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Espaço Espírita

 

De uma feita, um Pai de Família pede-lhe, chorando, um óbolo, uma ajuda em dinheiro para enterrar o corpo de sua esposa, que desencarnara, deixando-lhe os filhos menores doentes e famintos.

Bezerra procura algo nos bolsos e nada encontra. Comove-se! E sua comoção era uma Prece!

E por intuição, desapegado das coisas materiais, tira do dedo o anel simbólico de Médico e o entrega ao Irmão necessitado, dizendo-lhe, com carinho e humildade:

– Venda-o e, com o dinheiro apurado, enterre o corpo de sua mulher e, depois, compre o de que precisa. Que Maria Santíssima o ajude e abençoe!

RAMIRO GAMA

Do livro “Lindos casos de Bezerra de Menezes” – Editora LAKE 

USE  INTERMUNICIPAL  DE  ASSIS

ÓRGÃO  DA  UNIÃO  DAS  SOCIEDADES  ESPÍRITAS  DO  ESTADO  DE  SÃO  PAULO




Diocese de Assis

 

Numa cultura de machistas e destemidos, a vida é tratada como um grande ringue para a propaganda e a exibição de falsos lutadores, de falsas lutas e de falsas vitórias. O que se pretende na “vida-ringue” é ocultar o medo.

Medo? Sim! Medo! O medo é a única razão pela qual as pessoas vivem como estão vivendo: mergulhadas no absurdo, tristes, mal amadas, amarguradas, violentas, indiferentes, insensíveis, inconsequentes…

Todos vivemos com medo de tudo e de todos. Desenvolvemos relações de medo. E, por causa das relações de medo, nos situamos na autodefesa, na autopreservação, na autoproteção… como se estivéssemos em estado de guerra permanente. O medo é uma doença atroz.

Você tem medo? Medo do que? Por que o medo? O que se pode esperar de alguém que vive no medo e do medo? Alguém com medo transforma a sua própria vida e a dos outros num verdadeiro inferno. Um inferno na própria vida porque vive retraído, reprimido, infeliz, deprimido, inseguro, insatisfeito, sem iniciativas… Um inferno na vida dos outros porque, por sentir-se sempre perseguido, agride, mente, desconfia, dissimula, calunia, difama…

De onde vem o medo? O medo pode vir de experiências pessoais traumáticas, de foro íntimo, como perdas e de foro externo como uma violência, uma agressão. O medo sempre faz entrever uma situação de intimidação. Isso significa que, invariavelmente, o medo se mantém porque há uma ‘força’ que subjuga o indivíduo. As vezes é um sentimento de culpa; outras vezes uma lembrança, um acontecimento, uma situação, uma pessoa, uma estrutura, uma crença, uma ideologia. Mas, nem sempre, as pessoas admitem que vivem no medo e do medo.

O grande mal do medo é que instala, na pessoa, uma sensação constante de desintegração, de tal forma que, mediante qualquer possibilidade de mudança sente-se ameaçada e, por isso, encapsula-se e isola-se.

O medo tem cura? Como é uma “doença existencial” a cura do medo implica mudança de critérios, atitudes e mentalidade. Uma necessária rearticulação da própria existência sobre outras bases e visão. Inicia-se com a identificação dos “intimidadores” que instalaram o medo e agem para o enfraquecimento do poder sobre si mesmo, até chegar à aceitação da vida e de si mesmo. A aceitação da vida, como uma luta permanente, sem ringues, mas de muitas batalhas. A aceitação de si mesmo, como um lutador sem substitutos que, tem como arma suas convicções, seus valores, seus princípios, sua fé, seu amor, sua esperança e, ao seu favor, tantos quantos lhe querem bem, mesmo quando, para ajudar na luta precisam “puxar-lhe as orelhas” ou indicar outros caminhos e métodos.

O medo só tem espaço porque, falta o temor e sobra o destemor. Neste sentido, algumas leituras bíblicas podem nos ajudar a repensar o modo como temos vivido: se no temor ou no destemor. Vivido no temor, quando agimos com amor e respeito a Deus e aos outros; descobrimos e aceitamos o que nos rege e, ao mesmo tempo, nosso próprio lugar, ação e missão. Vivido no destemor, quando perdemos a noção de limites: tempo e espaço; agimos como se fôssemos os únicos no mundo, de modo individualista; não respeitamos, não amamos e não reconhecemos o outro.

Eis o que diz a Palavra: Gn 3,10: “ouvi teus passos no jardim: tive medo, porque estou nu, e me escondi.” Ex 14,13: “Não tenham medo. Fiquem firmes, e verão o que Javé fará hoje para salvar vocês.” Is 51,7: “Escutem o que eu digo, vocês que conhecem a justiça, gente que traz a minha lei no coração: não tenham medo dos insultos dos homens, nem se rebaixem com suas caçoadas.” Jó 9,35: “Então eu poderia falar sem medo; do contrário, não sou dono de mim mesmo.” Eclo 34,14: “Quem teme ao Senhor não tem medo de nada e não se assusta, porque o Senhor é a sua esperança.” 1Jo 4,18: “No amor não existe medo; pelo contrário, o amor perfeito lança fora o medo, porque o medo supõe castigo. Por conseguinte, quem sente medo ainda não está realizado no amor.”

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS 




“Fascinação” será tema de palestra espírita nesta sexta-feira

 

A USE Intermunicipal de Assis, órgão da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, convida para a palestra que será realizada nesta 6ª feira (8), às 20 horas, na sede do Centro Espírita “Joana D’Arc”, localizado à Rua José de Alencar, 421, Vila Xavier.

Orson Peter Carrara, escritor e palestrante da cidade de Matão, abordará o tema “Fascinação – Causas e consequências”.

Haverá, também, apresentação musical com o Grupo Cores em Canto

A entrada é franca!

 




ESPAÇO  ESPÍRITA

Amigos do coração:

Quando a doença nos visitar e sentirmos nossas forças combalirem, façamos uma pausa para meditar em Jesus e na sua vitória sobre a cruz, a fim de que o desalento não acabe por minar as forças que ainda nos restam.

O Mestre virá ao nosso encontro, e novamente escutaremos sua voz amiga repetindo o que dissera outrora: “Tenho-vos dito, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”.

BEZERRA DE MENEZES

Do livro “Recados do meu Coração” – Psicografia: José Carlos De Lucca

USE  INTERMUNICIPAL  DE  ASSIS

ÓRGÃO  DA  UNIÃO  DAS  SOCIEDADES  ESPÍRITAS  DO  ESTADO  DE  SÃO  PAULO




Diocese de Assis

 

A humildade cristã nos ensina a reconhecer nossos pecados, mas também ambicionar as virtudes dos santos. Porque ser santo é – ou deveria ser – a primeira grande vocação do povo de Deus. Porém, esse mesmo povo é conhecido historicamente pelos momentos de infidelidade ao próprio Deus e pelos grandes contra testemunhos de desamor e injustiça com seus semelhantes, irmãos da estrada nessa caminhada terrena. Onde, pois, está a santidade do povo de Deus?

Acontece que santos existem. E são muitos. Acontece que a todo instante esbarramos neles e sequer damos conta desse privilégio nos dias de hoje. Outros tantos são reconhecidos publicamente e levados aos altares como exemplos a serem seguidos ou imitados. Outros pela própria humildade e simplicidade de vida evitam a publicidade em torno do que fazem como mera obrigação de fé, simples prática da perfeição que experimentam em vida. Quem não conhece um santo ou uma santa desse naipe em seu círculo de amigos, de colegas, de familiares, de irmãos? Quem nunca desejou ser como um destes? “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos Céus”. Já na primeira bem-aventurança Cristo nos apresenta o primeiro passo para se alcançar a graça da santidade: pobreza de espírito! Mas todo o evangelho de Mateus, em seu quinto capítulo (5,1-12s). nos dá  pistas para alcançarmos a santidade.

Ei-las, então: além da necessária pobreza de espírito, é preciso reconhecer que a aflição contra os desvios que o maligno constrói terá o consolo do bem maior; que a mansidão em oposição às tribulações é que nos dá legitimidade de domínio sobre os males dessa terra; que nossa fome e sede por justiça sacia essa busca por perfeição; que só os misericordiosos terão a misericórdia do Pai, só os puros de coração contemplarão o rosto divino, mas só os promotores da paz, os construtores de um mundo em harmonia total com Deus e entre nós é que merecerão a herança dos filhos diletos, o maior título que um humano possa merecer, “porque deles é o Reino dos Céus”.

Então as consequências dessa opção se tornam a bem-aventurança crucial. Serão perseguidos, injuriados, injustiçados. Serão aqueles aos quais se dirigem falsas acusações, mentiras, difamações, “todo tipo de mal contra vós por causa de mim”. A estes, somente a estes, estará reservada a maior das consolações: “Alegrai-vos e exultai, porque será grande vossa recompensa nos céus”. Santos esses que descobriram em vida o privilégio do sofrimento por causa da fé que professam. Santos de todos os tempos, de todos os rincões, de todas as raças e classes sociais, mas que têm em comum somente a alegria de ser um “com Cristo, por Cristo e em Cristo” no tempo que lhes foi dado neste mundo. O privilégio da santidade não é um mundo à parte da realidade deste mundo, mas começa aqui!  Somos pecadores, sim, bem o sabemos. Mas também somos santos e merecemos esse título pela graça da redenção que nos devolveu a certidão de um novo nascimento: filhos de Deus hoje somos. Acorde, povo Santo! O céu nos aguarda de portas abertas. Ser santo é um direito nosso, pois a primogenitura, a herança celeste, nos custou o sangue de um Justo. Então nada mais justo que assumirmos essa nossa identidade de filhos diletos de Deus. Povo santo por escolha… e por mérito da graça sobre nós.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]

 

 




SP lança Guia Turístico Evangélico com atrativos e calendários

 Lançamento do Guia Turístico Evangélico. Foto: Alan Morici

A Secretaria de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo (Setur-SP) lançou quinta-feira (31) o Guia Turístico Evangélico, publicação que destaca a cultura, os museus, os programas e demais atrativos para visitação. A novidade integra um conjunto de iniciativas de incremento da atividade turística no segmento religioso, que inclui a promoção de destinos com suas respectivas vocações, apoio e implantação de rotas turísticas. A lista de guias religiosos da pasta contém o Halal, Católico e de monumentos ao Cristo.

O Turismo Religioso é um dos segmentos turísticos que mais cresce no Brasil, de acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). As viagens relacionadas ao turismo religioso movimentam cerca de 20 milhões de viagens todos os anos e mais de R$ 15 bilhões, de acordo com o Ministério do Turismo.

São Paulo é o estado brasileiro com o maior número de templos religiosos, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE) e também sede da maior Marcha para Jesus do país, reunindo cerca de dois milhões de seguidores.

O Guia destaca, por exemplo, as opções de visitação aos grandes templos religiosos na capital e no interior. São Paulo abriga também a Igreja Batista mais antiga do país, localizada em Santa Barbara do Oeste. Conta com um dos maiores templos evangélicos do país, na Pompéia, e um dos maiores vãos livres do estado. A Floresta Nacional de Ipanema, em Iperó, é onde está um dos primeiros cemitérios protestantes.

Em outras partes do estado, nas cidades de Barueri, Engenheiro Coelho e Santana do Parnaíba, que contém museus da bíblia. O Museu de Arqueologia Bíblica de Engenheiro Coelho, por exemplo, tem em seu acervo quase duas mil peças em exposição, que contam 4500 anos de história (3 mil a.C. a 1500 d.C.), por meio de coleções arqueológicas, de numismática e obras raras (bíblias).

Na cultura e entretenimento, o Auto de Páscoa, encenado há duas décadas pela Igreja da Cidade, é um ato que celebra a vida, morte e ressurreição de Jesus. Segundo a organização, cerca de 584 mil expectadores assistiram o espetáculo temático.

O Guia Turístico Evangélico está disponível no site da Secretaria de Turismo e Viagens. https://www.turismo.sp.gov.br/guia-turistico-evangelico-do-estado-de-sao-paulo




Diocese de Assis

 

Quem passou pelo batismo, não é, simplesmente, um seguidor de doutrinas religiosas e, portanto, não deve se contentar, somente, com isso. Deve querer mais porque foi feito para mais; foi feito para seguir e anunciar o Senhor Jesus Cristo. Nesse sentido, o batizado é, por natureza, discípulo missionário.

Com o documento de Aparecida, ficou claro para toda a Igreja que, não existe uma dicotomia entre o que é ser discípulo e o que é ser missionário. Se é discípulo é missionário; se é missionário é porque é discípulo. Aliás, numa primeira versão do documento de Aparecida este conceito saiu dicotomizado (discípulo e missionário) mas, em tempo, houve uma correção pontual e, na versão final, fez-se o acerto conceitual e teológico para discípulo missionário.

Somos discípulos missionários e, esta verdade nos arrasta para dentro do Mistério de Cristo e da Comunidade e, faz, de cada um de nós, pedras vivas e construtores do Reino, sobre o fundamento dos apóstolos.

Para o evangelista São Mateus, a melhor imagem do discípulo missionário é “ser sal da terra e luz do mundo”

Sobre isso, o Papa Francisco, na oração do “Angelus”, sempre, reflete sobre algum tema importante da vida e da fé; aqui recolho algumas considerações:

  1. “O batismo faz de nós membros do Corpo de Cristo e do Povo de Deus. Como de geração em geração se transmite a vida, também de geração em geração, através da fonte batismal, se transmite a graça e, com esta graça, o Povo cristão caminha no tempo como um rio que irriga a terra e espalha pelo mundo a Bênção de Deus. A fé cristã nasce e vive na Igreja. Somos comunidade de crentes e, na comunidade, experimentamos a beleza de partilhar a experiência de um amor que precede a nós todos, mas, ao mesmo tempo, pede para sermos, uns para os outros, ‘canais’ da graça, apesar das nossas limitações e pecados. Ninguém se salva sozinho. A dimensão comunitária não é uma espécie de moldura, mas parte integrante da vida cristã, do testemunho e da evangelização. Temos um exemplo disso na comunidade cristã do Japão: no início do século dezessete, abateu-se sobre ela a perseguição, vendo-se então privada de sacerdotes e forçada a viver na clandestinidade. Quando dois séculos e meio depois, voltou a gozar de liberdade, aquela Igreja local apareceu formada por milhares de cristãos; eles tinham mantido, mesmo em segredo, um forte espírito comunitário, porque o batismo lhes tinha feito um só corpo em Cristo.”
  2. “Os discípulos de Jesus eram pescadores, pessoas simples, mas Jesus ‘os vê com os olhos de Deus’. Ao exortá-los para serem ‘sal da terra e luz do mundo’, queria dizer: ‘se forem pobres de espírito, humildes, puros de coração, misericordiosos, serão, certamente, ‘o sal da terra e a luz do mundo’, o que pode ser compreendido como uma consequência das Bem-aventuranças. Para compreender melhor estas imagens, tenhamos presente que a Lei judaica prescrevia a colocação de um pouco de sal sobre cada oferta apresentada a Deus, como sinal de aliança. A luz, assim, era para Israel o símbolo da revelação messiânica que triunfa sobre as trevas do paganismo. Os cristãos, novo Israel, recebem então a missão diante de todos os homens: com a fé e com a caridade podem orientar, consagrar, tornar fecunda a humanidade. Todos nós batizados somos discípulos missionários e, somos chamados a nos tornar no mundo um Evangelho vivo”
  3. “Todos temos limitações”, disse o Papa. Ninguém pode reproduzir totalmente Jesus Cristo. E, embora cada vocação se conforme de maneira mais saliente com este ou aquele traço da vida e obra de Jesus, há alguns elementos comuns e indispensáveis a todas”. Não fazer alarde é uma característica de toda vocação cristã. Neste sentido, “quem foi chamado por Deus não se pavoneia, nem corre atrás de reconhecimentos ou aplausos efémeros; não sente ter subido de categoria, nem trata os outros como se estivesse num degrau superior”. O Amor, melhor configuração do discípulo missionário.”

O Mês missionário completa sua provocação e permanecemos em missão!

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS




Espaço Espírita

 

Não reclames da Terra
Os seres que partiram…

Olha a planta que volta
Na semente a morrer.

Chora, de vez que o pranto
Purifica a visão.

No entanto, continua
Agindo para o bem.

Lágrima sem revolta
É orvalho da esperança

A morte é a própria vida
Numa nova edição.

EMMANUEL

       Extraído do livro “Tempo e Nós” – Editora Ideal – Psicografia: Francisco Cândido Xavier

USE  INTERMUNICIPAL  DE  ASSIS

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Diocese de Assis

 

Quantos de nós e quantas vezes não nos sentimos marginalizados, abandonados às margens de um caminho, prostrados num acostamento sem perspectivas de ajuda, de socorro solidário… Quantas e quantas foram essas situações de desilusão e cansaço em nossas vidas? Quantas vezes gritamos por piedade… Quantos momentos de cegueira total em nossa perspectiva de caminheiros em longa estrada! Mas o murmurinho dos que transitam ao lado traz um alento de esperança: Ele passa, Ele caminha conosco, refaz a mesma estrada! “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!” (Mc 10,47).

Esse é o grito da fé, o mais puro e autêntico brado de socorro de quem se reconhece perdido na estrada da vida. Do filho de Timeu, o mendigo e cego Bartimeu, todos temos um pouco. Clamamos e mendigamos migalhas das graças divinas, enquanto mal enxergamos a abundância que Ele nos oferece através da pessoa do Cristo que passa ao nosso largo. “Filho de Davi, tem piedade de mim!” Num segundo momento, eis que a revelação da graça alcança a consciência da nossa triste realidade. Então a vontade de Deus se manifesta: “Coragem, levanta-te, Jesus te chama”. O processo de cura começa a partir do desejo nítido, audível e proclamado publicamente por quem busca uma graça: “Mestre, que eu veja!” Essa é a dinâmica do milagre que buscamos em nossas vidas. Que não tenhamos medo de solicitá-lo. Nem vergonha. Nem respeito humano diante daqueles que nos pedem silêncio. Não se cala diante da graça.

Como vemos, o grito do Bartimeu é também o nosso. É a oração do cotidiano diante da cegueira que o mundo nos impõe. Querem, a todo custo, que fiquemos calados, que nos prostremos em nossos dilemas e provações, para que não se propague essa fé no Cristo que passa e nos chama a todos, diuturnamente, cotidianamente. Se a cegueira mundana nos impede de clamar a Deus, a fé genuína nos ensina a entender o que os outros não entendem, a enxergar o que o mundo se nega a ver claramente, que Jesus é realmente o Filho de Deus, o herdeiro de Davi há muito prometido e anunciado pelos profetas. Mais ainda, que Ele caminha conosco, continua entre nós, atento aos clamores do seu povo, ouvindo e atendendo suas orações, realizando os milagres que nos julgamos indignos de merecer: “Vai, a tua fé te curou”.

A estrada é longa? Coragem! Levanta-te é a ordem da voz que nos chama à conversão, à não prostração diante dos desafios, a dar novos passos em direção ao horizonte ainda desconhecido. Esse é o desafio da fé cristã. Essa é a atitude de coerência que a fé em Cristo impõe aos seus seguidores. Não podemos estacionar à margem do caminho, pois que Cristo chama… E multidões esperam! Esperam de nós um testemunho vivo, autêntico, bem claro e evidente de que não somos meros esmoleres de um sonho utópico, mas portadores da mais nítida esperança que o mundo sem fé não consegue enxergar. Coragem, Jesus te chama. Conta contigo. Esse é o testemunho missionário que podemos dar ao mundo. Porque um pobre coitado que recuperou a visão é capaz de mostrar aos semelhantes o quão grande é a misericórdia de Deus diante dos desafios do mundo. Assim mudamos a história, nossa própria história. E a humanidade só há de prostrar-se diante Dele, o Filho de Davi!

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]

 

 




Diocese de Assis

 

Os para-choques de caminhão exibem frases ou ditos populares com mensagens, provocações, piadas, desabafos e desafios.

Muros, calçadas, árvores, bancos de praça ou de igreja, camisetas, bandeiras, bonés, carros… são, também, espaços privilegiados para as diversas manifestações de sentimentos, ideologias, fé, propaganda e marketing.

Seja como for, a criatividade humana faz de todo o qualquer espaço um outdoor para se manifestar ao mundo.

Na Sagrada Escritura, marcas profundas são, também, deixadas na pedra, na mão, no turbante… como sinal:

“Eu tatuei você na palma da minha mão” (Is 49,16);

“Foram essas as palavras que Javé dirigiu em alta voz (…). Sem nada acrescentar, Javé as gravou sobre duas tábuas de pedra e as entregou a mim” (Dt 5,22);

“O pecado de Judá está escrito com estilete de ferro, está gravado com ponta de diamante na pedra do seu coração e também nas pontas de seus altares” (Jr 17,1);

“Sobre o turbante, trazia uma coroa de ouro, na qual estava gravada a inscrição sagrada, uma insígnia de honra, obra magnífica, um enfeite que delicia os olhos” (Eclo 45.12).

É o próprio Deus quem pede, ao seu povo, no livro do Deuteronômio: “Coloquem essas minhas palavras no seu coração e na sua alma! Amarrem essas palavras na mão como sinal. E que elas sejam para vocês como faixa entre os olhos. Vocês devem ensiná-las a seus filhos, falando delas sentado em casa e andando pelo caminho, deitado e de pé. Você deverá escrevê-las nos batentes da sua casa e nas portas da sua cidade, para que os dias de vocês e os dias de seus filhos se multipliquem sobre a terra que Javé jurou dar aos antepassados de vocês, e sejam dias tão numerosos quanto os dias em que o céu permanecer sobre a terra” (Dt 11,18-21). E, noutra passagem: “Ouça, Israel! Javé nosso Deus é o único Javé. Portanto, ame a Javé seu Deus com todo o seu coração, com toda a sua alma e com toda a sua força. Que estas palavras, que hoje eu lhe ordeno, estejam em seu coração. Você as inculcará em seus filhos, e delas falará sentado em sua casa e andando em seu caminho, estando deitado e de pé. Você também as amarrará em sua mão como sinal, e elas serão como faixa entre seus olhos. Você as escreverá nos batentes de sua casa e nas portas da cidade” (Dt 6,4-9).

O que tudo isso tem a ver conosco? Tudo!

Precisamos lidar com a Palavra de Deus de outra maneira! Não podemos estar contentes só porque a nossa cabeça tomou conhecimento do que ouvimos. É preciso guardar no coração para que se transforme em algo vivo em nós e não, simplesmente, enciclopédia.

A Palavra de Deus é fonte de vida para a vida! Portanto, comece decorando alguns trechos de Provérbios. Decorar vem do latim; ‘cor’ é declinação de ‘cordis’ = coração. Decorar significa pôr no coração.

“Tesouros injustos não trazem proveito, mas a justiça livra da morte. Javé não deixa que o justo passe fome, porém reprime a ambição dos injustos. A mão preguiçosa empobrece, mas o braço trabalhador enriquece. Quem armazena no outono é prudente; quem dorme na colheita passa vergonha. As bênçãos descem sobre a cabeça do justo, mas a boca dos injustos esconde violência. A memória do justo é bendita, mas o nome dos injustos apodrece. O homem de bom senso aceita o mandamento, mas o estúpido se arruína pela boca. Quem se comporta com integridade vive em segurança; quem segue caminho torto acaba desmascarado” (Pr 10,2-9).

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS