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Diocese de Assis

 

Quantas vezes descobrimos um lugar ameno e aprazível e ali desejamos ficar por mais tempo? Ou a companhia de uma pessoa agradável cuja presença é capaz de nos fazer esquecer o tempo, qualquer outro compromisso ou atividade, para simplesmente aproveitarmos ao máximo a sua companhia? Diria até serem raros esses momentos no afã diário em que hoje vivemos. Mas são acontecimentos pelos quais todos passamos ou passaremos apesar de tudo. Momentos como daqueles apóstolos que um dia subiram uma alta montanha e lá contemplaram a verdadeira face de quem os convidou para aquele passeio. Jesus se revelou transfigurado, com o rosto brilhante e as vestes revestidas de luz. A visão, ao lado de Moisés e Elias, foi um momento de revelação tão grandioso que os três acompanhantes desejaram acampar por lá mesmo, não mais voltar para a realidade de um mundo sempre atribulado e sem a compreensão dos mistérios e da preciosidade que cercava a vida daquele Mestre. “Senhor, é bom ficarmos aqui”.

O encontro com a verdade provoca transformações, transfigura a imagem estereotipada que muitas vezes temos de Cristo e sua Igreja. Não é algo que se possa descrever com palavras simples e objetivas, mas uma experiência pessoal, que só o indivíduo em confronto com a crueldade dos homens ou a transitoriedade do mundo é capaz de compreender e assimilar para sempre em sua vida. O encontro e o confronto com a vida espiritual é o grande milagre que uma conversão suada, sincera, reveladora provoca nas pessoas agraciadas com essa revelação. São também elas transfiguradas com Cristo. O Amor ali presente é capaz de repetir o milagre e transformar a vida de muitos incrédulos. É o momento de um encontro com Deus.

Na tradição hebraica uma montanha era sempre local da morada de Deus. Por isso os grandes orantes sempre subiam o morro, a montanha. Por isso, Moisés num deles recebeu os mandamentos divinos. E Jesus, seguindo a tradição, sempre buscava um desses locais para se por em sintonia com o Pai. Quando não, ao menos um local ermo, um horto ou mesmo o deserto se constituíam em tabernáculo de oração para nosso Mestre. O importante era o afastamento, isolar-se momentaneamente para melhor sintonia com sua essência espiritual. Eis aqui uma bela lição de como deve ser esse nosso momento de encontro com Deus: construir por primeiro um “afastamento” dos nossos conflitos e tribulações cotidianas, para melhor sintonia com os planos e bênçãos divinas em nossas vidas. A oração comunitária – a que mais facilmente fazemos por força de hábito – tem seu valor de intercessão e unidade  – , mas é a oração pessoal, cara a cara, tet a tet , a que melhor preenche nossas carências espirituais. Nesse encontro Jesus se nos apresenta transfigurado e nos encoraja a vencer os grandes desafios que a vida nos apresenta: “Levantai-vos e não tenhais medo”.

Orar, portanto, é subir as montanhas dos nossos dilemas, contemplar o horto das ilusões terrenas, inserir-se no deserto das falsas miragens, isolar-se e esvaziar-se da realidade que sufoca nossas almas, para só então contemplar a face serena e transbordante do Amor verdadeiro. Orar é ouvir a voz de Deus que nos chama e nos clama por reciprocidade: “Este é meu filho amado, no qual  eu pus todo o meu agrado” (Mt 17,5). Como outros cristos no mundo, poderemos também nos transfigurar em filho ou filha diletos do Pai. Basta encontra-lo através da oração. Subir e descer as montanhas que nos separam.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]

 

 




Diocese de Assis

Tudo é de Deus e leva a marca e o selo de autenticidade do Criador.

Criatividade e originalidade são as marcas de sua obra. Nada igual: tudo único e irrepetível. Não existe rascunho, nem forma, nem cópia!

Porque tudo é de Deus, tudo é sagrado e bendito; tudo é bem feito e bonito; tudo é mistério infinito; tudo é bom!

É esta a expressão bíblica que caracteriza o final de cada dia da criação: “e Deus viu que era bom!” Quando da criação do ser humano, no sexto dia, a expressão ganha uma ênfase de intensidade: “e Deus viu tudo o que havia feito, e tudo era muito bom” (Gn 1,31).

A obra de Deus não para. Deus continua trabalhando, com as próprias mãos. Agora, não para criar originalidades; elas já existem, estão ai, e, são completas. Embora deterioradas, exploradas e mal tratadas por nós.

Agora, o trabalho de Deus se concentra na restauração do homem…

A melhor obra de Deus precisa de ajustes diários e permanentes; precisa de obediência e correção; precisa de disciplina e conversão; precisa de virtude e direção; precisa de recomeço e perdão; precisa de amor e comunhão; precisa de santidade e libertação; precisa de fé e salvação; precisa de vida nova e ressurreição.

O que teria acontecido com a melhor obra de Deus?

Por que toda a originalidade das coisas permanecem completas e a do ser humano não? Por que é preciso ajustes diários e permanentes? Teria Deus falhado em alguma coisa?

Nada de errado na criação do ser humano.

Tudo está de acordo com o plano original da criação: a melhor obra do Deus Criador estará, sempre, em suas mãos. Quem foi feito à imagem e semelhança do Criador e, recebeu do seu Espírito, precisa de retoques permanentes em vista desta verdade.

Isso não fere, em nada, a liberdade que o próprio Deus Criador imprimiu na consciência e garantiu na essência humana. Pelo contrário é em vista desta liberdade, sempre ameaçada pelo pecado que, o Deus criador recria, incessantemente. Assim nos lembra São Paulo na carta aos Gálatas: “Cristo nos libertou para que sejamos verdadeiramente livres. Portanto, sejam firmes e não se submetam de novo ao jugo da escravidão” (Gl 5,1).

São Propósitos do Criador:

Jeremias 18,1-6: “Palavra que Javé dirigiu a Jeremias: ‘Levante-se e desça até a casa do oleiro; aí eu comunicarei minha palavra a você’. Desci até a casa do oleiro e o encontrei fazendo um objeto no torno. O objeto que ele estava fazendo se deformou, mas ele aproveitou o barro e fez outro objeto, conforme lhe pareceu melhor. Então veio a mim a palavra de Javé: Por acaso será que não posso fazer com vocês, ó casa de Israel, da mesma forma como agiu esse oleiro? – oráculo de Javé. Como barro nas mãos do oleiro, assim estão vocês em minhas mãos, ó casa de Israel.”

Isaías 49,14-16: “Sião dizia: ‘Javé me abandonou, o Senhor me esqueceu!’ Mas pode a mãe se esquecer do seu nenê, pode ela deixar de ter amor pelo filho de suas entranhas? Ainda que ela se esqueça, eu não me esquecerei de você. Veja! Eu tatuei você na palma da minha mão; suas muralhas estão sempre diante de mim.”

Isaías 44,2-5: “Assim diz Javé, que o fez, que o formou no ventre e o auxilia: Não tenha medo, meu servo Jacó, meu querido, meu escolhido. Vou derramar água no chão seco e córregos na terra seca; vou derramar meu espírito sobre seus filhos e a minha bênção sobre seus descendentes. Crescerão como planta junto à fonte, como árvores na beira dos córregos. Um vai dizer: ‘Eu pertenço a Javé’. Outro se chamará com o nome de Jacó; outro ainda escreverá na palma da mão: ‘De Javé’. E como sobrenome tomará o nome de Israel.”

Porque tudo é de Deus, Ele cuida!

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS




Diocese de Assis

 

Quem nunca assistiu a um filme, documentário ou mesmo peça teatral que versasse sobre uma caça a um tesouro perdido? Nunca leu um livro a respeito? Um gibi que fosse? O tema, por mais ilusório que possa ser, cativa a todos e nos faz viajar em aventuras mil, inimagináveis, fantasiosas. Todos temos, dentro de nós, esse espírito aventureiro, criativo e sonhador, capaz de despertar-nos para a conquista de tesouros infinitamente preciosos, riquezas fáceis, segurança permanente. Então vem Jesus e sopra em nossos ouvidos: “O Reino dos Céus e como um tesouro escondido” (Mt 13,44). Eureka, simples assim!

Não tão simples. A curta afirmativa tem também seus mistérios e critérios para encontra-lo. Primeiramente não se trata de uma riqueza terrena, tangível, palpável, mensurável nos critérios humanos. É um Reino. Possui também quem o rege, um rei soberano que tudo sabe, tudo pode e conduz seu reinado com o cetro do Amor, da Justiça, da Igualdade e Fraternidade entre seus súditos. É dos Céus. Portanto, foge de nossa realidade, onde nossa alegria muitas vezes se torna ilusória, passageira, momentânea. Nesse reinado o que impera é a alegria da descoberta de um novo tesouro, maior, mais precioso, infinitamente mais perene que qualquer outro conceito de riqueza e poder que um ser humano possa imaginar em vida.

Equivale a um tesouro. Algo tão precioso e gigantesco que a primeira reação de quem o descobre é ocultá-lo, não o revelar a mais ninguém. Mas a preciosidade dessa descoberta é contagiante, necessita de ser partilhada com mais pessoas ou ao menos com aquelas com as quais mais nos identificamos, temos vínculos de amizade, de parentesco, de sangue… Uma alegria que preenche nosso coração e explode em nossos poros, no simples ato da respiração que nos mantêm vivos, é impossível ser retida dentro de nós. Tal qual a definição inversa que o livro do Eclesiastes um dia nos fez: “Quem descobriu um amigo, descobriu um tesouro” (6,14). E Jesus, em seu discurso sobre o valor da amizade, evoca também a alegria dessa descoberta: “Digo-vos estas coisas para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa” (Jo 15,11).E conclui: “Vós sois meus amigos”.

Mas esse tesouro está oculto para aqueles que não lhe deram o devido valor. Triste realidade de grande maioria dos que viajam conosco na aventura da vida. São meros coadjuvantes duma história épica, real, sem falsas ilusões ou alegrias fugazes. Estamos aqui, todos com iguais condições de competividade e munidos dos mesmos recursos para o encontro definitivo com os louros de uma conquista, uma descoberta pessoal: para se descobrir esse tesouro é preciso corresponder à amizade com o Cristo, o soberano, o príncipe dos príncipes, o dono da vinha. Só Ele tem a chave desse Reino! Só Ele pode nos revelar os mistérios desse tesouro escondido!

Portanto, se a aventura da vida, da sua vida, ainda não lhe apresentou razões para ambicionar também as riquezas celestiais, cuidado! Você ainda não descobriu o valor imensurável das alegrias e bonanças que poderemos encontrar no outro lado dessa história.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]




Diocese de Assis

Professar a fé não é, apenas, dizer: “Eu creio!” Nem, tão pouco, seguir todas as doutrinas da igreja; freqüentar, mesmo que; assiduamente, todas as reuniões e celebrações; não fazer nada de errado. Professar a fé é, também, isso. Mas, o núcleo da profissão de fé é reconhecer Deus como o absoluto de nossa vida e, em cujo Mistério encontra-se nossa totalidade, conforme diz o autor sagrado: “(…) pois é ele que dá a todos vida, respiração e tudo o mais. De um só homem, ele fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra, tendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites de sua habitação. Assim fez, para que buscassem a Deus e para ver se o descobririam, ainda que fosse às apalpadelas. Ele não está longe de cada um de nós, pois nele vivemos, nos movemos e existimos” (Atos 17,24-28).

A fé, que nos permite uma vida total em Deus, sem deixarmos de ser humanos, nos aproxima, exatamente, daquele que se tornou humano para nos revelar nosso ser divino: Jesus Cristo, nosso Senhor.

Professar a fé é contemplar, dia-a-dia, o autor da vida como água na sede, alegria na tristeza, força no desalento, coragem na luta, esperança no fracasso, dom no talento, sabedoria na inteligência, vida na morte… tudo em todos.

Certa ocasião, “Jesus chegou à região de Cesaréia de Filipe, e perguntou aos seus discípulos: ‘Quem dizem os homens que é o Filho do Homem?’ Eles responderam: ‘Alguns dizem que é João Batista; outros, que é Elias; outros ainda, que é Jeremias, ou algum dos profetas.’ Então Jesus perguntou-lhes: ‘E vocês, quem dizem que eu sou?’ Simão Pedro respondeu: ‘Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo.’ Jesus disse: ‘Você é feliz, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que lhe revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso eu lhe digo: você é Pedro, e sobre essa pedra construirei a minha Igreja, e o poder da morte nunca poderá vencê-la. Eu lhe darei as chaves do Reino do Céu, e o que você ligar na terra será ligado no céu, e o que você desligar na terra será desligado no céu.’ Jesus, então, ordenou aos discípulos que não dissessem a ninguém que ele era o Messias” (Mateus 16,13-20).

Assim se expressa o Carlos Alberto Contieri, sj, em seu comentário sobre esse trecho: “O relato da “profissão de fé de Pedro” encontra-se nos três evangelhos sinóticos. Certamente, o episódio retrata um momento de crise, pois, não obstante o ensinamento e tudo o que Jesus faz, os seus contemporâneos não são capazes de reconhecer a manifestação salvífica de Deus na pessoa de Jesus de Nazaré. O evangelho mostra que a dificuldade diz respeito não somente aos opositores de Jesus e à multidão, mas também aos seus próprios discípulos. É Jesus quem, em Cesareia de Felipe, faz a dupla pergunta aos seus discípulos: ‘quem dizem que eu sou? E vós quem dizeis que eu sou?’ Curiosamente, naquele lugar, prestava-se, no passado, culto ao deus Pan. É exatamente nesse lugar idólatra que os discípulos são desafiados por Jesus a professarem a fé num único Messias. A resposta à primeira pergunta remete simplesmente ao passado. As pessoas não vêm em Jesus a realização da promessa de Deus, nem o Messias prometido. A resposta de Pedro, expressão da fé de toda a Igreja, faz com que o leitor compreenda que o Messias deixou de ser objeto de uma promessa e esperança para adquirir um rosto concreto em Jesus de Nazaré. A rocha indestrutível sobre a qual a Igreja está construída é a fé de Pedro; é ela que sustenta a comunidade dos discípulos no seguimento de Jesus Cristo, o Senhor. Mas a profissão de fé de Simão Pedro não é fruto do esforço da razão. Ela é dom da revelação gratuita de Deus, prometida aos “pequeninos” (Mt 11,25). A primazia de Simão Pedro em relação aos demais discípulos vem do fato de ele professar com exatidão a fé cristã. O silêncio imposto por Jesus aos discípulos diz respeito à sua identidade como Messias. Esse silêncio tem um duplo significado: Jesus não pretende ser confundido com nenhuma das correntes messiânicas de sua época e, ao mesmo tempo, o silêncio oferece ao leitor do evangelho a oportunidade de ele mesmo responder a pergunta cristológica fundamental: Quem é Jesus?

Professemos a nossa fé!

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS




Diocese de Assis

 

Quando Jesus nos desafia a semear a boa semente, confia nos critérios do nosso trabalho. Sem arrogância, sem alardes, sem orgulho pessoal, mas com as responsabilidades de um trabalho bem feito. Sobretudo, acreditando que a obra da semeadura de Deus nunca será mérito nosso, mas propriedade exclusiva do Senhor da Messe, aquele que colhe os frutos do nosso trabalho evangelizador. O plantio é tarefa nossa, mas a colheita é daquele que nos forneceu as sementes… Portanto, no trabalho evangelizador somos meros figurantes. “O campo é o mundo; a colheita é o fim dos tempos; os ceifeiros são os anjos”…

Só não podemos deixar de semear, fazer nossa parte com os critérios da responsabilidade missionária que o batismo nos concedeu e nos obriga a exercer. Não há outro caminho para a prática de uma fé coerente. Ou evangelizamos, ou evangelizamos… O cristão está fadado a uma atuação permanente com a obra da semeadura divina, posto que a simples presença no meio em que vivemos provoca (ou deveria provocar) questionamentos, faz crescer a massa, levedar o fermento, brotar sementes de fé e esperança. Esse é o milagre que o Reino dos Céus provoca em nós. Por isso, a simplicidade das parábolas do Reino nos desaloja de um comodismo pessoal e nos envia como missionários (emissores, porta-vozes) de uma mensagem transformadora.

Foi o que me aconteceu quando assumi essa identidade missionária, esse trabalho aparentemente grandioso, mas extenuante e pouco compensatório se considerarmos a não contemplação dos frutos. Semeia-se, mas nada colhemos. Essa safra não é nossa. Os frutos não nos pertencem. Pois, bem! Em 1981 iniciei nova caminhada em minha vida, como leigo missionário. Minha estreia se deu na diocese de Jacarezinho – PR, onde lancei meu primeiro livro (Dona  Vida….) numa cerimônia bastante concorrida dentro de uma catedral lotada. Preparei com muito esmero o “discurso” daquela cerimônia. O padre que me recepcionava havia feito um bom trabalho de divulgação para aquele momento. Durante o trajeto até aquela cidade, fui repetindo tudo o que havia escrito em várias laudas datilografadas, com a Célia, minha esposa, corrigindo eventuais desvios do texto. Haveria de agradar, pensava! Mas, ao contemplar aquele público imenso, tremi na base. Suspirei fundo, ordenei pacientemente aquele calhamaço sobre o pedestal de leitura, contemplei a igreja lotada e iniciei minha leitura. Tudo ia razoavelmente bem, até que uma alma generosa percebeu o calor do ambiente e… ligou os ventiladores!

Imaginem a cena. Voou papel para todo lado. Por mais que meu desespero gritasse socorro, não pude impedir a revoada do meu “discurso”. Alguém tentou recuperá-lo, mas a ordem daquelas páginas já estava desfeita. Foi quando resolvi continuar sem o lastro de um texto preparado com critérios. Deixei falar meu coração. O improviso ganhou nexo. As palavras fluíam aos borbotões. O testemunho, a alegria, a descoberta de que ali estava não por vaidade pura e simples, mas para desempenhar uma missão sagrada, transformaram minhas palavras. Senti que tinha um público em minhas mãos e que o testemunho que lhes dava era coerente com minhas fragilidades e limitações, não com minhas aparências e dons intelectuais. Consegui aplausos. Não para minha oratória, nem para meus escritos, mas para Aquele que falou por mim.

Ao final, Pe. Zakir me abraçou com emoção, e sussurrou nos meus ouvidos: Ainda bem que ligaram os ventiladores!

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]

 

 




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          Se ainda não avaliamos, ao menos compreendemos a misteriosa força de uma semente. Seja esta um grão de mostarda pequenino ou a vistosa e resistente semente de um coqueiro tropical, anão ou não, será sempre forte e resistente em sua capsula protetora. Grande ou pequena, a semente tem em si o mistério reprodutivo do reino vegetal, ou mesmo animal quando consideramos óvulos fecundados como sementes de vida. Aqui abortistas franzem os cenhos. Mas não é esse nosso assunto, ao menos hoje. O fato é que o mistério da vida tem sempre por princípio uma simples semente, um invólucro muitas vezes lançado ao léu, em terrenos diversos, preparados ou não, produtivos ou estéreis, propícios ao desabrochar de uma vida ou adversos à fragilidade de seus rebentos.

Foi o que aconteceu com uma semente jogada ao léu por alguém que se refugiou em uma fortaleza há dois mil anos, onde certamente saboreou uma deliciosa tâmara. Enquanto isso, seu povo se defendia do jugo romano e da perseguição que Roma exercia sobre a fé judaica. Ali, na fortaleza de Massada, milhares de judeus resistiram ao cerco romano enquanto puderam. Quebrada a heroica resistência, os rebelados cometeram suicídio coletivo para não se renderem ao jugo opressor. O exército romano transpôs as muralhas da famosa fortaleza, mas lá só encontrou cadáveres, nada mais! Oculta entre as pedras que testemunharam tão radical gesto, uma pequenina semente de tâmara também mostrou sua extraordinária resistência. Isso depois de dois mil anos. Encontrada recentemente, foi lhe aplicado um teste de radiocarbono com os fragmentos dessa semente e de outras achadas no local, que provou sua idade bimilenar.

Então outro milagre acontece. Semeada com cuidados, a pequena semente germinou em 2005 e hoje é uma planta sadia e perfeita, conhecida como filha da mais antiga semente a gerar uma árvore. Recebeu o significativo nome de Matusalém, apesar de seus pesquisadores ainda não determinarem com exatidão ser ela uma árvore masculina ou feminina. Dizem que quem semeia tâmara, não colhe tâmara. Sua produtividade se dará quase uma centena de anos depois de germinada. Enquanto isso, resta aos diretores do Centro de Pesquisa Hadassah, de Jerusalém, contemplar mais esse milagre contido numa pequenina semente, capaz de gerar a vida em circunstâncias tão adversas, mas que nos provam o quão  extraordinária é sua força interior. Faz-nos entender a beleza da parábola que Jesus nos contou um dia: “O semeador saiu a semear”.

O pior dessa história não é a infelicidade das sementes lançadas ao léu, sem um solo bem preparado. Coitadas dessas! Nem a fortaleza de Massada, onde o sangue derramado de muitos tementes a Deus fecundou e irrigou sementes de fé, serviu-lhes como exemplo. Dizem que o sangue dos mártires é semente de novos cristãos. Pois bem! A semente daquela tâmara, oculta entre pedras e espinhos, foi mais forte do que se imaginava, pois encontrou a mão santa de alguém que a semeasse em outro solo, em terreno preparado ao longo de dois mil anos, como o terreno de nossos corações nos dias atuais. “Ouvi, portanto, a parábola do semeador: todo aquele que ouve a Palavra do Reino e não compreende, vem o maligno e rouba o que foi semeado em seu coração” (Mt 13,18).

Somos também semeadores de um novo tempo, nova seara que há mais de dois mil anos vem sendo plantada em meio ao árido terreno de muitos corações indiferentes ao milagre da vida. A parábola que nos contou Jesus diz respeito não só ao semeador por excelência, que nos quer ver frutificando “cem, sessenta ou trinta” por um, mas também semeadores de um novo tempo, nova safra de esperança entre nós. Há uma semente de amor  e fé adormecida há dois mil anos em nossos corações. Semear é preciso!

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]

 

 




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            O mundo agnóstico nos olha com cautela e respeito. Para quem declaradamente se diz cristão ou pelo menos se porta como tal, há reservas no meio em que passa ou atua. Percebe-se claramente um clima de estranheza e ou admiração por parte de muitos. Como assim, manter-se crédulo ou mesmo fiel a ensinamentos e crenças que não mais fazem sentido neste mundo prático, real, objetivo? É possível uma vida de fé, de oração com o desconhecido, de obediência a uma doutrina milenar, com raízes num passado pobre, inseguro, sem os conhecimentos e a visão realista que hoje pensamos ter?  É possível acreditar num Deus que se fez homem e num homem que se diz (ou se dizia) Filho de Deus? “Eu te louvo, ó Pai… porque escondeste estas coisas aos sábios e as revelaste aos pequeninos” (Mt 11, 25). Eis nosso segredo, o mistério que mantem a fé cristã viva e atuante em meio à incredulidade do mundo moderno. Eis a nossa fé!

A resposta que o mundo busca não está na lógica ou na sequência prática das teorias que a ciência desvenda com objetividade, racionalidade, pingo nos is… Todo mistério exige respeito. Todo segredo tem um portador capaz de o desvendar ou torna-lo público um dia. Foi essa a missão do Cristo no mundo: revelar aos homens os segredos de Deus. “Ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”. Esse privilégio da revelação está relacionado ao privilégio da escolha. Ou seja, os mistérios da fé não se manifestam a qualquer um, mas somente àqueles que foram eleitos na predileção de Deus, aqueles amados e escolhidos por Ele para manifestarem no mundo essa experiência de amor pleno e perfeito. Mesmo sob o jugo da incompreensão, da intolerância, das críticas e ironias contra uma prática de fé, “os pesos dos vossos fardos”, a pessoa que acredita não se deixa abater diante das provações. Aliás, exatamente nesses momentos é que a fortaleza se torna seu dom maior, capaz de superar barreiras, vencer as montanhas do ceticismo, testemunhar com alegria a força interior que move a vida dos que acreditam. Essa é a energia dos santos e mártires, aqueles que foram além da lógica de suas existências e deram a vida em defesa da própria fé. A mansidão, a humildade, a simplicidade, a serenidade, a pureza de seus corações e a alegria de suas almas foram os valores primários que melhor exemplificaram e justificaram suas vidas.

“Não há maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos”, diria a respeito o próprio Mestre.  Se a doutrina deixada por Ele foi fiel até no aspecto de sua paixão e morte, a aparente porta estreita da fé cristã é uma ilusão de ótica do comodismo e bem-estar que a vida sem regras faz crescer no coração dos acomodados. E dos incomodados também. Antes de se imaginar o que seja uma prática coerente dessa fé que desaloja, que pede renúncias e sacrifícios, que exige solidariedade, que busca a fraternidade a todo custo, que prega a igualdade de deveres e direitos; antes mesmo de aceita-la como prática benfazeja e perfeita, necessário se faz “renunciar-se a si mesmo e tomar sua cruz”. Ou seja, assumir que nesta vida nada somos, nada temos de permanente senão as promessas de uma vida nova, um novo mundo não agora, não aqui, mas do outro lado dessa história. O seguimento de Cristo vai além dessa realidade contrária à sua pregação de paz e amor perenes. O um mundo é sarcástico, irônico. Mostra-nos exatamente o contrário daquilo que a fé cristã nos prometeu (Um jugo suave e um fardo leve), mas esquece de deixar claro a realidade de outro mundo à nossa espera. Tão real quanto. Tão sublime e perfeito que as dores, incompreensões, injustiças e todo e qualquer tipo de mazela contra a fé cristã nada significam, em nada diminui a força do nosso testemunho.

“Vem e segue-me” ou “vinde a mim” é nosso chamamento constante. Cristo é quem chama. E o mundo nos espera, para melhor explicação do nosso segredo. Não há o que temer diante dos desafios contra nossa fé. Ao contrário: quando estes cruzam nosso caminho é que nos tornamos fortes, capazes de provar a nós mesmos que a fé que nos move vence realmente qualquer montanha. “Porque quando estou fraco é que me torno forte”, diria um dia o apóstolo perseguido. Esse é nosso segredo!

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]




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Entre todas as coisas que julgamos necessárias para a vida e, que, por vezes, movemos o mundo ou fazemos guerra por elas, poderíamos incluir, também, uma outra lista de necessidades espirituais, para um completo desenvolvimento humano. Sim! Porque necessidades espirituais são, muitas vezes, tratadas com forte implicação terapêutica. E as coisas da fé não são como os remédios, passíveis de receita e de uso limitado a um tempo ou situação. As coisas da fé são para a vida toda e, como tal, curativas. Não, exatamente, porque são aplicáveis a situações e circunstâncias ocasionais, mas, porque, enquanto são levadas em consideração, alimentadas e buscadas desenvolvem, na pessoa o potencial de cura, crescimento, amadurecimento e salvação. Nisso é que se encontra o verdadeiro motivo de se praticar a fé: porque vale para a vida!

Pedro, em um dos trechos mais lindos de sua carta nos ajuda a enxergar a necessidade da fé para a vida e da vida para a fé, olhando para Jesus.

Este primeiro trecho nos chama à uma revisão profunda de nossa esperança e da urgente necessidade de reconfiguração dos nossos ideais a partir das certezas firmadas em Cristo.

1Pedro 3,15-17. “Reconheçam de coração o Cristo como Senhor, estando sempre prontos a dar a razão de sua esperança a todo aquele que a pede a vocês, mas com bons modos, com respeito e mantendo a consciência limpa. Assim, quando vocês forem difamados em alguma coisa, aqueles que criticam o bom comportamento que vocês têm em Cristo ficarão confundidos. Pois, se é da vontade de Deus que vocês sofram, é melhor que seja por praticarem o bem, e não o mal.”

A oportunidade da fé nos permite, também, ressignificar a vida segundo o Espírito, as implicações éticas nas atitudes humanas, as práticas religiosas e a escolha por Cristo.

1Pedro 3,18-21. “De fato, o próprio Cristo morreu uma vez por todas pelos pecados, o justo pelos injustos, a fim de os conduzir a Deus. Ele sofreu a morte em seu corpo, mas recebeu vida pelo Espírito. Foi então que ele proclamou a vitória, inclusive para os espíritos aprisionados; falo das pessoas que foram rebeldes outrora, nos tempos de Noé, quando Deus demorava para castigar o mundo. Enquanto isso, Noé construía a arca, na qual somente oito pessoas foram salvas por meio da água. Aquela água representava o batismo que agora salva vocês; não se trata de limpeza da sujeira corporal, mas do compromisso solene de uma boa consciência diante de Deus, mediante a ressurreição de Jesus Cristo.

São João apresenta um Jesus com uma revelação surpreendente: sua obra será continuada no e pelo Espírito Santo. Quem quiser viver o Cristo, precisará não só viver os mandamentos, em todas as suas conseqüências, mas, precisará dar permissão à atuação do Espírito Santo como o Defensor para sempre.

João 14,15-21. “Se vocês me amam, obedecerão aos meus mandamentos. Então, eu pedirei ao Pai, e ele dará a vocês outro Advogado, para que permaneça com vocês para sempre. Ele é o Espírito da Verdade, que o mundo não pode acolher, porque não o vê, nem o conhece. Vocês o conhecem, porque ele mora com vocês, e estará com vocês. Eu não deixarei vocês órfãos, mas voltarei para vocês. Mais um pouco, e o mundo não me verá, mas vocês me verão, porque eu vivo, e também vocês viverão. Nesse dia, vocês conhecerão que eu estou em meu Pai, vocês em mim, e eu em vocês. Quem aceita os meus mandamentos e a eles obedece, esse é que me ama. E quem me ama, será amado por meu Pai. Eu também o amarei e me manifestarei a ele.”

Que venha, sobre nós, o Espírito de Deus!

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS




Diocese de Assis

 

Ocupados que estamos em administrar posses, investimentos, nossos confusos relacionamentos pessoais, a saúde de nossos pets, os comprovantes dos pixs recebidos, os horários no salão ou na academia, eventualmente para poucos a mensalidade escolar do filho ou da filha, bem como as referências do asilo para nossos idosos, deixamos de lado as questões religiosas, a prática e o aprofundamento nestas. Cristo, no mundo de hoje, tornou-se um ilustre desconhecido para grande maioria. Um mito, um personagem do passado, que só a história relembra e cuja vida foi tão bela quando a de muitas fadas, duendes, papai-noel ou saci-pererê. Foi. Não mais faz sentido. Quando muito, serve para disciplinar crianças endiabradas, metendo-lhes a ideia de céu e inferno. Esse é o Cristo dos tempos modernos.

Felizmente há exceções. Quando o próprio Jesus resolveu fazer uma enquete entre aqueles que o seguiam, para avaliar a ideia que faziam a respeito dele, obteve respostas confusas e sem sentido. Disseram ser ele o espectro de precursor degolado, o Batista de volta às suas atividades , ou até mesmo Elias que a história diz ter sumido desse mundo montado em uma carruagem de fogo, ou Jeremias, o profeta ferido e abandonado qual vaso de argila inservível na mão do oleiro, mas que provou ser útil nas mãos de Deus, ou mesmo qualquer outro profeta dos quais a Palavra e as promessas da Salvação estavam repletas. Tudo, menos Ele próprio, o Messias! E essa verdade só foi ser ouvida da boca do mais rude e velho pescador ali presente: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo!” Quem soprou nos ouvidos do velho Simão Pedro essa verdade tão profunda e enigmática? Em poucas palavras, aqui está a revelação do mistério cristão, para o qual o mundo de hoje faz vista grossa, não entende, não quer compreender, mergulhar nessa verdade reveladora, consoladora. Um Cristo que na língua grega significava “o ungido”, o redentor escolhido, o salvador e no hebraico era simplesmente o Messias, aquele que haveria de vir para libertar seu povo dos grilhões da escravidão. O Filho de Deus soava quase a uma blasfêmia – e para muitos exegetas contrários aos mistérios da fé cristã continua sendo a mais vil das blasfêmias contra a grandeza de Deus. Mas Pedro acrescenta a essa definição uma palavra reveladora: vivo! Sim, um Cristo Vivo, presente no meio de nós, caminhando, desvendando os mistérios do caminho, se revelando, abrindo trilhas e orientando seu povo… Esse era o Cristo de Pedro, ali, em carne e osso, a encantar e arrebanhar um povo desesperançado.

Nada mudou, desde então! Ao contrário, cresceu em solidez e resistência às oposições mundanas. Levantou novas paredes sobre novo alicerce e se tornou o maior dos Tabernáculos que um dia o povo israelita possa ter construído, desde aquele que edificaram no deserto. Tornou-se Igreja, pedra viva, templo santo que hoje renova as esperanças dos seus seguidores, mesmo que esse templo se reduza ao simples sacrário de um coração humano aberto aos mistérios de Deus. Sobre essa pedra está seu povo, sua Igreja no mundo! Contra ela atentam as borrascas do secularismo, a ironia dos materialistas, a indiferença dos incrédulos, mas perdura sempre a Verdade de uma Revelação: “as portas do Inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16,18). Se você sentiu um arrepio de frio e desolação perpassando suas vertebras neste momento, não se assuste. Ainda há tempo de procurar abrigo à sombra daquele que revestiu de autoridade o pastor-chefe de sua Igreja. E lhe deu a chave do Reino!

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]




O mundo precisa da palavra certa, na hora certa! Infelizmente, há um esvaziamento do conteúdo da verdade das coisas e, por isso, facilmente se cai no esvaziamento do ser.

Onde, ainda, existe a disputa pelo poder, a ganância econômica, a competição política e a rivalidade social é preciso retomar a Diaconia como expressão e fonte de novas relações humanas e de fé. De volta às origens, encontramos um testemunho belíssimo nas primeiras comunidades cristãs…

“Naqueles dias, o número dos discípulos tinha aumentado, e os fiéis de origem grega começaram a queixar-se contra os fiéis de origem hebraica. Os de origem grega diziam que suas viúvas eram deixadas de lado no atendimento diário. Então os Doze convocaram uma assembleia geral dos discípulos, e disseram: ‘Não está certo que nós deixemos a pregação da palavra de Deus para servir às mesas. Irmãos, é melhor que escolham entre vocês sete homens de boa fama, repletos do Espírito e de sabedoria, e nós os encarregaremos dessa tarefa. Desse modo, nós poderemos dedicar-nos inteiramente à oração e ao serviço da Palavra.’ A proposta agradou a toda a assembleia. Então escolheram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo; e também Filipe, Prócoro, Nicanor, Timon, Pármenas, e Nicolau de Antioquia, um pagão que seguia a religião dos judeus. Todos estes foram apresentados aos apóstolos, que oraram e impuseram as mãos sobre eles. Entretanto, a Palavra do Senhor se espalhava. O número dos discípulos crescia muito em Jerusalém, e um grande número de sacerdotes judeus obedecia à fé cristã” (At 6,1-7)

Conhecer a Jesus faz toda a diferença na vida de uma pessoa. Mas, viver pela fé em Jesus, faz com que este diferencial, na vida da pessoa, ecoe na vida da comunidade, ajudando a construir o mundo novo possível, feito de irmãos e irmãs. A carta de São Pedro é repleta de exortações, nesse sentido, ao Povo de Deus em marcha:

“Aproximem-se do Senhor, a pedra viva rejeitada pelos homens, mas escolhida e preciosa aos olhos de Deus. Do mesmo modo, vocês também, como pedras vivas, vão entrando na construção do templo espiritual, e formando um sacerdócio santo, destinado a oferecer sacrifícios espirituais que Deus aceita por meio de Jesus Cristo. De fato, nas Escrituras se lê: ‘Eis que ponho em Sião uma pedra angular, escolhida e preciosa. Quem nela acreditar não ficará confundido.’ Isto é: para vocês que acreditam, ela será tesouro precioso; mas, para os que não acreditam, a pedra que os edificadores rejeitaram tornou-se a pedra angular, uma pedra de tropeço e uma rocha que faz cair. Eles tropeçam porque não acreditam na Palavra, pois foram para isso destinados” (1 Pd 2,4-9).

Dentre as inúmeras revelações de Jesus, algumas são para nos fazer voltar ao sentido da grandiosidade do seu projeto de salvação em nossa história e nos devolver ao caminho:

“Jesus continuou dizendo: (…) Se vocês me conhecem, conhecerão também o meu Pai. Desde agora vocês o conhecem e já o viram.’ Filipe disse a Jesus: ‘Senhor, mostra-nos o Pai e isso basta para nós.’ Jesus respondeu: ‘Faz tanto tempo que estou no meio de vocês, e você ainda não me conhece, Filipe? Quem me viu, viu o Pai. Como é que você diz: «Mostra-nos o Pai»? Você não acredita que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que digo a vocês, não as digo por mim mesmo, mas o Pai que permanece em mim, ele é que realiza suas obras. Acreditem em mim: eu estou no Pai e o Pai está em mim. Acreditem nisso, ao menos por causa destas obras. Eu garanto a vocês: quem acredita em mim, fará as obras que eu faço, e fará maiores do que estas, porque eu vou para o Pai” (Jo 14,1-12)

 

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS