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Diocese de Assis

 

          Fugir da miséria, da fome e da injustiça é próprio dos acomodados. Também dos incomodados. A fé cristã nos ensina e cobra com veemência a solidariedade. Quando a realidade que nos cerca é contrária ao bem-estar que almejamos ou à dignidade mínima de uma vida razoável, cabe à pessoa de fé uma ação concreta. Quando Cristo nos chama à responsabilidade fraterna é porque conta conosco na construção de um mundo mais igual, justo e humano. Daí seu apelo: “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14-16). Ou seu alerta: “Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei…, vós não entrareis no Reino dos Céus”.    

          Jesus não aponta a causa, mas a consequência dessas situações contraditórias. É o caso dos nossos indígenas, dos nossos migrantes, dos sem-teto, sem-terra, sem empregos, sem dignidade alguma…. daqueles que cruzam nosso caminho diariamente com olhares retraídos pela vergonha ou apelativos por um mínimo de atenção e solidariedade e dos quais desviamos nossa atenção, nossos olhares, nosso caminho. É o caso dos irmãos yanomamis, remanescentes de um povo dos quais roubamos tudo e para os quais oferecemos apenas indiferença e incompreensão, colocando-os em um território delimitado pela doença e destruído pela ambição dos que garimpam a falsa ilusão do ouro fácil. Aqui não mais importa o fator político, as causas sociais dos conflitos de interesses entre povos ou mesmo a inocência de muitos contra a ambição de tantos mais. Não é o caso. O que incomoda é a realidade dos que passam fome, tanto de um lado quanto do outro. Tantos os índios quanto os garimpeiros.

          Também nos assusta a miséria que campeia em outras glebas desse imenso país de riquezas muitas. Se há situações de morte, fome, desigualdade extrema, algo de muito podre corrói nossa consciência, nossa identidade cívica e religiosa numa pátria que se diz cristã. Nossa tarefa de construir uma sociedade justa e fraterna passa, obrigatoriamente, pela atitude humana da solidariedade, independente dos fatores políticos ou das circunstâncias históricas que nos conduziram a essa desigualdade. Não é hora de medirmos forças dentro do jogo político em curso, mas sim de juntarmos nossas forças para corrigir ou ao menos amenizar uma situação de injustiça na qual todos temos responsabilidades, culpa a redimir. “Dai-lhe vós mesmos de comer” exige união de forças, busca da unidade em função de uma causa que nos diz respeito, nunca omissão. Não podemos fugir de um problema por achar que nada temos com ele, por pensar que quem o provocou é que arque com as consequências, por responsabilizar o outro e assim cruzar nossos braços… Assim agem os acomodados em seus guetos de privilégios e mordomias, os covardes.

          Por outro lado, de um comentarista em rede social, vazio em seus argumentos, ouvi uma crítica que bem explica sua posição tão vazia quanto. Dizia ser esta Campanha da Fraternidade a mais “perigosa” de todas as que até aqui acompanhou. Que a CNBB está usando um discurso político sem fundamentos. Que o objetivo é apenas reativar a outrora propalada Teologia da Libertação, etc, etc. Se assim o fosse, deveríamos ignorar o Santo Evangelho de Jesus Cristo e seus desafios sempre atuais. Não foi a CNBB, nem bispos, nem padres, nem o Papa que inventou o dever da caridade. Dar pão a quem tem fome não é ação política, mas de irmãos que se amam. Quem critica tão oportuna campanha, nascida e preparada com anos de antecedência, não numa simples transição de poder, não sabe realmente nada do be-a-bá cristão. Está mais perdido do que bêbado no meio da avenida. Ou cego em tiroteio.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]




Diocese de Assis

 

          Em mais uma viagem apostólica, desta feita pelo continente africano, na República Democrática do Congo e em peregrinação ecumênica pelo Sudão do Sul, Papa Francisco exorta a sofrida população africana a não perder as esperanças diante dos flagelos mais gritantes que atingem e sempre atingiram aquele continente. Numa de suas primeiras declarações públicas, retomou um tema bem conhecido de todos nós, mas nem sempre valorizado, qual seja a identidade eclesial dos cristãos batizados. “Nós somos a Igreja”, bradou o Papa!

          Ouvir isso dentro dum ambiente tradicionalmente cristão soa como uma afirmativa lógica e banal, cujo sentido recorrente já não toca o coração de muitos. Somos Igreja e ponto final. Mas essa mesma afirmativa num contexto de guerra e perseguição religiosa, onde muitas vezes se teme proclamar publicamente a fé cristã, onde o paganismo e o antagonismo religioso é motivo de terror e morte, onde a fé cristã é tida como usurpadora de muitas tradições afro-nacionalistas ou culturais, dizer-se Igreja é quase que confessar um crime. Mas em alto e bom som, com alegria no olhar e paz no coração, Francisco proclama com orgulho a identidade cristã, como a repetir palavras de ordem do próprio Cristo diante das borrascas e tempestades contra sua barca: “Coragem, não tenhais medo!”.

          Sua segunda grande palavra de ânimo também se insere nesse contexto de contradições e perseguições contra a Igreja no mundo de hoje. Ou seja: “Não percam a esperança”. Proferida em território outrora massacrado pela escravidão, a advertência profética e apostólica de Francisco ganha um peso novo, posto ser esta a circunstância dos maiores abalos contra a fé cristã nos dias atuais. Muitos estão cercados pelo desânimo e prostração de fé diante da crescente onda agnóstica que se levanta em todos os quadrantes da terra. Aqui se constata a pior das escravidões, o servilismo humano aos poderes das trevas, a perda da liberdade religiosa e suas consequentes tribulações, posto que ser Igreja hoje requer muito mais que uma pertença a um grupo marcado por um sinal de fé; requer coragem, determinação, coerência

          Ora, o apelo do Papa é o mesmo dos tempos de Cristo, quando nos exortava a ser sal e luz do mundo,  dar sabor e tempero à insalubridade do meio em que fomos postos, ao mesmo tempo que ser sinal de contradição e luz para os que conosco caminham. Tudo continua igual. Tudo contribui para que a barca de Cristo, a Igreja que somos, prossiga sua missão transformadora neste mundo de conturbações constantes. A presença cristã é que dá sentido e sabor à vida, posto ser essa uma fé reveladora, transformadora, emissária de uma esperança maior que a realidade do mundo. Essa é a função do sal, realçar o sabor da vida, na medida exata das receitas divinas.

          Mas a medida certa não podemos esconder, nem nunca considerar segredo pessoal, só revelado aos que comungam conosco na mesa da nossa fé. Por isso, a luz não se esconde. Por isso as revelações que adquirimos ao redor da mesa eucarística devem ser alardeadas, proclamadas, mostradas ao mundo como sinais visíveis da fé que nos congrega como povo de Deus. Eis, pois, nossa fé, nossa razão única de existir e testemunhar, seja onde for, esteja onde estiver, pertença a que continente pertencer, somos filhos de Deus, somos Igreja , sal e luz… O cristão pode até rasgar sua identidade como cidadão do mundo, perder seu registro pátrio, buscar dupla cidadania, rejeitar sua origem terrena, contestar sua filiação humana, mas nunca, nem por vontade pessoal, renegar seu batismo de fé. Esse selo ninguém apaga, não tem volta.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]




Diocese de Assis

A situação do ser humano em relação à vida é de permanente busca para prolongar seus dias e de alcançar a felicidade. Isso não é tão simples e não acontece sem riscos e abismos colossais. O fato é que, em todos nós, persiste um instinto de sobrevivência e auto-preservação-conservação que procura evitar, ao máximo, dor e sofrimento, perda e derrota, morte e aniquilamento…

O prolongamento dos dias parece coincidir com o ideal de imortalidade e a busca da felicidade com o ideal do paraíso. Mas vale perguntar: “de que imortalidade se trata? Que paraíso é esse?

Marcados pelo hedonismo que é imediatista, estamos lançados numa busca desenfreada de prazer e satisfação imediata, rápida, obsessiva e compulsiva do aqui-e-agora ou do agora-ou-nunca. Essa via de realização, forjada na mente, no coração e no corpo do indivíduo está cheia de armadilhas.

Este é o império do instinto que permite uma busca insana, desregrada e desenfreada. Ora, instinto é sempre instinto e, como tal, mostra-se desmedido e inconseqüente revelando-se, ao mesmo tempo obsessivo e transgressor nas suas pretensões, buscas e auto-afirmação. Via de regra, o instinto não mede o custo de sua auto-afirmação e, quando o pretendido não é realizado, salta-se, imediatamente, para compensações.

De uma maneira ou de outra, todas as pessoas querem se salvar. Mas, infelizmente, preservando-se e/ou poupando-se de tudo e de todos, cava-se uma enorme sepultura numa satisfação hedonista do sexo, do poder, da fama, da moda, do dinheiro, do status, da ostentação, das armas, da violência, das vantagens…

O tempo não basta para quem a vida é só prazer. O mundo é pequeno para quem a regra é somente o instinto. Não há salvação possível para quem vive a vida numa insatisfação doentia.

Temos tudo, mas nada nos pertence. Aliás, a situação da vida no mundo tem seus condicionamentos na dor, no sofrimento, na perda, na derrota, na morte… Quanto mais fugimos disso, mais vivemos uma vida como um faz de conta. Ora, não dá para viver no mundo como se estivéssemos nas nuvens; não é possível conviver com os outros como se fossemos anjos. Viver tem um preço de dor e sofrimento, de perda e dano, de renúncia e morte.

