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Diocese de Assis

 

O dia das mães está ai. Já é possível ver muitas pessoas se movimentando em torno deste dia que se tornou referência de muitas atitudes e iniciativas. Hoje, como ontem, cabem, ainda, alguns questionamentos como: “O que comemorar? Por que comemorar?

As perguntas não têm cinismo e nem resposta óbvia. Mas, precisamos nos posicionar de modo crítico sobre o que comemoramos, muitas sem notar significado, razões, sujeitos. Qual é, afinal de contas, o sentido e valor de se comemorar o dia das mães?

Quando chegam as datas comemorativas, as pessoas começam a tirar do baú da nostalgia, o seu “Kit de comemoração” que, habitualmente usam em cada festividade: roupas, frases feitas, sorrisos amarelos, intenções de não repetir o vexame da bebedeira da última festa, etc, etc e tal.

O comércio aproveita as datas comemorativas para estimular o consumo. Muitas promoções, gritarias, desfile de ostentação e luxo, entra e sai, correria de última hora, empura-empura, perdas de ônibus, etc. Mas, tudo fica bem arranjado sob um lindo papel de presente.

O feriado e/ou o dia comemorativo provoca uma comoção geral: aumento da jornada de trabalho nos dias anteriores; buscas ofegantes de passagem de ônibus e trem e, quando há requinte, passagem de avião; noites mal dormidas; cansaço; malas prontas e cheias, “pé na areia”: a viagem e a festa.

Começando de manhã, bem cedo, a festa não tem hora pra acabar. É preciso aproveitar tudo! A mãe, sempre sumida entre pratos e talheres entre carnes e verduras. Fala-se de tudo; ri-se de tudo; come-se de tudo; dorme-se; chora-se.

O dia acabou, o jeito é voltar para casa. E, lá se foi mais uma festa.

É verdade a festa! A festa!? Mas, o que é que se comemorou mesmo? É verdade, como é que se esqueceu o motivo da festa. A mãe! É verdade, a mãe! Deixa pra lá, a mãe perdoa

O ano que vem tem mais, a gente faz diferente…..

Qualquer semelhança com as nossas festas é mera coincidência.

As nossas comemorações estão sempre longe do que deveria ser de fato: mudamos as finalidades; esquecemos os homenageados; aprontamos arruaças; esvaziamos sentidos; perdemos a razão. O que acontece com o dia das mães, acontece com a maioria dos dias comemorativos. E, todo ano é a mesma coisa….

Precisamos nos retratar com aquela que já está acostumada, a não ver os dias passarem e, o seu dia, vê-lo sendo “levado”.

Precisamos, no dia-a-dia, valorizar e amar aquela que durante o ano todo não se esquece de nós, para que no SEU DIA, naturalmente, ao levantar possamos dizer: Bom dia, Mamãe! Eu te amo! Seja Feliz Sempre!

ORAÇÃO

Nós vos louvamos Pai, e, vos bendizemos pelo cuidado das mães, que continuam a cercar de amor e carinho toda pessoa que vem ao mundo. Nós vos pedimos: abençoai todas as mães. Fazei que elas descubram o vosso amor no trato com seus filhos. Que elas sejam sempre carinhosas; pacientes nas horas de aborrecimento; firmes quando é preciso corrigir; alegres mesmo nas dificuldades. Que elas sejam vossa imagem: fontes de vida e, também a imagem de Jesus: defensoras da vida. Possam encontrar em vós, Senhor, Pai e Mãe, a felicidade de servir e, assim, dia após dia, vos louvar e bendizer. Por Cristo Nosso Senhor. Amém!

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS




Diocese de Assis

 

Parece um título fúnebre. Mas não é. Ao contrário, meu desejo é dar-lhe um pouco de poesia, já que habituados estamos a contemplar uma cova com repugnância e medo. Uma cova tem também seu lado místico. A história bíblica nos relata a experiência do profeta Daniel, lançado numa cova de leões. Tudo por inveja à confiança do rei sobre seu exemplar ministério. Seus inimigos, muitos deles ambicionando o posto que ocupava, desejavam vê-lo pelas costas, derrotado. Deus intervém e usa aquela experiência de uma noite numa cova cheia de leões como oportunidade para manifestar seu poder, sua proteção sobre aqueles que lhe são fiéis. Da cova aterrorizante faz emergir uma inusitada prova de amor. O homem sobre o qual a inveja e a ambição lançam seus olhares fulminantes, desdenhando a fidelidade e integridade de sua alma, é posto em liberdade, são e salvo, agora revestido da glória da predileção divina.

São muitas as covas em nossas vidas. São muitos os leões que nos espreitam. A história que nossa história escreve possui semelhanças, porém não meras coincidências com a história do profeta. Para não dizer que a repetimos constantemente em nossas vidas. Ou você nunca se sentiu no fundo do poço, da cova, como um José do Egito vendido pelos irmãos?

O próprio filho de Deus, espoliado em todos os seus direitos e em sua dignidade humana, humilhado, destroçado, acabou assassinado pela prepotência dos donos da “verdade” e depositado às pressas numa cova emprestada. Isso tudo para não estragar a festa que corria solta na sociedade dita religiosa daqueles que condenaram o dono da Verdade. Os leões já não estavam restritos a uma cova. Ao contrário, estavam bem soltos e até saciados, soberanos nas ruas da Jerusalém de pedras, o modelo das civilizações da época. A cova de Jesus possuiu a mística da aceitação momentânea, oportunidade extraordinária para dela emergir, mais uma vez, a luz do poder divino, a vitória sobre todas as desgraças desse labirinto de intrigas e desilusões humanas. Deixou de lado as “ataduras” que lhe impuseram, a mirra, o aloés, a química e o perfume deste mundo trágico e ilusório. Tirou seu pé da cova, ressurgiu dos mortos.

Ora, tudo isso hoje escrevo com um objetivo final. Um olhar místico e piedoso para o fundo de uma cova especial. Olhar que vem de longe, do meu tempo de criança ainda livre e aventureira pelas ruas da minha Palmital, a cidade que me viu crescer. Um dia me convidaram a representar o menino Francisco num carro alegórico sobre os videntes de Fátima. Minha mãe interviu, explicando e convencendo: aceite, filho, você vai representar o menino que viu a mãe de Jesus na cova… Não esperei a conclusão. O susto foi grande, mas a curiosidade maior. Então, juntamente com duas meninas que representavam Lúcia e Jacinta, me entronizaram num cenário belíssimo, tendo ao alto a imagem serena daquela mãe aureolada por uma coroa de estrelas e distribuindo seu sorriso ao povo em procissão. Ali eu era o menino Francisco. Ali representava um pequeno pastor de uma história que marcou minha existência para sempre, a bela história das aparições marianas em Fátima, Portugal.

Hoje, ao recordar aquela cena, vem-me sempre a singeleza de um local ermo, tranquilo, um sítio encravado entre montanhas e um arbusto como aquele do Sinai, que o fogo jamais consumia, mas que encheu de poesia o significado da mensagem divina, a aliança de amor entre Deus e os homens. Aquele mesmo arbusto, agora manifestando a beleza de uma Virgem. E o verso ainda ecoa em meu coração saudosista: “A treze de maio, na Cova da Iria, eis que aparece a Virgem Maria”.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]




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Estamos olhando para as mulheres na Bíblia!

Como a Bíblia trata as mulheres? É machismo, discriminação ou preconceito algumas passagens que podemos constatar na Bíblia? Como entender o posicionamento de alguns escritores sagrados ao se referir às mulheres?

No Novo Testamento, reconhecemos um novo modo de tratar a mulher, a partir de Jesus. Ele nasceu de uma mulher (Gl 4,4ss). Ele conhecia-lhes a vida e as fadigas cotidianas e se interessou por elas, como nas parábolas do fermento (Mt 13,33); da dracma perdida (Lc 15,8ss); do juiz iníquo e da viúva importuna (Lc 18,1ss).

Jesus faz milagres a pedido de mulheres como de homens: a sogra de Pedro (Mt 8,14; a filha de Jairo e a hemorroísa (Mt 9,18-26); a mulher cananéia (Mt 15,21-28); a viúva de Naím (Lc 7,11-17).

Jesus aceitou ser ungido por uma mulher e a defendeu contra as críticas (Mt 26,10). Com Marta e Maria Jesus tinha um relacionamento familiar e profundo (Lc 10,38-42). Conversou sem embaraço com a samaritana, na beira do poço de Jacó (Jo 4,7ss.27).

Jesus não carrega sentimentos misóginos nem tão pouco de inferiorização da mulher. Revoluciona o modo de tratá-la e faz de sua práxis um ensinamento.

Desde o inicio da Igreja Primitiva, as mulheres aparecem como membro de pleno direito (At 1,14; 12,12); muitas mulheres convertidas são chamadas pelo nome (At 16,13s; 17,4.12). As mulheres tomavam, ativamente, parte da vida da Igreja realizando e recebendo boas obras (At 6,1).

As ambigüidades e aparentes contradições no modo de tratamento, presente em algum escritor sagrado, provém do modo como, culturalmente, a mulher era levada em consideração na sociedade onde viviam. Obviamente, as mudanças de tratamento, em relação à mentalidade sobre a mulher, foram uma verdadeira revolução.

O pecado não nasceu por culpa da mulher.

É pena que, mesmo entre nós, a mulher não é tratada como merece e, por si mesma, algumas vezes não se assume como mulher e nem se apresenta como deve. Cabe dizer, entretanto que, acima de qualquer mentalidade e cultura está a natureza que, faz da mulher um ser único e irrepetível pelo seu valor e importância no ciclo da vida; ela é mãe.

A mulher é intuitiva e protagonista por natureza

Intuição é uma sensibilidade humana, facultado pela capacidade de percepção, discernimento e, pressentimento das coisas o que amplia, consideravelmente, o campo de visão, alarga os horizontes e facilita resoluções, ações e processos. Por causa da sobrecarga natural de exigências, solicitações, obrigações e cuidados que pesam sobre a mulher, esse dom e muitos outros estão à sua disposição, para levar avante a vida de muitos protagonismos.

O livro do Eclesiástico em 26,1-5.13-18 faz considerações importantes e revolucionárias, para a época, sobre a importância e distinção da mulher: “Feliz o marido que tem mulher virtuosa; a duração de sua vida será o dobro. Mulher habilidosa é alegria para o marido, que viverá em paz por toda a vida. Uma boa mulher é uma sorte grande, que será dada aos que temem ao Senhor. Rico ou pobre, estará contente e terá sempre rosto alegre. Mulher graciosa alegra o marido, e com seu saber o fortalece. Mulher discreta é dom do Senhor, e mulher bem-educada não tem preço. Mulher modesta duplica seu encanto, e não há valor que pague a mulher casta. Como o sol levantando-se sobre as montanhas do Senhor, assim é a beleza da mulher em sua casa bem arrumada. Como lâmpada brilhando no candelabro sagrado, tal é a beleza do rosto num corpo bem acabado.

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS




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          A relação estabelecida entre Jesus e seus seguidores exige, por primeiro, reciprocidade. Não é uma exigência burocrática, na base da obediência e obrigação meticulosa entre duas partes que constroem uma relação de convivência apenas. Não um simples código de conduta serviçal ou contratual, como muitos o fazem numa relação de trabalho ou alhures. Nem algo que se assemelhe a um pacto nupcial ou afetivo, com fins de se construir uma convivência harmoniosa pura e simples. Ao contrário, Jesus exige muito mais, a partir de um profundo conhecimento mútuo. “Eu os conheço. Da mesma forma como vocês me conhecem. Conheço a voz, o nome, os anseios, os desejos, os sonhos, a luta, os fracassos… tudo, tudo da vida de vocês. E vocês?”

Essa é a essência da metáfora que Jesus contou a seus discípulos, ao lhes narrar a história do Bom Pastor. Tão simples e maravilhosa que os ouvidos moucos de seus ouvintes não foram capazes de entende-la num primeiro momento. Como assim, porta, aprisco, ovelhas? O que Jesus queria dizer com aquele palavreado sem sentido? A dureza dos corações atrelados à realidade pura e simples, à cruenta realidade de uma sociedade injusta e insegura, não lhes permitia entender o quão maravilhosa era a história que Ele lhes contava. Primeiramente, afirmava ser Ele a porta do redil, aquele estranho local de aconchego e proteção, um oásis no deserto, um céu na terra… Isso mesmo, Ele lhes falava do Paraíso, o aprisco divino pelo qual só se entrava passando por Ele, a porta única da salvação que almejamos. “A este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz” (Jo 10,3). Só Jesus tem licença do Pai para nos dar acesso às serenas e verdejantes “pastagens” paradisíacas do Reino Celeste, porque quem entra por outro caminho é o ladrão, o salteador das ovelhas.

Por outro lado, conhecemos sua voz, suas palavras, sua promessa… A ovelha do rebanho protegido está em perfeita harmonia com o comando do seu pastor e segue  sua voz, suas orientações, desconhecendo assim o comando oportunista dos estranhos, aqueles que diuturnamente rondam o rebanho em busca das ovelhas incautas, distraídas, surdas às palavras do único e verdadeiro pastor. Nesta relação é que se estabelece o vínculo protetivo que a fé cristã promete aos que seguem as promessas de proteção e amor daquele que se diz o verdadeiro e único redentor da humanidade. Eis porque a Palavra de Deus deve ser o centro dos conhecimentos da vida cristã. Eis aqui a importância de se conhece-la e aprofundá-la como fonte primeira dos estudos que preenchem nossa sabedoria, nossa sede primeira de intelectualidade e ciências humanas. Não é a religiosidade que garante nossa integridade, mas é a constante relação com os mistérios que rondam nossa existência que nos revela a grata proteção e predileção de Deus por seu povo. Essa é uma experiência estritamente pessoal, uma certeza só concedida àqueles que vivem uma relação íntima, pessoal, tranquila e serena com o Mestre de nossas vidas, o Bom Pastor!

Tudo isso vem de uma relação clara e suscinta, uma prática de fé coerente, adulta, amadurecida na experiência íntima com o Cristo que vive em nós. Esse é o segredo, o nosso segredo de perseverança! Quem vive essa experiência entra pela porta certa, faz parte de uma relação de amor só possível de ser sentida e vivenciada na imersão dos mistérios que nos foram revelados. “Eu sou a porta: se alguém entrar por mim, será salvo: tanto entrará como sairá e encontrará pastagem” (Jo 10,9). Eis tudo! Essa certeza vale mais que qualquer outra ilusão humana, qualquer entorpecente ou droga, qualquer falsa promessa de segurança e libertação oferecida pelos ladrões e salteadores da nossa espiritualidade, da segurança advinda do rebanho cristão, das promessas de “vida em abundância” que só Cristo oferece ao mundo! Eis porque sou cristão. Eis porque torço para que todos os que amo e quero bem também o sejam, que você que foi capaz de me ler até aqui também o seja, também viva essa experiência de predileção e proteção divinas. Só quem conhece, ama! Só quem ama, vive! Quem não vive, vegeta!

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]




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No contexto do mês de maio, vamos falar das mulheres…

Como a Bíblia trata as mulheres? É machismo, discriminação ou preconceito algumas passagens que podemos constatar na Bíblia?  Como entender o posicionamento de alguns escritores sagrados ao se referir às mulheres?

A complexidade das relações interpessoais vai configurando o lugar social de cada pessoa. Nesse sentido, o lugar social da mulher, em todas as sociedades, salvo ledo engano, parece estar submetido a uma cultura notadamente masculina.  Portanto, para entender a realidade social da mulher é preciso entender, antes, a cultura que lhe serve de substrato hoje ou no mundo bíblico.

No antigo Oriente Médio a mulher em geral não tinha os direitos de uma pessoa livre; era sempre sujeita ao homem, ao pai ou ao marido. Por conta de algumas poucas leis, ganharam força, ante a sua inferioridade jurídica, no que diz respeito aos negócios, ao matrimônio, à viuvez, à herança.

Na Grécia, a posição da mulher é, também, baixa.  Sua vida era rigorosamente limitada à casa e, sua responsabilidade era a procriação e educação dos filhos legítimos.  Como no Oriente Médio, a fidelidade conjugal não era obrigatória para o marido. Por isso, crendo-se que, sendo por natureza, de instinto ninfomaníaco, a mulher permaneceria fiel se atentamente vigiada.

A lei e o costume romanos davam ao pai um rigoroso poder sobre filhos e filhas, mas em Roma a posição da esposa e da mãe era mais elevada do que na Grécia e no Oriente, tanto na dignidade como nos direitos legais.  Entretanto, a liberdade, não pôs fim à licenciosidade sexual tanto do homem como da mulher.

O Antigo Testamento  faz uso do mesmo contexto do mundo antigo para se referir à mulher, pondo em relevo uma mentalidade hebraica, em termos de lei, até mais incisiva: a mulher é propriedade do homem (Gn 12,12-20; 19,8; 20,2; Jz 19,24-27).  Entretanto, em termos sociais, sua condição parece gozar maior conceito: as mães são incluídas no mandamento da honra aos pais (Ex 20,12;  Lv 19,3; Dt 5,16); podiam tomar parte nas celebrações festivas (Ex 15,20; Jz 11,34); tomavam parte nas festas religiosas (Dt 12,12; Jz 13,20.23).

Merecem destaque personalizado as mulheres citadas por sua coragem, inteligência, força ou devoção: Raab (Js 2); Micol (1Sm 19,11ss); Abigail (1Sm 25,14ss); Resfa (2Sm 21,7ss); a mulher de Sunam (2Rs 4,8ss); as figuras das mulheres dos patriarcas – Sara, Agar, Rebeca, Raquel e Lia  (como Jezabel, Dalila e Atalia, são mais complexas, mas é difícil afirmar que mulheres desta categoria representavam uma classe secundária); Débora, uma heroína hebraica e as mulheres do livro de Rute;  Judite e Ester.

A lei hebraica previa certa proteção especial à mulher: lei para a mulher prisioneira de guerra (Dt 21,10ss); para a mulher falsamente acusada de adultério (Dt 22,13ss); para a moça violentada (Dt 22,28ss). Deve-se admitir que estas leis são exceção, contudo, pode-se deduzir que a condição da mulher era mais garantida pelo costume do que pela lei.

A passagem mais significativa do AT, sobre a condição da mulher, é Gn 2: A mulher é “igual ao homem”, da sua espécie, “osso de seus ossos, carne de sua carne”, por isso o homem deixa seus pais para viver com ela.

O trabalho da mulher era muito duro; ela devia moer, fazer pão, buscar água e material combustível, fiar, tecer, costurar, cuidar dos filhos e da casa, arar, semear, colher, debulhar, respigar.

(Continua no próximo artigo)

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS




Diocese de Assis

 

Se considerarmos a vida como oportunidade de contínuas descobertas, o que de fato é, há de se pensar ser esta uma longa estrada. Muitos já a definiram, cantaram e louvaram como estrada da vida. Não há melhor definição. Mas é exatamente numa pequena estrada, onze quilômetros apenas, que se dá a maior das revelações que a história humana já presenciou e testamentou: a estrada de Emaús, ligando esse pequeno povoado à Jerusalém, então capital da fé monoteísta, a fé do povo de Abrão, pai do Povo de Deus. No povoado de Emaús, ao partir o pão para os dois companheiros de viagem, Cristo se deixou reconhecer como senhor da vida e da morte.

O processo dessa revelação foi gradativo, à medida que trilhavam aquele caminho com um desconhecido que parecia ignorar os últimos acontecimentos que destruíram as esperanças de libertação do povo de Israel. “Tu não sabes o que aconteceu nos últimos dias?”. Colocado diante de uma aparente catástrofe, Jesus ironiza momentaneamente a pouca inteligência e lentidão dos seus, por não compreenderem e aceitarem “tudo o que os profetas falaram” a respeito do Messias.

Nosso desafio, hoje, é colocar esse fato histórico como fonte de revelações que a doutrina cristã sempre apontou como essenciais para o crescimento da nossa fé. Não é só um simples ato e concordância submissa, sem compreensão, sem questionamentos, nem mesmo dentro da lógica que tudo governa. A estrada de Emaús foi o caminho do diálogo do ser humano atônito com o que a realidade lhe apresentava, com a experiência agora concreta, cabal e extraordinariamente vivificante da certeza de que Cristo Ressuscitado ainda caminha com seu povo, perfaz nossas estradas como companheiro de viagem a colocar luzes sobre as trevas que ainda ofuscam nossa fé pequena, a dialogar conosco mostrando a plenitude das profecias ditas a seu respeito, a nos ensinar com a paciência e generosidade que sempre caracterizou seu ministério, a provocar em seus discípulos a mais grata das revelações: “Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” (Lc, 24, 32). Essa é a mais feliz das descobertas, a mais agradável das revelações da nossa estrada após a tragédia do calvário.

Em suma, nós, os discípulos que “descem” de Jerusalém possuídos pelas incertezas de uma cruenta realidade, não temos mais o que temer. Se o Mestre foi capaz de nos reanimar, nos alimentar espiritualmente com suas Palavras, nos partir e repartir o Pão, essencial para a fortaleza do Espírito que nos conduz, agora nos devolve à Jerusalém terrestre, como emissários de suas Revelações e agentes renovados em seu ardor missionário. Afinal, a missão que era Dele agora é nossa. O anúncio tão bem proclamado e explicitado através do seu ministério de paixão sem limites agora salta de nossas vidas, a loucura quase utópica, porém possível de se realizar, de um sonho de fraternidade universal, é nossa causa urgente, urgentíssima, diante da cegueira que entorpece a mente e o coração humano. Sim, Cristo vive e caminha conosco! A estrada de Emaús perfaz e refaz nossa aparente esperança perdida. Ainda é tempo. A estrada é curta, mas a promessa é maior!

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]




Diocese de Assis

Chegamos a um ponto em que para tudo se exige uma contraprova ou ao menos a prova dos nove. Dois mais dois igual a quatro. Acreditar no que não se vê tornou-se uma atitude quase utópica, uma posição contrária à lógica dum mundo excessivamente plausível, palpável, imediatista, irremediavelmente materialista. A fé do homem moderno está lastreada à sua lógica e razões científicas. Seu imaginário pode sonhar, voar, mas suas ações não coadunam com visões e ou crenças imaginárias ou fora do contexto físico, material, plausível. Como, pois, acreditar num retorno à vida de alguém comprovadamente morto e sepultado?
A fé de Tomé era coerente com aquilo que ele bem viu e testemunhou com muita dor e lágrimas nos olhos. Afinal, caminhou à distância e atônito com o que testemunhava, aquela via crucis de humilhação, acerbada injustiça, ironia sem limite, escárnio e degradação de qualquer dignidade que se pudesse dizer humana, insensibilidade fora da medida, impiedade até o fim… E o lance da certificação da morte, com aquela espada a lhe perfurar o peito? E as últimas gotas de sangue e água a sulcar aquele chão do indiferentismo crucial? Tudo isso Tomé presenciou, até mesmo o apressado sepultamento ao cair daquela tétrica noite. Como então acreditar numa fábula de ressurreição? Tomé estava certo: era preciso ver, ouvir, tocar, antes de qualquer nova esperança, qualquer afirmativa de um milagre tão impossível e grandioso. Cristo vive! Como assim?
Acontece que a fé supera tudo, até portas fechadas, até a morte aparente, a última das barreiras de qualquer ser vivo. Aqui reside a grandiosidade da fé cristã, capaz de vencer os túmulos das nossas incertezas e inseguranças, para nos apresentar as chagas e o lado ainda em aberto, mas como provas incontestes de uma vida maior que aquela massacrada e aparentemente vencida pelos grilhões do pecado humano. Maior pecado não há do que negar o mistério da redenção, o milagre da Encarnação e Remissão de um Deus Conosco, Emanuel. O mistério Pascal é exatamente o milagre da morte vencida, esta que nos assombra sempre como ponto final de uma existência meramente física, passageira, mortal. Colocar o dedo nas feridas do Redentor, tocar seu lado aberto pela indiferença dos poderes e da ordem farisaica dos que pensam nos conduzir, é seguir a lógica que conduz nossas vidas. Fugir desta e contemplar a luz transcendente do mistério de um Cristo translúcido, fulgurante em sua vitória sobre a morte, é ter a graça e o privilégio de tocar suas feridas, comprovar sua ressurreição. Aquele que um dia duvidara agora se prostrava diante da maior revelação da fé cristã: Cristo ressuscitou, aleluia! Agora só nos compete dizer, como Tomé prostrado diante do mistério que contemplava: “Meu Senhor e meu Deus!”
Acontece que ainda teimamos com nossas lógicas imediatistas. De Tomé e seu comportamento cético temos muito. Ele nos representa. Talvez não mereçamos o privilégio daquele encontro pessoal que o apóstolo vivenciou, mas com certeza esse “encontro” nos esteja reservado num plano superior, porém não menos significativo do que a visão dos discípulos naquela casa fechada. Fechada pelo medo das ameaças externas, da intolerância e incompreensão dum mundo agnóstico, sem fé, sem esperanças maiores. Não é nosso caso. Nossa esperança é maior do que as desilusões que nos cercam. Nossa vida é maior que os túmulos destinado aos despojos de uma existência fugaz. Nossa fé vai além da visão terrena e da cegueira espiritual dos que questionam essa maneira simples de contemplar o milagre da vida: “Bem-aventurados os que creram sem terem visto!”
WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]




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          A simples visão de um túmulo é sempre algo desagradável. Mais ainda quando o encontramos de portas abertas, escancaradas, à espera de um novo hóspede. Pior ainda quando o percebemos vazio, novinho em folha, como se fosse uma encomenda nossa, pronta a receber alguém que amamos. E, o mais lastimável, saber que aquele em especial era provisório, emprestado por um amigo da família, que deveria ser devolvido tão logo se encerrassem os festejos da “passagem do Anjo da Morte”, o momento que o povo celebrava enquanto uma família chorava a “passagem” de um dos seus… Mas o túmulo agora estava vazio! Quem roubou o corpo do Mestre?

Essa era a situação ao redor da sepultura de Jesus naquela manhã do Domingo de Páscoa ainda judaica. Enquanto o povo israelita celebrava o dia de sua libertação do jugo do Egito, alguns poucos seguidores do mestre cristão ainda choravam sua morte de cruz. Alguns familiares e amigos se dirigiam ao túmulo provisório para as providências necessárias a um sepultamento definitivo; mas eis que encontram um túmulo vazio!

Pedro constatou o problema, mas Madalena seria a primeira a desvendar o enigma. O Senhor que lhe dera tantas e tantas provas de sua missão divina, que se dissera ser a “Ressurreição e a Vida”, que tirara do túmulo o amigo Lázaro, que devolvera esperança e dignidade a tantos cegos, aleijados e mudos, que se apiedara da viúva de Naim e lhe devolvera da morte o único filho, que saciara a fome e a sede de centenas e restaurara o sentido da vida a outras centenas de desiludidos e desesperançados, como ela… Ah! Madalena se negava a aceitar aquela situação de morte, aquela nova desilusão em sua vida, a morte Daquele a quem dissera com o coração aberto e maravilhado: “Meu Senhor e meu Deus!”

Então, após sua primeira aparição, aquela maravilhosa manifestação de poder e glória, saiu em disparada até os seus, gritando e exclamando: “Eu vi o Senhor, eu vi o Senhor!” Essa é a plenitude das revelações. Constatar um túmulo vazio e logo após compreender sua transitoriedade, seu significado inútil e passageiro diante da imortalidade da alma e da superação dos limites terrenos é o maior estágio que uma revelação de fé pode alcançar. Vida ressurrecta não ocupa os túmulos da vida carnal. É vida nova em Cristo. É o mais elevado estágio da plenitude existencial que se pode alcançar neste mundo. “Se Cristo não ressuscitasse nossa fé seria vã”, diria o apóstolo convertido, aquele que deixara de lado o vazio de sua incredulidade pagã para se revestir do escudo da imortalidade cristã. Isso é viver a plenitude da fé. Isso é entender a vida como força única do amor divino, gerado no amor e não criado na matéria apenas, tal qual Cristo em sua passagem terrena, que ressurgiu dos mortos para nos restaurar a vida plena. O rito da páscoa judaica ficou na lembrança, na celebração de um acontecimento histórico, conquanto o rito da páscoa cristã não é uma “recordação” do passado, mas uma “renovação” do presente que precisamos aprimorar. Paulo descobriu isso em sua vida: “Já não sou eu quem vivo, é Cristo que vive em mim”. Essa é a descoberta que nos falta para bem vivenciarmos nossa Páscoa.

Imaginemos aquele túmulo vazio que o amigo Arimatéia emprestou momentaneamente  e se tornou prova da glorificação cristã. Não era mais do que um buraco cavado na rocha. Assim construímos os túmulos que nos sepultam em vida, indiferentes aos mistérios que nos cercam, pois a realidade nos apresenta apenas o pó que ainda somos. Mas vencer o sepulcro das nossas falácias e derrotas existenciais é preencher os vazios da nossa incredulidade. É sair da inercia de uma fé sem ação e gritar ao mundo a verdade que nossa “passagem”, nossa Páscoa definitiva revela ao mundo: “Ressuscitou! Ele não está aqui”, está escrito no túmulo vazio da velha Jerusalém.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]

 

 




Diocese de Assis

 

Nada há, no mundo moderno, que prefigure com fidelidade as pompas, honras e respeito que a figura real possa despertar em um povo submisso. Os reis atuais já não gozam de tantos privilégios. A realeza humana está em decadência. Nos tempos de Jesus a figura real ainda possuía uma mística próxima ao status divino, que despertava no povo euforia pela simples passagem de um rei ou temores pelo que este pudesse decretar ou exigir do próprio povo. Neste estágio de reconhecimento popular se deu a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, aclamado como rei e venerado como a nova esperança daquele povo cansado e oprimido pelos reinados vigentes. Era hora de mudar.

A cena surreal e improvisada é tão espontânea que quase chega ao ridículo. Imaginem um rei montado num jumentinho sendo introduzido ao seu palácio sob a aclamação de ramos de palmeiras e mantos suados e surrados estendidos à sua passagem. Estava bem distante das pompas e galhardias que exigiam qualquer poder temporal, qualquer suntuosidade real. Mas, no caso, o reconhecimento popular possuía autenticidade. Então, “Hosana ao Filho de Davi”, bendito é Aquele que vem!”.

Assim imaginando, a cena nos leva também a pesar a motivação desta. O povo já não aguentava mais tantas situações de mando e desmando, tanta injustiça e humilhação. Era hora do basta! Custasse o que custasse, a voz da verdade proferida por aquele nazareno, sem pompas, sem arrogância no falar, mas com palavras conscientes e objetivas, despertou no povo o adormecido senso de justiça. Mesmo ao afirmar que seu Reino não era desse mundo, ao menos a sombra de suas revelações reluziam na consciência de seus ouvintes e devolviam ao povo o direito de sonhar. Por que não? Se suas palavras iluminavam a realidade com nova esperança, outro não seria o rei desejado e ansiosamente esperado por aquele povo: “Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!”.

Todavia, as ilusões das massas são facilmente manipuláveis, de acordo com seus interesses setoriais, grupais, políticos ou mesmo religiosos. Sempre foi assim. Basta pesar o interesse da maioria ou a força dominadora que conduz esses interesses. Aqui entra a manipulação das massas, essa força motriz que muitas vezes se sobrepõe às reais necessidades do povo. Jesus ou Barrabás? Rapidamente, o poder da coerção – sempre ligado ao poder político e financeiro – vai ditar as regras e profanar a escolha santa e isenta do melhor caminho.  O mesmo povo que introduziu Jesus pelas ruas de Jerusalém como verdadeiro Rei e Senhor; esse mesmo povo haveria de gritar: “Crucifica-o, crucifica-o”!

Como entender essa dualidade? Não há muito a se explicar senão apenas lamentar nossas incertezas diante das diferenças entre os Reinos Celestiais e o reinado humano. Lá impera a Verdade, a lúcida e transparente realeza da Verdade Suprema. Aqui ainda somos dominados e manietados pela voz da mentira, a astucia da maldade e do jogo de interesses pessoais, corporativos, setoriais, que conduzem e sempre conduziram os reinados desse mundo. A escolha é nossa. Decidir entre as ilusórias promessas de segurança, bem estar ou privilégios que o mundo nos faz e a realidade da Promessa que Cristo nos trouxe é o que temos. E agora? Jesus ou Barrabás? Se sua vida ainda está presa aos sonhos e ambições que a vida terrena possa lhe proporcionar, lhe sobra Barrabás. Mas se você já atingiu o estágio de uma esperança sem ilusões terrenas, Jesus é o seu Rei.

          WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]

 

 




Diocese de Assis

As festas são tão antigas quanto a humanidade. Celebrar uma festa é viver de maneira diferente os acontecimentos e, ao mesmo tempo recordar, reatualizar e aprovar o mundo que se efetua, permanentemente, todos os dias.

O significado existencial das festas está enraizado nos fatos significativos da vida pessoal, familiar, social e comunitária. Por isso, sendo o homem religioso por natureza, expressa na ação de graças o que a história “escreveu” em sua vida.

A Semana Santa tem as suas raízes mais profundas no “acontecimento” Jesus Cristo. Quer dizer, no mistério de sua paixão (sofrimento), morte e ressurreição. Esta trajetória do Salvador nós chamamos de “Mistério Pascal”.

O Mistério Pascal é o “fato primordial” da nossa fé e o centro de todas as celebrações litúrgicas cristãs.

Domingo de Ramos. A Semana Santa começa com o Domingo de Ramos. Neste dia se recorda e se celebra a entrada de Jesus de Nazaré em Jerusalém, como Rei. Fato característico de seu poderio e reinado é a humildade e simplicidade: chega montado num burrico e é aclamado com ramos de oliveira. Somos envolvidos de maneira própria, nesta celebração, aclamando e saudando o Cristo como nosso Rei e Salvador.  É com a simplicidade dos ramos que devemos aclamar o nosso Rei. “Hosana ao Filho de Davi.”

Segunda, terça e quarta-feira. São dias marcados também pelo recolhimento pessoal. Não há, porém, nada de extraordinário. A oração deve ser o conteúdo e a marca destes dias, como uma preparação e predisposição pessoal para o tríduo pascal.

Missa dos Santos óleos. Na segunda-feira, de modo particular em nossa diocese, o dia está voltado para a espiritualidade e o ministério do padre na Igreja e, para a bênção e consagração dos “santos óleos” que serão usados nos sacramentos do Batismo, Unção dos Enfermos e Crisma.

O Tríduo Pascal, como o próprio nome diz, é o tempo composto de três dias, que antecede e prepara a grande proclamação do aleluia, da ressurreição, da páscoa, do DOMINGO. Nestes três dias vivenciamos os gestos, palavras e atitudes de Cristo que expõe, claramente, a sua missão de Salvador e Redentor.

Quinta-feira. É o dia da Instituição do Sacerdócio Católico e da Eucaristia. Em outras palavras, o dia em que Jesus “inventou” o serviço ministerial consagrado do padre e a missa.

Nesse dia acontece a missa do lava-pés, gesto de Jesus que ensina que o primeiro no Reino de Deus é aquele que serve e é capaz de “lavar os pés” dos outros. Após a missa, segue a Adoração ao Santíssimo Sacramento (Hóstia Consagrada), até sexta feira. Ocasião da experiência e reconhecimento de Cristo como nosso Alimento: Pão vivo do céu.

Sexta-feira. Chamada também de “sexta-feira maior”, este dia “encaramos” e celebramos a morte do Senhor Jesus em razão do seu amor por nós. Este é o único dia do ano que não pode ter missa. É dia de Jejum e abstinência de carne. Há apenas a adoração da Santa Cruz à tarde e a procissão do Senhor Morto. Momentos de profunda comunhão com um Deus que doa a sua vida por nós, sem reservas.

Sábado Santo. Conhecido como “Sábado Aleluia”, este é o dia da Vigília Pascal, isto é, de ficar acordado, atento e desperto para o “raiar do dia” para a explosão da luz do ressuscitado. Esta é a razão pela qual se faz a bênção do fogo. De acordo com antigo costume, neste dia pode também ser feito batismo de adulto.

Domingo da Ressurreição. Este é o auge de toda a Semana Santa. É o dia da ressurreição, da páscoa, da “passagem” da morte para a vida. O Cristo está vivo! Deus o tirou das garras da morte: “porque procurar entre os mortos aquele que está vivo?” Deste dia é que se tira o fundamento da fé Cristã. Neste dia é que está enraizada a nossa fé e a nossa religião.

Participemos por completo da Semana Santa e experimentemos a força de um Deus que ultrapassou os limites para nos SALVAR.

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS