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Diocese de Assis

 

Está no ar a magia da revelação cristã, embrulhada como presente numa manjedoura de animais, num curral quase sempre fétido e improvisado. Está no ar o que deveria ser a maior e mais bela das festividades humanas; não mais o  é. O que fizemos do nosso Natal? A resposta exige tato e sensibilidade, que só a alma serena e devota de um poeta é capaz de nos dar com certeza e precisão: “É Natal, a partilha é possível, necessária, mudará tudo”. Obrigado, companheiro das desilusões e da esperança renovada. Natal é muito mais do que a festa da hipocrisia e do farisaísmo que a domina. É nossa oportunidade de redenção.

Então, o que faremos? Por enquanto, na ala dos desentendidos estão muitos dos burrinhos dos nossos presépios ou das vaquinhas sonolentas e indiferentes ao milagre que acontece diante de seus olhos. Veem, mas não enxergam. Tristes estes, que fazem da noite divina um hiato do tempo, a ruminar sonolentamente seus dias e ignorar os sinais de um novo dia que vence as trevas e prepara nova aurora de vida e esperança. De burrinhos e vaquinhas de presépio temos muito.

Mas há aqueles que se deixam representar pelos inesperados e curiosos visitantes de primeira hora, extasiados que estavam com o clarão de uma luz a iluminar aquela noite mágica. Diziam-se pastores, operários sempre atentos aos sinais de perigo e alerta contra as ameaças dos lobos e coiotes a rondar seus rebanhos. Onde estão estes agora? O que fizeram da magia daquela noite aureolada pelo solstício de uma revelação divina? Um deles trazia nos ombros uma ovelha perdida, desgarrada ou, quiçá, ferida no caminho. Aquela ovelha lhe representa?

Perguntas por perguntas, já vemos o limiar dos reinados terrenos a caminho do berço improvisado. Trazem também presentes. Porém muito mais simbólicos do que os que oferecemos hoje, na onda do consumismo que dominou esse momento cristão. Ouro, ilusão do ouro! Incenso como nossas loas voláteis e passageiras! A mirra de nossos amargores, falácias, decepções! Eis o que temos para oferecer; eis tudo o que hoje depositamos no altar da fé que pensamos ter…

Cadê o ouro verdadeiro, a riqueza maior que poderíamos colocar naquele berço casto e sagrado? Quem ali é capaz de oferecer seu único tesouro que nenhuma ferrugem ou ácido da indiferença mundana seja capaz de corroer, consumir? Quem se dispõe a oferecer a vida, o mais precioso dos tesouros que um dia recebemos de Deus?

Mas há também o simbolismo do incenso, esse que é capaz de se elevar de nossos corações com o perfume casto e suave de nossa gratidão. Nossas orações ganham essa dimensão sagrada, quando elevada aos céus com a pureza e simplicidade de uma fé transformadora, saudável, reluzente como qualquer alma generosa e complacente. Saibamos incensar o menino que nasce diuturnamente em nossos corações, agraciados por sua presença.

Por fim, saibamos também presenteá-lo com a mirra, a essência da profilaxia que nos cura e liberta de todo mal. O santo remédio do arrependimento e da purificação que nos prepara a alma para viver intensamente com a saúde espiritual de que tanto o mundo precisa. Quando soubermos valorizar esse espírito natalino com o respeito que ele merece, teremos a resposta aos dilemas e problemas que hoje temos. E a pergunta será: O que mais poderemos fazer?

                             WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]




Espaço Espírita

 

Ano Novo sempre sugere um balanço de nossas relações com o tempo.

Quantas promessas não cumpridas!…

Quantos planos frustrados!…

E aqueles que já se deixaram registrar no livro divino da responsabilidade perante Deus, fazem contas com a própria consciência, renovando votos de serviço, compreensão, devotamento e renúncia…

Se desejamos, porém, penetrar o segredo das horas, com a realização de nossas esperanças mais elevadas e com a execução gradual de nossos projetos, necessitamos de algo que nos modifique, à frente dos semelhantes, que nos suavize as atitudes, que nos traga correntes de simpatia, que nos inspire o trabalho incessante e digno e que nos alimente o espírito em mais altos padrões de serviço e confiança.

Esse algo, meus irmãos, é a fraternidade profundamente sentida e sinceramente vivida, que auxilie nossa alma, incentivando-a no bem, porque sem fraternidade, há sempre gelo e sombra, indiferença e aspereza no santuário do coração.

NINA ARUEIRA 

Extraído do livro “Irmãos unidos” – Editora GEEM

Psicografia: Francisco Cândido Xavier

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Diocese de Assis

 

A verdade do natal não é, simplesmente, uma data, um calendário, um tempo. A verdade do natal é uma luz que ilumina as trevas… todas as trevas… em todos os lugares e pessoas. A verdade do natal ultrapassa data, calendário, tempo para alcançar distâncias e distantes, noite e dia, bons e maus, pequenos e grandes, ricos e pobres, amigos e inimigos… Extremos e contrastes, surpresas e rupturas marcam o nascimento do Deus-luz nas trevas.

Oh! Noite em que a Luz quebrou o domínio das trevas! A Luz brilhou nas trevas! É o Natal do Senhor! Noite de alegria, pois nasceu o Salvador da humanidade.

O testemunho bíblico

A Sagrada Escritura faz o natal passar pela promessa de salvação. Uma esperança que ensina a viver na conversão. São Paulo a Tito ajuda esclarecer esta perspectiva.

“A graça de Deus se manifestou para a salvação de todos os homens. Essa graça nos ensina a abandonar a impiedade e as paixões mundanas, para vivermos neste mundo com autodomínio, justiça e piedade, aguardando a bendita esperança, isto é, a manifestação da glória de Jesus Cristo, nosso grande Deus e Salvador. Ele se entregou a si mesmo por nós, para nos resgatar de toda iniqüidade e para purificar um povo que lhe pertence, e que seja zeloso nas boas obras” (Tt 2,11-14).

O profeta Isaías visualiza o tempo da luz para um povo em situação de trevas: é a chegada da libertação e da paz.

“O povo que andava nas trevas viu uma grande luz, e uma luz brilhou para os que habitavam um país tenebroso. Multiplicaste o povo, aumentaste o seu prazer. Vão alegrar-se diante de ti, como na alegria da colheita, como no prazer dos que repartem despojos de guerra. Porque nasceu para nós um menino, um filho nos foi dado: sobre o seu ombro está o manto real, e ele se chama ‘Conselheiro Maravilhoso’, ‘Deus Forte’, ‘Pai para sempre’, ‘Príncipe da Paz’. Grande será o seu domínio, e a paz não terá fim sobre o trono de Davi e seu reino, firmado e reforçado com o direito e a justiça, desde agora e para sempre. O zelo de Javé dos exércitos é quem realizará isso” (Is 9,1-6).

Ao contrário do nascimento de João que acontece em casa, em torno de parentes e vizinhos, Jesus nasce fora da sua cidade, numa estrebaria, rodeado somente de seus pais, Maria e José. Duas ideias convém ressaltar a respeito do natal, mais de cunho espiritual que exegético: a primeira delas é a observação do evangelista de que, chegados a Belém, não havia lugar na hospedaria em que Maria pudesse dar à luz o seu Filho. Uma gruta, provavelmente, que abrigava o rebanho dos pastores durante a noite e o defendia das intempéries do tempo, será o lugar do parto. Essa notícia visa despertar no leitor e no ouvinte do evangelho o desejo de tê-lo acolhido em sua própria casa. A segunda ideia é o anúncio cujo objeto é uma grande alegria: nasceu o Salvador. Considerados impuros, no tempo do Messias, por sua própria profissão, eles serão destinatários e portadores da alegria da salvação. É antecipada, aqui, a missão de Jesus: “o Filho do homem veio buscar e salvar o que estava perdido.”

É assim que Lucas nos faz ver a chegada do Menino-Deus-Luz.

“Enquanto estavam em Belém, se completaram os dias para o parto, e Maria deu à luz o seu filho primogênito. Ela o enfaixou, e o colocou na manjedoura, pois não havia lugar para eles dentro da casa. Naquela região havia pastores, que passavam a noite nos campos, tomando conta do rebanho. Um anjo do Senhor apareceu aos pastores; a glória do Senhor os envolveu em luz, e eles ficaram com muito medo. Mas o anjo disse aos pastores: ‘Não tenham medo! Eu anuncio para vocês a Boa Notícia, que será uma grande alegria para todo o povo: hoje, na cidade de Davi, nasceu para vocês um Salvador, que é o Messias, o Senhor. Isto lhes servirá de sinal: vocês encontrarão um recém-nascido, envolto em faixas e deitado na manjedoura’.” (Lc 2, 1-14).

Desejo a todos um Natal de Luz! Bendita seja a Luz em nossas trevas!

 

PE. Edvaldo Pereira dos Santos




Diocese de Assis

 

Diz a sabedoria popular: “Não dê trela para um louco, senão você acaba igual”. Mas é na loucura de muitos que encontramos a verdade em plenitude. Ao menos foi assim que se nos revelou a mais cristalina das verdades humanas. Eis que um maltrapilho e andarilho, um quase esmoler das nossas vilas e cercanias, andava por aí gritando que o tempo já se cumpriu, nova aurora se anunciava, que os dias que tantos sonhavam estavam chegando. O pobre esfarrapado nem calçado tinha. Vestia-se com peles e comia gafanhotos embebidos em mel silvestre. E gritava em alto e bom som as verdades que seu peito retinha: “Daquele que vem não sou digno sequer de desatar seus calçados!”

Sim, esse era o profeta de um novo tempo. Não era o Messias como muitos pensavam, mas seu discurso possuía o timbre de uma revelação maravilhosa. Tal qual aquele louco que perambulava pelas ruas de um Rio dum janeiro qualquer, num passado bem recente, clamando por mais gentileza aos transeuntes apressados pela correria dos nossos tempos. Cuidado, devagar! “Gentileza gera gentileza!”, dizia a todos. Da mesma forma, aquele às margens de um outro rio, um Jordão puro e cristalino, também dizia: “Vigiai, vigiai!” Estejam atentos, pois a pureza dessas águas não se compara com a força transformadora e cristalina da promessa que Ele vai realizar: seu batismo no Espírito. O caudaloso rio que renova a vida do nosso deserto não se compara em nada ao rio de graças e bênçãos que “Aquele que vós não conheceis – e que vem depois de mim” (Jo  1, 26) – tem para nos oferecer.

Esse João Ninguém , mesmo assim, continuava seu rito de iniciação, purificando a todos com seu gesto batismal. Daí a importância desse ritual em nossas vidas, o princípio de uma caminhada de fé, o batismo nas águas que nos permite antecipar a necessária preparação para nosso advento espiritual, nossa vida em consonância com os planos de Deus, que nos revela o clima de paz e harmonia sempre presentes em Betânia, além do Jordão. O local das revelações cristãs onde coincidentemente João estava batizando. Betânia tornou-se símbolo de paz e harmonia, uma casa predileta do Cristo entre nós. Ao longo de seu ministério era ali que Jesus refazia suas forças, na companhia de Lázaro, suas irmãs e muitos discípulos amados por Ele. Dentre eles, familiares de João, seu primo que “perdeu a cabeça” pela fé que professou…

“Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz”. Essa era sua identidade, sua única razão de ser, de existir, que aparentemente nos soa como demência pura e simples, cuja consequência lhe foi fatal, mas nos proporcionou o reconhecimento do Cristo entre nós. Eis sua maior riqueza, a virtude da “gentileza” de revelação profética! Se hoje temos Jesus como a maior dádiva divina, se sua doutrina chegou até nós como o mais perfeito roteiro para se alcançar a plenitude que sonhamos, se nossa história encontrou novo sentido após a aurora do anúncio de que o “Cordeiro de Deus” está entre nós, foi graças à coragem e insanidade de João Batista, a voz que hoje retumba no deserto de nossas tribulações: “Vigiai e orai, pois o Reino de Deus está próximo”!

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]

 

 




ESPAÇO  ESPÍRITA

Ele não era médico e levantou paralíticos e restaurou leprosos, usando o divino poder do amor.

Não era advogado e elegeu-se o supremo defensor de todos os injustiçados do mundo.

Não possuía fazendas e estabeleceu novo reino na Terra.

Não improvisava festas e consolou os tristes e reergueu o bom ânimo das almas desesperadas.

Não era professor consagrado e fez-se o Mestre da Evolução e do Aprimoramento da Humanidade.

Não era Doutor da Lei e criou a universidade sublime do bem para todos os espíritos de boa vontade.

Padecendo amarguras – reconfortou a muitos.

Tolerando aflições – semeou a fé e a coragem.

Ferido – curou as chagas morais do povo.

Supliciado – expediu a mensagem do perdão e do amor, em todas as direções.

Esquecido pelos mais amados – ensinou a fraternidade e o reconhecimento.

Vencido na cruz – revelou a vitória da vida eterna em plena e gloriosa ressurreição, renovando os destinos das nações e santificando o caminho dos povos.

Ele não era, portanto, rico e engrandeceu os celeiros dos séculos.

Quem oferecer, assim, o coração, em homenagem ao Divino Amor na Terra, poderá, desse modo, no exemplo de Jesus, embora anônimo, aflito, apagado ou crucificado, atender à santificada colaboração com Deus, a benefício da Humanidade.

ANDRÉ LUIZ

Extraído do livro “Antologia Mediúnica do Natal”

Psicografia: Francisco Cândido Xavier – Editora FEB

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Diocese de Assis

Em todo tempo é tempo de missão, mas, quando se aproxima o natal de Jesus, nos vemos convocados, de novo, por aquele que é o enviado do Pai e que, a partir de Belém e da manjedoura nos ensina a viver em missão.

Vida em missão é como semente lançada na terra: entra no mistério do crescimento, do fruto maduro e da colheita. Mas é bom enfatizar que, não é a vida de um lado e, a missão de outro, mas, vida em missão; juntas e misturadas.

A vida foi concebida para ser missão e a missão para ser vida. Separadas, elas não são sementes, não são lançadas, não brotam, não crescem, não frutificam e não viram colheita.

Eis, portanto, o alerta que nos faz o Senhor: “Eu garanto a vocês: se o grão de trigo não cai na terra e não morre, fica sozinho. Mas se morre, produz muito fruto. Quem tem apego à sua vida, vai perdê-la; quem despreza a sua vida neste mundo, vai conservá-la para a vida eterna. Se alguém quer servir a mim, que me siga. E onde eu estiver, aí também estará o meu servo. Se alguém serve a mim, o Pai o honrará” (Jo 12,24-26).

Mas, afinal de contas, que outro sentido e valor teria a nossa vida? De que maneira seria tão preciosa? Como encontraria tantas razões? Onde seria revestida com tanta beleza?

Paulo tem algumas convicções sobre o valor e o sentido da vida em missão que, resultaram da vivência e aprofundamento, pessoal, no mistério do Cristo morto e ressuscitado. São iluminações que nos ajudam, também, a responder sim, com convicção:

Considerar o Cristo como o centro e a razão de tudo.

“Por causa de Cristo, porém, tudo o que eu considerava como lucro, agora considero como perda. Quero, assim, conhecer a Cristo, o poder da sua ressurreição e a comunhão em seus sofrimentos, para tornar-me semelhante a ele em sua morte, a fim de alcançar, se possível, a ressurreição dos mortos. Não que eu já tenha conquistado o prêmio ou que já tenha chegado à perfeição; apenas continuo correndo para conquistá-lo, porque eu também fui conquistado por Jesus Cristo” (Fl 3,7.10-12).

Receber, da graça de Deus, a força na fraqueza.

“Ele, porém, me respondeu: ‘Para você basta a minha graça, pois é na fraqueza que a força manifesta todo o seu poder.’ Portanto, com muito gosto, prefiro gabar-me de minhas fraquezas, para que a força de Cristo habite em mim. E é por isso que eu me alegro nas fraquezas, humilhações, necessidades, perseguições e angústias, por causa de Cristo. Pois quando sou fraco, então é que sou forte” (2 Cor 12,9-10).

Sustentar, com o testemunho, o serviço confiado por Cristo.

“Mas, de modo nenhum considero minha vida preciosa para mim mesmo, contanto que eu leve a bom termo a minha carreira e o serviço que recebi do Senhor Jesus, ou seja, testemunhar o Evangelho da graça de Deus” (At 20,24).

As respostas de Paulo e de tantos homens e mulheres, na história da fé, nos permitem entender que não se trata de qualquer vida e de qualquer missão mas, a vida em missão a partir do Mistério de Cristo, de sua própria vida em missão.

Sendo assim, compreendendo a nossa própria existência no mundo, como ‘um viver em missão’, daremos sentido novo a tudo o que somos e fazemos, sonhamos e queremos, e projetamos e realizamos; terá razão e sentido o passado, o presente e o futuro; ganhará mais sentido a alegria e a tristeza, a saúde e a doença, a vida e a morte…

Viveremos em missão porque, viver em missão é como nossa respiração diária, faz parte de nós!

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS




Diocese de Assis

 

Surpreso fiquei com o anúncio de que rodovia que uso diariamente e que liga meu interior à grande capital foi eleita como a segunda melhor rodovia brasileira. Não só surpreso, mas igualmente decepcionado, pois imaginei o quão péssimas seriam as demais. Porque por aqui o tráfego é terrível, os remendos se sucedem uns sobre os outros, os longos aclives e declives tornam-se as maiores causas de grandes acidentes e o título histórico de corredor da morte ainda não lhe foi tirado em definitivo. Sinceramente, onde “arranjaram” esse título?

Mas a surpresa acontece numa semana em que o calendário litúrgico nos desafia: “Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas estradas!”  O grito profético do deserto é bem atual, posto que nos chama à responsabilidade e nos convida a refletir sobre fatos, acidentes e incidentes, que nos rondam diuturnamente e para os quais sempre apontamos culpados, damos-lhes nomes e sobrenomes, mas nunca nos incluímos nesta vasta lista. Consertar estradas não é atribuição nossa. Os responsáveis que arquem com as consequências de eventuais desastres.

Confessemos os nossos pecados. Neste campo aparentemente vazio, que constitui também nosso “interior”, está a raiz condutora da vitalidade necessária para “aplainarmos” os caminhos do Senhor. Endireitar suas veredas é também manter nossa ligação com a capital celeste, a Jerusalém que sonhamos. Endireitar suas veredas é evitar “remendos” improvisados e fazer das artérias de nosso coração um canal de fluxo e refluxo permanente com a vontade de Deus; é evitar longos aclives de declives, altos e baixos, mas construir pontes seguras que nos unam aos canais das graças celestes. É alcançar o outro lado sem os obstáculos do medo e da insegurança.

Por isso o grito no deserto é a voz da nossa consciência a pedir socorro. Do Batista herdamos a consagração batismal, mas também a audácia testemunhal, ou seja: a coragem de apontar a todos o Cristo que passa, o Cordeiro de Deus entre nós. “Depois de mim virá alguém mais forte do que eu” (Mc 1,7). Essa deveria ser a afirmativa mais sonora e constante na vida dos que evangelizam. Nada fazemos com nossas fraquezas e limitações pessoais, mas através delas é que nos tornamos capazes de transformar o mundo com nossa presença e ação missionária. Como diria Paulo: quando sou fraco é que me sinto forte”. Na estrada que hoje percorremos a paisagem não é das melhores, mas o tráfego terá mais fluidez se nos dispusermos a endireitar seu trajeto e buscarmos com mais objetividade as metas que o Espírito nos aponta. Metas de um novo tempo. Caminhos certeiros e seguros que só o anúncio evangélico é capaz de proporcionar àqueles que percorrem a estrada da vida. Mas ainda se surpreendem com a revelação de ser esta não a segunda, mas a melhor rodovia de retorno à nossa morada definitiva.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]




Espaço Espírita

 

            “Tornou, pois, a entrar Pilatos no pretório, e chamou a Jesus, e disse-lhe: Tu és o Rei dos Judeus? Respondeu-lhe Jesus: O meu Reino não é deste mundo; se o meu Reino fosse deste mundo, certo que os meus ministros haviam de pelejar para que eu não fosse entregue aos judeus; mas por agora o meu Reino não é daqui. Disse-lhe então Pilatos: Logo, tu és rei? Respondeu Jesus: Tu o dizes, que eu sou rei. Eu não nasci nem vim a este mundo senão para dar testemunho da verdade; todo aquele que é da verdade ouve a minha voz.” (João, 18:33-37)

Por estas palavras, Jesus se refere claramente à vida futura, que ele apresenta, em todas as circunstâncias, como o fim a que se destina a humanidade, e como devendo ser o objeto das principais preocupações do homem sobre a Terra. Todas as suas máximas se referem a esse grande princípio. Sem a vida futura, com efeito, a maior parte dos seus preceitos de moral não teriam nenhuma razão de ser. É por isso que os que não creem na vida futura, pensando que ele apenas falava da vida presente, não os compreendem ou os acham pueris.

Esse dogma pode ser considerado, portanto, como o ponto central do ensinamento do Cristo. Eis porque está colocado entre os primeiros, pois deve ser a meta de todos os homens. Só ele pode justificar os absurdos da vida terrestre e harmonizar-se com a justiça de Deus.

Extraído do livro “O Evangelho segundo o Espiritismo” – Allan Kardec – Cap II – Meu reino não é deste mundo

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Diocese de Assis

De um modo geral, todos querem e pleiteiam o melhor para si e, por vezes, para os seus: o melhor lugar, o melhor emprego, o melhor salário, a melhor cidade… o melhor… sempre o melhor mas, o melhor pretendido contrasta com uma lentidão, pouca a coragem, falta de decisão e pouco empenho na busca do melhor, no sentido de formar o caminho, a oportunidade e a conquista desse melhor que perdura como conversão, mudança, transformação e felicidade.

Todo melhor que não coopera para melhoramentos pessoais não passa de uma ilusão consumista sustentada por uma ostentação fantasiosa. Infelizmente, esse é o fracasso de uma mentalidade rasa e imediatista na qual estamos mergulhados e que defendemos de unhas e dentes, em nome de uma pretensa liberdade. Nada parece satisfazer a nossa gana por mais e sempre mais porque, sem perceber, estamos ficando cheios de muitos vazios insaciáveis.

Qual é a esperança para os vazios que persistem nas pessoas, num mundo que, além de não satisfazer, aumenta os vazios e aprofunda a sua crise?

Ora, se temos claro que o vazio do mundo é o excesso do ter, do prazer, do poder, do fazer que leva a muitas e diversas banalizações, a muitas e diversas perda de sentido, a muitas e diversas dores e males, fica claro, também, que o remédio para a crise dos vazios é o esvaziamento de tudo o que está enchendo e estufando a todos.

O esvaziamento é uma mística que chama e convoca à disciplina do silêncio que, por um lado, nos coloca em contato com o barulho ensurdecedor de tudo aquilo que não promove sentido à vida e são como abismos em nós e no mundo, e por outro lado, nos permite ressignificar a vida e tudo o que dá sentido a ela.

Para quem tem fé, a busca de sentido passa pelo encontro e reencontro pessoal com o Senhor. Estamos no tempo do advento que tem vários apelos importantes. Um desses apelos é o de ir para o deserto ao encontro do Senhor que dá sentido para a vida que está sem sentido. Somos convidados a ingressar no grande silêncio do deserto para ouvir a voz divina de modo a ampliar o espaço do nosso coração. É no silêncio que a mensagem profética compromete nossas vidas a construir caminhos que conduzem ao encontro do Emanuel, o Deus que vem viver em nosso meio e encher nossa vida de sentido. É no silêncio interior que esperamos viver um novo céu e uma nova terra.

Precisamos criar compromissos diários de nos afastarmos do tumulto do mundo e ir ao “deserto” para ouvir a Boa Notícia de Deus falando ao coração, dedicando tempo para o silêncio e a reflexão, a fim de nos prepararmos para o encontro com o Emanuel, no Santo Natal.

O profeta Isaías 40,1-5.9-11 traduz o anseio de vida plena, satisfeita e com sentido, chamando-nos à renovação da esperança e da confiança:“Consolai o meu povo, consolai-o!” — diz o vosso Deus — Falai ao coração de Jerusalém e dizei em alta voz que sua servidão acabou e a expiação de suas culpas foi cumprida; ela recebeu das mãos do Senhor o dobro por todo os seus pecados”. Grita uma voz: “Preparai no deserto o caminho do Senhor, aplainai na solidão a estrada de nosso Deus. Nivelem-se todos os vales, rebaixem-se todos os montes e colinas; endireite-se o que é torto e alisem-se as asperezas: a glória do Senhor então se manifestará, e todos os homens verão juntamente o que a boca do Senhor falou. Sobe a um alto monte, tu que trazes a boa-nova a Sião; levanta com força a tua voz, ergue a voz, não temas; dize às cidades de Judá: “eis o vosso Deus, eis que o Senhor Deus vem com poder, seu braço tudo domina: eis, com ele, sua conquista, eis à sua frente a vitória. Como um pastor ele apascenta o rebanho, reúne, com a força dos braços, os cordeiros e carrega-os ao colo; ele mesmo tange as ovelhas mães.”

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS




Milhares de voluntários se oferecem para responder: Será que a Terra vai sobreviver?

 

Nos últimos meses, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registrou repetidamente recordes na temperatura média no Brasil. A combinação de secas, chuvas intensas e calor extremo interfere nas atividades produtivas, além de causar muitos prejuízos e perdas sociais em escala pessoal e coletiva. Centros internacionais de monitoramento do clima global indicam que 2023 terminará como o ano mais quente já registrado na Terra. E, durante a Cúpula da Ambição Climática, realizada em setembro de 2023 em Nova York, Estados Unidos, a ONU reconheceu a urgência de mudanças para diminuir a crise do clima.

Em meio à crescente preocupação com as alterações climáticas, as Testemunhas de Jeová partilham uma mensagem de esperança. Desde novembro, centenas de milhares de voluntários em todo o país oferecem aos seus vizinhos a revista Despertai! N°1 de 2023 com o tema: Será que a Terra vai sobreviver? – Motivos para ter esperança. A iniciativa continuará até dezembro.

Nessa edição são abordados temas como:

  • Água: Que processos naturais impedem que a água que existe no nosso planeta desapareça?
  • Oceanos: Será que o dano causado aos oceanos pode ser revertido?
  • Florestas: O que ecologistas observaram recentemente sobre áreas desmatadas?
  • Ar: Que ciclos naturais são responsáveis por limpar o ar que respiramos?

“Apesar do cenário desafiador e das preocupações mundiais, há motivos para o otimismo”, diz Gilberto dos Santos, porta-voz local das Testemunhas de Jeová. “A população mundial parece entender que é preciso um esforço conjunto para preservar o planeta e a revista aborda soluções viáveis para o problema, destacando razões para confiarmos em um futuro melhor”.

Uma cópia online gratuita dessa edição de Despertai! está disponível no site JW.ORG. A revista também pode ser acessada no formato Linha Braille (BRL) e em Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Porta-voz local das Testemunhas de Jeová

GILBERTO DOS SANTOS

Contato: [email protected]]