A vida alcançará seu verdadeiro sentido quando entendermos que este mundo não é morada definitiva e nem garantia de felicidade plena. As promessas deste mundo tem seus limites e deve nos fazer voltar os olhos para o infinito; para o alto; para Deus. Querendo salvar-nos a nós mesmos, caímos no risco de querer salvar-nos sem Deus. E isso é trágico!

Em termos de fé, a salvação é um dom de Deus, tanto para esta vida como para a vida eterna. A salvação não é uma promessa para depois da morte. A salvação é plenitude da vida que tem sentido agora, em meio às enormes e renhidas lutas e, esperança no amanhã, em meio às incertezas e apreensões do futuro.

Deus não somente salva, ele é a salvação! Por isso, por uma questão de fé, devemos voltar o nosso olhar para Deus, sem medo ou desconfiança e, entregando-nos a ele, permitir que ele nos salve. Tanto na vida presente como na vida futura, ainda, neste mundo e, tanto mais depois da morte, no céu.

A Palavra de Deus nos permite uma nova perspectiva de vida na fé, além de nos colocar diante da liberdade frente a salvação, oferecida por Deus como um Dom. Por isso vale a pena algumas revisões pela palavra: Am 6,1.4-7: Ai dos que vivem tranqüilos e se sentem seguros em seus desvios e crimes; Is 29,15-24: Ai daqueles que procuram esconder-se de Javé para ocultar seus próprios projetos; Pr 3,27-34: É preciso usar de sabedoria nos atos e nas escolhas da vida; Jo 15,1-6: Quem fica unido a mim, e eu a ele, dará muito fruto, porque sem mim vocês não podem fazer nada; 1Tm 6,11-16: Você, porém, homem de Deus, fuja de tudo o que destrói (…) Combata o bom combate da fé; Lc 16,19-31: Dêem ouvidos a Moisés e aos profetas para corrigir seus usos e costumes, para salvar a sua vida.

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS




Diocese de Assis

 

 

          Que a vida é uma grande aventura não é preciso dizer. Ela sempre nos diz isso, desde seu início até seu derradeiro dia. Vivemos uma grande aventura neste mundo de Deus. Com princípio, meio e fim, mas sem dia, nem hora marcada para se chegar ao ponto final, ao objetivo que nos faz participar dessa maratona de surpresas, descobertas e motivações, eis que ela nos aponta um código de conduta existencialista, cujo nome não importa agora, mas queira ou não, está presente na consciência de todos os que aqui aportam. Ou seja: nesta aventura existem regras para bem-viver.

          Toda e qualquer religião tem lá seus parâmetros existencialistas. Mesmo fora dos princípios religiosos, há também os princípios morais ou sociais, que balizam a existência humana, mostrando ao indivíduo como chegar lá de maneira limpa, honesta, sem ultrapassar as normas básicas duma vida sensata ou ao menos coerente com a ética e seus valores básicos. Cada qual no seu quadrado, a regra tem em comum uma única exigência: respeito aos semelhantes. Eis aqui o mais puro dos valores humanos.

          Mas como seria a orientação cristã para melhor participação nossa nessa aventura? São Paulo, o pregador dos dois lados, pois também foi um excelente doutrinador do paganismo, um dia nos escreveu: “Deus escolheu o que o mundo considera estúpido , para assim confundir os sábios” (1Cor 1,27). Bem o disse aquele que um dia caiu do cavalo com todas as suas teorias e dogmas de vida. O mais estúpido dos códigos de conduta na vida era destinado aos seguidores de Jesus. Segundo Mateus, esse código se resume em nove regrinhas bem contraditórias com os princípios do mundo. Senão vejamos:

          Jesus começa exaltando os pobres, os excluídos e marginalizados que, no pensar e no dizer da sociedade, são os castigados em vida por não possuírem as benesses dos prazeres advindos da riqueza. Esses, sim, são os bem-aventurados, os privilegiados, os primeiros a chegar no Reino dos Céus. Mas além do fator pobreza, que se estende aos desapegados e místicos  capazes de uma vida de simplicidade, há também os que se afligem neste vale de lágrimas e anseiam por transpor seus umbrais na esperança de uma vida diferente. Este é o segundo grupo de bem-aventurados na fé cristã.

          Aos mansos, aqueles que vivem um dia após o outro dando graças e louvores pelo privilégio puro e simples de aqui estar, aos puros de coração e alegres com o pouco ou muito que pensam receber, está confiada a posse da terra, isto é, saberão conduzir suas vidas sem o apego do egoísmo ou da autolatria que sufoca a muitos. Àqueles que clamam e lutam pela igualdade de direitos, pela justiça sem parcialidades, por saciar essa fome e sede tão natural entre os que buscam um mundo novo, está prometida uma saciedade completa. É a quarta categoria dos agraciados pela esperança cristã.

          Porém ao grupo daqueles que olham o mundo com o olhar misericordioso de Deus a promessa é simplesmente recíproca: alcançarão misericórdia. Tal qual os puros de coração, os que se deixam conduzir pelos impulsos de uma alma em sintonia com o coração de Deus. Estes contemplarão o rosto do Pai. Igualmente os benditos promotores da paz no mundo em constante conflito, em luta permanente com interesses e guerras pessoais e contrários ao belicismo das nações que pensam dominar o mundo. Neste grupo se inserem os que são perseguidos por sonharem e lutarem pela justiça não dos homens, mas de Deus.

          Por último, os cristãos perseguidos. Neste grupo estamos todos, se é que nossa fé se enquadra nas oito circunstâncias acima descritas. Se assim o for, seremos perseguidos e injuriados. Se não, desconfie do seu cristianismo.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]




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Quem sou eu? Com esta pergunta básica-fundamental nos colocamos diante da existência, como seres únicos e irrepetíveis; nos afirmamos, como pessoa, diante de uma multidão de existentes; nos lançamos para frente, assumindo um caminho e uma caminhada; nos relacionamos com o mundo e descobrimos nossa identidade; nos formamos abraçando nossa vocação e missão.

Os processos da vida, não acontecem sem conflitos, crises e rupturas. Todos nós somos frutos de muitos embates e lutas internas e externas. Assim vamos sendo feitos, na forja da vida. Do nascer à morte, vamos sendo moldados.

Para a fé, isso é um princípio! É uma verdade que nos acompanha e que nos permite ser o que somos. Ninguém nasce pronto e acabado. Pouco-a-pouco, vamos sendo feitos, até a plenitude.

PE. Edvaldo Pereira dos Santos

Porque a vida é um processo de construção, isso não significa que somos uma folha em branco que precisa ser escrita ou preenchida por algo que não temos ou que não somos. Não! Isso não. Trata-se, antes de tudo, de um processo, paulatino, de autoconsciência, auto-aceitação, autoapropriação… combinado com uma gama de traços culturais, sociais, econômicos, familiares, religiosos, teológicos, transcendentais, sexuais, afetivos, emocionais, sentimentais… Na verdade, nós somos um complexo humano ligado por muitos pontos de conexões. Sendo essa a nossa complexidade existencial, temos um devir histórico que ultrapassa todos os modismos, achismos, reducionismos e febre da democracia de gênero e não gênero; dos determinismos de fé e não fé, do dualismo de bem e de mal, do liberalismo da política e da economia e todos os abismos cismáticos desta nossa época de crise de identidades e sentidos.

A Sagrada Escritura nos ajuda a visualizar e pontuar o caminho da ressignificação humana, a partir do senso criativo e missionário de Deus em relação ao ser humano, obra de suas mãos.

No livro do Profeta Amós 7,12-15 encontramos a expressão: “Foi Javé quem me tirou de trás do rebanho, e me ordenou…”, sobre o bonito processo de autoconsciência do profeta que, diante da missão recebida, autocompreende-se e assume sua identidade e vocação.

“Então Amasias disse a Amós: “Vidente, vá embora daqui. Retire-se para a terra de Judá. Vá ganhar a sua vida fazendo lá suas profecias. Não me venha mais fazer profecias em Betel, pois isto aqui é o santuário do rei, e é templo do reino”. Amós respondeu a Amasias: “Eu não sou profeta, nem discípulo de profeta. Eu sou criador de gado e cultivador de sicômoros. Foi Javé quem me tirou de trás do rebanho, e me ordenou: ‘Vá profetizar ao meu povo Israel’.”

Na carta de São Paulo aos Efésios 1,3-14 encontramos um lindo bendito da graça sem limite, do complexo humano, afirmado sobre o amor de Deus.

“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo: Ele nos abençoou com toda bênção espiritual, no céu, em Cristo. Ele nos escolheu em Cristo antes de criar o mundo para que sejamos santos e sem defeito diante dele, no amor. Ele nos predestinou para sermos seus filhos adotivos por meio de Jesus Cristo.”

Mas, é o próprio Jesus, no Evangelho de Marcos 6,7-13, quando do envio dos doze, em missão, dá o panorama da vida, vocação e missão: vencer os males do mundo e suas impregnações diabólicas nas pessoas:

“Jesus começou a percorrer as redondezas, ensinando nos povoados. Chamou os doze discípulos, começou a enviá-los dois a dois e dava-lhes poder sobre os espíritos maus. Jesus recomendou que não levassem nada pelo caminho, além de um bastão; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura. Mandou que andassem de sandálias e que não levassem duas túnicas.’(…) Então os discípulos partiram e pregaram para que as pessoas se convertessem.”

Aquele que nos fez e, nos conhece, nos apresenta a nós mesmos; à nossa vocação e missão!

PE. Edvaldo Pereira dos Santos




Diocese de Assis

 

          Chegamos a uma encruzilhada capaz de moldar nossas opções. Aliás, toda e qualquer encruzilhada sempre nos obriga a uma escolha, seguida do desejo de acertar e seguir o melhor caminho. A opção pelo Cristo, por seu seguimento e obediência a seus ensinamentos, também é uma dessas escolhas que um dia fizemos, faremos ou não. De uma forma ou de outra, essa opção religiosa exige uma atitude de coerência, o chamado testemunho de fé. Sem este, não há porque se dizer cristão. O testemunho é tudo na prática cristã.

          Foi essa a atitude mais marcante na história de vida de João Batista, o primeiro dos cristãos ainda no ventre da mãe, o primo consanguíneo que por primeiro anunciou a novidade cristã: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. Isso não era um simples anúncio, um presságio qualquer, mas a mais profunda das certezas semeada e germinada com o vigor do coração profético daquela tênue voz… Aquela “voz que clama no deserto”, como diria Jesus, era portadora da mais pura das verdades ansiada e desejada por gerações milenares, que escreveram suas histórias ao custo de muita dor, sofrimento constante, mas esperança sempre renovada. “Eu vi e dou testemunho”, diria o profeta.

          Esse profetismo e testemunho incondicional, quase um pacto de sangue em prol da verdade messiânica, está se esgotando nos dias atuais. Estamos atravessando tempos nebulosos e de gritante arrefecimento da fé. Muitas cabeças hoje rolam, mas não como rolou a de João, entregue de bandeja aos caprichos e ciúmes de Salomé, a filha da  rainha, corrompida pelo pecado da ambição, do poder, da vaidade sem limites. Salomé, a serpente dos apelos mundanos, tem agora outras facetas, mas a mesma perversão daquela que persuadiu o rei. Continua idêntica em seus sorrateiros ataques à ingenuidade daqueles que a ela se submetem, pois todos os que se deixam enganar pelas seduções das belezas e ilusões mundanas, colocam a própria cabeça a prêmio. Com uma diferença: essa sentença, ao contrário daquela que vitimou o inocente Batista, fazem por merecer. Os palácios dos homens que cultuam a vida e seus prazeres, mas desdenham da dor e sofrimento da grande maioria de semelhantes ao largo dos seus reinados, não podem, não devem, não merecem proteção alguma das forças sobrenaturais que – estas sim – governam o mundo.

          Dia mais, dia menos, daremos conta do prejuízo que a incerteza na fé está propiciando à vida. Reconhecer o “Cordeiro de Deus”, que passa entre nós, é fácil, possível a qualquer vivente possuidor de um mínimo de razão ou consciência. Porém testemunhar sua autenticidade e ação exige comprometimento público. E aqui é que são elas. Nem sempre se é capaz de colocar em risco privilégios, mordomias, status ou mesmo prestígio político-social. Nem sempre a visão da fé é capaz de ampliar os horizontes da triste realidade do ceticismo, hedonismo e secularismo que hoje limita nossas atitudes testemunhais e aumenta nossas preocupações meramente transitórias. Deus é mais. É aquele que passa e tira o pecado do mundo! Purifica com água, mas batiza com fogo!

           Testemunhar é penetrar nessa fogueira, nesses mistérios de amor e fé. Batismo de Fogo é o nome… Quem realmente deseja ver restaurados os valores cristãos e humanos no mundo que hora ocupamos, precisa imergir nessa fogueira que queima sem consumir, que abrasa sem nunca esfriar, que brilha sem deixar sombras… A fé verdadeira, simples como a pomba, cristalina como a mais pura água, só será vencedora se forjada no fogo do Espírito que nos governa. “Eu vi e dou testemunho: este é o Filho de Deus!” (Jo 1,34).

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]

            




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Compreender o mundo é um esforço que passa, não apenas, pelo poder letrado das pessoas porque, não é uma obra de especialistas. Na verdade, antes de ser macro, o mundo é micro. Isso significa, em primeiro lugar, que o mundo tem o tamanho do espaço, do tempo e das relações onde cada um vive e atua. Assim, o mundo deve ser compreendido, antes de tudo, a partir da minha relação com este mundo porque, cada um vê o mundo a partir do lugar em que ele está e, esse lugar não é somente geográfico mas, político, econômico, religioso, cultural, afetivo, ideológico… São vários filtros que nós usamos para “ver” o mundo. Por isso é que se diz: “cada ponto de vista é visto de um ponto”.

Enquanto compreensão, o mundo é micro, antes de ser macro. Mas não são vários mundos: são dimensões diferentes. Portanto, há que se ponderar que nada, neste mundo, é absoluto. Tudo é relativo, a não ser, por exemplo, princípios como o respeito à vida e à dignidade.

O mundo é uma realidade complexa, então, compreender o mundo é, também, uma obra complexa que deve levar em conta a responsabilidade de cada um na verdade sobre o mundo. Quem olha para o mundo o vê a partir de dentro e não de fora. E, não tem como se isentar. Por isso, todos somos responsáveis, por ação, por omissão ou por conivência.

A responsabilidade não é uma régua para medir culpa e nem fazer acusações mas, um fator de correspondência que, deixa claro como cada um está implicado nas relações e acontecimentos, que movem o mundo onde cada um está imerso. Responsabilidade não é uma câmera escondida que exerce vigilância para inibir ou incriminar mas, um luzeiro que deixa em exposição os atos de cada um no exercício de suas crenças, vontades e liberdade.

A responsabilidade é, o tempo todo, uma resposta nossa que nos envolve por inteiro, dos pés à cabeça; é a nossa marca onde passamos e onde agimos; é nossa digital existencial; é nosso carimbo. É pessoal mas, pode ser, também, familiar, comunitária, social…

É de se perguntar: Que noção temos de nossa responsabilidade? Sabemos que a responsabilidade define exigências sobre nós? Temos consciência de que não estamos isentos? Entendemos que a responsabilidade também tem níveis de corresponsabilidade?

As vezes é mais fácil culpar do que responsabilizar porque, a culpa se refere a um ato determinado e, as vezes isolado. A responsabilidade não! A responsabilidade não é, simplesmente, culpa porque, além do ato culpável, olha para as conseqüências do ato que, pode ser individuais e/ou sociais, locais e/ou universais, pequenas e/ou grandes, reparáveis e/ou irreparáveis, imediatas e/ou mediatas, presentes e/ou futuras…

Pensar, na linha da responsabilidade, nos leva a enxergar o universo mais abrangente de todas ações ou omissões humanas e o espectro de suas conseqüências. Por isso, antes de uma sentença de culpa, a responsabilidade chama a cada um para prestar contas de suas responsabilidades e compromissos.

Todos nós somos responsáveis: querendo ou não, sabendo ou não, conscientes ou não, livres ou não, crescidos ou não…

A responsabilidade não é uma escolha, é uma conseqüência! Nesse sentido, quanto mais consciência de nossa responsabilidade, melhor será a nossa resposta.

Sejamos responsáveis porque é assim que todos devemos ser tratados; porque este é o estágio desejável do crescimento e da maturidade humana; porque esta é a nossa razão de ser; porque este é o nosso maior legado!

 

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS




Diocese de Assis

 

 

          Quando o cardeal alemão Joseph Ratzinger, responsável pela área de Doutrina e Propagação da Fé dentro da Igreja Católica, foi proclamado Papa, em 19 de abril de 2005, um clima de preocupação tomou conta de grande parte do clero no mundo.  Estava no auge, especialmente nos países latino-americanos, a corrente doutrinaria conhecida como Teologia da Libertação, da qual o cardeal tornou-se crítico ferrenho, colocando em “silencio obsequioso” vários teólogos da berlinda, dentre os quais seu aluno “dileto”, o brasileiro Leonardo Boff. As trocas de farpas entre ambos eram conhecidas de todos, mas agora ter um papa como oponente nas ideias teológicas era ter um opositor de peso. Levou anos para se serenar esse conflito teológico, porém venceu a genialidade e extraordinária clareza ideológica do velho e bom professor.

           Bento XVI, como escolheu ser chamado, assumiu seu pontificado com a mão forte de alguém que bem conhecia o terreno onde pisava. Comandou por oito anos o rebanho de Cristo, com firmeza e determinação sem precedentes dentro da guerra ideológica que quase dividia a Igreja na época. Dizia em sua clareza pastoral:” Se alguém criticar a Igreja, não silencie… Defenda-a com coragem, pois ela é nossa Mãe”. E assim o fez durante seu pontificado, até que, num gesto de abnegação extremada, renunciou! Como assim? O primado de Pedro não é vitalício? Estaria ou não se contradizendo em seu ministério, se perguntavam seus seguidores e os grandes historiadores da era cristã. Houve já casos similares na história da Igreja, mas isso não seria omissão?

          O tempo nos provou a genialidade desse gesto. Sentindo suas forças se esvaírem e as limitações temporais impedirem maiores audácias em suas ações de líder maior do rebanho de Cristo, nada mais justo que ceder espaço a alguém com maiores vitalidades. Não seria justo continuar ocupando aquela cátedra quando o governo de um rebanho exigia mais lucidez e dedicação integral. Renunciou, sim, mas ficou na retaguarda. Como bem disse recentemente seu sucessor, o Papa Francisco: “O silêncio de Bento XVI é que tem governado a Igreja”. Seu silêncio e suas orações.

          Tão verdade essa afirmativa, que, ao completar seus 95 anos, em 18 de junho de 2022, em Munique, Alemanha, o Papa Bento comentou sobre essa sua “missão” orante pela Igreja, centro de suas preocupações e intercessões junto a Deus. Falava a seu secretário dessa sua constante preocupação, apesar de sentir a proximidade de seu fim terreno e pedir a Deus que abreviasse seus dias. Ansiava por um encontro com seu Senhor. Deixou então escapar uma afirmativa bem pessoal: “Nunca teria acreditado que seria tão longa a última parte do caminho” … Só mesmo uma alma sedenta de um encontro definitivo seria capaz de formular tão estranho, mas suave desejo!

          Esse foi Bento, o Papa que perdemos no limiar desse ano de muitas luzes e trevas, muitas esperanças e decepções, muitas derrotas e conquistas… Bento XVI, o Bentinho para alguns que se sentiam intimo pela sua pureza e simplicidade, mas o Ratzinger temido e respeitado por aqueles que se arvoravam em suas teologias e dogmas doutrinários, o alemão que abriu mão de seus carismas e poderes dentro da Igreja institucionalizada, para ser somente uma voz orante, deixou-nos um testemunho questionador ao escrever recentemente, quase as portas de sua morte: “Em breve me encontrarei diante do juiz supremo. Embora olhando para trás em minha longa vida eu possa ter tantos motivos para tremer e temer, ainda assim estou com o coração feliz porque confio firmemente que o Senhor não é apenas o juiz, mas ao mesmo tempo o amigo e irmão que já sofreu ele mesmo minhas insuficiências e, portanto, como juiz, é ao mesmo tempo meu advogado”.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]

 

 




Diocese de Assis

 

          Em tempos de mudanças e expectativas, como em qualquer final de ano, o coração humano se enche de planos e sonhos renovados. Natural e positivo tal comportamento. Como também natural e positiva a renovação espiritual daqueles que acreditam na força interior de suas opções religiosas. Especialmente para aqueles que vivem uma espiritualidade encarnada e conflitante com o mundo. Um mundo cada dia mais agnóstico.

          Posto esse cenário, vem a questão: Como viver a fé em meio à descrença de muitos? Para nós, cristãos, essa é nossa prova dos nove, ou seja, o destemor e a alegria devem ser nossas características primeiras. Desafiar o mundo com espadas ou ironias não são armas apropriadas para quem se diz (ou ao menos tenta ser) um emissário da Paz que vem do alto. As armas do cristão são suas mãos vazias, estendidas na ação de solidariedade com o próximo ou unidas em louvor constante às dádivas que vem dos céus. Mãos que se usam na ação e na oração.  Não nos competem os argumentos da força, da coação, da discórdia, da violência ou do ódio, comuns entre aqueles que ignoram os princípios básicos da fraternidade que sonhamos. Se o mundo rejeita esse caminho, lembra-nos que por primeiro já rejeitou aquele que se fez o Caminho, Verdade e Vida. Mas Ele está voltando…

          Por uma dessas ironias que a realidade aparentemente oposta faz aos princípios da fé cristã, um irmão missionário escreveu-me o seguinte texto, nesta semana: “Já vi jovens usando camisetas com a mensagem ‘Lúcifer está voltando’. Se existir blasfêmia maior contra Deus, essa é uma delas”. Obrigado Adroaldo. O pior não é o anúncio de uma possível e gloriosa volta demoníaca, pois esta acontece deste o princípio da nossa história. Lúcifer sempre esteve conosco, nunca nos deixou. Essa é a verdade. Mas também é verdade que sua ação no mundo se intensifica de quando em vez. Como nos dias atuais. Lúcifer está deitando e rolando entre nós. E, por certo, dando boas e terríveis gargalhadas.

          Todavia, o Advento cristão renova nossas esperanças. Contemplar um Cristo menino numa manjedoura é alimentar as expectativas de um mundo melhor à luz das promessas de Deus. É contemplar a simplicidade e a grandiosidade da Promessa. E essa também é textual em nossas vidas: “Ele será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo… e o seu reino não terá fim” (Lc 1, 32-33). Não há o que temer diante da solidez dessa promessa. Não só nos dá certezas de vitória, como também enche nossos corações de alegrias e esperanças redobradas. “Ainda um pouco de tempo, e já me não vereis; e depois mais um pouco de tempo e me tornareis a ver”. (Jo 16,16). Não podemos limitar esse espaço de espera ao tempo já passado (em especial aqueles três dias de morte e ressurreição), nem à promessa de “um advogado” o paráclito a defender nossas causas, mas também e principalmente à sua volta gloriosa “a julgar os vivos e os mortos”, a fazer a justiça que almejamos com ansiedade…

          Então a injusta perseguição, incompreensão, intolerância e cinismo do mundo contra os princípios cristãos cairá por terra. Porque fomos resgatados ao preço da dor. Porque “outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor: comportai-vos como verdadeiras luzes” (Ef 5,8). Porque, mesmo diante de uma realidade antagônica ao que imaginamos e sonhamos ou à aparente decepção humana diante da Criação divina, aquela em que Ele só viu perfeição, nossa esperança ainda é maior e mais sólida. O caos nunca existirá para quem espera e confia. Porque Ele voltará triunfante, num novo Natal de luzes. E seu Reino não terá fim.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]

 

           




Diocese de Assis

O tempo presente é de Festa: há todo um ritual de preparação até chegar para o momento. O Natal não é simplesmente festa, é festa litúrgica, por isso compartilho com todos uma reflexão sobre festa.

Festa é a linguagem mais completa e eloqüente da vida humana. Festa é um patrimônio da humanidade. Uma festa traduz, sempre, de modo grandioso, as verdades, os valores e a beleza existente no nascimento e na morte, nas lutas e nas labutas, nas alegrias e nas tristezas, nas vitórias e nos fracassos, nas perdas e nos ganhos, nas conquistas e nas derrotas, nas dúvidas e na fé de todos nós.

Festa é sempre Celebração da Vida. E sua perpetuação é garantida pelos ritos, símbolos, gestos que ocupam o imaginário das pessoas, ultrapassando a linha do tempo e as fronteiras sócio-culturais.

Festa litúrgica é tudo isso, só que vivido e experimentado dentro de uma perspectiva religiosa porque remete à esfera do Divino e do Sagrado todo o sentido e o valor do que está celebrando. Isso quer dizer que, o enfoque, a razão primeira e o motivo fundamental da Celebração são as obras de Deus na vida humana e, por conseguinte, a atração, o fascínio, o impacto, a emoção, o calor e os sentimentos experimentados em razão destas “obras exemplares”.

Quando olhamos a Sagrada Escritura, nos deparamos com uma enormidade de festas, ligadas, principalmente, ao universo simbólico do mundo agro-pastoril, porque este é o eixo da existência e da sobrevivência do povo da Bíblia. Encontramos a festa das Tendas, do Dia da Expiação, dos Tabernáculos, da Páscoa, do Sábado, de Pentecostes e muitas outras festas. Com isso, a Tradição Bíblica nos ensina que, a razão de ser das festas é manter viva a memória histórica dos grandes feitos de Deus e o senso de valor e pertença a esta história. Na Sagrada, Escritura, portanto, festa é um SINAL de algo primoroso: a relação entre Deus e os homens.

O Cristianismo conservou as festas no bojo de sua concepção teológico-doutrinária garantindo-lhes o sentido místico mas, aprofundando e desenvolvendo seu poder pedagógico para iniciar e inserir as pessoas no mundo do sagrado e da fé, a partir das ricas experiências de Deus feitas pelo Povo de Israel.

O Catolicismo, depositário de uma herança de fé milenar, mantém a mesma tradição bíblico-cristã das festas, como espaço genuíno de celebração da vida e das grandes obras de Deus. E perpetua, através delas, aquele senso de valor e de pertença à História de Salvação que os nossos antepassados viveram e que continua sendo atual e verdadeira para nós.

O Cristianismo, num período importante de auto-afirmação, suplantou os cultos pagãos politeístas e a festa ao Deus sol com a festa do único Deus e Sol verdadeiro: o Cristo. Sendo assim, o dia 25 de dezembro foi consagrado para celebrar a Festa do Natal de Jesus.

O natal como celebração do Nascimento de Jesus é um marco referencial porque, estabeleceu o início de um novo tempo, tanto no calendário como na história da humanidade. O Natal é um divisor de águas entre para a fé, a cultura e para a sociedade.

O Sentido bíblico do natal começa com uma promessa de Deus: “Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe porá o nome de Emannuel – Deus-conosco” (Is 7,14). Deus cumpre a sua promessa: “quando se completou o tempo previsto, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher” (Gl 4,4).  Assim, “a Palavra de Deus se fez homem e habitou entre nós” (Jo 1,14).

Natal é a festa universal da Encarnação de Deus na vida e na história humana. O nascimento de Jesus confirma e cumpre o propósito de Deus em relação a nós: nos resgatar, nos recuperar do pecado e nos salvar.

A ordem é festejar! Nós somos festa! Vida longa a todos nós para que, depois das festas na terra, alcancemos celebrar a festa no céu! Feliz Natal a todos. Que o menino Jesus seja, de fato, a novidade da festa que celebramos.

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS