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Diocese de Assis

 

Toda a vida cristã está baseada no modelo de vida do Cristo: suas ações, suas palavras, seus sentimentos, seus pensamentos, seus gestos, sua postura, sua mentalidade, sua sabedoria, seu amor, sua compaixão, sua misericórdia, seu perdão, sua ternura, sua percepção, sua sensibilidade, seu zelo, sua atenção, sua verdade, sua sinceridade…

O cristianismo, portanto, não é, simplesmente, uma ideologia, mas, um ideal; não é uma doutrina, mas, um itinerário de vida; não é uma convenção, mas, uma convicção; não é crença, mas, é fé.

Neste sentido, cristão é aquele que, identificado com o Cristo, se con-figura a ele. Isto é, torna-se um outro Cristo; sem deixar de ser o que é, assume, como sendo seu as ações, as palavras, os sentimentos, os pensamentos, os gestos, a postura, a mentalidade, a sabedoria, o amor, compaixão, a misericórdia, o perdão, a ternura, a percepção, a sensibilidade, o zelo, a atenção, a verdade, a sinceridade… do Cristo. A esse respeito, Tomas Kempis, no passado (1441), falava em Imitação de Cristo. O Evangelho fala de ser santo como o Senhor é Santo. Não são duas verdades que se excluem, mas que se completam. A prática da fé, pela imitação do Cristo, faz chegar à santidade. E santidade deve ser o escopo (meta) da vida.

Ora, quando muita gente pensa que a busca de santidade anula a natureza humana, como fazer da santidade uma meta sem se tornar desumano consigo e com os outros?

É preciso ter claro que, a santidade não desumaniza a pessoa, pelo contrário, totaliza, completa, plenifica. Porque o ideal de santidade pressupõe a realização da pessoa total e não de uma parte dela.

O grave problema de quem considera a busca da santidade como um risco à humanidade de uma pessoa, é a visão compartimentada e fragmentária de tudo.  Ora, quem fragmenta tudo, enxerga tudo através da limitada condição dos fragmentos. De tal forma que a referência de valor, de sentido, de verdade… será sempre pequena.  Por exemplo: quem não vê o tempo para além de um só dia, vai querer tirar proveito de tudo só naquele dia; quem não vê a fome para além da comida, não vai passar de um comilão; quem não vê o trabalho para além do dinheiro, vai continuar sendo um escravo remunerado; quem não enxerga o dinheiro para além do possuir, não vai deixar nunca de ser materialista; quem não enxerga o sexo para além do prazer, nunca resolve as suas obsessões e desvios.

O ideal cristão de santidade pressupõe a natureza humana: suas fraquezas e forças; suas limitações e grandezas, suas contingências e necessidades; seu nada e seu tudo…

Na fé, a visão de homem total (santo) é a de homem Feliz. E isso só é possível fazendo coincidir felicidade com santidade, santidade com realização e realização com prazer.

O grande desastre da vida humana é que, uma inversão, arbitrada pela fragmentarismo, coloca o prazer como princípio de tudo. Nisto está a derrocada do homem porque o hedonismo faz ponte com o individualismo, com o materialismo, com o egoísmo e com muitos outros “ismos” que esvaziam e escravizam.

As bem-aventuranças de Jesus, em Mateus 5,1-12, oferecem um programa de vida, onde o ideal de felicidade é a realização da pessoa em sua totalidade. Tomando como ponto de partida as realidades não negadas (mas assumidas) da vida, mostra como é possível ser feliz. A proposta, presente ali, é de felicidade e, não simplesmente de alegria.  Porque alegria é sempre algo passageiro; vem e vai rápido. A Felicidade, ao contrário, é algo mais duradouro e precisa de mais tempo para se consolidar para se tornar realização. Porque ela pode chegar não só através de uma alegria, mas também de uma tristeza.

Bem-aventuranças! Vale a pena conferir LENDO-AS e TRAZENDO-AS para a vida.

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS 




Diocese de Assis

 

Desde que o mundo é mundo, o conflito humano tem sido sua marca registrada. A história raramente foi um mar de rosas, pois que suas guerras e contradições sempre estiverem presentes aqui e acolá. Dessa forma, parece-nos que a luta pela sobrevivência tem em seu bojo a necessidade do combate corpo a corpo e as guerras tornam-se uma necessidade natural de se escrever essa história narrando as vitórias e conquistas dos que podem mais. Como se a glória fosse mérito dos mais fortes. Como se a purificação estive sempre do lado dos poderosos. Como se o direito à vida fosse um contínuo processo seletivo só concedido àqueles que cantassem vitórias no campo de batalhas.  Assim, de uma guerra à outra, de uma bomba aqui, um morteiro ali, um massacre ao lado ou uma invasão mais além, vamos construindo nossa história com o direito de pisotear os mais fracos. Essa é a razão de qualquer guerra. Esse é o conflito existencial que escrevemos, ontem, hoje e sempre!

Então toda e qualquer guerra é justificável? Esse é o perigo maior que molda a opinião pública quando declaramos nossas guerras. Primeiramente se estabelecem as razões. Depois o lado, o posicionamento pró ou contra, a necessária divisão de forças. Então, seja o que Deus quiser! Mas Deus não quer nada disso, ao contrário, Ele é  e sempre foi o mediador de todo e qualquer conflito. Tanto que Jesus, o Príncipe da Paz, foi bem claro e suscinto em sua promessa de recompensa aos que buscam a santidade em meio às contradições da vida humana: “Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5,9). Aqui não se encontra espaço que justifique uma situação a favor de qualquer tipo de guerra ou conflito armado. A paz é antes o único caminho capaz de nos promover e devolver à raça humana a dignidade de “filhos”, a razão maior e mais gratificante daqueles que buscam e encontram seu vínculo consanguíneo com o Criador. Ser elevado à categoria de filhos de Deus é a maior glória, a vitória suprema que justifica qualquer renúncia ou sacrifício em favor da paz.

Quando, pois a Igreja se posiciona contrária a qualquer tipo de guerra, não está tomando partido a favor deste ou daquele lado. Não é o Papa um mediador de conflitos, nem um negociador da paz em favor do mais fraco, como muitos possam pensar ou dizer. A bandeira cristã não tem cor. É branca como a pureza de uma alma sem segundas intenções, senão o ideal do Reino de Deus entre nós. Não vamos colocar nas declarações da Santa Sé as divergentes opiniões que as Nações Unidas deixam escapar com o veneno da parcialidade que forja nossas justificativas. A opinião dos que constroem a Paz não tem lado, nem cor, nem raça, nem crença. Por isso muitos não compreendem o lado neutro dos que se posicionam contrários a qualquer tipo de conflito. Buscam por primeiro o diálogo, a moderação, a cautela. São incompreendidos e injustiçados, mas também é na retidão desse posicionamento que a Igreja estende seu manto de Mãe e Medianeira entre Deus e os homens. Porque, como Igreja que somos, ainda podemos ouvir de seu Mestre e Senhor: “Bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós por causa de mim” (Mt 5, 11).

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]

 

 




Espaço Espírita

 

Em todos os tempos, a ideia da morte sempre esteve ligada a conceitos variados.

Enquanto no velho Oriente morrer significava libertar-se, no Ocidente a morte recebeu a vestimenta de dor e perda.

Seja qual for a bagagem cultural que reúnas, procura encarar a morte física como fenômeno natural, que não anula a vida.

Os entes queridos que te precedem na grande viagem permanecem ligados à tuas ondas mentais.

Se choras em desespero, lamentando a aparente perda, tuas lágrimas chegam aos teus afetos como chuva de ácido a lhes perturbar a paz.

Se perdes o ânimo de continuar vivendo, porque quem mais amavas partiu antes de ti, não conseguirás aliviar a quem amas do peso de ver-te na dor.

Por enquanto, o fenômeno da separação do espírito ainda não é bem compreendido pela maior parte das pessoas.

Lembra, porém, que na lei da espiritualidade não há separação definitiva.

Os reencontros são marcados, assim como as momentâneas partidas.

Se a morte chamou um ente querido, abençoa-o e continua vivendo, com vontade, servindo e amando.

Depois, compreenderás tudo.

Recorda que o próprio Cristo, depois da cruz, voltou, em espírito, a demonstrar que a vida não cessa com a morte do corpo.

E, naquele instante solene, Ele, uma vez mais, recomendou aos seus discípulos amor e serviço para a implantação do Reino de Deus.

UM AMIGO

         Extraído do livro “Diretrizes Espíritas” – Psicografia: Clayton B. Levy – Editora EME

USE  INTERMUNICIPAL  DE  ASSIS

ÓRGÃO DA UNIÃO  DAS  SOCIEDADES  ESPÍRITAS  DO  ESTADO  DE  SÃO  PAULO




Diocese de Assis

 

Dia 18 de outubro foi o dia de São Lucas e, por conseguinte, dia do médico. Mas, quem afinal de contas, é o médico? Como o vemos? O que dele esperamos? Como o tratamos? Quando o procuramos? Somos amigos ou apenas clientes dos médicos? Em todas as profissões existe negligência. Tal fato compromete ou justifica as nossas constantes generalizações? Sabemos identificar, realmente, os problemas que merecem uma chamada de atenção dos médicos? Ou somos daqueles que falam da pessoa pra todo mundo e, menos para o interessado? Talvez, quem sabe, a melhora de algum profissional da medicina está dependendo de uma crítica mais verdadeira e direta da sua parte.  Crítica que não é direta e sincera é apenas fofoca. E, fofoca estraga a vida de qualquer vivente, inclusive de quem a alimenta.

Como é difícil agradar as pessoas. A dificuldade aumenta quando está associada à incompreensão. De fato, ninguém é perfeito. E, não dá para exigir 100% de eficiência de nenhum ser humano. Mas as pessoas são implacáveis, parece que têm um grande estoque de defeitos para jogá-los sobre aqueles que, segundo os julgamentos circunstanciais precisam de um rótulo.

A incompreensão e rotulação sobre os médicos acontecem sob diversos aspectos. Se atendem depressa são chamados de “dinheiristas”; se atendem devagar são “embrulhões”. Se erram num diagnóstico ou cirurgia são chamados de açougueiros; se acertam, nem um muito obrigado – “não fizeram mais do que a obrigação”, dizem. Se não receitam remédio, não são bons médicos; se receitam é porque estão ganhando comissão.

Rótulos e mais rótulos… Vá entender o povo!

ASSIM DIZ A PALAVRA: “Honre os médicos por seus serviços, pois também o médico foi criado pelo Senhor…” (Eclesiástico 30,1-4.6-14).

Você conhece os médicos de sua cidade? Já precisou do serviço deles? Contentou-se apenas em pagar-lhes ou foi-lhes, também, agradecidos? Já parou para pensar que, por mais limitado que seja um médico, precisamos de um para a nossa saúde? Você é também daqueles que detesta determinado médico só porque fulano disse isso, disse aquilo…?

Uma última pergunta: você teria pique para ser médico? Faria o que faz um médico?

O dia 18 de outubro já passou, mas, visite um médico para agradecê-lo e incentivá-lo no trabalho; ofereça alguma prece a Deus por ele; mande-lhe um cartão; faça uma chamada telefônica dando-lhe os parabéns; motive uma outra pessoa para fazer o mesmo. Lembre-se, muitos são os que criticam e procuram destruir com palavras mas, poucos são os que incentivam, valorizam e reconhecem o valor e o serviço dos outros. Se você quiser, pode ser um daqueles que incentivam e não sucumbem ao falatório sem freio.

Aos médicos dizemos: Perseverem na profissão, não como simples meio de capitação de recursos, mas como justo “ganha pão”; não como executor de técnicas, mas como quem está a serviço da vida; não como quem tem um número de inscrição junto ao Conselho de Medicina, mas como quem tem compromisso ético; não como quem não se aproxima para não se envolver, mas como quem se envolve para curar; não como quem atende em função do relógio, mas da necessidade do paciente; não como quem trata de um estranho, mas como alguém que cuida de um irmão.

ORAÇÃO: Senhor Deus, médico dos médicos, abençoai e santificai todos os médicos; dai-lhes sabedoria e discernimento para a boa realização do seu ofício; conduzi os seus passos para que possam ir ao encontro dos enfermos; sustentai as suas mãos para que promovam a cura dos males e doenças. Dai-lhes vida longa. Amém!

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS




Em busca da liberdade religiosa

 

 

 

Eventos globais nos últimos anos colocaram os direitos humanos em foco, incluindo a liberdade de religião. O Dia Internacional da Liberdade Religiosa, celebrado no dia 27 de outubro, marca a luta contra o preconceito e a intolerância. Vítimas de perseguição, as Testemunhas de Jeová – uma das maiores organizações religiosas do mundo – possuem uma história na busca por proteção legal ao seu precioso direito de adoração. Elas não desejam confrontos judiciais, porém, quando eventos colocam em xeque sua fé, sua determinação em obedecer primeiramente a Deus é notável.

O empenho pela liberdade religiosa por parte desse grupo é de longa data – e de alcance global! Desde 1919, por exemplo, eles já conseguiram 50 vitórias jurídicas na Suprema Corte dos Estados Unidos. Tiveram, também, um número similar de sucesso na Corte Europeia de Direitos Humanos e no Comitê de Direitos Humanos da ONU. Como resultado, foi estabelecido um pilar importante na jurisprudência da liberdade religiosa ao redor do mundo.

No Brasil, as Testemunhas de Jeová também enfrentaram anos de oposição para conseguir o reconhecimento jurídico. Em 1947, foi registrada a Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados (agora chamada Associação Torre de Vigia de Bíblias e Tratados). Três anos depois, o então presidente do Brasil foi pressionado a assinar um decreto para suspender as atividades dela. O caso foi levado aos tribunais e perdurou até 1957, quando um novo presidente decidiu a favor do grupo. A fé, o entusiasmo e a confiança dos fiéis nunca foram abalados.

Passados 75 anos de registro no país, esses adoradores valorizam até hoje a liberdade de expressarem sua fé livremente e de forma legal. “Nosso trabalho de educação bíblica é uma de nossas atividades mais importantes, especialmente a atividade de visita às casas, que o próprio Jesus nos ensinou”, diz Kleber Barreto, porta-voz das Testemunhas de Jeová. “Frequentar locais de reuniões sem impedimento ou ameaça é um privilégio que prezamos muito! Dou muito valor à minha liberdade religiosa, pois sei que ela foi estabelecida através dos enormes esforços de companheiros de adoração”, reforça Kleber.

Em outros países, as Testemunhas de Jeová lutam pelo reconhecimento legal de suas atividades como, por exemplo, na Alemanha e no Quirguistão. Outra vitória jurídica importante foi a decisão do Tribunal Constitucional, em 2018, que condenou a Coreia do Sul por prender jovens cristãos que recusaram o serviço militar, por consciência religiosa.

Na Eritreia, o governo já prendeu, encarcerou e maltratou membros desse grupo religioso sem julgamento ou acusações formais, incluindo mulheres e idosos. Elas estão sujeitas a duras condições de prisão e algumas até morreram devido ao tratamento desumano. Outros casos continuam em andamento. Na Rússia, país onde as Testemunhas de Jeová tiveram suas publicações consideradas como “extremistas”, seu site oficial, jw.org, foi banido e suas propriedades religiosas confiscadas. Muitos fiéis acabaram sendo presos apenas por praticar a sua fé.

A busca pelo direito legal de adoração e por liberdade religiosa continua. Para saber mais sobre as Testemunhas de Jeová, suas crenças e suas atividades, acesse o site jw.org.

