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Diocese de Assis

 

UMA ANDORINHA NÃO FAZ VERÃO

Ainda é primavera, é verdade. Mas as primeiras incursões de andorinhas americanas em meu quintal já anunciam o verão. Logo serão milhares, em revoada lírica sobre nossos telhados, fugindo do inverno do hemisfério norte, mas deixando aqui seus alaridos e dizendo a todos que sol e calor lhes dão energia para voos tão longínquos. Fazem-me pensar na beleza da vida e no esforço de sempre a louvar, apesar da árdua viagem longe dos ninhos. Aqui encontram mais calor, mais alimentos, luz e beleza…

Aves migratórias seguindo o rastro do Sol! Pudéssemos também nós entender o sentido dessa viagem em nossas vidas! Pudéssemos trazer para nossa existência a lição que esse esforço inspira! Em especial neste mês missionário! Em especial quando somos convidados a refletir sobre o valor de nossa presença neste mundo, no qual temos por ideal cristão a tarefa de levar conosco a bagagem de nossa fé, a vida missionária. Não é uma tarefa que se cumpre por obrigação, mas razão de ser, essência da missão que um dia recebemos no ninho das nossas origens cristãs. Não preciso aqui repetir os refrãos que sibilam em nossos ouvidos desde a catequese, mas toma-los com mais critérios para alimentar nossa viagem neste mundo, nossos voos existenciais em busca do verdadeiro Sol, a luz que nos ilumina por completo, a razão de nossa fé. Eis pois: é Deus quem nos alimenta, nos aquece e nos revela a beleza da vida cristã.

Mas as andorinhas nos ensinam. Uma só não faz verão. Sozinha não faz borbulhar o espetáculo de um mistério da natureza, seus voos repletos de lições de sobrevivência, de encantamento, de louvor. Quem nunca se encantou com elas? Eis que o conjunto é que faz o espetáculo. Eis que na vida missionária da igreja que somos, uma única voz soa a um grito no deserto, não convence, não revela a importância da luz que nos atrai, não faz verão. Dai a importância de uma vida missionária coesa, em sintonia com as diretrizes da Igreja, em harmonia com os ensinamentos de Cristo, em concordância com os riscos que uma viagem tão longa e misteriosa – a vida – nos faz realizar com alegria e determinação. Não importa a distância. Não importa o quadrante, o hemisfério, o terreno árido ou fecundo, mas são estes o destino onde nossa missão se realiza, permanente ou momentaneamente, para saudarmos a vida e glorificarmos seu Criador, nossa Luz.

Unamos nossas forças nessa viagem. Deus nos guia e nos conduz em direção à vida. Sem bolsas, sem alforjes. Ensina-nos a viagens mais audaciosas em nossos planos existencialistas. Quer-nos em sintonia com Ele, confiando sempre em sua Providência. Dá-nos o alimento necessário, não só o pão de cada dia, mas igualmente o pão do céu, sua palavra em nossa boca. Assim se constrói um espírito missionário. Aberto para o mundo e para sua realidade. Confiante nos planos de Deus. Sejam estes bem realizáveis dentre os nossos, no mundinho de nossas origens ou em terras distantes, onde sua luz e sua inspiração nos guiou para também lá fazer brilhar os mistérios da nossa natureza divina. Isso tudo não é subserviência à sua vontade, mas transbordamento da verdade que domina uma criatura agradecida pelo dom da vida. Somos sujeitos da transformação que sonhamos para o mundo. Um mundo sem os cravos da violência, da corrupção, da fome e da injustiça que vemos campear em todos os hemisférios, de norte a sul, leste a oeste. Como andorinhas em revoada, a soma dos esforços individuais que nossa doutrina nos pede será a grande contribuição da presença missionária de nossa Igreja no mundo. Não menosprezemos essa força que temos, essa capacidade de transformar o mundo com nossa ação e presença, o voo missionário para anunciar novos tempos aos homens. Afinal, nossas ações concretas de fraternidade e misericórdia confirmam nossa missão: “Enviados para testemunhar o Evangelho da Paz”. Nada mais.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]

 

 




Espaço Espírita

            Na didática de Deus, o mal não é recebido com a ênfase que caracteriza muita gente na Terra, quando se propõe a combatê-lo.

Por isso, a condenação não entra em linha de conta nas manifestações da Misericórdia Divina.

Nada de anátemas, gritos, baldões ou pragas. A Lei de Deus determina, em qualquer parte, seja o mal destruído não pela violência, mas pela força pacífica e edificante do bem.

A propósito, meditemos.

O Senhor corrige:

– A ignorância: com a instrução;

– O ódio: com o amor;

– A necessidade: com o socorro;

– O desequilíbrio: com o reajuste;

– A ferida: com o bálsamo;

– A dor: com o sedativo;

– A doença: com o remédio;

– A sombra: com a luz;

– A fome: com o alimento;

– O fogo: com a água;

– A ofensa: com o perdão;

– O desânimo: com a esperança;

– A maldição: com a benção.

Somente nós, as criaturas humanas por vezes, acreditamos que um golpe seja capaz de sanar outro golpe.

Simples ilusão.  O mal não suprime o mal.

Em razão disso, Jesus nos recomenda amar os inimigos e nos adverte de que a única energia suscetível de remover o mal e extingui-lo é e será sempre a força suprema do bem.

BEZERRA DE MENEZES

 

Do livro “Brilhe vossa luz” – Editora IDE – Psicografia: Francisco Cândido Xavier

USE INTERMUNICIPAL  DE  ASSIS

ÓRGÃO  DA  UNIÃO  DAS  SOCIEDADES  ESPÍRITAS  DO  ESTADO  DE  SÃO  PAULO

 

 




Espaço Espírita

 

Quando a morte chega com sua bagagem de mistérios, traz junto divergências e indagações. Afinal, quando os olhos se fecham para a luz, o coração silencia e a respiração cessa, terá morrido junto a essência humana?
Materialistas negam a continuação da vida. Mas os espiritualistas dizem que sim, a vida prossegue além da sepultura. E eles têm razão. Há vida depois da morte. Vida plena, pujante, encantadora. Prova disso?
As evidências estão ao alcance de todos os que querem vê-las. Basta olhar o rosto de um ser querido que faleceu e veremos claramente que falta algo: a alma já não mais está ali. O Espírito deixou o corpo feito de nervos, sangue, ossos e músculos… elevou-se para regiões diferentes, misteriosas, onde as Leis que prevalecem são as criadas por Deus. Como acreditar que somos um amontoado de células, se dentro de nós agita-se um universo de pensamentos e sensações?
Não. Nós não morreremos junto com o corpo. O organismo voltará à natureza, restituiremos à Terra os elementos que recebemos mas o Espírito jamais terá fim. Viveremos para sempre, em dimensões diferentes desta. Somos imortais. O sopro que nos anima não se apaga ao toque da morte.
Prova disso está nas mensagens de renovação que vemos em toda parte.
Ou você nunca notou as flores delicadas que nascem sobre as sepulturas? É a mensagem silenciosa da natureza, anunciando a continuidade da vida.
Para aquele que buscou viver com ética e amor, a morte é apenas o fim de um ciclo. A volta para casa com a consciência pacificada, o coração em festa, o homem de bem fecha os olhos do corpo físico e abre os olhos da alma. Do outro lado da vida, a multidão de seres amados o aguarda; pais, irmãos, filhos, avós, amigos…não importa. Os parentes e amigos que morreram antes de nós estarão lá para abraços calorosos, beijos de saudade, lágrimas de alegria, sorrisos de reencontro.
Nesse dia, as lágrimas podem regar o solo dos túmulos e até respingar nas flores, mas haverá felicidade para o que se foi em paz. Ele vai descobrir um mundo novo, há muito esquecido. Descobrirá que é amado e experimentará um amor poderoso e contagiante: o Amor de Deus.
Depois daquele momento em que os olhos se fecharem no corpo material, uma voz ecoará na alma que acaba de deixar a Terra, dizendo suave: “Vem, seja bem-vindo de volta ao teu verdadeiro lar. ”

A morte tem merecido considerações de toda ordem ao longo da estadia do homem sobre a Terra. É fenômeno orgânico inevitável porque a Lei Divina prescreve que tudo quanto nasce, morre.
A morte não é pois o fim, mas o momento de um novo recomeço.

Bruno Henrique de Sirius




Diocese de Assis

Santa Teresinha do Menino Jesus (nascida em 1873), Tem um testemunho eucarístico belíssimo. Sua vida, à semelhança do Cristo, está marcada pelo sacrifício da vida-à-serviço e do amor-doado: “Minha vocação é o amor” exclama Teresinha. “Jesus! Quero amá-lo; amá-lo como nunca foi amado.” Tereza enfatiza: “Que ele me dê um amor sem limites.” Noutra passagem diz: “A todo preço quero colher a palma; se não for pelo sangue, é necessário que seja pelo amor! Não quero senão esta ciência, porque eu não tenho nenhum outro desejo, senão este: amar Jesus até a loucura!” E, mais uma vez assevera: “O amor é devotado a Deus sem reserva, e sempre cheio de reconhecimento, não deixa de confiar nele, ainda quando lhe parece estar desamparado” (Imitação de Cristo III 5,7).

Tal foi o amor de Santa Teresinha, na aceitação do sofrimento. Foi neste ponto que se revelou maravilhosamente sua virtude de força e sua vida, profundamente eucarística.

Indagando sobre o sofrimento, Teresinha pergunta: “Como Deus, que nos ama tanto pode ser feliz quando sofremos?…” E, a resposta não tarda a ser sugerida pelo seu próprio coração: “Oh, Não! Jamais nosso sofrimento o torna feliz. Esse sofrimento nos é necessário; então ele no-lo envia como que virando a cabeça.” E com a maior simplicidade Terezinha testemunha: “Custa-lhe (a Deus) aproximar-nos da fonte das lágrimas, mas sabe que é o único meio de nos preparar para o conhecermos como ele se conhece, para tornar-nos, também, deuses.” A grande questão é que “não estamos ainda em nossa pátria, e a tentação deve nos purificar como o ouro sob a ação do fogo”.

Teresinha estava com apenas quatorze anos de idade e já compreendia a utilidade do sofrimento: “É bem verdade que a gota de fel deve ser misturada a todos os cálices e, eu penso que, os espinhos ajudam muito a nos desprender da terra; eles elevam nosso olhar acima deste mundo.”

O pensamento de que a nossa vida de provação neste mundo é apenas uma passagem, “uma noite numa má hospedaria”, a consolava docemente, projetando sobre todas as suas cruzes um clarão bendito da eternidade.

Escrevendo, certa vez, à sua irmã Celina dizia: “o tempo é apenas uma miragem, um sonho… Deus já no vê na gloria, Ele desfruta de nossa beatitude eterna!.. Oh! Quanto este pensamento faz bem à minha alma! Compreendo, então, porque nos deixa sofrer…”

Com sincera disposição do coração, Teresinha admite: “A provação amadureceu e fortificou minha alma, de tal sorte que nada mais neste mundo me pode contristar”.

Compraz-se em meditar a vida de Jesus e de sua Mãe. Vendo, então, que Deus não lhes poupou sofrimento, aprecia melhor os seus próprios sofrimentos e diz: “Jesus, no seu amor imenso, nos escolheu uma cruz preciosa entre todas… Como nos queixar, quando ‘ele mesmo foi considerado como um homem ferido por Deus e humilhado?’” (Is 53,4).

Jesus nos resgatou pela cruz! Para cooperar com ele na redenção do mundo, é preciso que paguemos o mesmo tributo. Por isso diz: “Jesus tem por nós um amor tão incompreensível, tão delicado, que nada quer fazer sem nos associar a si. Quer que tenhamos parte com ele na salvação das almas. O criador do universo espera a oração, a imolação de uma alma pequenina para salvar uma multidão de outras, resgatadas como ela, ao preço de seu sangue.”

De modo mais contundente, afirma: “Precisamos viver de sacrifícios; sem isto a vida seria meritória?” (…) “Oh! Não percamos a provação que Jesus nos envia; não faltemos à ocasião de explorar essa mina de ouro…”

Em tão poucas linhas, aprendemos com Santa Teresinha do Menino Jesus, que é impossível parar de sofrer, como muitos propõem. Isso é um absurdo! Possível é, dar sentido ao sofrimento. E, o sentido está no fato de que o sofrimento é participação no Mistério de Cristo.

PE. EDVALDO PEREIRA DOS SANTOS




SOU SEU ANJO DA GUARDA

 

🌿Seu mentor espiritual

Eu estou ao seu lado e sou aquele que nunca desacredita dos seus sonhos:
Sou eu, que as vezes altero seu itinerário, e até atraso seus horários para evitar acidentes ou encontros desagradáveis.
Sim, sou eu que falo ao seu ouvido aquelas “inspirações” que você acredita que acabou de ter como “grande ideia”.
Sou eu, quem te causa aqueles arrepios quando você se aproxima de lugares ou situações que vão te fazer mal,
e sou eu quem chora por você quando você com a sua teimosia insiste em fazer tudo ao contrário só para desafiar o mundo.
Quantas noites, passei na cabeceira de sua cama velando por sua saúde, cuidando de sua febre e renovando suas energias.
Quantos dias, eu te segurei para que você não entrasse naquele ônibus, carro e até avião?
Quantas ruas escuras eu te guiei em segurança?
Não sei, perdi a conta, mas isso, não importa.
O que realmente importa, e o que me deixa triste e preocupado, é quando você assume a postura de vítima do mundo, quando você não acredita na sua capacidade de resolver os problemas, quando você aceita as situações como insolúveis, quando você para de “lutar” e simplesmente reclama de tudo e de todos.
Quando você desiste de ser feliz e culpa outra pessoa pela sua infelicidade.
Quando você deixa de sorrir e assume que não há motivos para rir, quando o mundo está repleto de coisas maravilhosas.
Quando se esquece até de mim, seu anjo da guarda, aquele que o pai concedeu a honra de auxiliar nessa missão tão difícil que é viver e progredir.
Já que me deixaram falar diretamente com você, gostaria de te lembrar, que estou ao seu lado sempre, mesmo quando você acredita estar totalmente só e abandonado.
Nesse exato momento, estou segurando a sua mão, estou consolando seu coração e te olhando, e por te amar demais, fico triste com a sua tristeza,
mas, como eu sei que você nasceu para brilhar,
eu agradeço ao grande arquiteto da criação a oportunidade bendita de cuidar de você que é muito especial.

Seu anjo da guarda.

(02 de outubro, Dia do Anjo da Guarda).




Diocese de Assis

 

Alma de criança, coração de menina apaixonada. Assim podemos resumir a  vida de uma jovem, doutora e mestra da fé pequena, porém grandiosa em sua simplicidade e prática devocional. Uma simples agulha perdida e diligentemente recuperada era um gesto de amor a Deus. Sua via de humildade e santidade provocou não só um sorriso na face serena de uma estátua a representar Maria, como também a tornou conhecida no mundo como a menina das coisas simples. Dotada de muitos dons, dentre os quais a arte da pintura, um dia registrou a inocência de um menino a brincar num belo jardim, povoado por pássaros e rosas e vigiado pela Divina Face. Esse quadro tornou-se sua obra prima a registrar o que poderia ter sido um dia na vida do menino Jesus. Aos quatorze anos foi aceita, por concessão papal, como noviça num convento carmelita, onde viveria durante longos e reveladores dez anos… Longos no sofrimento de uma tuberculose fatal, mas reveladores na alegria de uma fé imortal. Morreu em plena juventude, aos 24 anos. De quem estamos falando?

De uma doutora da Igreja. Tão auspicioso e raro título foi lhe concedido pelo Papa João Paulo II, em 1997, centenário de sua morte. A razão desse título foi justificada pela preciosa tese sobre a Infância Espiritual, que a tornou conhecida como santa das pequenas virtudes e práticas devocionais capazes de provar seu extremado amor ao Menino Jesus. Dai ser conhecida como Terezinha do Menino Jesus. Esse, sim, seu título primeiro, o nome que escolheu para viver na clausura de um convento carmelita.

Falamos também de uma grande missionária, a maior delas, a padroeira de todas as missões católicas. Assim a reconheceu o Papa Pio XI, em 1927, que lhe concedeu o título de Padroeira Universal das Missões sem nunca ter saído de sua terra. Como assim?  Toda pessoa que, no lugar onde vive, serve como missionária do amor de Deus. Ela mesma nos diria como, mostrando-nos na prática seu extremado amor pelos sacerdotes e missionários do mundo, pelos quais vivia em perene oração e intercessão, além de lhes enviar cartas de incentivo. Dizia: “O que conta é o amor, só o amor. Ser missionário não é uma questão geográfica, mas uma questão de amor”. Amor pelas causas de Deus.

Santa das Rosas. Gostava de atirar pétalas quando o Santíssimo passava à sua frente. Amava o perfume das rosas. Um dia ganhou de uma das freiras um pau seco, um estorricado galho de roseira, que plantou no jardim do convento. Não demorou muito e aquele ramo quase morto produziu sua primeira flor. Dizem que continua a florescer até hoje, às vezes até mesmo durante o inverno, como aconteceu no dia de sua morte. Aquele galho ofereceu à jovem moribunda uma bela rosa que encheu de perfume o ambiente de sua agonia final. “Foi como se uma chuva de rosas caísse sobre ela”, testemunhou uma de suas companheiras.

Hoje, cento e cinquenta anos após seu nascimento, mais um Papa entra nessa história, para dignificar a pureza dessa alma santa. Papa Francisco assina agora mais uma de suas Cartas Apostólicas, relembrando a vida de uma jovem apaixonada. Diz Francisco: ”No ano em que celebramos o 150 aniversário de Santa Terezinha do Menino Jesus, peçamos a graça de amar Jesus como ela amou, de lhe oferecer nossas provações e dores, como ela o fez, para que seja conhecido e amado por todos”. Morreu aos 24 anos. Seu livro de memórias, intitulado “História de uma alma”, tornou-se o maior best-seller religioso dos tempos modernos.

          WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]

 




Espaço Espírita

 

“Sede, pois, misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso.”

JESUS (Lucas, 6:36)

 

INDULGÊNCIA

Procura ser indulgente com tudo que se relacione com os erros e imperfeições do próximo, sem te deteres em detectar culpados ou movimentar teias de acusações.

A indulgência para com os erros e falhas alheias mostra que continuamos acreditando no indivíduo, porquanto, ninguém garante que, no futuro, não sejamos nós os necessitados da indulgência do próximo.

Busca, em todas as circunstâncias, motivos para auxiliá-lo a erguer-se novamente, demonstrando a importância de se ter alguém ao lado, que solidari

za-se com ele, a fim de que, encorajado pelo apoio recebido, ele encontre mais força para recuperar-se e trabalhar-se intimamente, na eliminação de suas imperfeições.

Quando se é indulgente, conseguem-se cativar com mais facilidade as criaturas, removendo as barreiras da autodefesa, montadas por todos quantos foram flagrados em erros e que, por remorsos da consciência, normalmente atacam como uma forma psicológica de defesa.

Por isso, a indulgência reveste-se de compaixão e misericórdia, agindo como um poderoso lenitivo, que vai balsamizando a criatura até torná-la sensível ao auxílio que se apresenta diante dela.

Quem foi flagrado em erro, mesmo que o não demonstre, já se encontra atingido pelo remorso íntimo, desenvolvendo um processo de reflexão onde o arrependimento naturalmente ocorrerá, para acontecer a posterior reparação. E isto provoca muitas aflições no interior das criaturas, sendo desnecessária a presença de acusador externo, por já existir, internamente, a presença de um implacável juiz chamado “consciência”.

Portanto, procura ser indulgente com os que erram, auxiliando-os na própria recuperação.

ALBINO DA SANTA CRUZ

Extraído do livro “Semanário das Reflexões”

Editora Didier – Psicografia: José Maria M. Souza

USE  INTERMUNICIPAL  DE  ASSIS

ÓRGÃO DA UNIÃO  DAS  SOCIEDADES  ESPÍRITAS  DO  ESTADO  DE  SÃO  PAULO




Diocese de Assis

 

Tudo é de Deus e leva a marca e o selo de autenticidade do Criador.

Criatividade e originalidade são as marcas de sua obra. Nada igual: tudo único e irrepetível. Não existe rascunho, nem forma, nem cópia!

Porque tudo é de Deus, tudo é sagrado e bendito; tudo é bem feito e bonito; tudo é mistério infinito; tudo é bom!

É esta a expressão bíblica que caracteriza o final de cada dia da criação: “e Deus viu que era bom!” Quando da criação do ser humano, no sexto dia, a expressão ganha uma ênfase de intensidade: “e Deus viu tudo o que havia feito, e tudo era muito bom” (Gn 1,31).

A obra de Deus não para. Deus continua trabalhando, com as próprias mãos. Agora, não para criar originalidades; elas já existem, estão ai, e, são completas. Embora deterioradas, exploradas e mal tratadas por nós.

Agora, o trabalho de Deus se concentra na restauração do homem…

A melhor obra de Deus precisa de ajustes diários e permanentes; precisa de obediência e correção; precisa de disciplina e conversão; precisa de virtude e direção; precisa de recomeço e perdão; precisa de amor e comunhão; precisa de santidade e libertação; precisa de fé e salvação; precisa de vida nova e ressurreição.

O que teria acontecido com a melhor obra de Deus?

Por que toda a originalidade das coisas permanecem completas e a do ser humano não? Por que é preciso ajustes diários e permanentes? Teria Deus falhado em alguma coisa?

Nada de errado na criação do ser humano.

Tudo está de acordo com o plano original da criação: a melhor obra do Deus Criador estará, sempre, em suas mãos. Quem foi feito à imagem e semelhança do Criador e, recebeu do seu Espírito, precisa de retoques permanentes em vista desta verdade.

Isso não fere, em nada, a liberdade que o próprio Deus Criador imprimiu na consciência e garantiu na essência humana. Pelo contrário é em vista desta liberdade, sempre ameaçada pelo pecado que, o Deus criador recria, incessantemente. Assim nos lembra São Paulo na carta aos Gálatas: “Cristo nos libertou para que sejamos verdadeiramente livres. Portanto, sejam firmes e não se submetam de novo ao jugo da escravidão” (Gl 5,1).

São Propósitos do Criador:

Jeremias 18,1-6: “Palavra que Javé dirigiu a Jeremias: ‘Levante-se e desça até a casa do oleiro; aí eu comunicarei minha palavra a você’. Desci até a casa do oleiro e o encontrei fazendo um objeto no torno. O objeto que ele estava fazendo se deformou, mas ele aproveitou o barro e fez outro objeto, conforme lhe pareceu melhor. Então veio a mim a palavra de Javé: Por acaso será que não posso fazer com vocês, ó casa de Israel, da mesma forma como agiu esse oleiro? – oráculo de Javé. Como barro nas mãos do oleiro, assim estão vocês em minhas mãos, ó casa de Israel.”

Isaías 49,14-16: “Sião dizia: ‘Javé me abandonou, o Senhor me esqueceu!’ Mas pode a mãe se esquecer do seu nenê, pode ela deixar de ter amor pelo filho de suas entranhas? Ainda que ela se esqueça, eu não me esquecerei de você. Veja! Eu tatuei você na palma da minha mão; suas muralhas estão sempre diante de mim.”

Isaías 44,2-5: “Assim diz Javé, que o fez, que o formou no ventre e o auxilia: Não tenha medo, meu servo Jacó, meu querido, meu escolhido. Vou derramar água no chão seco e córregos na terra seca; vou derramar meu espírito sobre seus filhos e a minha bênção sobre seus descendentes. Crescerão como planta junto à fonte, como árvores na beira dos córregos. Um vai dizer: ‘Eu pertenço a Javé’. Outro se chamará com o nome de Jacó; outro ainda escreverá na palma da mão: ‘De Javé’. E como sobrenome tomará o nome de Israel.”

Porque tudo é de Deus, Ele cuida!

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS 

 




Diocese de Assis

 

          Assim a Igreja apresenta mais uma de suas campanhas missionárias, desejando antes que esse caminho seja feito com corações ardentes. Sempre gostei da mística presente no simbolismo de uma caminhada, em especial com o lirismo dos pés descalços. “Corações ardentes, pés a caminho” é o lema da nova Campanha Missionária desse outubro ardente em sua temperatura máxima, mas que também precisa do ardor renovado das muitas vocações missionárias ainda inseguras no desafio evangelizador. Coincidentemente, temos no início desse mês um evangelho desafiador: “Filho, vai trabalhar hoje na vinha!” O convite aos dois filhos se repete hoje. A resposta é que são elas…

Vejam bem: ambos se contradizem! O primeiro diz que não vai. Mas vai. O segundo diz que vai. Mas não vai. E a pergunta final de Jesus se torna enigmática, mas também profundamente questionadora: “Qual dos dois fez a vontade do pai?” (MT 21,31).

Estamos diante de uma situação que nos diz respeito, como Igreja que somos. No tempo de Jesus eram dois os grupos que constituíam o Povo de Israel. O primeiro era a classe vigente da casta religiosa, os sumos sacerdotes e os anciãos do povo. O segundo era a ralé, prostitutas e cobradores de impostos, a classe mais abjeta, as ovelhas perdidas, como denominou Jesus. Já os governantes e elites sociais estavam fora da meta de salvação, pois não tomavam parte no aprisco das ovelhas, não constituíam a chamada “vinha” do Senhor. O objetivo primeiro na construção do Reino de Deus deveria ser o povo de Israel e os dois filhos representavam esse povo.

O que mudou? Não fosse a universalidade da missão cristã, que no holocausto da cruz agregou todos os povos e se tornou uma questão humana, humanitária, sem distinção de classes, ou raças, ou crenças, a vinha do Senhor é hoje seara sem divisas. Por isso o desafio cristão não tem limites, é universal. Por isso a Igreja conclama: “Ide da Igreja local aos confins do mundo”. Evangelizar não é um mero direito constitucional, que respeite fronteiras ou culturas, ou tradições místicas de um povo. É dever outorgado pela força da fé que move um coração ardente, renovado na descoberta de um novo Reino, a possibilidade de transformação do mundo, dos homens e mulheres tocados pela revelação cristã. Parece discurso dogmático ou proselitismo puro e simples, mas antes das pregações místicas que Jesus pronunciou na vizinhança do Calvário, a prática e o exemplo se deram com seus “pés a caminho” pela periferia da Terra Santa, da Samaria e das Galileias  que constituíram o cenário de sua escola evangelizadora. “Os cobradores de impostos e as prostitutas vos procedem”… Creram por primeiro. Mateus e Madalena que o digam.

Então, quem faz a vontade do pai? Num primeiro momento, muitos dizem não ao desafio missionário que Jesus nos faz diuturnamente. Porém, agraciados pela revelação da verdade, acabam cedendo e se tornam evangelizadores ardorosos. Pior são aqueles que dizem sim a tudo e a todos, mas na última hora fogem de qualquer compromisso ou testemunho da fé que dizem possuir. Lembre-se do que nos disse o Mestre: “Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino de Deus”. Com qual dos filhos você se identifica?

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]




Diocese de Assis

 

“Eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, no partir do pão e nas orações. Em todos eles havia temor, por causa dos numerosos prodígios e sinais que os apóstolos realizavam. Todos os que abraçaram a fé eram unidos e colocavam em comum todas as coisas; vendiam suas propriedades e seus bens e repartiam o dinheiro entre todos, conforme a necessidade de cada um. Diariamente, todos juntos freqüentavam o Templo e nas casas partiam o pão, tomando alimento com alegria e simplicidade de coração. Louvavam a Deus e eram estimados por todo o povo. E a cada dia o Senhor acrescentava à comunidade outras pessoas que iam aceitando a salvação.”

Quando olhamos os Atos dos Apóstolos 2,42-47 encontramos o perfil do tipo de Igreja que é necessário ser edificada entre nós:

1). Perseverar na doutrina dos apóstolos – Comunidade de fé;

2). Unir-se para rezar e para celebrar a Eucaristia – Comunidade de oração;

3). Os cristãos devem viver unidos, em solidariedade – Comunidade de amor;

4). Dar testemunho; ser uma Igreja missionária – Comunidade de vida.

Visto desta maneira somos chamados a enxergar que a Igreja não é apenas uma instituição, mas um organismo vivo. Sendo a Igreja um organismo vivo, precisamos repensar a nossa relação com ela e refazer a nossa mentalidade. Vejamos!

  1. A Teologia de São Paulo sobre a Igreja.

Na Primeira Carta aos Coríntios 12,12-31, São Paulo compara a Igreja a um corpo. Diz que há muitos membros e uma cabeça. Cada membro tem sua função própria. Todos estamos unidos a Cristo, a cabeça, sem o qual o corpo não pode existir. Nós somos os membros. Temos funções diferentes. O Corpo de Cristo poderia funcionar melhor se todos os membros fossem membros conscientes e cumpridores de sua missão.

  1. A Teologia de São João sobre a Igreja.

No Evangelho de João 15,1-17, parecida com a imagem do corpo é a comparação da videira e os ramos. O ramo somente pode dar fruto quando fica ligado ao tronco que é Jesus Cristo. Isto quer dizer que somente quando ficamos unidos a Cristo, tendo a mesma mentalidade, podemos dar verdadeiros frutos.

  1. A Teologia do Vaticano II sobre a Igreja.

Uma comparação muito usada depois do Concílio Vaticano II é a do POVO EM MARCHA. Assim como o Povo de Israel caminhava para a Terra Prometida, assim o “Novo Povo de Deus está caminhando para a Terra Prometida”.

Nós não andamos sozinhos, mas juntos, como povo. Não podemos parar. Sempre enxergaremos novos panoramas, novas situações que nos pedem mudanças e adaptações. Estamos indo para um fim. Não marchamos sem destino. Nossa Terra Prometida é o Reino de Deus. Nós estamos construindo este Reino desde já, através da nossa atuação como cristãos no mundo. Este mundo deve ser melhor, deve ser um mundo de paz, de justiça, de amor. Devemos construí-lo sem descansar, unindo as forças, impregnando este mundo de valores evangélicos, de um espírito cristão.

  1. A Teologia de Mateus sobre a Igreja.

No Evangelho de Mateus 5,13-16, Cristo diz que sua Igreja é o sal da terra e a luz do mundo Os cristãos devem ser o sal da terra. Quando os cristãos viverem conforme o espírito de Cristo, o mundo será melhor, mais habitável, mais feliz. Os cristãos devem ser a luz para o mundo: indicar O caminho da felicidade e da verdadeira libertação, o caminho da justiça e do amor. Se a Igreja for verdadeiramente LUZ, como Cristo, nosso mundo sairá das trevas e saberá encontrar o caminho que leva à verdadeira paz.

Será que nós somos, de fato, sal e luz para nosso mundo, nosso ambiente, nossa família, nosso bairro, nossa paróquia?

Nós somos muitos, mas formamos um só corpo, que é o corpo do Senhor, a sua Igreja; pois todos nós participamos do mesmo pão da unidade, que é o corpo do Senhor, a comunhão.

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS