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Exercícios físicos são ótimos e recomendáveis para a saúde mas, é preciso observar algumas recomendações porque, em certos casos, exercícios servem para perder (por exemplo peso) e outros servem para ganhar (por exemplo massa magra). Não aconteça que, sem nenhuma noção de benefícios uma pessoa se envolva em atividade física que prejudique a si mesmo por excesso ou por falta de cuidado.

Caso semelhante acontece com a fé: muitos são os exercício que nos ajudam no crescimento espiritual e, as vezes, nem sabemos e nem nos damos conta. É muito importante que, tendo clareza sobre a realidade espiritual de nossa existência, saibamos exercitar a fé, com exercícios de piedade que, em certas ocasiões, nos ajudam a perder (com as renúncias…) ou nos façam ganhar (como a caridade…).

O jejum é um excelente exercício da piedade cristã que coopera para a nossa conversão e nos permite crescer e amadurecer. Mas é importante lembrar que o jejum como qualquer exercício de piedade está relacionado com a experiência do amor a Deus e ao próximo. O jejum é bem feito quando tem por base e referência as exigências do Reino: amor, justiça, verdade e misericórdia.

O profeta Isaías nos aponta alguns elementos de coerência para um bom Jejum:

“Grite a plenos pulmões, sem parar; solte como trombeta o som da sua voz; mostre ao meu povo os seus crimes e faça a casa de Jacó conhecer os seus pecados. Dia após dia, eles parecem me procurar, mostram desejo de conhecer os meus caminhos; parecem povo que pratica a justiça e que nunca se esquece do direito do seu Deus. Eles vêm me pedir as regras da justiça, eles querem estar perto de Deus. E dizem: ‘Por que jejuamos, e tu não viste? Por que nos humilhamos totalmente, e nem tomaste conhecimento?’

Acontece que, mesmo quando estão jejuando, vocês só cuidam dos próprios interesses e continuam explorando quem trabalha para vocês.

Vejam! Vocês jejuam entre rixas e discussões, dando socos sem piedade. Não é jejuando dessa forma que farão chegar lá em cima a voz de vocês. Vejam! O jejum que eu aprecio, o dia em que uma pessoa procura se humilhar, não deve ser desta maneira: curvar a cabeça como se fosse uma vara, deitar de luto na cinza…

É isso que vocês chamam de jejum, um dia para agradar a Javé?

O jejum que eu quero é este: acabar com as prisões injustas, desfazer as correntes do jugo, pôr em liberdade os oprimidos e despedaçar qualquer jugo; repartir a comida com quem passa fome, hospedar em sua casa os pobres sem abrigo, vestir aquele que se encontra nu, e não se fechar à sua própria gente.

Se você fizer isso, a sua luz brilhará como a aurora, suas feridas vão sarar rapidamente, a justiça que você pratica irá à sua frente e a glória de Javé virá acompanhando você. Então você clamará, e Javé responderá; você chamará por socorro, e Javé responderá: ‘Estou aqui!’ Isso, se você tirar do seu meio o jugo, o gesto que ameaça e a linguagem injuriosa; se você der o seu pão ao faminto e matar a fome do oprimido. Então a sua luz brilhará nas trevas e a escuridão será para você como a claridade do meio-dia;

Javé será sempre o seu guia e lhe dará fartura até mesmo em terra deserta; ele fortificará seus ossos e você será como jardim irrigado, qual mina borbulhante, onde nunca falta água; as suas ruínas antigas serão reconstruídas, você levantará paredes em cima dos alicerces de tempos passados. Vão chamá-lo reparador de brechas e restaurador de ruínas, onde se possa morar” (Isaías 58,1-12).

Sem espírito de conversão, nenhum exercício de piedade tem efeito benéfico, vira brasa na cabeça de quem o pratica.

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS 




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     O pobre é um concorrente que incomoda. Mas não admitimos essa verdade. Na realidade, preferimos ignorar a admitir. Nesse quadro de insana e extrema ignorância social, a fome é fato inadmissível. “Uma carência grave e prolongada da alimentação provoca a debilidade do organismo, a apatia, a perda do sentido social, a indiferença e, por vezes, a hostilidade em relação aos mais frágeis: em particular as crianças e os idosos“ (TB 67). É preferível, pois, fechar os olhos para essa realidade social do que enfrenta-la como parte dos muitos problemas que já temos, tais quais a violência doméstica, social e a perda do sentido da vida. E nunca admitirmos ser tudo isso uma consequência da fome.

          Como provação, a fome ainda é uma experiência desconhecida para muitos de nós, brasileiros privilegiados. “Jesus jejuou durante quarenta dias e quarenta noites e, depois disso, teve fome” (Mt 4,2) E você, já passou fome alguma vez? Sabe o quanto dói, o quanto revolta? É dessa experiência de dor e abandono que, voluntária ou involuntariamente, necessitamos provar para reavaliar a dignidade perdida também voluntária ou involuntariamente. Uma experiência de fome nos leva a rejeitar situações de injustiça. “Uma consequência quase ignorada é o aumento da criminalidade” (76). Não há como negar essa relação, como também a falta de vontade política e social para se encarar de frente essa questão. Já dizia Betinho, grande ativista e sociólogo brasileiro, “quando havia 32 milhões de famintos no Brasil” (anos 90), que “a alma da fome é política” (78).

          Não podemos negar que “a responsabilidade maior por enfrentar e solucionar os problemas da miséria e da fome pertence ao poder público” (83). Mas igualmente não podemos negar que “aquilo que descartamos ou desperdiçamos é, precisamente, o que falta à mesa dos famintos e miseráveis” (89). Somos responsáveis comunitariamente. “Nessa educação para vencer a fome, como se tenta vencer a doença ou a ignorância, é importante que todos sejam sensibilizados” (93). Muitos são os projetos, instituições e movimentos sociais voltados para essa área, mas a indiferença social ainda se constitui um obstáculo vergonhoso. “Sente-se, contudo, a ausência no cenário brasileiro, dos Bancos Éticos, aqueles que conectam poupadores e investidores que querem transformar o mundo (100)”. A economia solidária é um sonho bonito. Mas não sai do papel. A economia de comunhão, nascida no seio do catolicismo, ainda engatinha. A economia de Francisco e Clara, projeto recente do Papa Francisco, está em fase de gestação, buscando envolver jovens de diferentes crenças ou nacionalidades. Muitos outros grupos se somam a essa tomada de consciência de que “quem tem fome, tem pressa”; de que só se constrói uma sociedade justa e humana a partir dos nossos conceitos de justiça e humanidade. O mundo que nos rodeia tem a nossa cara, é retrato do que somos.

          Mas os ensinamentos cristãos continuam válidos. “Onde todos são irmãos não há lugar para a fome”, diz um subtítulo do texto-base dessa CF. Causa e consequência da ação de Cristo em nosso mundo. Razão de sua vida! De nosso existir como nação, como povo escolhido e abençoado por Deus. Moramos numa pátria amada. “Brasil, terra rica, bela e abundante, cheia de um povo bom e solidário, não se parece como Reino desejado por Deus, e apresentado por Jesus. Aqui, nem todos têm vida em plenitude! Ainda não somos verdadeiramente irmãos e irmãs! Nosso País não é ainda nossa Casa Comum! Não formamos uma só família, dos filhos e filhas de Deus. Se assim fosse, a ganância, o individualismo, o domínio dos interesses individuais e, sobretudo, a fome não existiriam entre nós, ceifando vidas” (112). Todavia, ainda somos um povo de fé. Como bem disse, um dia, Dom Helder em sua voz profética: “Se eu tenho fome, o problema é meu, Se meu irmão tem fome, o problema é nosso”.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]

 

         




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Para a fé, tudo é mistério porque, tudo vem de Deus e Deus é mistério. Nada, neste mundo, fica tão claro, para nós, senão quando nos deixamos iluminar por aquele que é a origem de tudo porque, foi ele que, tudo criou. Assim, entendemos que, se a luz não ilumina por dentro, nada fica claro e visível em lugar nenhum. Não é a toa que a primeira grande obra de Deus-Pai foi criar a luz que resplandece a face do próprio Deus e que ilumina o restante da obra criada.

Sob a luz da fé a vida fica toda iluminada e, pouco a pouco, pelo poder da luz de Deus, em nós, vamos mergulhando no mistério de Deus e de todas as coisas.

Deus nunca se esconde: Deus se revela! Essa é a sua pedagogia sempre!

A revelação é, portanto, uma graça de Deus dada a nós. Dado que a graça supõe a natureza, o ponto de partida da revelação de Divina é a própria realidade humana com todo universo simbólico que a compõe: linguagem, cultura, costumes, hábitos, ritos, práticas… Revelação é encontro!

A religião que, tem por missão religar: o céu e a terra, o humano e o divino… cria um diálogo ritual que facilita o acesso a Deus, aproximando-o de nós e elevando-nos a ele, num grande encontro, no caminho e na caminhada, como peregrinos que somos. A religião não se basta aos seus ritos: ela é mediação do encontro. Os fies não se bastam em sua busca individualista de Deus: todos pelejam de mãos dadas e em apoios mútuos, para se encontrarem com o Senhor que, sempre, toma a iniciativa de vir ao encontro.

A religião cristã tem como meta buscar as coisas do alto, chegar ao céu, encontrar-se com o Pai, pela via do Cristo, fazendo-se discípula dele para fazer como ele, ser como ele e viver como ele, na simplicidade e na humildade.

A liturgia da Igreja Católica procurando atualizar o sentido da fé, como busca-encontro-conversão traz, para dentro da prática religiosa, o tempo litúrgico, onde as ações de Deus e seus mistérios são atualizados na vida presente, na história real, no tempo de agora, na vida concreta das pessoas.

A cada ano a liturgia nos permite mergulhar no mistério de Deus, na história, com a ajuda de um dos evangelistas. Neste ano quem nos ajuda é o evangelista Mateus. O ano Litúrgico se inicia tempo do advento (novembro/dezembro), levando até o Natal do Senhor. Depois das festas natalinas que se prolonga até o Batismo de Jesus (janeiro), a gente chega no tempo comum que nos apresenta Deus no cotidiano da vida mais comum.

Quando chega a quarta feira de cinzas, inicia-se o tempo da quaresma com um grande convite para seguirmos os passos de Cristo, num discipulado de conversão

O caminho quaresmal é, no tempo litúrgico da Igreja, a celebração-vivência do Mistério do Deus que nos desperta e nos encaminha para o restabelecimento da consciência do pecado e o arrependimento, com a certeza do perdão e da misericórdia.

Na prática do jejum, da oração, da caridade e de outros atos de piedade, procuramos viver o chamado de Deus para todos nós como nos anuncia o profeta Joel:

“Pois agora – oráculo de Javé – voltem para mim de todo o coração, fazendo jejum, choro e lamentação. Rasguem o coração, e não as roupas! Voltem para Javé, o Deus de vocês, pois ele é piedade e compaixão, lento para a cólera e cheio de amor, e se arrepende das ameaças. Quem sabe, ele volte atrás e se arrependa, deixe para nós bênção, oferta e libação de vinho para Javé, o Deus de vocês. Toquem a trombeta em Sião, proclamem um jejum, convoquem uma assembléia. Reúnam o povo, organizem a comunidade, chamem os velhos, reúnam os jovens e crianças de peito. O jovem esposo saia do quarto, a jovem esposa deixe o seu leito. Os sacerdotes, ministros de Javé, venham chorar entre o pórtico e o altar, e digam: “Javé, tem piedade do teu povo! Não entregues a tua herança à vergonha, à caçoada das nações”. Por que se deveria dizer entre os povos: “Onde está o Deus deles?” (Jl 2,12-17).

Aproveitemos o tempo que temos e a oportunidade que Deus nos dá de receber a graça da conversão para a vida eterna.

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS




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          “Quem inventou a fome são os que comem”. Assim a escritora Carolina Maria de Jesus um dia abordou esse tema. Assim a CNBB, pela terceira vez, recoloca o assunto em uma Campanha da Fraternidade a nível nacional, por entender que “é dever e também direito da Igreja lidar com essas questões”, que mais uma vez 58,1% da população brasileira vive em algum nível de Insegurança Alimentar e 15,5% (33 milhões) passam fome (Dados do II Inquérito  VIGISAN- 2022). “É como se todos os habitantes das sete maiores cidades do Brasil ou todos os peruanos passassem fome” (40).

          A desigualdade num país que se diz celeiro do mundo, além de contraditória, é vergonhosa, assustadora. “A progressiva crise econômica e o desmonte das políticas públicas explicam o recrudescimento da insegurança alimentar” (42), pondera o TB da CF, que dá um diagnóstico da causa: o não incentivo à agricultura familiar, que produziria mais alimentos para a mesa do brasileiro. “A presença do agronegócio, por um lado, gera receitas e aquece o mercado externo e a exportação dos produtos agrícolas… por outro lado, a presença das pequenas propriedades permite maior diversificação da produção agrícola… No Brasil, em geral, não se produz para comer. Produz-se para lucrar e exportar” (47).

          Feito o diagnóstico, vem o problema. Como inverter ou ao menos conciliar esse conceito produtivo com a necessidade dos que pouco ou nada produzem. “Exportamos o que não consumimos. Mas não consumismo porque o salário é miserável” (51). O disparate da nossa desigualdade é hoje o maior fator da divisão político-social que bem conhecemos. E amargamos como povo outrora unido. “É condenável que seres humanos sejam deixados morrendo de fome por causa da indiferença egoísta, com desperdícios alimentares e inúteis refinamentos gastronômicos; é moralmente condenável quem banqueteia enquanto o pobre espera inutilmente à porta” (58).

          Fome e sede andam juntas. A escassez dos recursos hídricos e seu mau uso pela prioridade dada à geração de energia, também condena nossos conceitos de progresso. Precisamos tratar essa questão com mais racionalidade. No Brasil não existe um dado confiável sobre a triste realidade dos moradores de rua, simplesmente porque não possuem domicílio e o censo não os contabiliza. Aqui a fome campeia livre e solta. Mas “a questão da fome e a questão da moradia andam sempre juntas” (64), porque “o processo da globalização da indiferença e a cultura do descarte se reinventam com novas formas de gerar a exclusão” (65), nos coloca o Texto-base. Aqui estão algumas pinceladas do que temos de precioso nessas reflexões. Bom mesmo seria sua leitura pessoal. Ela nos devolve o senso crítico.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]




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A vida baseada na busca de resultados, invariavelmente, impõe a idéia de sucesso pela força, pela eficácia, pela competição, pela rivalidade, pela ostentação, pela exibição megalomaníaca e pelo nariz empinado.

Quem vive desta mentalidade não admite perder, nem fraquejar, nem sofrer e, nem tão pouco, fazer renúncias. Não cabe no seu vocabulário limitação, pequenez, sofrimento e finitude, próprio de quem é humano. Pelo contrário, como se vivesse um grande ‘faz de conta’, não fala de outra coisa senão de grandezas e, faz disso sua mania. Não se contenta com nada, com ninguém e, nem tão pouco, consigo mesmo. Murmura o tempo todo! Reclama de tudo! Está, sempre, insatisfeito.

Quem vive a vida, atrás de resultados, está sempre com pressa e não saboreia nada!

Nós não podemos viver com a pretensão de resultados, porque vida não é resultado! A vida não é como uma fórmula matemática! Não é algo mensurável com a exatidão de 2+2=4!

A vida é inexata, sem ser ilógica; é luta, sem ser uma guerra; é fogo, sem ser um inferno; é tarefa, sem ser obrigação; tem um fim, sem ser carta marcada; é imprevisível, sem ser anarquia; é uma caixa de surpresa, sem ser mágica.

A vida é um grande mistério que a gente descobre e vive pouco a pouco; passo a passo; momento a momento; tempo a tempo… Não se perde em ‘coisinhas’ e futilidades, mas se encontra em pequenas coisas e se alimenta de pequenos gestos.

Pode o orgulho garantir alguma coisa na vida? “Javé, o que é o homem para que o conheças, o filho de um mortal, para que o leves em conta? O homem é como sopro, e seus dias como sombra que passa” (Sl 144,3-4 e Sl 8,5-6).

Por melhor que seja esta vida, nada é eterno no mundo! “Como gota no mar e grão na areia, tais são os seus poucos anos frente a um dia da eternidade” (Eclo 18,9).    

O que pode alguém sozinho: sem ninguém e sem Deus? “O mundo inteiro diante de ti é como grão de areia na balança, como gota de orvalho matutino caindo sobre a terra” (Sb 11,22).

Pode alguém viver, a vida toda, de ‘salto alto’, sem cair? “Não deixem que os outros chamem vocês líderes, pois um só é o Líder de vocês: o Messias. Pelo contrário, o maior de vocês deve ser aquele que serve a vocês. Quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado” (Mt 23,10-12).

Quem é que pode gabar-se de alguma coisa na vida? Quem tem algo do que se gabar? “Visto que muitos se gabam de seus títulos humanos, também eu vou me gabar. São hebreus? Eu também. São israelitas? Eu também. São descendentes de Abraão? Eu também. São ministros de Cristo? Falo como louco: eu o sou muito mais. Muito mais pelas fadigas; muito mais pelas prisões; infinitamente mais pelos açoites; freqüentemente em perigo de morte; dos judeus recebi cinco vezes os quarenta golpes menos um.

(..) Sofri perigos nos rios, perigos por parte dos ladrões, perigos por parte dos meus irmãos de raça, perigos por parte dos pagãos, perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar, perigos por parte dos falsos irmãos. Mais ainda: morto de cansaço, muitas noites sem dormir, fome e sede, muitos jejuns, com frio e sem agasalho. E isso para não contar o resto: a minha preocupação cotidiana, a atenção que tenho por todas as igrejas. Quem fraqueja, sem que eu também me sinta fraco? Quem cai, sem que eu me sinta com febre? Se é preciso gabar-se, é de minha fraqueza que vou me gabar.

É preciso gabar-se? Ele, porém, me respondeu: ‘Para você basta a minha graça, pois é na fraqueza que a força manifesta todo o seu poder.’ Portanto, com muito gosto, prefiro gabar-me de minhas fraquezas, para que a força de Cristo habite em mim. E é por isso que eu me alegro nas fraquezas, humilhações, necessidades, perseguições e angústias, por causa de Cristo. Pois quando sou fraco, então é que sou forte” (1Cor 11,18.22-30; 12,1.9-10).

Pequenos gestos são fundamentais para a vida em crescimento e em mudanças!




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          Fugir da miséria, da fome e da injustiça é próprio dos acomodados. Também dos incomodados. A fé cristã nos ensina e cobra com veemência a solidariedade. Quando a realidade que nos cerca é contrária ao bem-estar que almejamos ou à dignidade mínima de uma vida razoável, cabe à pessoa de fé uma ação concreta. Quando Cristo nos chama à responsabilidade fraterna é porque conta conosco na construção de um mundo mais igual, justo e humano. Daí seu apelo: “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14-16). Ou seu alerta: “Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei…, vós não entrareis no Reino dos Céus”.    

          Jesus não aponta a causa, mas a consequência dessas situações contraditórias. É o caso dos nossos indígenas, dos nossos migrantes, dos sem-teto, sem-terra, sem empregos, sem dignidade alguma…. daqueles que cruzam nosso caminho diariamente com olhares retraídos pela vergonha ou apelativos por um mínimo de atenção e solidariedade e dos quais desviamos nossa atenção, nossos olhares, nosso caminho. É o caso dos irmãos yanomamis, remanescentes de um povo dos quais roubamos tudo e para os quais oferecemos apenas indiferença e incompreensão, colocando-os em um território delimitado pela doença e destruído pela ambição dos que garimpam a falsa ilusão do ouro fácil. Aqui não mais importa o fator político, as causas sociais dos conflitos de interesses entre povos ou mesmo a inocência de muitos contra a ambição de tantos mais. Não é o caso. O que incomoda é a realidade dos que passam fome, tanto de um lado quanto do outro. Tantos os índios quanto os garimpeiros.

          Também nos assusta a miséria que campeia em outras glebas desse imenso país de riquezas muitas. Se há situações de morte, fome, desigualdade extrema, algo de muito podre corrói nossa consciência, nossa identidade cívica e religiosa numa pátria que se diz cristã. Nossa tarefa de construir uma sociedade justa e fraterna passa, obrigatoriamente, pela atitude humana da solidariedade, independente dos fatores políticos ou das circunstâncias históricas que nos conduziram a essa desigualdade. Não é hora de medirmos forças dentro do jogo político em curso, mas sim de juntarmos nossas forças para corrigir ou ao menos amenizar uma situação de injustiça na qual todos temos responsabilidades, culpa a redimir. “Dai-lhe vós mesmos de comer” exige união de forças, busca da unidade em função de uma causa que nos diz respeito, nunca omissão. Não podemos fugir de um problema por achar que nada temos com ele, por pensar que quem o provocou é que arque com as consequências, por responsabilizar o outro e assim cruzar nossos braços… Assim agem os acomodados em seus guetos de privilégios e mordomias, os covardes.

          Por outro lado, de um comentarista em rede social, vazio em seus argumentos, ouvi uma crítica que bem explica sua posição tão vazia quanto. Dizia ser esta Campanha da Fraternidade a mais “perigosa” de todas as que até aqui acompanhou. Que a CNBB está usando um discurso político sem fundamentos. Que o objetivo é apenas reativar a outrora propalada Teologia da Libertação, etc, etc. Se assim o fosse, deveríamos ignorar o Santo Evangelho de Jesus Cristo e seus desafios sempre atuais. Não foi a CNBB, nem bispos, nem padres, nem o Papa que inventou o dever da caridade. Dar pão a quem tem fome não é ação política, mas de irmãos que se amam. Quem critica tão oportuna campanha, nascida e preparada com anos de antecedência, não numa simples transição de poder, não sabe realmente nada do be-a-bá cristão. Está mais perdido do que bêbado no meio da avenida. Ou cego em tiroteio.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]




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          Em mais uma viagem apostólica, desta feita pelo continente africano, na República Democrática do Congo e em peregrinação ecumênica pelo Sudão do Sul, Papa Francisco exorta a sofrida população africana a não perder as esperanças diante dos flagelos mais gritantes que atingem e sempre atingiram aquele continente. Numa de suas primeiras declarações públicas, retomou um tema bem conhecido de todos nós, mas nem sempre valorizado, qual seja a identidade eclesial dos cristãos batizados. “Nós somos a Igreja”, bradou o Papa!

          Ouvir isso dentro dum ambiente tradicionalmente cristão soa como uma afirmativa lógica e banal, cujo sentido recorrente já não toca o coração de muitos. Somos Igreja e ponto final. Mas essa mesma afirmativa num contexto de guerra e perseguição religiosa, onde muitas vezes se teme proclamar publicamente a fé cristã, onde o paganismo e o antagonismo religioso é motivo de terror e morte, onde a fé cristã é tida como usurpadora de muitas tradições afro-nacionalistas ou culturais, dizer-se Igreja é quase que confessar um crime. Mas em alto e bom som, com alegria no olhar e paz no coração, Francisco proclama com orgulho a identidade cristã, como a repetir palavras de ordem do próprio Cristo diante das borrascas e tempestades contra sua barca: “Coragem, não tenhais medo!”.

          Sua segunda grande palavra de ânimo também se insere nesse contexto de contradições e perseguições contra a Igreja no mundo de hoje. Ou seja: “Não percam a esperança”. Proferida em território outrora massacrado pela escravidão, a advertência profética e apostólica de Francisco ganha um peso novo, posto ser esta a circunstância dos maiores abalos contra a fé cristã nos dias atuais. Muitos estão cercados pelo desânimo e prostração de fé diante da crescente onda agnóstica que se levanta em todos os quadrantes da terra. Aqui se constata a pior das escravidões, o servilismo humano aos poderes das trevas, a perda da liberdade religiosa e suas consequentes tribulações, posto que ser Igreja hoje requer muito mais que uma pertença a um grupo marcado por um sinal de fé; requer coragem, determinação, coerência

          Ora, o apelo do Papa é o mesmo dos tempos de Cristo, quando nos exortava a ser sal e luz do mundo,  dar sabor e tempero à insalubridade do meio em que fomos postos, ao mesmo tempo que ser sinal de contradição e luz para os que conosco caminham. Tudo continua igual. Tudo contribui para que a barca de Cristo, a Igreja que somos, prossiga sua missão transformadora neste mundo de conturbações constantes. A presença cristã é que dá sentido e sabor à vida, posto ser essa uma fé reveladora, transformadora, emissária de uma esperança maior que a realidade do mundo. Essa é a função do sal, realçar o sabor da vida, na medida exata das receitas divinas.

          Mas a medida certa não podemos esconder, nem nunca considerar segredo pessoal, só revelado aos que comungam conosco na mesa da nossa fé. Por isso, a luz não se esconde. Por isso as revelações que adquirimos ao redor da mesa eucarística devem ser alardeadas, proclamadas, mostradas ao mundo como sinais visíveis da fé que nos congrega como povo de Deus. Eis, pois, nossa fé, nossa razão única de existir e testemunhar, seja onde for, esteja onde estiver, pertença a que continente pertencer, somos filhos de Deus, somos Igreja , sal e luz… O cristão pode até rasgar sua identidade como cidadão do mundo, perder seu registro pátrio, buscar dupla cidadania, rejeitar sua origem terrena, contestar sua filiação humana, mas nunca, nem por vontade pessoal, renegar seu batismo de fé. Esse selo ninguém apaga, não tem volta.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]




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A situação do ser humano em relação à vida é de permanente busca para prolongar seus dias e de alcançar a felicidade. Isso não é tão simples e não acontece sem riscos e abismos colossais. O fato é que, em todos nós, persiste um instinto de sobrevivência e auto-preservação-conservação que procura evitar, ao máximo, dor e sofrimento, perda e derrota, morte e aniquilamento…

O prolongamento dos dias parece coincidir com o ideal de imortalidade e a busca da felicidade com o ideal do paraíso. Mas vale perguntar: “de que imortalidade se trata? Que paraíso é esse?

Marcados pelo hedonismo que é imediatista, estamos lançados numa busca desenfreada de prazer e satisfação imediata, rápida, obsessiva e compulsiva do aqui-e-agora ou do agora-ou-nunca. Essa via de realização, forjada na mente, no coração e no corpo do indivíduo está cheia de armadilhas.

Este é o império do instinto que permite uma busca insana, desregrada e desenfreada. Ora, instinto é sempre instinto e, como tal, mostra-se desmedido e inconseqüente revelando-se, ao mesmo tempo obsessivo e transgressor nas suas pretensões, buscas e auto-afirmação. Via de regra, o instinto não mede o custo de sua auto-afirmação e, quando o pretendido não é realizado, salta-se, imediatamente, para compensações.

De uma maneira ou de outra, todas as pessoas querem se salvar. Mas, infelizmente, preservando-se e/ou poupando-se de tudo e de todos, cava-se uma enorme sepultura numa satisfação hedonista do sexo, do poder, da fama, da moda, do dinheiro, do status, da ostentação, das armas, da violência, das vantagens…

O tempo não basta para quem a vida é só prazer. O mundo é pequeno para quem a regra é somente o instinto. Não há salvação possível para quem vive a vida numa insatisfação doentia.

Temos tudo, mas nada nos pertence. Aliás, a situação da vida no mundo tem seus condicionamentos na dor, no sofrimento, na perda, na derrota, na morte… Quanto mais fugimos disso, mais vivemos uma vida como um faz de conta. Ora, não dá para viver no mundo como se estivéssemos nas nuvens; não é possível conviver com os outros como se fossemos anjos. Viver tem um preço de dor e sofrimento, de perda e dano, de renúncia e morte.

A vida alcançará seu verdadeiro sentido quando entendermos que este mundo não é morada definitiva e nem garantia de felicidade plena. As promessas deste mundo tem seus limites e deve nos fazer voltar os olhos para o infinito; para o alto; para Deus. Querendo salvar-nos a nós mesmos, caímos no risco de querer salvar-nos sem Deus. E isso é trágico!

Em termos de fé, a salvação é um dom de Deus, tanto para esta vida como para a vida eterna. A salvação não é uma promessa para depois da morte. A salvação é plenitude da vida que tem sentido agora, em meio às enormes e renhidas lutas e, esperança no amanhã, em meio às incertezas e apreensões do futuro.

Deus não somente salva, ele é a salvação! Por isso, por uma questão de fé, devemos voltar o nosso olhar para Deus, sem medo ou desconfiança e, entregando-nos a ele, permitir que ele nos salve. Tanto na vida presente como na vida futura, ainda, neste mundo e, tanto mais depois da morte, no céu.

A Palavra de Deus nos permite uma nova perspectiva de vida na fé, além de nos colocar diante da liberdade frente a salvação, oferecida por Deus como um Dom. Por isso vale a pena algumas revisões pela palavra: Am 6,1.4-7: Ai dos que vivem tranqüilos e se sentem seguros em seus desvios e crimes; Is 29,15-24: Ai daqueles que procuram esconder-se de Javé para ocultar seus próprios projetos; Pr 3,27-34: É preciso usar de sabedoria nos atos e nas escolhas da vida; Jo 15,1-6: Quem fica unido a mim, e eu a ele, dará muito fruto, porque sem mim vocês não podem fazer nada; 1Tm 6,11-16: Você, porém, homem de Deus, fuja de tudo o que destrói (…) Combata o bom combate da fé; Lc 16,19-31: Dêem ouvidos a Moisés e aos profetas para corrigir seus usos e costumes, para salvar a sua vida.

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS




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          Que a vida é uma grande aventura não é preciso dizer. Ela sempre nos diz isso, desde seu início até seu derradeiro dia. Vivemos uma grande aventura neste mundo de Deus. Com princípio, meio e fim, mas sem dia, nem hora marcada para se chegar ao ponto final, ao objetivo que nos faz participar dessa maratona de surpresas, descobertas e motivações, eis que ela nos aponta um código de conduta existencialista, cujo nome não importa agora, mas queira ou não, está presente na consciência de todos os que aqui aportam. Ou seja: nesta aventura existem regras para bem-viver.

          Toda e qualquer religião tem lá seus parâmetros existencialistas. Mesmo fora dos princípios religiosos, há também os princípios morais ou sociais, que balizam a existência humana, mostrando ao indivíduo como chegar lá de maneira limpa, honesta, sem ultrapassar as normas básicas duma vida sensata ou ao menos coerente com a ética e seus valores básicos. Cada qual no seu quadrado, a regra tem em comum uma única exigência: respeito aos semelhantes. Eis aqui o mais puro dos valores humanos.

          Mas como seria a orientação cristã para melhor participação nossa nessa aventura? São Paulo, o pregador dos dois lados, pois também foi um excelente doutrinador do paganismo, um dia nos escreveu: “Deus escolheu o que o mundo considera estúpido , para assim confundir os sábios” (1Cor 1,27). Bem o disse aquele que um dia caiu do cavalo com todas as suas teorias e dogmas de vida. O mais estúpido dos códigos de conduta na vida era destinado aos seguidores de Jesus. Segundo Mateus, esse código se resume em nove regrinhas bem contraditórias com os princípios do mundo. Senão vejamos:

          Jesus começa exaltando os pobres, os excluídos e marginalizados que, no pensar e no dizer da sociedade, são os castigados em vida por não possuírem as benesses dos prazeres advindos da riqueza. Esses, sim, são os bem-aventurados, os privilegiados, os primeiros a chegar no Reino dos Céus. Mas além do fator pobreza, que se estende aos desapegados e místicos  capazes de uma vida de simplicidade, há também os que se afligem neste vale de lágrimas e anseiam por transpor seus umbrais na esperança de uma vida diferente. Este é o segundo grupo de bem-aventurados na fé cristã.

          Aos mansos, aqueles que vivem um dia após o outro dando graças e louvores pelo privilégio puro e simples de aqui estar, aos puros de coração e alegres com o pouco ou muito que pensam receber, está confiada a posse da terra, isto é, saberão conduzir suas vidas sem o apego do egoísmo ou da autolatria que sufoca a muitos. Àqueles que clamam e lutam pela igualdade de direitos, pela justiça sem parcialidades, por saciar essa fome e sede tão natural entre os que buscam um mundo novo, está prometida uma saciedade completa. É a quarta categoria dos agraciados pela esperança cristã.

          Porém ao grupo daqueles que olham o mundo com o olhar misericordioso de Deus a promessa é simplesmente recíproca: alcançarão misericórdia. Tal qual os puros de coração, os que se deixam conduzir pelos impulsos de uma alma em sintonia com o coração de Deus. Estes contemplarão o rosto do Pai. Igualmente os benditos promotores da paz no mundo em constante conflito, em luta permanente com interesses e guerras pessoais e contrários ao belicismo das nações que pensam dominar o mundo. Neste grupo se inserem os que são perseguidos por sonharem e lutarem pela justiça não dos homens, mas de Deus.

          Por último, os cristãos perseguidos. Neste grupo estamos todos, se é que nossa fé se enquadra nas oito circunstâncias acima descritas. Se assim o for, seremos perseguidos e injuriados. Se não, desconfie do seu cristianismo.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]




Diocese de Assis

 

Quem sou eu? Com esta pergunta básica-fundamental nos colocamos diante da existência, como seres únicos e irrepetíveis; nos afirmamos, como pessoa, diante de uma multidão de existentes; nos lançamos para frente, assumindo um caminho e uma caminhada; nos relacionamos com o mundo e descobrimos nossa identidade; nos formamos abraçando nossa vocação e missão.

Os processos da vida, não acontecem sem conflitos, crises e rupturas. Todos nós somos frutos de muitos embates e lutas internas e externas. Assim vamos sendo feitos, na forja da vida. Do nascer à morte, vamos sendo moldados.

Para a fé, isso é um princípio! É uma verdade que nos acompanha e que nos permite ser o que somos. Ninguém nasce pronto e acabado. Pouco-a-pouco, vamos sendo feitos, até a plenitude.

PE. Edvaldo Pereira dos Santos

Porque a vida é um processo de construção, isso não significa que somos uma folha em branco que precisa ser escrita ou preenchida por algo que não temos ou que não somos. Não! Isso não. Trata-se, antes de tudo, de um processo, paulatino, de autoconsciência, auto-aceitação, autoapropriação… combinado com uma gama de traços culturais, sociais, econômicos, familiares, religiosos, teológicos, transcendentais, sexuais, afetivos, emocionais, sentimentais… Na verdade, nós somos um complexo humano ligado por muitos pontos de conexões. Sendo essa a nossa complexidade existencial, temos um devir histórico que ultrapassa todos os modismos, achismos, reducionismos e febre da democracia de gênero e não gênero; dos determinismos de fé e não fé, do dualismo de bem e de mal, do liberalismo da política e da economia e todos os abismos cismáticos desta nossa época de crise de identidades e sentidos.

A Sagrada Escritura nos ajuda a visualizar e pontuar o caminho da ressignificação humana, a partir do senso criativo e missionário de Deus em relação ao ser humano, obra de suas mãos.

No livro do Profeta Amós 7,12-15 encontramos a expressão: “Foi Javé quem me tirou de trás do rebanho, e me ordenou…”, sobre o bonito processo de autoconsciência do profeta que, diante da missão recebida, autocompreende-se e assume sua identidade e vocação.

“Então Amasias disse a Amós: “Vidente, vá embora daqui. Retire-se para a terra de Judá. Vá ganhar a sua vida fazendo lá suas profecias. Não me venha mais fazer profecias em Betel, pois isto aqui é o santuário do rei, e é templo do reino”. Amós respondeu a Amasias: “Eu não sou profeta, nem discípulo de profeta. Eu sou criador de gado e cultivador de sicômoros. Foi Javé quem me tirou de trás do rebanho, e me ordenou: ‘Vá profetizar ao meu povo Israel’.”

Na carta de São Paulo aos Efésios 1,3-14 encontramos um lindo bendito da graça sem limite, do complexo humano, afirmado sobre o amor de Deus.

“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo: Ele nos abençoou com toda bênção espiritual, no céu, em Cristo. Ele nos escolheu em Cristo antes de criar o mundo para que sejamos santos e sem defeito diante dele, no amor. Ele nos predestinou para sermos seus filhos adotivos por meio de Jesus Cristo.”

Mas, é o próprio Jesus, no Evangelho de Marcos 6,7-13, quando do envio dos doze, em missão, dá o panorama da vida, vocação e missão: vencer os males do mundo e suas impregnações diabólicas nas pessoas:

“Jesus começou a percorrer as redondezas, ensinando nos povoados. Chamou os doze discípulos, começou a enviá-los dois a dois e dava-lhes poder sobre os espíritos maus. Jesus recomendou que não levassem nada pelo caminho, além de um bastão; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura. Mandou que andassem de sandálias e que não levassem duas túnicas.’(…) Então os discípulos partiram e pregaram para que as pessoas se convertessem.”

Aquele que nos fez e, nos conhece, nos apresenta a nós mesmos; à nossa vocação e missão!

PE. Edvaldo Pereira dos Santos