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Diocese de Assis

 

          Fugir da miséria, da fome e da injustiça é próprio dos acomodados. Também dos incomodados. A fé cristã nos ensina e cobra com veemência a solidariedade. Quando a realidade que nos cerca é contrária ao bem-estar que almejamos ou à dignidade mínima de uma vida razoável, cabe à pessoa de fé uma ação concreta. Quando Cristo nos chama à responsabilidade fraterna é porque conta conosco na construção de um mundo mais igual, justo e humano. Daí seu apelo: “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14-16). Ou seu alerta: “Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei…, vós não entrareis no Reino dos Céus”.    

          Jesus não aponta a causa, mas a consequência dessas situações contraditórias. É o caso dos nossos indígenas, dos nossos migrantes, dos sem-teto, sem-terra, sem empregos, sem dignidade alguma…. daqueles que cruzam nosso caminho diariamente com olhares retraídos pela vergonha ou apelativos por um mínimo de atenção e solidariedade e dos quais desviamos nossa atenção, nossos olhares, nosso caminho. É o caso dos irmãos yanomamis, remanescentes de um povo dos quais roubamos tudo e para os quais oferecemos apenas indiferença e incompreensão, colocando-os em um território delimitado pela doença e destruído pela ambição dos que garimpam a falsa ilusão do ouro fácil. Aqui não mais importa o fator político, as causas sociais dos conflitos de interesses entre povos ou mesmo a inocência de muitos contra a ambição de tantos mais. Não é o caso. O que incomoda é a realidade dos que passam fome, tanto de um lado quanto do outro. Tantos os índios quanto os garimpeiros.

          Também nos assusta a miséria que campeia em outras glebas desse imenso país de riquezas muitas. Se há situações de morte, fome, desigualdade extrema, algo de muito podre corrói nossa consciência, nossa identidade cívica e religiosa numa pátria que se diz cristã. Nossa tarefa de construir uma sociedade justa e fraterna passa, obrigatoriamente, pela atitude humana da solidariedade, independente dos fatores políticos ou das circunstâncias históricas que nos conduziram a essa desigualdade. Não é hora de medirmos forças dentro do jogo político em curso, mas sim de juntarmos nossas forças para corrigir ou ao menos amenizar uma situação de injustiça na qual todos temos responsabilidades, culpa a redimir. “Dai-lhe vós mesmos de comer” exige união de forças, busca da unidade em função de uma causa que nos diz respeito, nunca omissão. Não podemos fugir de um problema por achar que nada temos com ele, por pensar que quem o provocou é que arque com as consequências, por responsabilizar o outro e assim cruzar nossos braços… Assim agem os acomodados em seus guetos de privilégios e mordomias, os covardes.

          Por outro lado, de um comentarista em rede social, vazio em seus argumentos, ouvi uma crítica que bem explica sua posição tão vazia quanto. Dizia ser esta Campanha da Fraternidade a mais “perigosa” de todas as que até aqui acompanhou. Que a CNBB está usando um discurso político sem fundamentos. Que o objetivo é apenas reativar a outrora propalada Teologia da Libertação, etc, etc. Se assim o fosse, deveríamos ignorar o Santo Evangelho de Jesus Cristo e seus desafios sempre atuais. Não foi a CNBB, nem bispos, nem padres, nem o Papa que inventou o dever da caridade. Dar pão a quem tem fome não é ação política, mas de irmãos que se amam. Quem critica tão oportuna campanha, nascida e preparada com anos de antecedência, não numa simples transição de poder, não sabe realmente nada do be-a-bá cristão. Está mais perdido do que bêbado no meio da avenida. Ou cego em tiroteio.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]




Diocese de Assis

Ninguém deve supor que, viver a Palavra de Deus seja reproduzir práticas ou comportamentos descritos pela Bíblia, no tempo de Jesus ou em qualquer tempo da Bíblia. Viver a Palavra de Deus não é um teatro; não é uma encenação; não é uma repetição mecânica de atos ou palavras.

            Viver a Palavra de Deus é uma construção. Isso mesmo, uma construção! Nossa vida, pela Palavra de Deus é uma construção e seu desenvolvimento, do começo ao fim, requer um projeto. A Palavra de Deus é o conteúdo fundamental para qualquer projeto de vida: em todo e qualquer tempo, lugar e pessoa.

            Tomemos a carta de Tiago e aprendamos algumas lições para construir a nossa vida, pela Palavra de Deus, de maneira comprometida e fiel.

            Nas provações e na perseverança amadurecer a fé (Tg 1,2-4)

            “Fiquem muito alegres por terem que passar por todo tipo de provações, pois vocês sabem que aprendem a perseverar quando sua fé é posta à prova. Mas é preciso que a perseverança complete a sua obra em vocês, para que sejam homens completos e autênticos, sem nenhuma deficiência”

            Na sabedoria aprender a se dirigir a Deus, com confiança (1,5-8)

            “Se alguém de vocês tem falta de sabedoria, que peça a Deus, e ele a dará, porque é generoso e dá sem impor condições. Todavia é preciso pedir com fé, sem duvidar, porque aquele que duvida é como a onda do mar, que o vento leva de um lado para outro”

            Na liberdade praticar a Palavra, não como ouvinte distraído (Tg 1,19.22-25)

            “Vocês já sabem, meus queridos irmãos: cada um seja pronto para ouvir, mas lento para falar. Recebam com docilidade a Palavra que lhes foi plantada no coração e que pode salvá-los. Sejam praticantes da Palavra, e não apenas ouvintes, iludindo a si mesmos”

            No amor, praticar uma religião pura (Tg 1,26-2,12)

            “Se alguém pensa que é religioso e não sabe controlar a língua, está enganando a si mesmo, e sua religião não vale nada. Religião pura e sem mancha diante de Deus, nosso Pai, é esta: socorrer os órfãos e as viúvas em aflição, e manter-se livre da corrupção do mundo”

            Nas obras, coloquem a fé para funcionar. Tg 2,14-26

            “Meus irmãos, se alguém diz que tem fé, mas não tem obras, que adianta isso? Por acaso a fé poderá salvá-lo? De fato, do mesmo modo que o corpo sem o espírito é cadáver, assim também a fé: sem as obras ela é cadáver.

            No silêncio dominem a própria língua (Tg 3,1-12)

            “Não se façam todos de mestres. Vocês bem sabem que seremos julgados com maior severidade, pois todos nós estamos sujeitos a muitos erros. Aquele que não comete falta no falar, é homem perfeito, capaz de pôr freio ao corpo todo”

            Na sabedoria trabalhem pela paz (Tg 3,13-4,10)

            “Mostrem com a boa conduta que suas ações são de uma sabedoria humilde. Mas, se vocês têm no coração ciúme amargo e espírito de rivalidade, não fiquem se gabando e não mintam contra a verdade. Esse tipo de sabedoria não vem do alto; é sabedoria terrena, animal, demoníaca. A sabedoria que vem do alto é, antes de tudo, pura, pacífica, humilde, compreensiva, cheia de misericórdia e bons frutos, sem discriminações e sem hipocrisia”

            No auto-controle resistir às tentações e ao diabo (Tg 4,1-8)

            “De onde surgem os conflitos e competições que existem entre vocês? Não vêm exatamente dos prazeres que guerreiam nos seus membros? Quem quer ser amigo do mundo é inimigo de Deus. Portanto, sejam submissos a Deus; resistam ao diabo, e este fugirá de vocês”

Na humildade aproximar-se de Deus (Tg 4,8-10)

            “Aproximem-se de Deus, e ele se aproximará de vocês. Pecadores, purifiquem as mãos! Indecisos, purifiquem o coração! Reconheçam a própria miséria, Humilhem-se diante do Senhor, e ele os elevará”

            Na paciência aguardar a vinda do Senhor (Tg 5,7-8)

            “Irmãos, sejam pacientes até a vinda do Senhor. Olhem o agricultor: ele espera pacientemente o fruto precioso da terra, até receber a chuva do outono e da primavera. Sejam pacientes vocês também; fortaleçam os corações, pois a vinda do Senhor está próxima.

            Na construção de sua vida, você precisa por mãos-à-obra!

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS 




Volta às aulas – Como os pais podem ajudar os filhos a enfrentar o bullying?

 

 

Para muitos jovens, a volta às aulas, que deveria ser um momento aguardado com muita alegria, pode acabar se transformando em sinônimo de outro sentimento – o medo de ter que lidar com o bullying e a intimidação na escola. De acordo com a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), no mundo inteiro, um em cada três alunos já foi vítima de bullying. Alguns jovens ficam ansiosos só de pensar na rejeição dos colegas e por causa disso, pensamentos negativos invadem a mente. Mas é possível ajudar os filhos a enfrentar situações como essa com coragem!

Fernanda, mãe de três filhas, conta que é difícil lidar com a tristeza delas quando são intimidadas no colégio. Ela relata que uma das filhas sofria preconceito religioso na escola. Ao comentar sobre sua crença com uma colega, a menina foi menosprezada pelos que assistiam a conversa. “Eles usaram linguagens ofensivas, como: ‘Não acreditem nela! Isso é mentira!’ Nesse momento, o grupo formou um círculo em volta da minha filha, e os ataques continuaram”, acrescenta.

Para enfrentar essa situação, Fernanda disse que ela e o esposo conversaram bastante com a menina. Eles fizeram bom uso de vídeos e matérias disponibilizadas no site JW.ORG, como os artigos O que fazer se estou sofrendo bullying? e Como posso me proteger na escola? “Uma boa comunicação e um ambiente familiar sadio ajudou nossa filha a superar esses desafios”, complementa. 

Outra família que soube lidar com o bullying é a da Luciana. Recentemente, uma de suas filhas adolescentes sofreu agressões verbais na escola, envolvendo a aparência corporal. Luciana menciona que foi essencial manter a calma. “Quando nossos filhos chegam chorando em casa, é um desafio lidar com isso de maneira adequada”, pontua. A filha de Luciana comentou que a animação no quadro branco “Como enfrentar o bullying sem partir para a briga” a incentivou a procurar ajuda para resolver o problema. “O vídeo me ensinou que não tenho que enfrentar isso sozinha. Foi o que fiz: chamei o professor na hora!”, destaca a jovem. Esse vídeo está disponível gratuitamente para todo o público.

O bullying não envolve apenas agressões físicas, ele também pode incluir ofensas verbais, rejeição e o assédio virtual – o cyberbullying. É notório os esforços das organizações, governos e escolas em tentar coibir essas ações maldosas. Infelizmente, não há como impedir alguém de publicar algo depreciativo, de falar ou de fazer algo impróprio. Contudo, é possível ajudar os jovens a lidar com essas situações. Artigos e vídeos, disponibilizados gratuitamente no site JW.ORG têm ajudado muitos pais a conversar com seus filhos sobre esses assuntos. Os que já usaram esses recursos conseguiram ótimos resultados.

PORTA-VOZ DAS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ

Gilberto dos Santos

Contato:[email protected]




Espaço Espírita

Senhor Jesus!                                                                                   

Tu disseste: “A minha paz vos dou…”                                                 

Entretanto, Senhor, muitos de nós andamos distraídos

Atribulados, às vezes, por bagatelas;

Aflitos sem razão;

Sequiosos de aquisições desnecessárias;

Irritadiços por dificuldades passageiras;

Dobrados ao peso de cargas formadas por desilusões e discórdias que nós mesmos inventamos;

Ocupados em dissenções infelizes;

Hipnotizados por tristeza e azedume que nos inclinam à separatividade e ao pessimismo…

Entendemos, sim, Jesus, que nos disseste: “A minha paz vos dou…”

Diante, porém, de nossas inibições e obstáculos, nós te rogamos, por acréscimo de misericórdia:

– Senhor, concedeste-nos a paz, no entanto, ensina-nos a recebê-la.

EMMANUEL

Do livro “Tesouro de Alegria” – Editora IDE

 Psicografia: Francisco Cândido Xavier

USE  INTERMUNICIPAL  DE  ASSIS

ÓRGÃO DA UNIÃO  DAS  SOCIEDADES  ESPÍRITAS  DO  ESTADO  DE  SÃO  PAULO




Diocese de Assis

 

          Em mais uma viagem apostólica, desta feita pelo continente africano, na República Democrática do Congo e em peregrinação ecumênica pelo Sudão do Sul, Papa Francisco exorta a sofrida população africana a não perder as esperanças diante dos flagelos mais gritantes que atingem e sempre atingiram aquele continente. Numa de suas primeiras declarações públicas, retomou um tema bem conhecido de todos nós, mas nem sempre valorizado, qual seja a identidade eclesial dos cristãos batizados. “Nós somos a Igreja”, bradou o Papa!

          Ouvir isso dentro dum ambiente tradicionalmente cristão soa como uma afirmativa lógica e banal, cujo sentido recorrente já não toca o coração de muitos. Somos Igreja e ponto final. Mas essa mesma afirmativa num contexto de guerra e perseguição religiosa, onde muitas vezes se teme proclamar publicamente a fé cristã, onde o paganismo e o antagonismo religioso é motivo de terror e morte, onde a fé cristã é tida como usurpadora de muitas tradições afro-nacionalistas ou culturais, dizer-se Igreja é quase que confessar um crime. Mas em alto e bom som, com alegria no olhar e paz no coração, Francisco proclama com orgulho a identidade cristã, como a repetir palavras de ordem do próprio Cristo diante das borrascas e tempestades contra sua barca: “Coragem, não tenhais medo!”.

          Sua segunda grande palavra de ânimo também se insere nesse contexto de contradições e perseguições contra a Igreja no mundo de hoje. Ou seja: “Não percam a esperança”. Proferida em território outrora massacrado pela escravidão, a advertência profética e apostólica de Francisco ganha um peso novo, posto ser esta a circunstância dos maiores abalos contra a fé cristã nos dias atuais. Muitos estão cercados pelo desânimo e prostração de fé diante da crescente onda agnóstica que se levanta em todos os quadrantes da terra. Aqui se constata a pior das escravidões, o servilismo humano aos poderes das trevas, a perda da liberdade religiosa e suas consequentes tribulações, posto que ser Igreja hoje requer muito mais que uma pertença a um grupo marcado por um sinal de fé; requer coragem, determinação, coerência

          Ora, o apelo do Papa é o mesmo dos tempos de Cristo, quando nos exortava a ser sal e luz do mundo,  dar sabor e tempero à insalubridade do meio em que fomos postos, ao mesmo tempo que ser sinal de contradição e luz para os que conosco caminham. Tudo continua igual. Tudo contribui para que a barca de Cristo, a Igreja que somos, prossiga sua missão transformadora neste mundo de conturbações constantes. A presença cristã é que dá sentido e sabor à vida, posto ser essa uma fé reveladora, transformadora, emissária de uma esperança maior que a realidade do mundo. Essa é a função do sal, realçar o sabor da vida, na medida exata das receitas divinas.

          Mas a medida certa não podemos esconder, nem nunca considerar segredo pessoal, só revelado aos que comungam conosco na mesa da nossa fé. Por isso, a luz não se esconde. Por isso as revelações que adquirimos ao redor da mesa eucarística devem ser alardeadas, proclamadas, mostradas ao mundo como sinais visíveis da fé que nos congrega como povo de Deus. Eis, pois, nossa fé, nossa razão única de existir e testemunhar, seja onde for, esteja onde estiver, pertença a que continente pertencer, somos filhos de Deus, somos Igreja , sal e luz… O cristão pode até rasgar sua identidade como cidadão do mundo, perder seu registro pátrio, buscar dupla cidadania, rejeitar sua origem terrena, contestar sua filiação humana, mas nunca, nem por vontade pessoal, renegar seu batismo de fé. Esse selo ninguém apaga, não tem volta.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]




Diocese de Assis

A situação do ser humano em relação à vida é de permanente busca para prolongar seus dias e de alcançar a felicidade. Isso não é tão simples e não acontece sem riscos e abismos colossais. O fato é que, em todos nós, persiste um instinto de sobrevivência e auto-preservação-conservação que procura evitar, ao máximo, dor e sofrimento, perda e derrota, morte e aniquilamento…

O prolongamento dos dias parece coincidir com o ideal de imortalidade e a busca da felicidade com o ideal do paraíso. Mas vale perguntar: “de que imortalidade se trata? Que paraíso é esse?

Marcados pelo hedonismo que é imediatista, estamos lançados numa busca desenfreada de prazer e satisfação imediata, rápida, obsessiva e compulsiva do aqui-e-agora ou do agora-ou-nunca. Essa via de realização, forjada na mente, no coração e no corpo do indivíduo está cheia de armadilhas.

Este é o império do instinto que permite uma busca insana, desregrada e desenfreada. Ora, instinto é sempre instinto e, como tal, mostra-se desmedido e inconseqüente revelando-se, ao mesmo tempo obsessivo e transgressor nas suas pretensões, buscas e auto-afirmação. Via de regra, o instinto não mede o custo de sua auto-afirmação e, quando o pretendido não é realizado, salta-se, imediatamente, para compensações.

De uma maneira ou de outra, todas as pessoas querem se salvar. Mas, infelizmente, preservando-se e/ou poupando-se de tudo e de todos, cava-se uma enorme sepultura numa satisfação hedonista do sexo, do poder, da fama, da moda, do dinheiro, do status, da ostentação, das armas, da violência, das vantagens…

O tempo não basta para quem a vida é só prazer. O mundo é pequeno para quem a regra é somente o instinto. Não há salvação possível para quem vive a vida numa insatisfação doentia.

Temos tudo, mas nada nos pertence. Aliás, a situação da vida no mundo tem seus condicionamentos na dor, no sofrimento, na perda, na derrota, na morte… Quanto mais fugimos disso, mais vivemos uma vida como um faz de conta. Ora, não dá para viver no mundo como se estivéssemos nas nuvens; não é possível conviver com os outros como se fossemos anjos. Viver tem um preço de dor e sofrimento, de perda e dano, de renúncia e morte.

A vida alcançará seu verdadeiro sentido quando entendermos que este mundo não é morada definitiva e nem garantia de felicidade plena. As promessas deste mundo tem seus limites e deve nos fazer voltar os olhos para o infinito; para o alto; para Deus. Querendo salvar-nos a nós mesmos, caímos no risco de querer salvar-nos sem Deus. E isso é trágico!

Em termos de fé, a salvação é um dom de Deus, tanto para esta vida como para a vida eterna. A salvação não é uma promessa para depois da morte. A salvação é plenitude da vida que tem sentido agora, em meio às enormes e renhidas lutas e, esperança no amanhã, em meio às incertezas e apreensões do futuro.

Deus não somente salva, ele é a salvação! Por isso, por uma questão de fé, devemos voltar o nosso olhar para Deus, sem medo ou desconfiança e, entregando-nos a ele, permitir que ele nos salve. Tanto na vida presente como na vida futura, ainda, neste mundo e, tanto mais depois da morte, no céu.

A Palavra de Deus nos permite uma nova perspectiva de vida na fé, além de nos colocar diante da liberdade frente a salvação, oferecida por Deus como um Dom. Por isso vale a pena algumas revisões pela palavra: Am 6,1.4-7: Ai dos que vivem tranqüilos e se sentem seguros em seus desvios e crimes; Is 29,15-24: Ai daqueles que procuram esconder-se de Javé para ocultar seus próprios projetos; Pr 3,27-34: É preciso usar de sabedoria nos atos e nas escolhas da vida; Jo 15,1-6: Quem fica unido a mim, e eu a ele, dará muito fruto, porque sem mim vocês não podem fazer nada; 1Tm 6,11-16: Você, porém, homem de Deus, fuja de tudo o que destrói (…) Combata o bom combate da fé; Lc 16,19-31: Dêem ouvidos a Moisés e aos profetas para corrigir seus usos e costumes, para salvar a sua vida.

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS




Diocese de Assis

 

 

          Que a vida é uma grande aventura não é preciso dizer. Ela sempre nos diz isso, desde seu início até seu derradeiro dia. Vivemos uma grande aventura neste mundo de Deus. Com princípio, meio e fim, mas sem dia, nem hora marcada para se chegar ao ponto final, ao objetivo que nos faz participar dessa maratona de surpresas, descobertas e motivações, eis que ela nos aponta um código de conduta existencialista, cujo nome não importa agora, mas queira ou não, está presente na consciência de todos os que aqui aportam. Ou seja: nesta aventura existem regras para bem-viver.

          Toda e qualquer religião tem lá seus parâmetros existencialistas. Mesmo fora dos princípios religiosos, há também os princípios morais ou sociais, que balizam a existência humana, mostrando ao indivíduo como chegar lá de maneira limpa, honesta, sem ultrapassar as normas básicas duma vida sensata ou ao menos coerente com a ética e seus valores básicos. Cada qual no seu quadrado, a regra tem em comum uma única exigência: respeito aos semelhantes. Eis aqui o mais puro dos valores humanos.

          Mas como seria a orientação cristã para melhor participação nossa nessa aventura? São Paulo, o pregador dos dois lados, pois também foi um excelente doutrinador do paganismo, um dia nos escreveu: “Deus escolheu o que o mundo considera estúpido , para assim confundir os sábios” (1Cor 1,27). Bem o disse aquele que um dia caiu do cavalo com todas as suas teorias e dogmas de vida. O mais estúpido dos códigos de conduta na vida era destinado aos seguidores de Jesus. Segundo Mateus, esse código se resume em nove regrinhas bem contraditórias com os princípios do mundo. Senão vejamos:

          Jesus começa exaltando os pobres, os excluídos e marginalizados que, no pensar e no dizer da sociedade, são os castigados em vida por não possuírem as benesses dos prazeres advindos da riqueza. Esses, sim, são os bem-aventurados, os privilegiados, os primeiros a chegar no Reino dos Céus. Mas além do fator pobreza, que se estende aos desapegados e místicos  capazes de uma vida de simplicidade, há também os que se afligem neste vale de lágrimas e anseiam por transpor seus umbrais na esperança de uma vida diferente. Este é o segundo grupo de bem-aventurados na fé cristã.

          Aos mansos, aqueles que vivem um dia após o outro dando graças e louvores pelo privilégio puro e simples de aqui estar, aos puros de coração e alegres com o pouco ou muito que pensam receber, está confiada a posse da terra, isto é, saberão conduzir suas vidas sem o apego do egoísmo ou da autolatria que sufoca a muitos. Àqueles que clamam e lutam pela igualdade de direitos, pela justiça sem parcialidades, por saciar essa fome e sede tão natural entre os que buscam um mundo novo, está prometida uma saciedade completa. É a quarta categoria dos agraciados pela esperança cristã.

          Porém ao grupo daqueles que olham o mundo com o olhar misericordioso de Deus a promessa é simplesmente recíproca: alcançarão misericórdia. Tal qual os puros de coração, os que se deixam conduzir pelos impulsos de uma alma em sintonia com o coração de Deus. Estes contemplarão o rosto do Pai. Igualmente os benditos promotores da paz no mundo em constante conflito, em luta permanente com interesses e guerras pessoais e contrários ao belicismo das nações que pensam dominar o mundo. Neste grupo se inserem os que são perseguidos por sonharem e lutarem pela justiça não dos homens, mas de Deus.

          Por último, os cristãos perseguidos. Neste grupo estamos todos, se é que nossa fé se enquadra nas oito circunstâncias acima descritas. Se assim o for, seremos perseguidos e injuriados. Se não, desconfie do seu cristianismo.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]




Espaço Espírita

 

“Sabeis, na verdade, discernir o aspecto do céu, e não podeis discernir os sinais dos tempos?” JESUS (Mateus, 16:3)

            A cada dia, parece que há mais gente vivendo solidão no mundo. Quanto mais cresce o número de indivíduos ao redor de outros, a sensação que se tem é a de que se está a sós no meio da multidão.                                                                                           

O que vem acontecendo, afinal? Muitas têm sido as respostas possíveis para essa pergunta, e cada uma delas terá a sua adequação ao caso em observação. Porém, na base de tudo tem estado o egoísmo com todas as suas máscaras e trejeitos.                             

Um gigantesco grupo de pessoas nas paragens terrenas não confia em ninguém. Muitos temem a traição, outros fogem da exploração; há aqueles que detestam cooperar, por entenderem que tudo deve ser de obrigação governamental, enquanto que vários, efetivamente, desejam tirar proveito dos demais sem desenvolver qualquer esforço.            

Desconfiança sobre desconfiança; medo de ser extorquido, abusado, medo de sofrer…                                                                                

Enquanto se apresenta como passarela de exibicionismos ou demonstrações de poder dos mais variados tipos, sem que o Espírito da Luz inspire os pensamentos e os sentimentos, as relações sociais não passarão de ensejo de perturbações e de desconfianças.       

No conjunto de relações sociais de superfície, onde cada um tem oferecido o que armazenou em si: egoísmo, esperteza, medo ou covardia, ao lado de limitada e transparente honestidade, embora as massas sociais cresçam, a tendência será a ampliação do vazio interno.

BENEDITA MARIA

               Extraído do livro “Ações corajosas para viver em paz”                              Psicografia: J. Raul Teixeira – Editora Fráter

USE INTERMUNICIPAL  DE  ASSIS

ÓRGÃO  DA  UNIÃO  DAS  SOCIEDADES  ESPÍRITAS  DO  ESTADO  DE  SÃO  PAULO

 




Testemunhas de Jeová recordam as vítimas esquecidas do terror nazista

Em 27 de janeiro, milhares de pessoas no mundo todo recordarão as vítimas do terror nazista, no Dia Internacional da Memória do Holocausto. Um fato ainda pouco conhecido é que dentre essas vítimas estão milhares de Testemunhas de Jeová que foram executadas ou torturadas em campos de concentração nazistas.

Apesar de o terror nazista ter como alvo milhões de pessoas por razões biológicas, políticas ou de nacionalidade, as Testemunhas de Jeová foram “o único grupo no Terceiro Reich a ser perseguido com base somente em suas crenças religiosas”, declara o Professor Robert Gerwarth.[1]

Por que os Nazistas odiavam esse grupo Cristão?

De acordo com a historiadora e doutora Christine King, O regime nazista taxou as Testemunhas de Jeová como “inimigos do estado”, por causa da “sua recusa pública em aceitar mesmo o menor elemento do [Nazismo], que não estivesse de acordo com sua fé e suas crenças.” [2]

Devido à sua crença nos ensinos de Cristo, as Testemunhas de Jeová adotaram uma posição politicamente neutra. Por causa disso, se recusavam a fazer a saudação “Heil Hitler”, a participar em atos racistas e violentos e a se juntar ao exército alemão. Também é interessante notar que em suas publicações “elas identificaram publicamente as maldades do regime, incluindo o que estava acontecendo com os judeus,” diz a dra. King.[3]

Consequentemente, as Testemunhas de Jeová estavam entre os primeiros a serem enviados aos campos de concentração e receberam um símbolo de uniforme exclusivo: o triângulo roxo. Ao contrário dos outros grupos de vítimas, elas recebiam a chance de fazer uma escolha que poderia salvá-las do terror nazista.

Por que as Testemunhas receberam uma escolha?

Para os nazistas, desviar as Testemunhas de Jeová de suas convicções religiosas era uma vitória maior do que matá-las ou enviá-las aos campos de concentração.  Por isso, os nazistas ofereciam a elas a oportunidade de evitar a execução e de serem libertadas do campo se assinassem um documento, conhecido em alemão como “Erklärung” (criado no começo de 1938) comprometendo-se a renunciar a sua fé, denunciar outras Testemunhas para a polícia, submeter-se completamente ao regime nazista e a defender a “Pátria” com armas. Oficiais de prisões e campos utilizavam frequentemente a tortura e a privação para induzir as Testemunhas de Jeová a assinarem essa declaração.

A esmagadora maioria não renunciou às suas convicções. De acordo com o historiador Detlef Garbe, “uma quantidade muito pequena de Testemunhas renegou a sua fé”. [4] Garbe acrescenta que “a intenção declarada dos governantes nazistas era eliminar completamente os Estudantes da Bíblia da história da Alemanha.” [5]

Tema do Dia de Memória do Holocausto da ONU para 2023: “Lar e Pertencer”

O tema escolhido pela ONU para o Dia de Memória do Holocausto de 2023 é Lar e Pertencer. A ONU explica: “O tema destaca a humanidade das vítimas e sobreviventes do Holocausto, que tiveram sua casa e seu senso de pertencimento arrancados pelos perpetradores do Holocausto.”

Os números –

Quantas Testemunhas de Jeová perderam a sua casa e seu senso de pertencimento:

  • Quase 4.200 foram enviadas a campos de concentração nazistas;
  • Cerca de 1.600 morreram – 548 executadas (fuziladas ou decapitadas, por exemplo), incluindo pelo menos 39 menores[6];
  • Centenas de crianças foram retiradas de suas famílias e levadas a casas de nazistas ou reformatórios.

Geneviève de Gaulle, sobrinha do General e membro da Resistência Francesa Charles de Gaulle, pôde conhecer prisioneiras Testemunhas de Jeová enquanto esteve no campo de concentração de Ravensbrück. Ela relata: “O que eu admiro muito nelas é que elas poderiam ter saído a qualquer momento apenas por assinar a renúncia à sua fé… Por fim, essas mulheres, que aparentavam ser fracas e cansadas, eram mais fortes que a SS, que tinha todo o poder e meios à sua disposição. Elas tinham a sua força, e era a sua força de vontade que ninguém podia vencer.” [7] Essas mulheres fiéis e humildes provaram ser vitoriosas e não meras vítimas. A comunidade das Testemunhas de Jeová sobreviveu ao Holocausto e continua a se desenvolver décadas depois de o regime nazista ter caído.

Museus do Holocausto e memoriais ao redor do mundo mostram artefatos e placas relembrando a perseguição às Testemunhas de Jeová. Relembrar as experiências delas é importante, já que elas são sistematicamente perseguidas, presas, espancadas e torturadas até os dias de hoje, por praticarem pacificamente a sua fé em alguns países, sendo a Rússia o seu maior perseguidor.

Aniversário da liberação Auschwitz-Birkenau | 27 de janeiro

O aniversário da liberação Auschwitz-Birkenau coincide com o Dia de Memória do Holocausto em 27 de janeiro.  De acordo com o site do Auschwitz-Birkenau State Museum, “além de breves menções, a literatura sobre a história do Campo de Concentração de Auschwitz não leva em conta as Testemunhas de Jeová, (referidas nos registros do campo como Estudantes da Bíblia) que foram presas por causa de suas convicções religiosas. Esses presos merecem maior atenção pela forma como conseguiram manter seus princípios morais nas condições do campo”.

  • As Testemunhas de Jeová estão entre os primeiros prisioneiros de Auschwitz, de acordo com os registros do museu, “desde os primeiros meses em que o campo estava em operação.”
  • Pelo menos 387 Testemunhas de Jeová foram enviadas para Auschwitz durante os seus 5 anos de operação.
  • Pelo menos 152 (cerca de 40%) morreram no campo.

Rudolf Hoess, Comandante da SS de Auschwitz, escreveu em sua autobiografia sobre a execução de certas Testemunhas de Jeová por se recusarem a violar a sua neutralidade cristã. Ele disse: “Assim deveria ser o aspecto dos primeiros mártires cristãos, enquanto esperavam no circo que animais selvagens os dilacerassem. Suas faces completamente transformadas, seus olhos erguidos para o céu, de mãos unidas e erguidas em oração, eles enfrentavam a morte. Todos os que os viram morrer ficaram profundamente comovidos, e até mesmo o pelotão de execução foi afetado.”

Perfis dos Prisioneiros

  • Andrzej Szalbot (prisioneiro # 108703) foi preso e levado ao escritório Cieszyn da Gestapo por se recusar a entrar para o exército alemão em 1943. Foi prometida a ele liberdade imediata se ele assinasse um documento renunciando à sua associação com a organização e declarando que seus ensinos eram errados. Andrzej relata: “Eu perdi a consciência algumas vezes; eu não consegui sair de lá sozinho.” Depois de seis semanas de interrogação, com 19 anos de idade, Andrzej foi enviado para Auschwitz.
  • Família Cienciała – Em 1943 a Gestapo prendeu Helena Cienciała e a enviou para Auschwitz (prisioneira #45856). Dois meses depois, o pai dela, Paweł, chegou em Auschwitz e em mais dois meses, a mãe dela, Ewa, que morreu no campo. A razão para prender a família inteira foi simplesmente porque eram Testemunhas de Jeová.

Sobreviventes não Testemunhas falam sobre as Testemunhas de Jeová

  • Anna Pawełczyńska: em seu livro Valores e Violência em Auschwitz, diz: “Este pequeno grupo de prisioneiros era uma sólida força ideológica e eles venceram a sua batalha contra o nazismo. O grupo alemão desta seita era uma pequena ilha de resistência férrea no seio de uma nação dominada pelo terror, e, com este mesmo espírito intrépido, agia no campo de Auschwitz. Todos sabiam que nenhuma Testemunha de Jeová cumpriria uma ordem contrária à sua crença e às suas convicções religiosas.”
  • Tibor Wohl: Em seu livro Arbeit macht tot—Eine Jugend in Auschwitz, (O Trabalho Mata – Juventude em Auschwitz) ele relata uma conversa que ouviu entre dois companheiros de prisão. Um deles, austríaco, afirmava não ser Testemunha de Jeová. Todavia, elogiava os prisioneiros que usavam a insígnia do triângulo roxo — os Estudantes da Bíblia, como eram chamadas as Testemunhas de Jeová no campo de concentração: “Eles não vão à guerra”, disse o austríaco ao seu companheiro. “Preferem ser mortos a matar alguém. Na minha opinião, é assim que os cristãos verdadeiros devem se comportar. Tenho de lhe contar um episódio bem agradável que tive com eles. Estávamos junto com judeus e Estudantes da Bíblia num mesmo bloco do campo de concentração de Stutthof. Naqueles dias os Estudantes da Bíblia tinham de executar trabalhos forçados, ao ar livre e num frio cortante. Era difícil de entender como eles conseguiam sobreviver. Eles diziam que Jeová lhes dava forças. Necessitavam desesperadamente de seu pão, visto que estavam ‘mortos de fome’. Mas o que faziam? Juntavam todo o pão que tinham, pegavam metade e davam a outra metade aos seus irmãos, irmãos espirituais, que chegavam esfomeados de outros campos. E eles os acolhiam e os beijavam. Antes de comer, oravam, e depois o rosto deles irradiava felicidade. Diziam que ninguém estava mais com fome. Assim, sabe, pensei comigo mesmo: ‘Esses são cristãos de verdade.’ Foi assim que sempre imaginei que deviam ser. Como teria sido bom dar tal acolhida aos companheiros que chegavam famintos aqui em Auschwitz!”

[1] Hitler’s Hangman: The Life of Heydrich, pág. 105

[2] Jehovah’s Witnesses Stand Firm Against Nazi Assault, Watch Tower Bible and Tract Society of Pennsylvania, 1996.

[3] Responses Outside the Mainstream Catholic and Protestant Traditions (yadvashem.org), accessed on Jan. 3, 2022.

[4] Garbe, pp. 287-288.

[5] Garbe, Detlef (2008). Between Resistance and Martyrdom: Jehovah’s Witnesses in the Third Reich. Madison, Wisconsin: University of Wisconsin Press, p. 521. ISBN 978-0-299-20794-6.

[6] “Number of victims persecuted in National Socialist Germany and in occupied countries,” Central Europe PID fact sheet.

[7] Jehovah’s Witnesses Stand Firm Against Nazi Assault (vcf/-E), Watch Tower Bible and Tract Society of Pennsylvania, 1996.

 




Diocese de Assis

Nós não podemos tudo e não sabemos tudo!

Isso não quer dizer que sejamos inúteis, insignificantes, incapazes e impotentes. Isso não é um reforço para os nossos complexos de inferioridade, ou para os sentimentos de auto-rejeição, de auto-negação e de baixa auto-estima. Isso significa, outrossim, que somos limitados! E, nossa limitação expõe nossa humanidade: a necessidade de complemento, de ajuda, de auxílio, de ‘uma mãozinha’…

Nós não nos bastamos a nós mesmos!  Não somos deuses! Somos humanos! Precisamos uns dos outros! Precisamos de Deus.

Por uma falsa compreensão da vida, procuramos nos estabelecer sobre poderes e forças que são podres e que, no máximo, colaboram para uma auto-imagem distorcida, para vantagens de momento, para a ostentação, para a vaidade e para a mutilação da própria humanidade.

Somos humanos e carregamos, em nós, inúmeras limitações e fraquezas.

Reconhecer as limitações e fraquezas é um ato de humildade, coragem e respeito para consigo mesmo. É uma oportunidade impar de crescer amadurecendo; de viver em harmonia e de estar em paz!

O apóstolo Paulo, nos momentos de maior lucidez, de sua vida, assim se expressa:

“Eu sou humano e fraco” (Rm 7,14). “Estive no meio de vocês cheio de fraqueza, receio e tremor” (1Cor 2,3). “Se é preciso gabar-se, é de minha fraqueza que vou me gabar” (2Cor 11,30). “É na fraqueza que a força manifesta todo o seu poder. Portanto, com muito gosto, prefiro gabar-me de minhas fraquezas, para que a força de Cristo habite em mim. É por isso que eu me alegro nas fraquezas, humilhações, necessidades, perseguições e angústias, por causa de Cristo. Pois quando sou fraco, então é que sou forte” (2Cor 12,9-10).

Deus nos conhece a todos porque foi ele quem nos fez. Ele quem nos chamou para a vida e, também, nos chama para o seu serviço; assim como nós somos! Quem é forte para que Deus o escolha por sua força? Deus nos chama limitados como somos.

Nossa maneira de ver as coisas e a vida é que faz de nós pessoas microscópicas; invisíveis. É o juízo de valor materialista, hedonista, capitalista e mundano que nos torna cegos para os verdadeiros valores, poder e força.

Deus nos quer pelo que somos e, não pelo que temos; como pensa o mundo! “Deus escolheu o que é loucura no mundo, para confundir os sábios; e Deus escolheu o que é fraqueza no mundo, para confundir o que é forte. A loucura de Deus é mais sábia do que os homens e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens” (1Cor 1,25.27). Por isso é que o Cristo fez essa oração: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos” (Mt 11,25).

Mas, afinal, o que teríamos nós para oferecer a Deus se tudo o que nós temos é Dele? Nossas são as fraquezas, limitações, medo e orgulho. O Senhor não nos chama porque somos dignos ou capazes ou porque sejamos os melhores. O Senhor nos chama porque quer contar conosco. Ele não chama os capacitados, porque esses não existem. Deus capacita os escolhidos!

Quanto a você, portanto, por que se gabar de uma força que você não tem ou de um poder que em você não existe? Admita que você é fraco, limitado e necessitado de ajuda! Mas, fortaleça-se no Senhor! Isso lhe basta para dar os primeiros passos e viver com a tranqüilidade de quem é humano e não Deus.

“Por esse motivo, o convido a reavivar o dom de Deus que está em você pela imposição de minhas mãos. De fato, Deus não nos deu um espírito de medo, mas um espírito de força, de amor e de sabedoria” (2Tm 1,6-7).

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS