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Diocese de Assis

 

          A relação estabelecida entre Jesus e seus seguidores exige, por primeiro, reciprocidade. Não é uma exigência burocrática, na base da obediência e obrigação meticulosa entre duas partes que constroem uma relação de convivência apenas. Não um simples código de conduta serviçal ou contratual, como muitos o fazem numa relação de trabalho ou alhures. Nem algo que se assemelhe a um pacto nupcial ou afetivo, com fins de se construir uma convivência harmoniosa pura e simples. Ao contrário, Jesus exige muito mais, a partir de um profundo conhecimento mútuo. “Eu os conheço. Da mesma forma como vocês me conhecem. Conheço a voz, o nome, os anseios, os desejos, os sonhos, a luta, os fracassos… tudo, tudo da vida de vocês. E vocês?”

Essa é a essência da metáfora que Jesus contou a seus discípulos, ao lhes narrar a história do Bom Pastor. Tão simples e maravilhosa que os ouvidos moucos de seus ouvintes não foram capazes de entende-la num primeiro momento. Como assim, porta, aprisco, ovelhas? O que Jesus queria dizer com aquele palavreado sem sentido? A dureza dos corações atrelados à realidade pura e simples, à cruenta realidade de uma sociedade injusta e insegura, não lhes permitia entender o quão maravilhosa era a história que Ele lhes contava. Primeiramente, afirmava ser Ele a porta do redil, aquele estranho local de aconchego e proteção, um oásis no deserto, um céu na terra… Isso mesmo, Ele lhes falava do Paraíso, o aprisco divino pelo qual só se entrava passando por Ele, a porta única da salvação que almejamos. “A este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz” (Jo 10,3). Só Jesus tem licença do Pai para nos dar acesso às serenas e verdejantes “pastagens” paradisíacas do Reino Celeste, porque quem entra por outro caminho é o ladrão, o salteador das ovelhas.

Por outro lado, conhecemos sua voz, suas palavras, sua promessa… A ovelha do rebanho protegido está em perfeita harmonia com o comando do seu pastor e segue  sua voz, suas orientações, desconhecendo assim o comando oportunista dos estranhos, aqueles que diuturnamente rondam o rebanho em busca das ovelhas incautas, distraídas, surdas às palavras do único e verdadeiro pastor. Nesta relação é que se estabelece o vínculo protetivo que a fé cristã promete aos que seguem as promessas de proteção e amor daquele que se diz o verdadeiro e único redentor da humanidade. Eis porque a Palavra de Deus deve ser o centro dos conhecimentos da vida cristã. Eis aqui a importância de se conhece-la e aprofundá-la como fonte primeira dos estudos que preenchem nossa sabedoria, nossa sede primeira de intelectualidade e ciências humanas. Não é a religiosidade que garante nossa integridade, mas é a constante relação com os mistérios que rondam nossa existência que nos revela a grata proteção e predileção de Deus por seu povo. Essa é uma experiência estritamente pessoal, uma certeza só concedida àqueles que vivem uma relação íntima, pessoal, tranquila e serena com o Mestre de nossas vidas, o Bom Pastor!

Tudo isso vem de uma relação clara e suscinta, uma prática de fé coerente, adulta, amadurecida na experiência íntima com o Cristo que vive em nós. Esse é o segredo, o nosso segredo de perseverança! Quem vive essa experiência entra pela porta certa, faz parte de uma relação de amor só possível de ser sentida e vivenciada na imersão dos mistérios que nos foram revelados. “Eu sou a porta: se alguém entrar por mim, será salvo: tanto entrará como sairá e encontrará pastagem” (Jo 10,9). Eis tudo! Essa certeza vale mais que qualquer outra ilusão humana, qualquer entorpecente ou droga, qualquer falsa promessa de segurança e libertação oferecida pelos ladrões e salteadores da nossa espiritualidade, da segurança advinda do rebanho cristão, das promessas de “vida em abundância” que só Cristo oferece ao mundo! Eis porque sou cristão. Eis porque torço para que todos os que amo e quero bem também o sejam, que você que foi capaz de me ler até aqui também o seja, também viva essa experiência de predileção e proteção divinas. Só quem conhece, ama! Só quem ama, vive! Quem não vive, vegeta!

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]




Diocese de Assis

No contexto do mês de maio, vamos falar das mulheres…

Como a Bíblia trata as mulheres? É machismo, discriminação ou preconceito algumas passagens que podemos constatar na Bíblia?  Como entender o posicionamento de alguns escritores sagrados ao se referir às mulheres?

A complexidade das relações interpessoais vai configurando o lugar social de cada pessoa. Nesse sentido, o lugar social da mulher, em todas as sociedades, salvo ledo engano, parece estar submetido a uma cultura notadamente masculina.  Portanto, para entender a realidade social da mulher é preciso entender, antes, a cultura que lhe serve de substrato hoje ou no mundo bíblico.

No antigo Oriente Médio a mulher em geral não tinha os direitos de uma pessoa livre; era sempre sujeita ao homem, ao pai ou ao marido. Por conta de algumas poucas leis, ganharam força, ante a sua inferioridade jurídica, no que diz respeito aos negócios, ao matrimônio, à viuvez, à herança.

Na Grécia, a posição da mulher é, também, baixa.  Sua vida era rigorosamente limitada à casa e, sua responsabilidade era a procriação e educação dos filhos legítimos.  Como no Oriente Médio, a fidelidade conjugal não era obrigatória para o marido. Por isso, crendo-se que, sendo por natureza, de instinto ninfomaníaco, a mulher permaneceria fiel se atentamente vigiada.

A lei e o costume romanos davam ao pai um rigoroso poder sobre filhos e filhas, mas em Roma a posição da esposa e da mãe era mais elevada do que na Grécia e no Oriente, tanto na dignidade como nos direitos legais.  Entretanto, a liberdade, não pôs fim à licenciosidade sexual tanto do homem como da mulher.

O Antigo Testamento  faz uso do mesmo contexto do mundo antigo para se referir à mulher, pondo em relevo uma mentalidade hebraica, em termos de lei, até mais incisiva: a mulher é propriedade do homem (Gn 12,12-20; 19,8; 20,2; Jz 19,24-27).  Entretanto, em termos sociais, sua condição parece gozar maior conceito: as mães são incluídas no mandamento da honra aos pais (Ex 20,12;  Lv 19,3; Dt 5,16); podiam tomar parte nas celebrações festivas (Ex 15,20; Jz 11,34); tomavam parte nas festas religiosas (Dt 12,12; Jz 13,20.23).

Merecem destaque personalizado as mulheres citadas por sua coragem, inteligência, força ou devoção: Raab (Js 2); Micol (1Sm 19,11ss); Abigail (1Sm 25,14ss); Resfa (2Sm 21,7ss); a mulher de Sunam (2Rs 4,8ss); as figuras das mulheres dos patriarcas – Sara, Agar, Rebeca, Raquel e Lia  (como Jezabel, Dalila e Atalia, são mais complexas, mas é difícil afirmar que mulheres desta categoria representavam uma classe secundária); Débora, uma heroína hebraica e as mulheres do livro de Rute;  Judite e Ester.

A lei hebraica previa certa proteção especial à mulher: lei para a mulher prisioneira de guerra (Dt 21,10ss); para a mulher falsamente acusada de adultério (Dt 22,13ss); para a moça violentada (Dt 22,28ss). Deve-se admitir que estas leis são exceção, contudo, pode-se deduzir que a condição da mulher era mais garantida pelo costume do que pela lei.

A passagem mais significativa do AT, sobre a condição da mulher, é Gn 2: A mulher é “igual ao homem”, da sua espécie, “osso de seus ossos, carne de sua carne”, por isso o homem deixa seus pais para viver com ela.

O trabalho da mulher era muito duro; ela devia moer, fazer pão, buscar água e material combustível, fiar, tecer, costurar, cuidar dos filhos e da casa, arar, semear, colher, debulhar, respigar.

(Continua no próximo artigo)

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS




Espaço Espírita

 

  1. Pensamento sombrio?

Alguns instantes de prece.

  1. Irritação?

Silêncio de meia hora pelo menos.

  1. Tristeza?

Ampliação voluntária da quota de trabalho habitual.

  1. Impulso à crítica destrutiva?

Observemos as nossas próprias fraquezas.

  1. Desejo de censurar o próximo?

Um olhar para dentro de nós mesmos.

  1. Solidão?

Auxiliar a alguém que, em relação a nós, talvez se encontre mais sozinho.

  1. Tédio?

Visita a um hospital para que se possam medir as próprias vantagens.

  1. Ofensa?

Perdoar e servir mais amplamente.

  1. Ressentimento?

Esquecimento de todo mal.

  1. Fracasso?

Voltar às boas obras e começar outra vez.

 ALBINO TEIXEIRA

Extraído do livro “Caminho Espírita” – Psicografia: Francisco Cândido Xavier

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Diocese de Assis

 

Se considerarmos a vida como oportunidade de contínuas descobertas, o que de fato é, há de se pensar ser esta uma longa estrada. Muitos já a definiram, cantaram e louvaram como estrada da vida. Não há melhor definição. Mas é exatamente numa pequena estrada, onze quilômetros apenas, que se dá a maior das revelações que a história humana já presenciou e testamentou: a estrada de Emaús, ligando esse pequeno povoado à Jerusalém, então capital da fé monoteísta, a fé do povo de Abrão, pai do Povo de Deus. No povoado de Emaús, ao partir o pão para os dois companheiros de viagem, Cristo se deixou reconhecer como senhor da vida e da morte.

O processo dessa revelação foi gradativo, à medida que trilhavam aquele caminho com um desconhecido que parecia ignorar os últimos acontecimentos que destruíram as esperanças de libertação do povo de Israel. “Tu não sabes o que aconteceu nos últimos dias?”. Colocado diante de uma aparente catástrofe, Jesus ironiza momentaneamente a pouca inteligência e lentidão dos seus, por não compreenderem e aceitarem “tudo o que os profetas falaram” a respeito do Messias.

Nosso desafio, hoje, é colocar esse fato histórico como fonte de revelações que a doutrina cristã sempre apontou como essenciais para o crescimento da nossa fé. Não é só um simples ato e concordância submissa, sem compreensão, sem questionamentos, nem mesmo dentro da lógica que tudo governa. A estrada de Emaús foi o caminho do diálogo do ser humano atônito com o que a realidade lhe apresentava, com a experiência agora concreta, cabal e extraordinariamente vivificante da certeza de que Cristo Ressuscitado ainda caminha com seu povo, perfaz nossas estradas como companheiro de viagem a colocar luzes sobre as trevas que ainda ofuscam nossa fé pequena, a dialogar conosco mostrando a plenitude das profecias ditas a seu respeito, a nos ensinar com a paciência e generosidade que sempre caracterizou seu ministério, a provocar em seus discípulos a mais grata das revelações: “Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” (Lc, 24, 32). Essa é a mais feliz das descobertas, a mais agradável das revelações da nossa estrada após a tragédia do calvário.

Em suma, nós, os discípulos que “descem” de Jerusalém possuídos pelas incertezas de uma cruenta realidade, não temos mais o que temer. Se o Mestre foi capaz de nos reanimar, nos alimentar espiritualmente com suas Palavras, nos partir e repartir o Pão, essencial para a fortaleza do Espírito que nos conduz, agora nos devolve à Jerusalém terrestre, como emissários de suas Revelações e agentes renovados em seu ardor missionário. Afinal, a missão que era Dele agora é nossa. O anúncio tão bem proclamado e explicitado através do seu ministério de paixão sem limites agora salta de nossas vidas, a loucura quase utópica, porém possível de se realizar, de um sonho de fraternidade universal, é nossa causa urgente, urgentíssima, diante da cegueira que entorpece a mente e o coração humano. Sim, Cristo vive e caminha conosco! A estrada de Emaús perfaz e refaz nossa aparente esperança perdida. Ainda é tempo. A estrada é curta, mas a promessa é maior!

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]




Diocese de Assis

Chegamos a um ponto em que para tudo se exige uma contraprova ou ao menos a prova dos nove. Dois mais dois igual a quatro. Acreditar no que não se vê tornou-se uma atitude quase utópica, uma posição contrária à lógica dum mundo excessivamente plausível, palpável, imediatista, irremediavelmente materialista. A fé do homem moderno está lastreada à sua lógica e razões científicas. Seu imaginário pode sonhar, voar, mas suas ações não coadunam com visões e ou crenças imaginárias ou fora do contexto físico, material, plausível. Como, pois, acreditar num retorno à vida de alguém comprovadamente morto e sepultado?
A fé de Tomé era coerente com aquilo que ele bem viu e testemunhou com muita dor e lágrimas nos olhos. Afinal, caminhou à distância e atônito com o que testemunhava, aquela via crucis de humilhação, acerbada injustiça, ironia sem limite, escárnio e degradação de qualquer dignidade que se pudesse dizer humana, insensibilidade fora da medida, impiedade até o fim… E o lance da certificação da morte, com aquela espada a lhe perfurar o peito? E as últimas gotas de sangue e água a sulcar aquele chão do indiferentismo crucial? Tudo isso Tomé presenciou, até mesmo o apressado sepultamento ao cair daquela tétrica noite. Como então acreditar numa fábula de ressurreição? Tomé estava certo: era preciso ver, ouvir, tocar, antes de qualquer nova esperança, qualquer afirmativa de um milagre tão impossível e grandioso. Cristo vive! Como assim?
Acontece que a fé supera tudo, até portas fechadas, até a morte aparente, a última das barreiras de qualquer ser vivo. Aqui reside a grandiosidade da fé cristã, capaz de vencer os túmulos das nossas incertezas e inseguranças, para nos apresentar as chagas e o lado ainda em aberto, mas como provas incontestes de uma vida maior que aquela massacrada e aparentemente vencida pelos grilhões do pecado humano. Maior pecado não há do que negar o mistério da redenção, o milagre da Encarnação e Remissão de um Deus Conosco, Emanuel. O mistério Pascal é exatamente o milagre da morte vencida, esta que nos assombra sempre como ponto final de uma existência meramente física, passageira, mortal. Colocar o dedo nas feridas do Redentor, tocar seu lado aberto pela indiferença dos poderes e da ordem farisaica dos que pensam nos conduzir, é seguir a lógica que conduz nossas vidas. Fugir desta e contemplar a luz transcendente do mistério de um Cristo translúcido, fulgurante em sua vitória sobre a morte, é ter a graça e o privilégio de tocar suas feridas, comprovar sua ressurreição. Aquele que um dia duvidara agora se prostrava diante da maior revelação da fé cristã: Cristo ressuscitou, aleluia! Agora só nos compete dizer, como Tomé prostrado diante do mistério que contemplava: “Meu Senhor e meu Deus!”
Acontece que ainda teimamos com nossas lógicas imediatistas. De Tomé e seu comportamento cético temos muito. Ele nos representa. Talvez não mereçamos o privilégio daquele encontro pessoal que o apóstolo vivenciou, mas com certeza esse “encontro” nos esteja reservado num plano superior, porém não menos significativo do que a visão dos discípulos naquela casa fechada. Fechada pelo medo das ameaças externas, da intolerância e incompreensão dum mundo agnóstico, sem fé, sem esperanças maiores. Não é nosso caso. Nossa esperança é maior do que as desilusões que nos cercam. Nossa vida é maior que os túmulos destinado aos despojos de uma existência fugaz. Nossa fé vai além da visão terrena e da cegueira espiritual dos que questionam essa maneira simples de contemplar o milagre da vida: “Bem-aventurados os que creram sem terem visto!”
WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]




ESPAÇO  ESPÍRITA

Quando a dor chegar para você, serei a promessa de alívio e renovação.

Se o cenário se converter em noite escura, serei a estrela-guia para o rumo certo.

Quando a fadiga se apresentar, serei o abrigo seguro e específico.

Quando os conflitos se fizerem presentes, serei a indicação para a calma e a fraternidade.

Em todos os momentos, desejo ser sua companheira fiel.

Sou amiga de todos, embora quase sempre encontre guarida entre os crentes e idealistas.

Hoje, bato à sua porta. Não me recuse morada em seu coração.

Onde chego, renovo os pensamentos e vivifico a certeza no futuro melhor.

Sou irmã do otimismo e filha da confiança em Deus.

Agora, sou também sua irmã.

Dê-me sua mão. Venha comigo.

Meu nome é ESPERANÇA.

SCHEILLA

 Do livro “A Mensagem do Dia” – Psicografia: Clayton LevyEditora Allan Kardec

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Devoção à Divina Misericórdia reúne milhares de fiéis na Canção Nova

 

Neste domingo (16), a Canção Nova, em Cachoeira Paulista, recebe milhares de fiéis para o “Domingo da Divina Misericórdia”, instituído por São João Paulo II durante o seu pontificado, e celebrado no primeiro domingo após a Páscoa. As atividades e celebrações terão início na madrugada, a partir das 3h. A missa de encerramento será às 16h, presidida pelo padre Adriano Zandoná. A entrada é gratuita e não é cobrada taxa de estacionamento.

Como propagadora da Devoção à Divina Misericórdia, a Canção Nova já oferecerá desde quinta-feira (13/04) uma programação especial voltada para essa espiritualidade, com pregações, testemunho do cantor Walmir Alencar, momentos de Adoração e bênção do Santíssimo Sacramento, oração do Terço da Misericórdia – uma das cinco formas de se praticar a devoção -, show na sexta-feira (14/04) com a Fraternidade São João Paulo II, às 21h, e “Noite oracional” no sábado (15/04), que terá a participação do Coral Canção Nova e do cantor católico Eugênio Jorge.  

As missas na quinta-feira, sexta-feira e no sábado, todas às 16h, serão presididas, respectivamente, pelo padre Donizete Heleno, vice-presidente da Comunidade Canção Nova; por Dom Tiago Stanislaw, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Sebastião, no Rio de Janeiro (RJ); e pelo padre Marcio Prado, da Canção Nova.

Os padres Alexsandro Freitas, Evandro Lima, Bruno Antônio de Oliveira e Willian Guimarães, também da Canção Nova, a cofundadora da Comunidade, Luzia Santiago, e as missionárias Daniela Miranda, Adriana Pereira, Gabrielle Sanchotene, Sônia Venâncio e Patrícia Mendes, estão na programação da Festa da Misericórdia, que este ano trará como tema central: “Jesus, o rosto da Misericórdia”.

Serviço
Evento: Festa da Misericórdia – Tema: “Jesus, rosto da Misericórdia”
Data:
13 a 16 de abril de 2023
Local: Canção Nova
End.: Av. João Paulo II, s/nº, Alto da Boa Vista, Cachoeira Paulista (SP)
Entrada: Gratuita

 




Espaço Espírita

O Espiritismo é uma doutrina sem dogmas, de tríplice aspecto e fundamenta-se tão somente na razão e nos fatos.

É filosófica, porque dá uma interpretação da vida, respondendo questões como “de onde eu vim”, “o que faço no mundo”, “para onde irei depois da morte”.  Portanto, toda doutrina que dá uma interpretação da vida, uma concepção própria do mundo, é uma filosofia.

É científica, porque estuda, à luz da razão e dentro de critérios científicos, os fenômenos mediúnicos, isto é, fenômenos provocados pelos espíritos e que não passam de fatos naturais. Todos os fenômenos, mesmo os mais estranhos, têm explicação científica. Não existe o sobrenatural no Espiritismo.

E também é religiosa, porque tem por objetivo a transformação moral do homem, revivendo os ensinamentos de Jesus Cristo, na sua verdadeira expressão de simplicidade, pureza e amor. Uma religião simples, sem sacerdotes, cerimoniais e sacramentos de espécie alguma. Sem rituais, culto a imagens, velas, vestes especiais e nem manifestações exteriores.

Ou seja, a ciência multiplica as possibilidades dos sentidos e a filosofia aumenta os recursos do raciocínio, mas a religião é a força que transcende, que alarga os potenciais do sentimento, estimulando o homem às primícias de Jesus ao dizer: – “Amai o próximo como a si mesmo”!

WANDERLEY  CANTREVA  ALVES  –  Rio de Janeiro (RJ)

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Diocese de Assis

 

          A simples visão de um túmulo é sempre algo desagradável. Mais ainda quando o encontramos de portas abertas, escancaradas, à espera de um novo hóspede. Pior ainda quando o percebemos vazio, novinho em folha, como se fosse uma encomenda nossa, pronta a receber alguém que amamos. E, o mais lastimável, saber que aquele em especial era provisório, emprestado por um amigo da família, que deveria ser devolvido tão logo se encerrassem os festejos da “passagem do Anjo da Morte”, o momento que o povo celebrava enquanto uma família chorava a “passagem” de um dos seus… Mas o túmulo agora estava vazio! Quem roubou o corpo do Mestre?

Essa era a situação ao redor da sepultura de Jesus naquela manhã do Domingo de Páscoa ainda judaica. Enquanto o povo israelita celebrava o dia de sua libertação do jugo do Egito, alguns poucos seguidores do mestre cristão ainda choravam sua morte de cruz. Alguns familiares e amigos se dirigiam ao túmulo provisório para as providências necessárias a um sepultamento definitivo; mas eis que encontram um túmulo vazio!

Pedro constatou o problema, mas Madalena seria a primeira a desvendar o enigma. O Senhor que lhe dera tantas e tantas provas de sua missão divina, que se dissera ser a “Ressurreição e a Vida”, que tirara do túmulo o amigo Lázaro, que devolvera esperança e dignidade a tantos cegos, aleijados e mudos, que se apiedara da viúva de Naim e lhe devolvera da morte o único filho, que saciara a fome e a sede de centenas e restaurara o sentido da vida a outras centenas de desiludidos e desesperançados, como ela… Ah! Madalena se negava a aceitar aquela situação de morte, aquela nova desilusão em sua vida, a morte Daquele a quem dissera com o coração aberto e maravilhado: “Meu Senhor e meu Deus!”

Então, após sua primeira aparição, aquela maravilhosa manifestação de poder e glória, saiu em disparada até os seus, gritando e exclamando: “Eu vi o Senhor, eu vi o Senhor!” Essa é a plenitude das revelações. Constatar um túmulo vazio e logo após compreender sua transitoriedade, seu significado inútil e passageiro diante da imortalidade da alma e da superação dos limites terrenos é o maior estágio que uma revelação de fé pode alcançar. Vida ressurrecta não ocupa os túmulos da vida carnal. É vida nova em Cristo. É o mais elevado estágio da plenitude existencial que se pode alcançar neste mundo. “Se Cristo não ressuscitasse nossa fé seria vã”, diria o apóstolo convertido, aquele que deixara de lado o vazio de sua incredulidade pagã para se revestir do escudo da imortalidade cristã. Isso é viver a plenitude da fé. Isso é entender a vida como força única do amor divino, gerado no amor e não criado na matéria apenas, tal qual Cristo em sua passagem terrena, que ressurgiu dos mortos para nos restaurar a vida plena. O rito da páscoa judaica ficou na lembrança, na celebração de um acontecimento histórico, conquanto o rito da páscoa cristã não é uma “recordação” do passado, mas uma “renovação” do presente que precisamos aprimorar. Paulo descobriu isso em sua vida: “Já não sou eu quem vivo, é Cristo que vive em mim”. Essa é a descoberta que nos falta para bem vivenciarmos nossa Páscoa.

Imaginemos aquele túmulo vazio que o amigo Arimatéia emprestou momentaneamente  e se tornou prova da glorificação cristã. Não era mais do que um buraco cavado na rocha. Assim construímos os túmulos que nos sepultam em vida, indiferentes aos mistérios que nos cercam, pois a realidade nos apresenta apenas o pó que ainda somos. Mas vencer o sepulcro das nossas falácias e derrotas existenciais é preencher os vazios da nossa incredulidade. É sair da inercia de uma fé sem ação e gritar ao mundo a verdade que nossa “passagem”, nossa Páscoa definitiva revela ao mundo: “Ressuscitou! Ele não está aqui”, está escrito no túmulo vazio da velha Jerusalém.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]

 

 




Diocese de Assis

A páscoa chegou e, com ela uma série de interrogações! Qual a sua origem? Quem mentalidade a formou? Que elementos importantes se pode destacar dela? Como entendê-la na fé cristã?

A Páscoa é uma festa de origem pastoril. Sempre foi celebrada pelos pastores nômades na primeira lua cheia da primavera.  Na noite anterior eles passavam o “gado” dos pastos do inverno para os pastos da primavera. E tal passagem era considerada por eles como muito perigosa, porque acreditavam eles – um “espírito exterminador” ameaçava matar o rebanho naquela noite. Para esconjurar tal perigo e tal ameaça, os pastores reuniam-se na noite anterior à da passagem da estação e ofereciam à  “divindade dos campos” um cordeiro em sacrifício; e com o sangue do cordeiro, recolhido numa bacia, ungiam a soleira das tendas, os batentes e a tenda.  Era um rito apotropálco (isto é, de esconjuro), para afastar o espírito exterminador.

Os israelitas conheciam essa festa antes mesmo de descerem para o Egito, onde viveriam e seriam depois escravizados (Gn 50,14; Ex 1). Quando reconheceram a ação libertadora de Javé que os tirará do Egito, eles usaram essa festa para celebrar tal acontecimento, fazendo-lhe porém, algumas adaptações: comer a ceia comemorativa de pé, cingidos, apressadamente, etc. (Ex 12,1-28). Assumem, por outro lado, os aspectos apotropálcos da celebração pastoril, dando-lhe também nova interpretação: é Javé quem livra os hebreus, ameaça e pune os egípcios. O livro do Deuteronômio (16,1-5) modifica a prática ritual passando a celebração da festa para dentro do Santuário: o livro dos Números (9,2-14) estipula os requisitos da pureza ritual para tal celebração.

A Páscoa vem ligada à Festa dos Ázimos, que era também uma festa agrícola, mas do povo cananeu que era um povo sedentário e não nômade. Era a festa da oferta das primícias das colheitas feitas à divindade como rito de ação de graças. No dia dessa festa jogava-se fora todo o fermento velho que se tinha em casa para fazer pão e fazia-se novo fermento. O sentido do rito era: “deixar a vida velha e começar vida nova”. O pão usado nessa Festa era o pão ázimo, isto é, pão sem fermento.

No Judaísmo e no Cristianismo todos esses elementos são retomados e reelaborados dentro da ótica pascal de cada religião. No Cristianismo a Páscoa/passagem lembra a paixão-morte e ressurreição de Jesus, que faz a nova e definitiva passagem: da escravidão do pecado para a liberdade da graça de Deus; o cordeiro pascal é figura de Jesus, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1,29); o sangue do cordeiro é figura do sangue redentor de Jesus; o fermento novo é figura da vida nova pascal, trazida por Jesus. De acordo com os sinóticos (os três primeiros evangelhos), a Ceia que Jesus celebrou na noite anterior à sua morte, foi a Ceia pascal (Mt 26,2 17-19; Mc 14,12-17; Lc 22,7-14); daqui procede o significado teológico da Ceia como Eucaristia, ação de graças, memorial.

A data da celebração da Páscoa varia de ano pra ano porque, depois de muita confusão quanto à sua celebração o Concílio de Nicéia (ano 325) adotou o critério de celebrá-la conforme a tradição dos antigos pastores: na lua cheia da Primavera. E estabeleceu que a Páscoa deveria ser sempre celebrada no primeiro domingo depois da primeira lua cheia da primavera européia e que ocorria entre os dias 12 de março e 26 de abril.

Há um transbordamento da história das origens pastoris e israelitas da páscoa para a fé cristã onde tudo tem seu conteúdo e expressão máxima em Cristo, o Ressuscitado.

Desejo-lhe uma Páscoa Santa e Cristã. O que vale é o Cristo!

Feliz Páscoa!

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS