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Espaço Espírita

 

           No Ano Novo que chega, repleto do amor de Deus, desejamos muitas bênçãos para ti e para os teus.

Que possas manter acesa a chama azul da bonança, semeando a fraternidade, a caridade e a esperança.                           

No ano que chega agora, cheio de oportunidades, que transformes desafetos em felizes amizades.

Estuda firme e trabalha para o bem do mundo, onde estejas, pois só gozarás as bênçãos dos valores que projetas.                                       

Procura passar distante, no tempo que Deus te oferta, das dissipações, dos vícios, na busca da estrada certa.                                                    

Pensa melhor na vivência junto aos teus familiares. Educa, ama e orienta, para te felicitares.

Saúda esse novo tempo com paz no teu coração, envolvendo os teus afetos na mais sentida oração. 

E se plantares, com fé, as sementes de alegria, teu Novo Ano, então, será de belezas, dia-a-dia.

SEBASTIÃO  LASNEAU

Psicografia: J. Raul Teixeira                                                                                                            

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ESPAÇO  ESPÍRITA

“Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo o que possui, não pode ser meu discípulo.” JESUS (Lucas, 14:33)

    Enquanto a disputa pela conquista dos valores-sem-valor comanda o desequilíbrio que se generaliza entre os homens; ao tempo em que a criatura se ar­remessa, desvairada, na corrida do prazer a fim de se não sentir marginalizada; não obstante a sofre­guidão com que os indivíduos se vêem a braços de modo a lograrem posição e relevo no cenário social; embora a fascinação pelo brilho dos primeiros luga­res na ribalta das atividades com que se desajustam muitos seres, convém recordarmos a excelência da renúncia como terapêutica de alta urgência para a saúde física e mental dos que aspiram à paz e am­bicionam a perene alegria…

    Renúncia num exame apressado pode parecer covardia ou significar amolentamento de caráter.

    Considerando-se que é muito mais fácil a der­rocada na competição das paixões animalizantes em que apenas predominam as potencialidades do instin­to, a renúncia, que significa requisito moral, dificilmente logra entendimento ou aceitação.

    Todavia, possuidor é aquele que cede.  

    Mordomos transitórios do que nos passam pelo caminho: corpo, bens, objetos, valores, somente per­manecem imanentes os tesouros inapreciáveis que di­manam das fontes geratrizes do espírito: amizade, amor, perdão como títulos de caracterização legíti­ma de cada ser e de todas criaturas.

    Renunciar, todavia, não é abandonar a causa ou ideal, antes contribuir de modo eficiente para o bem geral, sem a ênfase da egolatria.

    Renunciando, Jesus conseguiu modificar o es­tado social da Humanidade, desde a sua hora e o seu dia, facultando ao homem a perfeita identificação entre os valores reais e os transitórios bens a que se dão valor e logo se consomem. 

    Face a qualquer situação ou em qualquer cir­cunstância litigiosa em que as ambições se empenhem, danosas, reflete e renuncia, liberando-te da canga constringente da ambição desvairada, porquanto as conquistas que facultam a paz, como enun­cia o Evangelho, em relação ao Reino de Deus, não vêm com aparência externa.

JOANNA DE ÂNGELIS

Extraído do livro “Convites da Vida”

Psicografia: Divaldo Pereira Franco – Editora Alvorada

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Diocese de Assis

 

          Em tempos de mudanças e expectativas, como em qualquer final de ano, o coração humano se enche de planos e sonhos renovados. Natural e positivo tal comportamento. Como também natural e positiva a renovação espiritual daqueles que acreditam na força interior de suas opções religiosas. Especialmente para aqueles que vivem uma espiritualidade encarnada e conflitante com o mundo. Um mundo cada dia mais agnóstico.

          Posto esse cenário, vem a questão: Como viver a fé em meio à descrença de muitos? Para nós, cristãos, essa é nossa prova dos nove, ou seja, o destemor e a alegria devem ser nossas características primeiras. Desafiar o mundo com espadas ou ironias não são armas apropriadas para quem se diz (ou ao menos tenta ser) um emissário da Paz que vem do alto. As armas do cristão são suas mãos vazias, estendidas na ação de solidariedade com o próximo ou unidas em louvor constante às dádivas que vem dos céus. Mãos que se usam na ação e na oração.  Não nos competem os argumentos da força, da coação, da discórdia, da violência ou do ódio, comuns entre aqueles que ignoram os princípios básicos da fraternidade que sonhamos. Se o mundo rejeita esse caminho, lembra-nos que por primeiro já rejeitou aquele que se fez o Caminho, Verdade e Vida. Mas Ele está voltando…

          Por uma dessas ironias que a realidade aparentemente oposta faz aos princípios da fé cristã, um irmão missionário escreveu-me o seguinte texto, nesta semana: “Já vi jovens usando camisetas com a mensagem ‘Lúcifer está voltando’. Se existir blasfêmia maior contra Deus, essa é uma delas”. Obrigado Adroaldo. O pior não é o anúncio de uma possível e gloriosa volta demoníaca, pois esta acontece deste o princípio da nossa história. Lúcifer sempre esteve conosco, nunca nos deixou. Essa é a verdade. Mas também é verdade que sua ação no mundo se intensifica de quando em vez. Como nos dias atuais. Lúcifer está deitando e rolando entre nós. E, por certo, dando boas e terríveis gargalhadas.

          Todavia, o Advento cristão renova nossas esperanças. Contemplar um Cristo menino numa manjedoura é alimentar as expectativas de um mundo melhor à luz das promessas de Deus. É contemplar a simplicidade e a grandiosidade da Promessa. E essa também é textual em nossas vidas: “Ele será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo… e o seu reino não terá fim” (Lc 1, 32-33). Não há o que temer diante da solidez dessa promessa. Não só nos dá certezas de vitória, como também enche nossos corações de alegrias e esperanças redobradas. “Ainda um pouco de tempo, e já me não vereis; e depois mais um pouco de tempo e me tornareis a ver”. (Jo 16,16). Não podemos limitar esse espaço de espera ao tempo já passado (em especial aqueles três dias de morte e ressurreição), nem à promessa de “um advogado” o paráclito a defender nossas causas, mas também e principalmente à sua volta gloriosa “a julgar os vivos e os mortos”, a fazer a justiça que almejamos com ansiedade…

          Então a injusta perseguição, incompreensão, intolerância e cinismo do mundo contra os princípios cristãos cairá por terra. Porque fomos resgatados ao preço da dor. Porque “outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor: comportai-vos como verdadeiras luzes” (Ef 5,8). Porque, mesmo diante de uma realidade antagônica ao que imaginamos e sonhamos ou à aparente decepção humana diante da Criação divina, aquela em que Ele só viu perfeição, nossa esperança ainda é maior e mais sólida. O caos nunca existirá para quem espera e confia. Porque Ele voltará triunfante, num novo Natal de luzes. E seu Reino não terá fim.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]

 

           




Diocese de Assis

O tempo presente é de Festa: há todo um ritual de preparação até chegar para o momento. O Natal não é simplesmente festa, é festa litúrgica, por isso compartilho com todos uma reflexão sobre festa.

Festa é a linguagem mais completa e eloqüente da vida humana. Festa é um patrimônio da humanidade. Uma festa traduz, sempre, de modo grandioso, as verdades, os valores e a beleza existente no nascimento e na morte, nas lutas e nas labutas, nas alegrias e nas tristezas, nas vitórias e nos fracassos, nas perdas e nos ganhos, nas conquistas e nas derrotas, nas dúvidas e na fé de todos nós.

Festa é sempre Celebração da Vida. E sua perpetuação é garantida pelos ritos, símbolos, gestos que ocupam o imaginário das pessoas, ultrapassando a linha do tempo e as fronteiras sócio-culturais.

Festa litúrgica é tudo isso, só que vivido e experimentado dentro de uma perspectiva religiosa porque remete à esfera do Divino e do Sagrado todo o sentido e o valor do que está celebrando. Isso quer dizer que, o enfoque, a razão primeira e o motivo fundamental da Celebração são as obras de Deus na vida humana e, por conseguinte, a atração, o fascínio, o impacto, a emoção, o calor e os sentimentos experimentados em razão destas “obras exemplares”.

Quando olhamos a Sagrada Escritura, nos deparamos com uma enormidade de festas, ligadas, principalmente, ao universo simbólico do mundo agro-pastoril, porque este é o eixo da existência e da sobrevivência do povo da Bíblia. Encontramos a festa das Tendas, do Dia da Expiação, dos Tabernáculos, da Páscoa, do Sábado, de Pentecostes e muitas outras festas. Com isso, a Tradição Bíblica nos ensina que, a razão de ser das festas é manter viva a memória histórica dos grandes feitos de Deus e o senso de valor e pertença a esta história. Na Sagrada, Escritura, portanto, festa é um SINAL de algo primoroso: a relação entre Deus e os homens.

O Cristianismo conservou as festas no bojo de sua concepção teológico-doutrinária garantindo-lhes o sentido místico mas, aprofundando e desenvolvendo seu poder pedagógico para iniciar e inserir as pessoas no mundo do sagrado e da fé, a partir das ricas experiências de Deus feitas pelo Povo de Israel.

O Catolicismo, depositário de uma herança de fé milenar, mantém a mesma tradição bíblico-cristã das festas, como espaço genuíno de celebração da vida e das grandes obras de Deus. E perpetua, através delas, aquele senso de valor e de pertença à História de Salvação que os nossos antepassados viveram e que continua sendo atual e verdadeira para nós.

O Cristianismo, num período importante de auto-afirmação, suplantou os cultos pagãos politeístas e a festa ao Deus sol com a festa do único Deus e Sol verdadeiro: o Cristo. Sendo assim, o dia 25 de dezembro foi consagrado para celebrar a Festa do Natal de Jesus.

O natal como celebração do Nascimento de Jesus é um marco referencial porque, estabeleceu o início de um novo tempo, tanto no calendário como na história da humanidade. O Natal é um divisor de águas entre para a fé, a cultura e para a sociedade.

O Sentido bíblico do natal começa com uma promessa de Deus: “Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe porá o nome de Emannuel – Deus-conosco” (Is 7,14). Deus cumpre a sua promessa: “quando se completou o tempo previsto, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher” (Gl 4,4).  Assim, “a Palavra de Deus se fez homem e habitou entre nós” (Jo 1,14).

Natal é a festa universal da Encarnação de Deus na vida e na história humana. O nascimento de Jesus confirma e cumpre o propósito de Deus em relação a nós: nos resgatar, nos recuperar do pecado e nos salvar.

A ordem é festejar! Nós somos festa! Vida longa a todos nós para que, depois das festas na terra, alcancemos celebrar a festa no céu! Feliz Natal a todos. Que o menino Jesus seja, de fato, a novidade da festa que celebramos.

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS 




Natal feliz é Natal com Cristo! 

 

 

 

Domingo já é Natal. Nossa Igreja se preparou durante semanas para acolher o Senhor que vem. O Advento nos prepara para essa grande festa, lembrando que Jesus virá uma segunda vez.

Monsenhor Jonas Abib, fundador da Canção Nova, que completaria 86 anos neste dia 21, bem que poderia ser chamado de “padre do advento”. Além da alegria do Natal, ele anunciava com insistência a segunda vinda de Cristo.

 

Padre Jonas sempre viveu esta época com empolgação. Lembro-me dos chamados “Natal com os pobres”, quando, após a missa, colocava um gorro vermelho e organizava a entrega de cestas básicas e um almoço para os mais carentes, em Cachoeira Paulista (SP).

 

O sacerdote, falecido no dia de Nossa Senhora de Guadalupe, 12 de dezembro, aguardava ansiosamente a vinda definitiva de Jesus. Sonhava com o que será o ponto alto da história humana: Jesus sendo avistado entre as nuvens, voltando para libertar os povos da terra de todos seus males e sofrimentos.

 

Vivia nessa expectativa. Tinha, por isso, pressa, melhor dizendo, foco. Pregava, cantava, vivia a necessidade de nos prepararmos para esse momento, com vidas transformadas, vivendo a bondade, a misericórdia e a fé.

 

Como o apóstolo Paulo, monsenhor Jonas de certo pensava: “viver pra mim é Cristo, morrer pra mim é ganho” (Cf. Fl 1,21). Mas, no momento mais difícil da doença que enfrentava,  ele demonstrou tamanha força e vontade de viver, lutando até o fim. Seria uma contradição?

 

A cofundadora da Comunidade Canção Nova, Luzia Santiago, que o acompanhou por mais de 40 anos, testemunhou, antes do seu sepultamento, um dos motivos: monsenhor Jonas entendia que sua missão ainda não tinha terminado. O discípulo Jonas desejava muito se encontrar com Jesus, mas o missionário Abib pensava nos seus irmãos de Comunidade e em tantos fiéis que ainda precisavam de sua presença de pastor.

 

Jonas Abib vive agora seu primeiro Natal pleno e, se prestarmos atenção, poderemos ainda escutar o eco de uma frase por ele tantas vezes repetida: “Natal feliz é Natal com Cristo!”

 

Osvaldo Luiz é jornalista, trabalha há 32 anos na Canção Nova e escreveu o livro “A Vida é Caminhar”, que relata fatos da década de 1970 da vida de Padre Jonas Abib.

 




Diocese de Assis

JOVEM BRASILEIRA PODE SER SANTA

          Foi ainda um dia desses. Isabel Cristina Mrad Campos, 20 anos, brasileira lá das Gerais, terminava o ensino médio e, com o apoio dos pais, mudava-se para Juiz de Fora, não muito distante de sua terra de origem, Barbacena. Lá pretendia continuar seus estudos. Tinha excelente formação religiosa desde criança e também pelo fato de ter sido aluna de um colégio católico. Após os primeiros meses de estudos em sua nova terra adotiva, um homem que montava um armário em sua residência tentou estupra-la. Isabel resistiu com heroísmo e acabou sendo morta por seu agressor. Era o dia primeiro de setembro de 1982.

          Sua permanente alegria e carinho que tinha com as pessoas menos favorecidas tornou-se seu rótulo, seu diferencial entre todos que a conheceram. De acordo com D. Luciano Mendes de Almeida, ex-arcebispo de Mariana falecido em 2006 e responsável pelo processo de beatificação da jovem martirizada, “não raro, Isabel Cristina ajudava doentes e idosos, dando-lhes, com carinho, alimento na boca […] Discreta, além de inteligente, era querida pelos professores”, escreveu o arcebispo. E concluiu em sua defesa: “Ainda hoje, há muitas pessoas que podem testemunhar sobre sua vida e que apresentam o pedido para que autoridades eclesiásticas examinem oficialmente suas virtudes e a coragem com que enfrentou o martírio.”

          Como vemos, uma jovem dos nossos tempos, igual a tantas outras em sua vidinha pacata, mas extremamente coerente com sua fé e – o que se tornou raro nos dias atuais – defensora intransigente de sua pureza e integridade moral e religiosa, está galgando os primeiros degraus dos altares da fé católica. No último domingo, dia 11 de dezembro de 2022, Papa Francisco prestou homenagem à nossa heroína brasileira: “Ela foi morta em ódio à fé, por ter defendido sua dignidade como mulher e o valor da castidade. Que seu heroico exemplo possa estimular em particular os jovens a darem testemunho generoso de sua fé e de sua adesão ao Evangelho. Um aplauso à nova beata”, conclamou Francisco.

          A notícia de sua beatificação encheu de euforia o povo de Barbacena, em Minas. Tanto que no mesmo domingo celebraram uma missa de ação de graças no Santuário Mariana de Nossa Senhora da Piedade e providenciaram a imediata transladação dos restos mortais da jovem beata para a Capela dos Sagrados Corações de Jesus e Maria. Enfim, Isabel poderá descansar em paz em sua nova casa terrena, ao lado dos corações por ela amados! Enfim, a jovem e nova beata terá sua integridade preservada e defendida pelos anjos e santos de Deus, time do qual agora também faz parte. Só lhe resta a oficialização de sua santidade. É o segundo passo. A segunda etapa de um processo canônico meramente formal, pois que para seu povo e familiares, Isabel Cristina sempre foi, é e será a menina virgem e pura que defendeu com a vida sua dignidade.

  1. Luciano ainda nos deixou um testemunho escrito: “O martírio veio ratificar as atitudes mais profundas de Isabel, que levaram às últimas consequências seu anseio de amar e respeitar a Deus, evitando ofendê-lo”. Esse é o referencial primeiro de uma vida verdadeiramente devota. Basta apenas a comprovação de um milagre para se dar andamento ao processo de canonização de Isabel. Vamos garimpar essa possibilidade, para termos, no mais curto espaço de tempo, a imagem bela e singela dessa brasileira sendo venerada em nossos altares. Através dos nossos santos e santas, Deus seja louvado!

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]

 

 




Espaço Espírita

   Amado Jesus:

Na excelsa manjedoura que te esconde a glória sublime, ouve a nossa oração!

            Ajuda-nos a procurar a simplicidade que nos reúne ao teu amor…

            Auxilia-nos a renascer dentro de nós mesmos, buscando em Ti a força para sermos, em Teu Nome, irmãos uns dos outros!

            Mestre do Eterno Bem, sustenta as nossas almas a fim de que a alegria de servir e ajudar nos ilumine a senda, não somente na luz de teu Santo Natal, mas em todos os dias, aqui, agora e sempre…

APARECIDA

Extraído do livro “Antologia Mediúnica do Natal” – Editora FEB

Psicografia: Francisco Cândido Xavier

 

 

 

 

 

 

 

                                                                                                                                 

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Diocese de Assis

Estamos chegando no final do ano e, quando chega este tempo, precisamos exercer escolhas, tomar decisões, fazer mudanças que correspondam ao horizonte de realização pessoal, profissional, familiar… Isso significa ter que parar, pensar, refletir, rezar para encaminhar tudo com maior poder de acerto. Nesse caso, é preciso planejar.

O QUE É PLANEJAR? Planejar é organizar a vida de uma pessoa ou instituição É implantar um processo de intervenção na realidade. É dar clareza e precisão à ação de uma pessoa, grupo, serviço ou instituição. É deixar de improvisar. É prever. É projetar o futuro. É pensar antes qual o melhor caminho para chegar ao objetivo.

O planejamento é um processo de tomada de decisões. É pensar ANTES, DURANTE e DEPOIS da ação. O planejamento é uma tomada de decisões para transformar a realidade em que se decidiu intervir. Quando não planejamos, improvisamos, sem perceber que outros estão planejando para nós e nos levam na conversa.  Quando as pessoas que planejam têm uma mística, uma opção de vida, uma raiz religiosa, o planejamento é uma força incomensurável de ação.

POR QUE PLANEJAR? Na medida em que queremos realizar alguma ação, precisamos esclarecer bem qual o motivo, ou quais os motivos que nos levam a realizar tal ação. Uma ação é considerada EFICIENTE quando é bem feita. Quando, além de eficiente, ela for também transformadora, será considerada EFICAZ.

Quando realizamos ações apenas eficientes, não estaremos contribuindo em nada para a transformação das estruturas injustas que nos rodeiam.

O primeiro motivo que nos leva a planejar é a necessidade de realizarmos ações EFICAZES, transformadoras. Nisto nós temos um compromisso a partir de nossa fé. Não podemos conviver com as injustiças gritantes que estão por aí. Os crescentes desafios que aparecem exigem de nós uma vida planejada.

Um segundo motivo importante que nos leva a planejar é a escassez de recursos. Quanto menos recursos tivermos, mais nossa ação precisa ser planejada.

Existe, ainda, um terceiro motivo que nos obriga a realizar ações planejadas. É a complexidade da ação! É a complexidade dos problemas. Quanto mais complexos forem os problemas ao nosso redor, mais precisamos planejar, pois, do contrário, a complexidade dos problemas vai nos absorvendo e, necessariamente, cairemos no ativismo. Esquecemo-nos do necessário e mergulhamos no urgente. Aliás, esta é uma tática do sistema dominante: tratar com superficialidade as coisas profundas e com profundidade as coisas superficiais.

PARA QUE PLANEJAR? Não basta que tenhamos claros os motivos que nos levam a realizar um planejamento. É profundamente importante que tenhamos claro também qual a finalidade das ações que vamos planejar. Aonde queremos chegar! O que pretendemos realizar. Para quem não sabe aonde vai, qualquer caminho serve!

O planejamento não é solução mágica. Não resolve tudo e, principalmente, não funciona de forma instantânea. É um longo processo, no qual não apenas se trabalha, mas se aprende enquanto o trabalho se desenvolve. Não cobre deficiência de recursos, mas ajuda a aproveitar melhor os recursos que tivermos. Ajuda também a ver melhor a realidade, a detectar os problemas. É uma ferramenta e, como tal, não substitui os operários, mas permite que a obra ganhe qualidade e que eles possam contemplar com mais satisfação o progresso que realizam.

O ano 2023 está ai e, com ele, muitas possibilidades de realização pessoal e familiar. Quem não quiser mergulhar na frustração, por não ver as coisas se realizarem, deve se adiantar aos acontecimentos e a vida. Deve planejar.

Portanto, mãos-à-obra, há uma vida inteira para ser administrada e construída. Não deixe a vida te levar, leve-a; conduza-a. Sua hora é agora!

 

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS




Comunidade Canção Nova comunica o falecimento de Monsenhor Jonas Abib 

 

 

O fundador da Comunidade Canção Nova, Monsenhor Jonas Abib, 85 anos, faleceu na noite desta segunda-feira, 12 de dezembro de 2022, às 22h14, em sua residência em Cachoeira Paulista (SP).

A causa da morte do sacerdote foi insuficiência respiratória por broncoaspiração e disfagia motora. Desde maio de 2021, Monsenhor Jonas estava em tratamento quimioterápico de um mieloma múltiplo.

O velório acontece nesta terça-feira, 13 de dezembro, e seguirá até quinta-feira, 15 de dezembro, no Santuário do Pai das Misericórdias, na Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP).

Natural de Elias Fausto (SP), Monsenhor Jonas Abib é um dos religiosos que se destacou na ação evangelizadora da Igreja Católica na América Latina, utilizando os meios de comunicação social e na realização de grandes eventos de evangelização. Nasceu no dia 21 de dezembro de 1936. Foi ordenado sacerdote em 1964, com o lema: “Feito tudo, para todos”, e fundou a comunidade Canção Nova no dia 2 de fevereiro de 1978.

“Felizes os que morrem no Senhor; doravante, diz o Espírito, descansem de suas fadigas, porque suas obras os acompanham” (Ap 14,13).

 

 




Diocese de Assis

 

          Falar em retorno de um messias nos tempos de hoje soa como um sonho frustrado de fanáticos religiosos. O cristianismo está dentro desse sonho. Nele a fé cristã se perde em sua razão de ser, ou mesmo em sua possibilidade de vencer o pragmatismo do mundo moderno, a racionalidade da ciência que bem dominamos. Vai contra a corrente da lógica. Quer queira ou não, essa doutrina nasceu da vinda e das promessas de um homem reconhecido como o Messias, que venceu a morte e prometeu voltar. A pergunta era: és tu ou vamos esperar outro? Suas obras, apresentadas por Ele mesmo, eram as provas de sua origem divina. Seu retorno, a coroação de tudo o que fez e continua a fazer através dos tempos. Deixou-nos uma promessa de retorno para coroar sua missão. Voltará!

          Mas quando? “Não sabeis nem o dia, nem a hora”. Esse mistério, apesar de contrário às nossas lógicas, é o cerne da esperança cristã. Não o fim, como muitos imaginam, mas o início de um novo tempo, um novo ciclo de uma história humana que se constrói paulatinamente, a partir do amadurecimento da nossa espiritualidade e da compreensão cada fez maior de que não somos apenas seres biológicos, mas também racionais e especialmente espirituais. Essa tomada de consciência é que nos abre a possibilidade de uma crença maior do que nossa limitada visão prática e racional. Somos muito mais do que pensamos ser. A grandiosidade do nosso humanismo vai além do mundinho limitado e tangível que ocupamos neste ínfimo planeta de um sistema muito maior, um universo quase infindo, um cosmo sem limites.

          Neste aspecto, a parusia cristã (o retorno do Cristo), torna-se uma possibilidade até natural, posto que a evolução tecnológica e cultural abre janelas para a compreensão de que um dia encontraremos a perfeição. E a fé nos ensina: a Perfeição é Deus! Quando nos depararmos com essa possibilidade, estaremos atingindo o clímax de uma história evolutiva, o ápice de uma odisseia ainda escrita com o cinzel da incompreensão e a caligrafia de aprendizes na etapa pré-escolar da vida. A evolução há de nos apontar um caminho novo e será coroada com a glorificação das promessas que Cristo nos fez. “Feliz aquele que não se escandaliza por causa de mim” (Mt 11,6). Feliz aquele que acredita em minhas palavras, que confia em minhas promessas, que prepara os caminhos para a vinda de um novo tempo, que acredita em uma ressurreição de tudo, de todos, através da remissão da culpa, do pecado, das frustrações… Feliz todo aquele que ainda acredita numa vida nova, num mundo novo, num novo tempo? Essa é a essência da fé cristã. E nisso que acredita o cristão, apesar das contradições que ainda nos cercam, dos atentados contra nossa integridade física, moral e espiritual. Aqui estamos de passagem! A realidade é maior do que as aparentes limitações da vida. E Cristo, em seu retorno final, virá apenas glorificar-nos como o fez com seu mensageiro que sofria na prisão dos homens: “… de todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista”.

          “No entanto, o menor no Reino dos céus é maior do que ele” (Mt 11,11). Essa é nossa prova dos nove. A glorificação humana, nos tempos finais, se dará na avaliação de nossa humildade perante os mistérios. Nunca na arrogância de nossos conhecimentos, de nossa sabedoria. Definitivamente, o Reino de Deus pertence aos simples, àqueles que acreditam em suas palavras com o coração manso e humilde. Simples assim!

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]