rodovia brasileira. Não só surpreso, mas igualmente decepcionado, pois imaginei o quão péssimas seriam as demais. Porque por aqui o tráfego é terrível, os remendos se sucedem uns sobre os outros, os longos aclives e declives tornam-se as maiores causas de grandes acidentes e o título histórico de corredor da morte ainda não lhe foi tirado em definitivo. Sinceramente, onde “arranjaram” esse título?

Mas a surpresa acontece numa semana em que o calendário litúrgico nos desafia: “Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas estradas!”  O grito profético do deserto é bem atual, posto que nos chama à responsabilidade e nos convida a refletir sobre fatos, acidentes e incidentes, que nos rondam diuturnamente e para os quais sempre apontamos culpados, damos-lhes nomes e sobrenomes, mas nunca nos incluímos nesta vasta lista. Consertar estradas não é atribuição nossa. Os responsáveis que arquem com as consequências de eventuais desastres.

Confessemos os nossos pecados. Neste campo aparentemente vazio, que constitui também nosso “interior”, está a raiz condutora da vitalidade necessária para “aplainarmos” os caminhos do Senhor. Endireitar suas veredas é também manter nossa ligação com a capital celeste, a Jerusalém que sonhamos. Endireitar suas veredas é evitar “remendos” improvisados e fazer das artérias de nosso coração um canal de fluxo e refluxo permanente com a vontade de Deus; é evitar longos aclives de declives, altos e baixos, mas construir pontes seguras que nos unam aos canais das graças celestes. É alcançar o outro lado sem os obstáculos do medo e da insegurança.

Por isso o grito no deserto é a voz da nossa consciência a pedir socorro. Do Batista herdamos a consagração batismal, mas também a audácia testemunhal, ou seja: a coragem de apontar a todos o Cristo que passa, o Cordeiro de Deus entre nós. “Depois de mim virá alguém mais forte do que eu” (Mc 1,7). Essa deveria ser a afirmativa mais sonora e constante na vida dos que evangelizam. Nada fazemos com nossas fraquezas e limitações pessoais, mas através delas é que nos tornamos capazes de transformar o mundo com nossa presença e ação missionária. Como diria Paulo: quando sou fraco é que me sinto forte”. Na estrada que hoje percorremos a paisagem não é das melhores, mas o tráfego terá mais fluidez se nos dispusermos a endireitar seu trajeto e buscarmos com mais objetividade as metas que o Espírito nos aponta. Metas de um novo tempo. Caminhos certeiros e seguros que só o anúncio evangélico é capaz de proporcionar àqueles que percorrem a estrada da vida. Mas ainda se surpreendem com a revelação de ser esta não a segunda, mas a melhor rodovia de retorno à nossa morada definitiva.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]




Espaço Espírita

 

            “Tornou, pois, a entrar Pilatos no pretório, e chamou a Jesus, e disse-lhe: Tu és o Rei dos Judeus? Respondeu-lhe Jesus: O meu Reino não é deste mundo; se o meu Reino fosse deste mundo, certo que os meus ministros haviam de pelejar para que eu não fosse entregue aos judeus; mas por agora o meu Reino não é daqui. Disse-lhe então Pilatos: Logo, tu és rei? Respondeu Jesus: Tu o dizes, que eu sou rei. Eu não nasci nem vim a este mundo senão para dar testemunho da verdade; todo aquele que é da verdade ouve a minha voz.” (João, 18:33-37)

Por estas palavras, Jesus se refere claramente à vida futura, que ele apresenta, em todas as circunstâncias, como o fim a que se destina a humanidade, e como devendo ser o objeto das principais preocupações do homem sobre a Terra. Todas as suas máximas se referem a esse grande princípio. Sem a vida futura, com efeito, a maior parte dos seus preceitos de moral não teriam nenhuma razão de ser. É por isso que os que não creem na vida futura, pensando que ele apenas falava da vida presente, não os compreendem ou os acham pueris.

Esse dogma pode ser considerado, portanto, como o ponto central do ensinamento do Cristo. Eis porque está colocado entre os primeiros, pois deve ser a meta de todos os homens. Só ele pode justificar os absurdos da vida terrestre e harmonizar-se com a justiça de Deus.

Extraído do livro “O Evangelho segundo o Espiritismo” – Allan Kardec – Cap II – Meu reino não é deste mundo

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Diocese de Assis

De um modo geral, todos querem e pleiteiam o melhor para si e, por vezes, para os seus: o melhor lugar, o melhor emprego, o melhor salário, a melhor cidade… o melhor… sempre o melhor mas, o melhor pretendido contrasta com uma lentidão, pouca a coragem, falta de decisão e pouco empenho na busca do melhor, no sentido de formar o caminho, a oportunidade e a conquista desse melhor que perdura como conversão, mudança, transformação e felicidade.

Todo melhor que não coopera para melhoramentos pessoais não passa de uma ilusão consumista sustentada por uma ostentação fantasiosa. Infelizmente, esse é o fracasso de uma mentalidade rasa e imediatista na qual estamos mergulhados e que defendemos de unhas e dentes, em nome de uma pretensa liberdade. Nada parece satisfazer a nossa gana por mais e sempre mais porque, sem perceber, estamos ficando cheios de muitos vazios insaciáveis.

Qual é a esperança para os vazios que persistem nas pessoas, num mundo que, além de não satisfazer, aumenta os vazios e aprofunda a sua crise?

Ora, se temos claro que o vazio do mundo é o excesso do ter, do prazer, do poder, do fazer que leva a muitas e diversas banalizações, a muitas e diversas perda de sentido, a muitas e diversas dores e males, fica claro, também, que o remédio para a crise dos vazios é o esvaziamento de tudo o que está enchendo e estufando a todos.

O esvaziamento é uma mística que chama e convoca à disciplina do silêncio que, por um lado, nos coloca em contato com o barulho ensurdecedor de tudo aquilo que não promove sentido à vida e são como abismos em nós e no mundo, e por outro lado, nos permite ressignificar a vida e tudo o que dá sentido a ela.

Para quem tem fé, a busca de sentido passa pelo encontro e reencontro pessoal com o Senhor. Estamos no tempo do advento que tem vários apelos importantes. Um desses apelos é o de ir para o deserto ao encontro do Senhor que dá sentido para a vida que está sem sentido. Somos convidados a ingressar no grande silêncio do deserto para ouvir a voz divina de modo a ampliar o espaço do nosso coração. É no silêncio que a mensagem profética compromete nossas vidas a construir caminhos que conduzem ao encontro do Emanuel, o Deus que vem viver em nosso meio e encher nossa vida de sentido. É no silêncio interior que esperamos viver um novo céu e uma nova terra.

Precisamos criar compromissos diários de nos afastarmos do tumulto do mundo e ir ao “deserto” para ouvir a Boa Notícia de Deus falando ao coração, dedicando tempo para o silêncio e a reflexão, a fim de nos prepararmos para o encontro com o Emanuel, no Santo Natal.

O profeta Isaías 40,1-5.9-11 traduz o anseio de vida plena, satisfeita e com sentido, chamando-nos à renovação da esperança e da confiança:“Consolai o meu povo, consolai-o!” — diz o vosso Deus — Falai ao coração de Jerusalém e dizei em alta voz que sua servidão acabou e a expiação de suas culpas foi cumprida; ela recebeu das mãos do Senhor o dobro por todo os seus pecados”. Grita uma voz: “Preparai no deserto o caminho do Senhor, aplainai na solidão a estrada de nosso Deus. Nivelem-se todos os vales, rebaixem-se todos os montes e colinas; endireite-se o que é torto e alisem-se as asperezas: a glória do Senhor então se manifestará, e todos os homens verão juntamente o que a boca do Senhor falou. Sobe a um alto monte, tu que trazes a boa-nova a Sião; levanta com força a tua voz, ergue a voz, não temas; dize às cidades de Judá: “eis o vosso Deus, eis que o Senhor Deus vem com poder, seu braço tudo domina: eis, com ele, sua conquista, eis à sua frente a vitória. Como um pastor ele apascenta o rebanho, reúne, com a força dos braços, os cordeiros e carrega-os ao colo; ele mesmo tange as ovelhas mães.”

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS




Milhares de voluntários se oferecem para responder: Será que a Terra vai sobreviver?

 

Nos últimos meses, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registrou repetidamente recordes na temperatura média no Brasil. A combinação de secas, chuvas intensas e calor extremo interfere nas atividades produtivas, além de causar muitos prejuízos e perdas sociais em escala pessoal e coletiva. Centros internacionais de monitoramento do clima global indicam que 2023 terminará como o ano mais quente já registrado na Terra. E, durante a Cúpula da Ambição Climática, realizada em setembro de 2023 em Nova York, Estados Unidos, a ONU reconheceu a urgência de mudanças para diminuir a crise do clima.

Em meio à crescente preocupação com as alterações climáticas, as Testemunhas de Jeová partilham uma mensagem de esperança. Desde novembro, centenas de milhares de voluntários em todo o país oferecem aos seus vizinhos a revista Despertai! N°1 de 2023 com o tema: Será que a Terra vai sobreviver? – Motivos para ter esperança. A iniciativa continuará até dezembro.

Nessa edição são abordados temas como:

  • Água: Que processos naturais impedem que a água que existe no nosso planeta desapareça?
  • Oceanos: Será que o dano causado aos oceanos pode ser revertido?
  • Florestas: O que ecologistas observaram recentemente sobre áreas desmatadas?
  • Ar: Que ciclos naturais são responsáveis por limpar o ar que respiramos?

“Apesar do cenário desafiador e das preocupações mundiais, há motivos para o otimismo”, diz Gilberto dos Santos, porta-voz local das Testemunhas de Jeová. “A população mundial parece entender que é preciso um esforço conjunto para preservar o planeta e a revista aborda soluções viáveis para o problema, destacando razões para confiarmos em um futuro melhor”.

Uma cópia online gratuita dessa edição de Despertai! está disponível no site JW.ORG. A revista também pode ser acessada no formato Linha Braille (BRL) e em Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Porta-voz local das Testemunhas de Jeová

GILBERTO DOS SANTOS

Contato: [email protected]]

 




Diocese de Assis

 

Basta a proximidade de qualquer final de ano para as previsões fatalistas de videntes e sensitivos invadirem nossas mídias e assombrarem o povo simples. Simples na fé e ignorantes na doutrina. Uma dessas sensitivas, ainda hoje, saiu-se com um prognóstico de que nos próximos trinta anos grande parte da população mundial iria “desencarnar” e só sobraria uma maioria de gente boa, purificando-se a raça humana como sonhou o Criador. Até aqui, o desastre não seria tão ruim. Mas Deus é Pai de todos e sua misericórdia se estende “de geração em geração”.  Para bons e maus.

Então, como fica o Evangelho desse início de Advento, onde Marcos (13, 33-37) mostra toda a clarividência de Jesus, nos apontando um final dos tempos? “Vigiai, portanto, porque não sabeis quando o dono da casa vem: à tarde, à meia-noite, de madrugada ou ao amanhecer”. Essa é a verdade que nos preocupa. Um dia iremos prestar contas, frente a frente, cara a cara, com o Senhor de tudo, o dono da nossa casa comum, que hoje quase destruímos com a desordem que aqui praticamos. Estamos assustados com os prejuízos que já se somam como verdadeira catástrofe ambiental. As conferências e planos de restauração estão aí, para “inglês” ver, mas com conteúdos que, se respeitados, seriam de boa valia diante do  caos que ora vemos e sentimos na pele. O aquecimento global é fato. A crise alimentar cresce assustadoramente. A escassez da água potável e dos reservatórios hídricos também preocupa. Nossas matas têm menos verde. As queimadas matam aves e animais do outrora paraíso terreno.

Onde te escondes, Senhor? “Como nos deixastes andar longe de teus caminhos e endureceste nossos corações para não termos o teu temor?” (Is 63,17) O grito de socorro que agora ouvimos parece-nos tardio. Mas vem a hora – e é chegada – de que a consciência do desastre e a visão dos prejuízos nos dão novo alento de esperança e nos faz mais submissos diante da confiança que o Pai nos deposita. Então o milagre acontece. Então a criança insubordinada que ainda somos se dá conta de que algo precisa ser melhorado; um comportamento contrário aos padrões da boa conduta e do respeito ao que é de todos passa a gerir eventuais atitudes de irresponsabilidade coletiva. O bem se torna mais desejado.

Eis que um novo advento, um retorno aos sonhos de uma esperança renovada torna-se aspiração de vida nova. Esse é o momento. Esse é o final que desejamos e que buscamos com nova esperança, novo ardor no coração daqueles que hoje se dão conta da “bagunça” que aqui fizemos. Volte, Senhor Jesus! Estamos dispostos a “desencarnar” o homem velho e fazer nascer no coração de todos o alerta de um novo tempo. “Para que não suceda que, vindo de repente”, o Senhor nos encontre dormindo”. Deixemos de lado as previsões catastróficas… Essas não têm espaço na vida daqueles que alimentam suas esperanças e conduzem suas vidas na expectativa do retorno aos Planos de Deus. Neste não há derrota, destruição e morte. “Vigiai!”.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]




Espaço Espírita

 

Lembre-se de que as outras pessoas são diferentes e, por isso mesmo, guardam maneiras próprias de agir.

Esclarecer à base de entendimento fraterno, sim, polemicar, não.

Antagonizar sistematicamente é um processo exato de angariar aversões.

Você pode claramente discordar sem ofender, desde que fale apreciando os direitos do opositor.

Afaste as palavras agressivas do seu vocabulário.

Tanto quanto nos acontece, os outros querem ser eles mesmos na desincumbência dos compromissos que assumem.

Existem inúmeros meios de auxiliar sem ferir.

Geralmente, nunca se discute com estranhos e sim com as pessoas queridas; visto isso, valeria a pena atormentar aqueles com quem nos cabe viver em paz?

Aprendamos a ceder em qualquer problema secundário, para sermos fiéis às realidades essenciais.

Se alguém diz que a pedra é madeira, é justo se lhe acate o modo de crer, mas se alguém toma a pedra ou a madeira para ferir a outrem, é importante argumentar quanto à impropriedade do gesto insano.

ANDRÉ LUIZ

Extraído do livro “Sinal Verde”

 Psicografia: Francisco Cândido Xavier – Editora CEC

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Diocese de Assis

 

          Pensar e imaginar um  reino onde seus súditos, predominantemente, são pobres criaturas famintas e sedentas, despidas de qualquer traje digno de um padrão social, estropiadas em seus direitos de cidadania, acometidas de muitas doenças ou prisioneiras de um sistema injusto, é pensar e imaginar um povo derrotado e falido em qualquer projeto.

Por outro lado, pensar e imaginar um rei soberano e glorioso, dono das maiores riquezas, capaz de estender seu poder até os  confins do mundo, exibir seu cetro magistral acima de qualquer reinado, impor sua autoridade sem equiparar-se com qualquer outro soberano na terra, escolher seu povo com critérios fora dos padrões convencionais, é pensar e imaginar um reinado utópico, quase impossível…

Eis que esse Rei existe e seus súditos constituem um povo eleito, uma leva infindável de desvalidos que foi posta à direita de seu rei e elevado à posição de herdeiros universais. “Vinde, benditos do meu Pai! Recebei como herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo! (Mt 25,34). Eis a maior riqueza do Rei dos reis… Essa é a predileção, opção preferencial no dizer teológico que muitos refutam, do legítimo herdeiro universal do reino infinito que Deus nos oferece como a única riqueza imperecível desse mundo. Serão eles o fiel da balança que julgará nossos critérios de riquezas e justiça até aqui imaginados pelos reinados do mundo dos homens. Será sob a ótica da convivência fraterna e solidária entre nós que a soberania e vitalidade desse reino se sobrepujará sobre todos os demais.

Cristo-Rei haverá de reinar num universo de pobreza e carências múltiplas. Essa é a base de seu reinado, seu poder acima de tudo e de todos os poderes e potestades que possamos imaginar. O universo dos pobres determina o poder de Deus! Neste, as fortunas e ilusórias riquezas dos que se acham donos desse mundo é falácia transitória, imoral, falível como qualquer outro projeto de poder humano.

Mas quando virás, Senhor? Essa é a pergunta que todos se fazem. Independentemente de sua resposta, o que nos salta aos olhos é a lição da pobreza. Não será sobre o acúmulo de bens que seremos julgados. A questão se chama desapego, desprendimento ou mesmo partilha. Sobre esses itens, aliados à boa administração dos bens recebidos, é que mereceremos ou não a recompensa maior “no Reino que para todos se está preparado”. O importante é a consciência de que somos pobres, paupérrimos; nada seríamos ou teríamos sem a concessão do Senhor do Universo, o herdeiro universal! Daqui só levaremos as mãos vazias, porém o coração cheio de gestos concretos de amor àqueles que prefiguraram o rosto do Cristo entre nós. “Eu era estrangeiro e não me recebestes em casa; eu estava nu e não me vestistes; eu estava doente e na prisão e não fostes me visitar” (Mt, 25, 43). Nesse universo está a salvação, o passaporte para o Reino definitivo.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]