 

Porta-voz local das Testemunhas de Jeová

Gilberto Santos

Contato: [email protected]

 

 




Diocese de Assis

 

O maior educador do mundo não cursou nenhuma faculdade. Seu ministério durou apenas três anos, mas sua doutrina atravessa milênios e produziu o maior acervo humano de estudos e considerações sobre o que ensinou com divina maestria. É claro, nos referimos ao detentor de toda Sabedoria, o Mestre dos mestres, Jesus de Nazaré.  Todo educador tem uma característica especial no ofício de ensinar. Seja no aspecto da abordagem, no tom da voz, na postura física, nos meios que usa ou mesmo no olhar, cada mestre utiliza-se de seus carismas para cativar a atenção de seus ouvintes e lhes transmitir novas lições, conceitos, ideias. É o segredo da pedagogia autêntica: cativar primeiro, transmitir depois.

Teria Jesus algumas dessas artimanhas? Quando completou doze anos, procurou os professores da época, os doutores da Lei. Foi ensinar aos mestres. Dizem os Evangelhos que aquela criança especial ensinou mais do que buscou aprender. A idade não era impedimento para manifestar a Sabedoria de que era detentor. Tranquilamente, sem alarde, sem presunção, o menino se pôs entre os doutores, “ouvindo-os e interrogando-os”. Pôs se à escuta, para conhecer o terreno. Algumas perguntas, como quem nada quer, possibilitaram-lhe avaliar melhor aqueles que se arvoravam em conhecedores da doutrina, senhores da Lei de Moisés, guardiões da conduta e da moral do povo de Deus. Mas o menino se dava a conhecer aos poucos. Com uma observação aqui e um comentário ali, revelou-se paulatinamente, a ponto de todos se silenciarem para melhor atenção às suas palavras. “Todos os que o ouviam estavam maravilhados da sabedoria de suas respostas” (Lc 2,47). Fazia um preâmbulo para a mensagem que traria anos depois. Sua hora ainda não chegara! O menino Jesus “crescia em sabedoria e graça”, buscando os elementos básicos para aprimorar seus métodos de ensino, a mais perfeita das pedagogias da cultura humana.

Aos trinta anos, “cheio de força do Espírito, voltou para a Galileia”, para oficializar seu ministério. “Ensinava nas sinagogas e era aclamado por todos”. Sua oratória possuía um timbre especial – não o dos grandes oradores – permeado pela simplicidade, sabedoria e a verdade límpida e cristalina de uma revelação de amor. Em Nazaré, onde se criou, ousou ler um trecho de Isaias (16) e o atribuiu como referência à sua pessoa. (O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu e enviou-me para anunciar…) Tranquilamente enrolou o livro e afirmou com simplicidade: “Hoje se cumpriu este oráculo que vós acabais de ouvir” (Lc 4,21). Aqui começou a divisão. Aqui se plantou a discórdia dentre seus ouvintes. Poderia um simples filho de carpinteiro, conhecido de todos, arrogar para si tão sagrada missão?

A possibilidade de sucesso na arte de ensino exige, muitas vezes, o uso de máscaras, falsetes, jogo de cintura e até flexibilização de alguns conceitos, quando se quer conquistar um discípulo. Muitos dos nossos mestres se vendem dessa forma. Ensinam o que o aluno quer e não o que sua matéria pontifica. São cautelosos com suas doutrinas, para não ferir conceitos e costumes enraizados na cultura do ouvinte. Medem seus passos, no intuito de cativar um mínimo de simpatia. São condescendentes com práticas, ideias ou comportamentos às vezes contrários às próprias convicções. Falseiam a verdade que conhecem. Temem críticas à matéria ou comentários contra suas pessoas.

O Mestre dos mestres fez de sua doutrina um tesouro escondido, que se revela aos que o buscam com esforço pessoal. Não como aqueles que se inflam de sabedoria humana e facilmente se perdem dentro da prepotência do saber. O maior educador do mundo, apesar de detentor da sabedoria divina, aprendeu de sua paciência em observar a cultura humana. Soube, como ninguém, valorizar as lições de casa, atribuindo a si próprio toda sabedoria humana: “Eu sou o caminho, a verdade, a vida”…

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]




Espaço Epírita

 

“A paz vos deixo, a minha paz vos dou; não vo­la dou como o mundo a dá.”                 

JESUS (João, 14:27)

 

É indispensável não confundir a paz do mundo com a paz do Cristo.

A calma do plano inferior pode não passar de estacionamento.

A serenidade das esferas mais altas significa trabalho divino, a caminho da Luz Imortal.

O mundo consegue proporcionar muitos acordos e arranjos nesse terreno, mas somente o Senhor pode outorgar ao espírito a paz verdadeira.

Nos círculos da carne, a paz das nações costuma representar o silêncio provisório das baionetas; a dos abastados inconscientes é a preguiça improdutiva e incapaz; a dos que se revoltam, no quadro de lutas necessárias, é a manifestação do desespero doentio; a dos ociosos sistemáticos, é a fuga ao trabalho; a dos arbitrários, é a satisfação dos próprios caprichos; a dos vaidosos, é o aplauso da ignorância; a dos vingativos, é a destruição dos adversários; a dos maus, é a vitória da crueldade; a dos negociantes sagazes, é a exploração inferior; a dos que se agarram às sensações de baixo teor, é a viciação dos sentidos; a dos comilões, é o repasto opulento do estômago, embora haja fome espiritual no coração.

Há muitos ímpios, caluniadores, criminosos e indiferentes que desfrutam a paz do mundo. Sentem-se triunfantes, venturosos e dominadores no século. A ignorância endinheirada, a vaidade bem vestida e a preguiça inteligente sempre dirão que seguem muito bem.

Não te esqueças, contudo, de que a paz do mundo pode ser, muitas vezes, o sono enfermiço da alma.

Busca, desse modo, aquela paz do Senhor, paz que excede o entendimento, por nascida e cultivada, portas a dentro do espírito, no campo da consciência e no santuário do coração.

EMMANUEL

Do livro: “Vinha de Luz” – Psicografia: Francisco Cândido Xavier – Editora FEB

USE INTERMUNICIPAL  DE  ASSIS

ÓRGÃO  DA  UNIÃO  DAS  SOCIEDADES  ESPÍRITAS  DO  ESTADO  DE  SÃO  PAULO

 

 




Diocese de Assis

 

Se existir uma devoção mística capaz de preencher todas as carências e sensibilidades, anseios e necessidades, temores e audácias do animal que somos, essa figura tem um nome: mãe. Não há, em toda e qualquer estrutura humana de formação ou simples sobrevivência de um indivíduo, elemento mais importante e com funções tão bem definidas do que a figura materna. Nem biológica, nem psicológica, nem espiritualmente falando. Mãe é tudo; protetora, formadora, conselheira, companheira… Mãe é desafio, incentivo. Alegria nas vitórias, tristeza nas quedas, lenitivos nas dores, solidariedade sempre. É vida!

Por isso mesmo, a vida espiritual do ser carente e conflituoso que caracteriza o humano seria órfã sem a figura materna. Todas as religiões exaltam, de uma forma ou outra, a importância mística da maternidade. Jesus nos deu Maria. Seu significado e importância na vivência espiritual do cristão é o que de mais precioso herdamos durante o processo da obra redentora do Filho gerado – e não criado – como fruto bendito de um ventre feminino. Se neste coube tamanho milagre, quando o Criador se fez criatura, imaginem quantos mais caberiam em seu colo de amor infinito? A mãe de Cristo, por mérito e lógica da fraternidade que é centro da identidade cristã, tornou-se natural e consequentemente a mãe de todos o que se dizem irmãos em Cristo. Ou não? Discordar dessa lógica é negar a doutrina que nos faz irmãos.

Por isso, as manifestações marianas ao longo desses dois milênios de fé cristã é prova de que o zelo maternal de Maria cumpre seu papel. Não há em qualquer quadrante desse mundo terreno onde chegou a mística cristã, país, povo ou comunidade que não possua uma devoção mariana sob títulos dos mais diversos e representativos. Da misericórdia ao bom conselho. Da rosa mística à coroa das tristes chagas. Desatadora dos nós à rainha dos céus, estrela da manhã, lume da esperança. O ébano negro da África nos trouxe um de seus mais recentes títulos: Nossa Senhora do Dízimo, como a nos lembrar a triste negritude dos continentes que não partilham um pouco mais de suas riquezas ou ignoram a função santa da dimensão social da nossa fé. Mas ao povo brasileiro restou o título mais singelo, a revelar aquela que simplesmente apareceu entre nós, emergiu negra em sua concepção venerável, que se cobriu com o manto azul das estrelas e da abóboda do nosso céu abençoado pelo cruzeiro que aqui resplandece. Aparecida… aquela que se revelou e repetiu entre nós o milagre da pesca abundante. A mãe a nos ensinar o ofício do filho, a nos desafiar como Ele: “Lançai novamente as redes”!

Trezentos anos depois, aqui estamos. Relembrar esses fatos não pode ser apenas um momento comemorativo, um episódio histórico que tomou conta de nosso povo e fez da nossa mãe morena a padroeira da nação, a rainha da nossa fé cabocla, ainda adolescente em seu compromisso missionário. Ainda somos um povo carente de maturidade evangélica e, como tal, necessitado da proteção materna da Senhora de Aparecida, bem como da proteção sempre maternal da Santa Madre Igreja, esta que exerce a função de Maria entre nós. Quem vê Maria com o respeito e a admiração que devotamos às nossas mães, reconhece também a autoridade da mãe Igreja… Porque em ambas, Maria e Igreja, o que resplandece por primeiro é a doutrina do Mestre, para a qual tanto a Mãe quanto a Igreja ainda nos ensinam: “Fazei tudo o que Ele vos disser”! Trezentos anos não é nada. Estamos ainda engatinhando em nossa devoção. Mas esta dá ao mundo as provas de nosso respeito e admiração. A Maria devotamos o maior santuário mariano do mundo. Tijolo por tijolo, estamos construindo uma mística de gratidão materna que não se vê com tanta intensidade quanto aqui devotamos. Prova de amor e gratidão. Prova de fé, como bem cantamos nesta data: “Solidários no sacrário, missionários queremos ser. Pequenina, restaurada, a sua imagem nos ensinou a ser um povo que não sabe esmorecer”.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]

 




Espaço Espírita

 

Por mais que o mal ameace, persevera servindo ao bem.

Desespero ante às situações difíceis não te conduzirá à melhor solução.

Se as circunstâncias em que te encontras interferem na tua paz, segue amando e servindo para que a vitória não tarde a chegar.

Se as pessoas com as quais convives não te compreendem, aceita-as assim como são, lembrando que também tens pontos de vista que necessitam do entendimento alheio.

Se o teu grupo familiar apresenta problemas de difícil solução, persevera servindo e amando, para que o amor e o serviço convertam o cadinho de hoje na ventura de amanhã.

Se a enfermidade bate à tua porta, compreende-a sem revolta, lançando mão dos recursos ao teu alcance para recuperar a saúde física, mas, também, trabalhando no sentido de alcançar mais luz por dentro, com a prova que ora experimentas.

Ninguém combate as sombras com escuridão; não se apaga incêndio com gasolina; não se alivia um irmão impondo-lhe a agressão.

Por mais que a dificuldade de hoje persista, persevera no bem que já és capaz de fazer.

Assim, mais cedo do que possas imaginar, a solução aparecerá, coroando de bênçãos teu esforço para a elevação de todos.

Em qualquer tempo e em todo o lugar, a paz que desejamos resultará sempre do esforço que fizermos para alcançá-la, compreendendo e amando, esquecendo e servindo, para, enfim, chegarmos à felicidade imperecível, onde o mal não tem acesso.

UM AMIGO

         Extraído do livro “Diretrizes Espíritas” – Psicografia: Clayton B. Levy – Editora EME

USE  INTERMUNICIPAL  DE  ASSIS

ÓRGÃO DA UNIÃO  DAS  SOCIEDADES  ESPÍRITAS  DO  ESTADO  DE  SÃO  PAULO




Diocese de Assis

 

Estamos no meio do mês de outubro!

E, você poderia me perguntar: “o que isso tem de novidade”?

E eu lhe responderia: “Nada! A não ser que este é o único outubro do ano de 2023, o que é óbvio; que nunca vamos ter um outro outubro de 2023, o que é outra obviedade; que o final de ano está próximo, que é mais óbvio ainda. Mas, não é tão obvio assim, que o seu 13º antes de chegar já está comprometido; que no próximo pleito podemos encontrar eleitores mais maduros; que a situação de crise ético-moral brasileira pode despertar os cristãos a serem menos omissos; que as prisões poderão ser, também, para os intocáveis do país; que os salários astronômicos no futebol inspire uma revisão salarial responsável dos verdadeiros trabalhadores do Brasil; que o crime seja detido; que a honra do trabalho não se dobre ao dinheiro…

Outubro, hoje, é, no mínimo, uma inquietação para todos nós!

Não dá para olhar para trás e, simplesmente, dizer: “não me lembro o que se passou” ou “o que passou não importa” ou, ainda “eu recupero nos próximos meses”.

O ano 2023 está, praticamente, no fim. Outubro é prova cabal disso.  E não adianta dizermos que o tempo está passando rápido demais. O tempo está correndo com a mesma velocidade de sempre. O tempo tem sua ordem e se movimenta no ritmo. O tempo não faz concessões de horas, nem de minutos, nem de segundos e muito menos de centésimos ou milésimos de segundos. Nós, sim, estamos demasiado vagarosos.

É hora de reagirmos frente às exigências de um novo tempo!

“Desperte, você que está dormindo. Levante-se dentre os mortos, e Cristo o iluminará. Estejam atentos para a maneira como vocês vivem: não vivam como tolos, mas como homens sensatos, aproveitando o tempo presente, porque os dias são maus. Não sejam insensatos; ao contrário, procurem compreender a vontade do Senhor. Não se embriaguem com vinho, que leva para a libertinagem, mas busquem a plenitude do Espírito” (Efésios 5,14-18).

“Debaixo do céu há momento para tudo, e tempo certo para cada coisa: Tempo para nascer e tempo para morrer. Tempo para plantar e tempo para arrancar a planta. Tempo para matar e tempo para curar. Tempo para destruir e tempo para construir. Tempo para chorar e tempo para rir. Tempo para gemer e tempo para bailar. Tempo para atirar pedras e tempo para recolher pedras. Tempo para abraçar e tempo para se separar. Tempo para procurar e tempo para perder. Tempo para guardar e tempo para jogar fora. Tempo para rasgar e tempo para costurar. Tempo para calar e tempo para falar. Tempo para amar e tempo para odiar. Tempo para a guerra e tempo para a paz”. (Eclesiastes 3,1-8).

“Portanto, aquele que julga estar em pé, tome cuidado para não cair. Vocês não foram tentados além do que podiam suportar, porque Deus é fiel e não permitirá que sejam tentados acima das forças que vocês têm. Mas, junto com a tentação, ele dará a vocês os meios de sair dela e a força para suportá-la” (1Coríntios 10,12-13).

“…busquem o Reino de Deus e a sua justiça, e Deus dará a vocês, em acréscimo, todas essas coisas. Portanto, não se preocupem com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã terá suas preocupações. Basta a cada dia a própria dificuldade” (Mateus 6,33-34).

Não precisamos deixar o tempo passar e nem o amanhã chegar para tomarmos iniciativas de mudança, seja ela qual for.

O fundamental é que nos tornemos protagonistas, sujeitos, atores principais… e não meros coadjuvantes atrás de nossa própria sombra.

Devemos olhar cada dia como se fosse o primeiro, o último e, o único. Afinal somos nós que fazemos a nossa história!

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS