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Dioicese de Assis

 

          “Desejei muito comer com vocês esta ceia pascal, antes de sofrer” (Lc 22, 15). A partir da formulação desse desejo de Cristo, Papa Francisco inicia sua nova Carta Apostólica “Desiderio Desideravi”, (Desejei Ardentemente) sobre a formação litúrgica do Povo de Deus. Publicada no dia 29 de junho de 2022, dia de São Pedro e São Paulo, a nova encíclica chega num oportuno momento onde questões litúrgicas têm proporcionado discussões e posições antagônicas entre muitos segmentos do clero, dado a polarização de ideias e modismos que se observam dentro da Igreja. Uns muito adiante, outros retrocedendo ao passado. Uns excessivamente condicionados ao rito, outros negligentes na forma e conteúdo ou vazios da espiritualidade que o ato litúrgico requer. Então, que se restaure a essência desse banquete.

          Francisco reage ao indiferentismo sacramental, lembrando serem eles (os sacramentos) um dom de Deus, “porque todo dom, para ser dom, dever ter alguém disposto a recebe-lo” (3). Lembra-nos que a Ultima Ceia foi o ápice de todos os ritos sacramentais. “Ninguém ganhou um lugar naquela Ceia. Todos foram convidados. Ou melhor dito: todos foram atraídos para lá pelo desejo ardente que Jesus tinha de comer aquela páscoa com eles” (4). Portanto, quando vamos à Missa é porque o Senhor nos quer unidos ao redor de sua Palavra e nos alimenta com seu amor, com seu corpo e sangue transubstanciados. Nada ali é encenado, exibido simbolicamente, pronunciado para paredes indiferentes, mas “tudo dEle passou para a celebração dos sacramentos” (9). Porque “na Eucaristia e em todos os sacramentos é-nos garantida a possibilidade de encontrar o Senhor Jesus e de fazer chegar até nós a força do seu mistério pascal” (11).

          A Igreja, como tal, é presença viva do Corpo de Cristo no mundo. Lembra-nos Francisco: “O paralelo entre o primeiro Adão e o novo Adão é notável: assim como do lado do primeiro Adão, depois de tê-lo lançado em sono profundo, Deus fez surgir Eva, assim também do lado do novo Adão, adormecido o sono da morte na cruz, nasce a nova Eva, a Igreja” (14). E conclui: “O sujeito que atua na Liturgia é sempre e somente Cristo-Igreja, o Corpo místico de Cristo” (15).

          Não realizamos uma mera cerimônia decorativa, mas uma verdadeira ceia com a presença real do Senhor da Festa, o dono da casa, aquele que nos reuniu na sua graça, no seu amor. “O início de cada celebração me lembra quem eu sou, pedindo-me para confessar meu pecado e convidando-me a implorar a Maria sempre virgem, os anjos e santos e todos os meus irmãos e irmãs que rezem por mim ao Senhor nosso Deus” (20). Nosso Ato Penitencial nos lembra nossa indignidade. Esse “encontro com Deus não é fruto de uma busca interior individual por Ele, mas é um acontecimento dado” (24), não um ato simbólico, mas “a maravilha de quem experimenta o poder do símbolo” (26). Quem penetrar nesse mistério entenderá a razão de Deus sempre ocupar o primeiro lugar em nossas vidas. “A liturgia é a primeira fonte de comunhão divina, na qual Deus compartilha sua própria vida conosco” (30).

          O Papa reitera: “Recordemos sempre que é a Igreja, o Corpo de Cristo, que é o sujeito celebrante e não apenas o sacerdote” (36) “Não é autêntica uma celebração que não evangeliza, assim como não é autêntica uma proclamação que não conduz ao encontro com o Ressuscitado’ (37). Uma Eucaristia bem vivenciada é aquela que transforma nosso pão em “pão vivo descido dos céus”, mas também, segundo palavras de Leão Magno, deve “tornar-nos aquilo que comemos”. E bebemos…

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]

 

 

 




Diocese de Assis

 

Neste mundo, ninguém é mais e ninguém é menos: todos somos humanos. Nossas forças e nossas fraquezas se assemelham, assim como se assemelham nossa dignidade. O que nos diferencia é muito menor do que o que nos assemelha. Por isso, seja qual for a nação, o time de futebol, o partido político, o gênero, a vertente ideológica.. à qual cada um pertença, isso deveria importar menos, do que o que cada um é, em si: humanos. É a humana vida que deveria servir como referência do respeito, da valorização, do reconhecimento de cada um. Mas, a gente escolhe o que é menos para nos referirmos a alguém que, é muito maior e melhor e que não cabe em referências quantitativas. Porque, na verdade nossos valores fogem à quantificação.

Mas, devemos entender, entretanto, que o fato de sermos semelhantes em dignidade humana, ninguém é igual a ninguém; cada um é único. E o que torna alguém único e, com razão, irrepetível é qualidade que não se sobrepõe ao que nos assemelha, mas, especifica porque não somos produtos de uma forma e, nem tão pouco, uma linha de produção em série.

O que cada um traz de diferente, em si, o aproxima, ainda mais, de todos os outros diferentes. Por isso é injusta, desnecessária e desprovida de sentido toda forma de competição, rivalidade e disputa. O que cada um é, de diferente, o será para sempre e com tudo o que lhe é próprio. O que todos nós somos, de semelhante, o será para sempre e nos manterá unidos no misterioso laço, através daquele que é, por natureza, semelhante em essência, porque a semelhança que compartilhamos vem dele.

Que haja ternura entre nós!

Assim diz o profeta Oséias, em nome do Senhor: “Eu me casarei com você para sempre, me casarei com você na justiça e no direito, no amor e na ternura. Eu me casarei com você na fidelidade e você conhecerá Javé” (Os 2,21-22).

A ternura é a virtude da atração por semelhança; é o bem querer sem esforço que brota de nossas entranhas e nos mantém em sintonia com ou sem palavras; é o laço invisível que nos prende de maneira simples e na liberdade.

Que haja ternura entre nós!

Paulo que, descobriu a força e a necessidade da ternura em Cristo, nos mostra e ensina como isso deve acontecer em sua carta aos Filipenses.

Cristo, modelo da ternura (Fl 2,1-11)

“Portanto, se há um conforto em Cristo, uma consolação no amor, se existe uma comunhão de espírito, se existe ternura e compaixão, completem a minha alegria: tenham uma só aspiração, um só amor, uma só alma e um só pensamento. Não façam nada por competição e por desejo de receber elogios, mas por humildade, cada um considerando os outros superiores a si mesmo. Que cada um procure, não o próprio interesse, mas o interesse dos outros. Tenham em vocês os mesmos sentimentos que havia em Jesus Cristo: Ele tinha a condição divina,mas não se apegou a sua igualdade com Deus. Pelo contrário, esvaziou-se a si mesmo,assumindo a condição de servo e tornando-se semelhante aos homens.Assim, apresentando-se como simples homem, humilhou-se a si mesmo,tornando-se obediente até a morte,e morte de cruz! Por isso, Deus o exaltou grandemente,e lhe deu o Nome que está acima de qualquer outro nome; para que, ao nome de Jesus,se dobre todo joelho no céu, na terra e sob a terra; e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai.”

Conversão à ternura (Fl 2,13-17)

“De fato, é Deus que desperta em vocês a vontade e a ação, conforme a sua benevolência. Façam tudo sem murmurações e sem críticas, para serem inocentes e íntegros, como perfeitos filhos de Deus que vivem no meio de gente pecadora e corrompida, onde vocês brilham como astros no mundo, apegando-se firmemente à Palavra da vida. Desse modo, no Dia de Cristo, eu me orgulharei de não ter corrido ou me esforçado em vão.”

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS




Diocese de Assis

A cultura do simulacro invadiu de vez as igrejas nas mais diversas denominações cooptando-lhes signos, símbolos, sinais, ritos, liturgias, linguagem, palavra, discurso e teologia.

Para piorar a situação, no meio de tantas falsificações e distorções existentes no mundo, não é difícil descobrir falsificações e distorções no conjunto das práticas religiosas, uma vez que a religião que, sempre foi alvo das pretensões e justificativas do poder, continua servindo aos caprichos da hipocrisia de muitos profissionais da política não política e seus horrores.

Desavergonhadamente, muitas instituições religiosas com seus líderes e lideranças vendem-se e barganham o universo do sagrado, prostituindo suas legítimas epifanias, mediações e serviços, como se fossem produtos e mercadorias.

Jesus sempre questionou os horrores e promiscuidade religiosa dos que cooptam e corrompem a religião. Não poupou palavras, discursos, anúncios e denúncias contra o servilismo do templo.

A Justiça do Reino aparece, na pregação de Jesus, como a via reparadora de toda deturpação, hipocrisia e falsificação da religião do seu tempo e, em bom tempo, para o nosso hoje.

No sermão da montanha, em Mateus 5,1-20, Jesus apresenta um verdadeiro programa de conversão religiosa:

As bem aventuranças, como anseio por um mundo melhor (Mt 5,1-12)

“Jesus viu as multidões, subiu à montanha e sentou-se. Os discípulos se aproximaram, e Jesus começou a ensiná-los: ‘Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu. Felizes os aflitos, porque serão consolados. Felizes os mansos, porque possuirão a terra. Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Felizes os que são misericordiosos, porque encontrarão misericórdia. Felizes os puros de coração, porque verão a Deus. Felizes os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. Felizes os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino do Céu. Felizes vocês, se forem insultados e perseguidos, e se disserem todo tipo de calúnia contra vocês, por causa de mim. Fiquem alegres e contentes, porque será grande para vocês a recompensa no céu. Do mesmo modo perseguiram os profetas que vieram antes de vocês’.”

A força do testemunho, como desalienação pessoal (Mt 5,13-16)

“Vocês são o sal da terra. Ora, se o sal perde o gosto, com que poderemos salgá-lo? Não serve para mais nada; serve só para ser jogado fora e ser pisado pelos homens. Vocês são a luz do mundo. Não pode ficar escondida uma cidade construída sobre um monte. Ninguém acende uma lâmpada para colocá-la debaixo de uma vasilha, e sim para colocá-la no candeeiro, onde ela brilha para todos os que estão em casa. Assim também: que a luz de vocês brilhe diante dos homens, para que eles vejam as boas obras que vocês fazem, e louvem o Pai de vocês que está no céu.”

A Lei e a Justiça, como reparação institucional (Mt 5,17-20)

“Não pensem que eu vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim abolir, mas dar-lhes pleno cumprimento. Eu garanto a vocês: antes que o céu e a terra deixem de existir, nem sequer uma letra ou vírgula serão tiradas da Lei, sem que tudo aconteça. Portanto, quem desobedecer a um só desses mandamentos, por menor que seja, e ensinar os outros a fazer o mesmo, será considerado o menor no Reino do Céu. Por outro lado, quem os praticar e ensinar, será considerado grande no Reino do Céu. Com efeito, eu lhes garanto: se a justiça de vocês não superar a dos doutores da Lei e dos fariseus, vocês não entrarão no Reino do Céu.”

Não nos falte o Espírito de Jesus na vivência da fé, nas afirmações religiosas e no testemunho do Evangelho.

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS 




Diocese de Assis

 

          A cena de um agricultor a arar um campo, nos dias de hoje, nos remete automaticamente à figura de um tratorista seguindo sua trilha de terra tombada, a olhar simultaneamente para o resultado de seu trabalho e para o que resta à sua frente. Sua tecnologia o obriga a olhar para a frente e para trás. Estaria em contradição com o ensinamento de Jesus? Os tempos modernos nos obrigam a uma visão mais ampla de nossas ações.

          Não olhar para trás é muito mais uma atitude de disposição do que ação, desempenho, disponibilidade! Significa que quem se dispõe a um serviço não pode estacionar nas dúvidas de seus desafios. Antes, é preciso ânimo e coragem para leva-los até o fim. Essa é a mensagem primeira de Cristo a seus operários. Não fiquem estacionados nas dificuldades e na incerteza de que serão capazes, mas levem adiante o desafio de uma tarefa aparentemente árdua. Confiem na própria capacidade.

          Passo a passo, hora a hora, o trabalho árduo vai se concluindo sem que nos demos conta de sua grandiosidade. Ao fim do dia teremos feito mais do que julgávamos possível. Não há porque duvidar, mas acreditar que somos capazes de muito. O desempenho de um desafio depende da coragem de leva-lo a termo. Na obra da evangelização deve ser assim. Olhar sempre à frente, pois o resultado lento, mas eficaz, virá ao final de tudo.

          “Quem põe a mão no arado” conta com a força motriz da própria fé, essa que nos ajuda a vencer qualquer desafio. A prioridade é a ação, a urgência da tarefa, que não deixa pra depois a missão que nos foi proposta. No caso, o seguimento ao Cristo, o aprendizado lento, mas eficaz, de nossas possibilidades no desempenho da nossa ação evangelizadora. Não há contornos, desvios, interferências mirabolantes (fogo do céu) quando o que se tem é uma obra grandiosa e perfeita, como essa que nos propõe Jesus em sua seara. “O Filho do homem não tem onde repousar a cabeça”. Não descansa na ação. Vai em frente sempre, pois sabe da urgência que a tarefa recebida do Pai lhe exige. Sem outras alternativas senão seu suor e sacrifício, seu sangue derramado. Assim também a missão dos que pretendem seguir seus passos, seus exemplos. Assim a missão da Igreja. Sem avaliações apressadas, sem passos hesitantes, sem paradas desnecessárias, mas determinação sempre. “Deixar os mortos”, os indecisos, os titubeantes e anunciar… Anunciar sempre, sem tréguas, sem intervalos, sem medo…

          Essa visão de um trabalho ininterrupto é a razão da vida missionária. Dia e noite, à luz da graça divina e sob as trevas das tentações mundanas. O Reino de Deus se constrói dentro da realidade desafiadora do mundo. Os desafios das raposas de tocaia, dos campos inférteis e pedregosos, dos terrenos insalubres, da aridez dos desertos, isso tudo se transforma com a persistência do agricultor, aquele que trabalha a terra incansavelmente. Não olhe para trás! Lance a semente sempre! Pois o milagre da colheita virá ao final dos tempos. Ao operário compete o trabalho, ao dono da vinha, a colheita!

          Essa aptidão quem nos dá é o Senhor da Vinha. Nada é mérito pessoal em se tratando de vida missionária. Não fomos nós que decidimos aceitar tão grandioso serviço, mas foi Deus quem nos escolheu e capacitou para sua obra. Então não temos porque duvidar dessa capacidade presente em nós, apesar de nossa insignificância, nossas fraquezas, nossa insegurança diante de tudo. “Antes do seu nascimento, eu já te havia escolhido e consagrado para a missão”, ouviu de Deus o profeta Jeremias, aquele que foi escolhido ainda dentro do ventre da própria mãe. Assim também nós, profetas dos dias atuais. Não olhe para trás, mas para os dias melhores que nos aguardam. Porque tempos melhores virão!

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]

 

 




Diocese de Assis

 

          Falando em audiência aos bispos e padres da Sicília (9.6.22), no Vaticano, Papa Francisco surpreendeu o mundo com um puxão de orelha com endereço certo, pois referia-se a um modismo recorrente, que se espalha pela Igreja. Trata-se do exagero de panos e vestes litúrgicas que domina grande parte do clero católico. “Falo claramente: caríssimos, ainda a sobrepeliz, o barrete…, mas onde estamos? Sessenta anos depois do Concílio! Um pouco de atualização inclusive na arte litúrgica, na ‘moda’ litúrgica…”

          Essa observação já era esperada, pois que há muito Papa Francisco vem demonstrando aversão aos excessos e ao requinte de muitas vestimentas sacerdotais, inclusive as que é obrigado a usar como sumo pontífice. Para ele, o velho sapato que usou em sua “posse” pontifical ainda deixa saudades. Para ele, tudo seria mais cômodo, simples e simpático sem os exageros que hoje se observa, pois “o hábito não faz o monge”, mas “a pompa veste um rei” e, na Igreja, só um é o verdadeiro sacerdote, profeta e rei. Esse múnus é próprio Daquele que governa a Igreja, Cristo, o Filho de Deus, conquanto à figura sacerdotal da tribo de Levi restou apenas e tão somente o oficio da servidão, o trabalho em favor do povo. Nada de principesco. Quando muito alguns panos e toalhas para lavar e secar os pés cansados desse povo sofredor. Mas longe estamos dessa realidade!

          Disse Francisco: “Eu não gostaria de terminar sem mencionar algo que me preocupa muito. Eu me pergunto: como vai a reforma começada no Concílio? Como vai entre vocês? A piedade popular é uma grande riqueza e devemos preservá-la, acompanha-la para que não se perca. Também devemos educa-la. Sim, tudo bem às vezes trazer um pouco da renda da avó. É para homenagear a avó, não é? Vocês entenderam tudo, não é mesmo? É bom homenagear a avó, mas é melhor celebrar a mãe, a santa mãe Igreja, e como a mãe Igreja quer ser celebrada…” Percebe-se claramente um tom de ironia e tristeza nessas palavras. Não é esse modismo reflexo da reforma conciliar. Ao contrário. “Que a insularidade não impeça a verdadeira reforma litúrgica que o Concílio propôs. E não permaneçam imóveis!”, quase gritou o papa.

          Nesse apelo à simplicidade, Francisco busca maior aproximação com o povo. Há de se repensar esse modismo que toma conta, que faz de muitos seminaristas atuais aspirantes ao luxo e à beleza de rituais cheios de pompas, mas vazios de conteúdo evangélico. O papa ainda foi além. “Prestem atenção ao pregar o evangelho, porque as pessoas querem substância. Um pensamento, um sentimento e uma linguagem e elas carregam isso durante toda a semana. Não sei como os padres sicilianos pregam, se pregam como sugerido na “Evangelii Gaudium” ou se pregam de tal forma que as pessoas saem para fumar um cigarro e depois voltam…” Triste constatação de uma realidade mais que comum!  Aqui a renda bem trabalhada das avós é apenas um detalhe de algo muito maior e sintomático. Se o hábito ainda faz realmente um monge, este é um detalhe ainda secundário. A visão e compreensão maior da figura sacerdotal, antes de sua exterioridade, está na vivência evangélica por excelência, na pobreza e humildade herdadas daquele que serviu a todos, sem qualquer vaidade pessoal, sem luxo, sem ostentação. E se deu ao direito de ainda perguntar: “Quem diz o povo que sou?” Um príncipe, um herdeiro real? Ou um Batista qualquer, um Elias da vida, um profeta a mais a clamar no meio do povo… Esse era o Cristo, o homem de uma única túnica.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]




Diocese de Assis

Numa cultura de machistas e destemidos, a vida é tratada como um grande ringue para a propaganda e a exibição e de falsos lutadores, de falsas lutas e de falsas vitórias. O que se pretende na “vida-ringue” é ocultar o medo.

Medo? Sim! Medo! O medo é a única razão pela qual as pessoas vivem como estão vivendo: mergulhadas no absurdo, tristes, mal amadas, amarguradas, violentas, indiferentes, insensíveis, inconseqüentes…

Todos vivemos com medo de tudo e de todos. Desenvolvemos relações de medo. E, por causa das relações de medo, nos situamos na auto-defesa, na auto-preservação, na auto-proteção… como se estivéssemos em estado de guerra permanente. O medo é uma doença atroz.

Você tem medo? Medo do que? Por que o medo? O que se pode esperar de alguém que vive no medo e do medo? Alguém com medo transforma a sua própria vida e a dos outros num verdadeiro inferno. No que diz respeito a si mesmo, vive retraído, reprimido, infeliz, deprimido, inseguro, insatisfeito, sem iniciativas… No que diz respeito aos outros, sente-se sempre perseguido, agride, mente, desconfia, dissimula, calunia, difama…

De onde vem o medo? O medo pode vir de experiências pessoais traumáticas, de foro íntimo, como perdas e de foro externo como uma violência. O medo sempre faz entrever uma situação de intimidação. Isso significa que, invariavelmente, o medo se mantém porque há uma ‘força’ que subjuga o indivíduo. As vezes é um sentimento de culpa; outras vezes uma lembrança, um acontecimento, uma situação, uma pessoa, uma estrutura, uma crença, uma ideologia.  Mas, nem sempre, as pessoas admitem que vivem no medo e do medo.

O grande mal do medo é que instala, na pessoa, uma sensação constante de desintegração, de tal forma que, mediante qualquer possibilidade de mudança se sente ameaçada, por isso retraída e isolada.

O medo tem cura? Como é uma “doença existencial” a cura do medo implica mudança de critérios, atitudes e mentalidade. Uma necessária rearticulação da própria existência sobre outras bases e visão. Inicia-se com a identificação dos “intimidadores” que instalaram a situação de medo e age para o enfraquecimento do seu poder sobre si, até chegar à aceitação da vida e de si mesmo. Da vida como uma luta permanente, sem ringues, mas de muitas batalhas. De si mesmo como um lutador sem substitutos que, tem como arma suas convicções, seus valores, seus princípios, sua fé, seu amor, sua esperança e, ao seu favor, tantos quantos lhe querem bem, mesmo quando, para ajudar na luta precisam “puxar-lhe as orelhas” ou indicar outros caminhos e métodos.

O medo só tem espaço porque, falta o temor e sobra o destemor. Neste sentido, proponho a vocês, algumas leituras bíblicas que podem ajudar a repensar o modo como temos vivido: se no temor ou no destemor. No temor, quando agimos com amor e respeito a Deus e aos outros; descobrimos e aceitamos o que nos rege e, ao mesmo tempo, nosso próprio lugar, ação e missão. No destemor, quando perdemos a noção de limites: tempo e espaço; agimos como se fôssemos os únicos no mundo, de modo individualista; não respeitamos, não amamos e não reconhecemos o outro.

Eis o que diz a Palavra: Gn 3,10: “O homem respondeu: ‘ouvi teus passos no jardim: tive medo, porque estou nu, e me escondi’”. Eclo 34,14: “Quem teme ao Senhor não tem medo de nada e não se assusta, porque o Senhor é a sua esperança”. Lc 12,4: “Pois bem, eu digo a vocês, meus amigos: não tenham medo daqueles que matam o corpo, e depois disso nada mais têm a fazer”. 2Tm 1,7: “De fato, Deus não nos deu um espírito de medo, mas um espírito de força, de amor e de sabedoria”. 1Jo 4,18: “No amor não existe medo; pelo contrário, o amor perfeito lança fora o medo, porque o medo supõe castigo. Por conseguinte, quem sente medo ainda não está realizado no amor”.

 




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Domingo, dia 12 de junho a Igreja celebra a Santíssima Trindade, por isso convém dedicar algumas palavras para tratar este mistério da fé.

Num tempo em que se fala tanto de Deus, há um grave perigo de se banalizar e até mesmo esvaziar a verdade sobre Deus, o conhecimento de Deus, a busca de Deus, a força do nome de Deus e a essência de Deus.

Deus não está fora do nosso alcance. Ele não é inacessível à nossa razão. Deus é EMANUEL, que quer dizer: “Deus está conosco” (Is 7,14).

É possível, conhecer a Deus? É possível o conhecimento verdadeiro de Deus?

Na verdade, de Deus, falamos sempre por analogia. Usamos de comparação para entender a sua magnitude, seu poder e majestade. Nós conhecemos a Deus por suas obras. A Natureza fala de Deus. Os seres vivos falam de Deus. O ser humano fala de Deus. O ser de Deus, no entanto, a razão não consegue penetrar; nós não temos acesso a não ser pela Revelação que o próprio Deus faz a nós, pela fé. É pela fé que conhecemos o mistério de Deus que se revela como Pai, Filho e Espírito Santo.

“A Trindade é um mistério de fé no sentido estrito, um dos ‘mistérios escondidos em Deus, que não podem ser conhecidos se não forem revelados do alto’. Sem dúvida Deus deixou vestígios do seu ser trinitário na sua obra de Criação e na sua Revelação ao longo do Antigo Testamento. Mas, a intimidade do seu Ser como Santíssima Trindade constitui um mistério inacessível à pura razão e até mesmo à fé de Israel, antes da Encarnação do Filho de Deus e da missão do Espírito Santo” (Novo Catecismo, 237).

Quando falamos da Santíssima Trindade não professamos três deuses; Deus é UM. A Trindade é UNA. Quer dizer, são três pessoas em um só Deus.  Isso não significa que Deus está repartido em três fatias ou que as pessoas divinas dividem entre si um pouquinho da divindade. Não é isso não! A verdade é que, cada uma delas é Deus por completo.

Em outras palavras “O Pai é aquilo que é o Filho, o Filho é aquilo que é o Pai e o Espírito é aquilo que são o Pai e o Filho, isto é, um só Deus quanto à Natureza”. Em definitivo, “cada uma das três pessoas é esta realidade: a substância, a essência ou a natureza divina” (Novo Catecismo, 253).

O que parece impensável e incompreensível é, na verdade, a mais profunda verdade da fé. “O mistério da Santíssima Trindade é o mistério central da fé e da vida cristã. É o mistério de Deus em si mesmo. É, portanto, a fonte de todos os outros mistério da fé, é a luz que os ilumina. É o ensinamento mais fundamental e essencial na ‘hierarquia das verdades da fé’.  Toda a história da salvação não é, senão, a história da via e dos meios pelos quais o Deus verdadeiro e único, Pai, Filho e Espírito Santo, se revela, reconcilia consigo e une a si os homens que se afastam do pecado” (Novo Catecismo 234).

Todos nós somos participantes da vida divina e do mistério trinitário. Fomos Batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, cumprindo o mandato expresso de Jesus: “Toda a autoridade foi dada a mim no céu e sobre a terra. Portanto, vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que ordenei a vocês. Eis que eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28,18-20).

A Igreja é fruto do mistério trinitário. A Trindade gera comunidade. Ela é a base sobre a qual a comunidade se constrói. Nela, toda autoridade provém do Pai, todo serviço provém do Filho e todos os dons (carismas) provém do Espírito Santo. Cada pessoa, na comunidade, recebe um dom para o bem de todos. Por isso, cada um, sendo o que é e fazendo o que pode, age para o bem da comunidade, colocando-se a serviço de todos, como dom gratuito. Desse modo, cada um e todos se tornam testemunho e sacramento da autoridade, do serviço e do dom do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS




É possível um mundo de paz e de unidade?

Há sempre em algum lugar ou em alguma pessoa uma tendência e tentação de se considerar a complexidade da vida humana como passível de explicações simplistas, unilaterais e deterministas.

No caso das relações interpessoais, não é óbvio que a situações de guerra, de conflito, de violência ou das diversas cisões que persistem entre nós, indiquem que a natureza humana é degenerada ou má. Ora, a natureza humana é boa em sua origem! Todos nós nascemos bons porque nossa origem é o SUMO BEM. Não nascemos corrompidos, mas, nos corrompemos nas relações sociais em seus diversos níveis de influência.

“De onde surgem os conflitos e competições que existem entre vocês? Não vêm exatamente dos prazeres que guerreiam nos seus membros? Vocês cobiçam, e não possuem; então matam. Vocês têm inveja, e não conseguem nada; então lutam e fazem guerra. Vocês não recebem, porque não pedem; e vocês pedem, mas não recebem, porque pedem mal, com intenção de gastarem em seus prazeres” (Tiago 4,1-3).

Por que não conseguimos ver a paz e a unidade tão sonhada? Porque a paz possível só se constrói com espírito de paz, assim como a unidade possível só se constrói com espírito de unidade.

“Quem é sábio e inteligente entre vocês? Pois então, mostre com a boa conduta que suas ações são de uma sabedoria humilde. Mas, se vocês têm no coração ciúme amargo e espírito de rivalidade, não fiquem se gabando e não mintam contra a verdade. Esse tipo de sabedoria não vem do alto; é sabedoria terrena, animal, demoníaca. De fato, onde há ciúme e espírito de rivalidade, existe também desordem e todo tipo de ações más. Ao contrário, a sabedoria que vem do alto é, antes de tudo, pura, pacífica, humilde, compreensiva, cheia de misericórdia e bons frutos, sem discriminações e sem hipocrisia. Na verdade, um fruto de justiça é semeado na paz para aqueles que trabalham pela paz” (Tiago 3,13-18).

A pergunta é: “que Lugar temos dado ao necessário espírito de paz e de unidade?”

Precisamos estabelecer, para nós, metas de paz e de unidade que levem em conta não as razões ultimadas pelas ideologias políticas, econômicas, religiosas… que, no extremismo, justificam armas, guerra, violência, violação dos direitos humanos, genocídios, tiranias…

“A meta é que todos juntos nos encontremos unidos na mesma fé e no conhecimento do Filho de Deus, para chegarmos a ser o homem perfeito que, na maturidade do seu desenvolvimento, é a plenitude de Cristo. Então, já não seremos crianças, jogados pelas ondas e levados para cá e para lá por qualquer vento de doutrina, presos pela artimanha dos homens e pela astúcia com que eles nos induzem ao erro. Ao contrário, vivendo amor autêntico, cresceremos sob todos os aspectos em direção a Cristo, que é a Cabeça. Ele organiza e dá coesão ao corpo inteiro, através de uma rede de articulações, que são os membros, cada um com sua atividade própria, para que o corpo cresça e construa a si próprio no amor.

É preciso que vocês se renovem pela transformação espiritual da inteligência, e se revistam do homem novo, criado segundo Deus na justiça e na santidade que vem da verdade. Por isso, abandonem a mentira: cada um diga a verdade ao seu próximo, pois somos membros uns dos outros. Vocês estão com raiva? Não pequem; o sol não se ponha sobre o ressentimento de vocês. Não dêem ocasião ao diabo.

Não entristeçam o Espírito Santo, com que Deus marcou vocês para o dia da libertação.  Afastem de vocês qualquer aspereza, desdém, raiva, gritaria, insulto, e todo tipo de maldade. Sejam bons e compreensivos uns com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus perdoou a vocês em Cristo” (Efésios 4,13-16.23-32).

Pentecostes é dia 5 de junho e em cada hoje, fomentando o espírito de unidade.

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS 




Diocese de Assis

 

          Ficar parado na expectativa de uma miragem, algo assombroso, inexplicável para os olhos, realmente, nunca seria uma atitude de fé. “Homens da Galileia, por que ficais aqui parados, olhando para o céu”? Essa atitude não combina com os ensinamentos cristãos. A fé vai além da contemplação, da adoração pura e simples. Exige ação. Exige disponibilidade e coragem para ir adiante, enfrentar o mundo, percorrer nossas Galileias e Samarias, sair da Jerusalém de pedras, dos templos que acalentam nossas almas, para encarar a realidade do mundo.

          Evangelizar, antes de mais nada, é sinônimo de doação plena, de martírio, testemunho que se dá a custo de sangue, da vida. Após sua paixão, morte e ressurreição, Jesus quis permanecer mais quarenta dias entre seus discípulos, apenas e tão somente para lhes reafirmar esse aspecto fundamental da missão que iria lhes confiar, tão logo lhes concedesse a unção do Espírito. Antes de sua Ascensão, sua entronização no Reino Definitivo, ministrou-lhes a catequese da revelação pentecostal. O clímax do mistério Pascal exigia o testemunho, a compreensão e aceitação plena da verdadeira teofania, aquela que revelava aos seus a divindade de Jesus em sua ascensão aos Céus, tal qual a manifestação divina de Deus no Egito, que se manifestava ao povo reinando sobre as nuvens. Jesus, em sua Ascensão, não supera um espaço acima do nosso, não atinge os limites da estratosfera terrena, nem ocupa um trono fora da nossa realidade, mas simplesmente volta para o plano existencial de Deus, o terceiro céu como diria São Paulo, um local invisível onde Deus habita, mas também um local visível para sua realidade divina. Ocupa o trono que sempre foi seu.

          Num primeiro momento, os apóstolos viam nesses mistérios a ação de forças fantasmagóricas. Temerosos, ocultavam-se entre as quatro paredes daquela sala num segundo andar de uma residência qualquer. A mesma sala onde Jesus penetrou estando portas e janelas fechadas. A mesma sala onde línguas de fogo iriam clarear suas mentes e corações para o desafio da evangelização sem temores. E Maria ali estava. O Cristo que conheceram tornou-se imagem real do Servo Sofredor do qual bem falou o profeta Isaias e cuja morte todos os demais profetas anunciaram. Também de Jonas, aquele que por três dias ficou prisioneiro no ventre de uma baleia e ressurgiu para anunciar um novo tempo, proclamar a liberdade de seu povo, como bem o fizera Jesus em seus últimos dias. Agora, ressurgia dos mortos e retomava seu discurso. Mas exigia mais: “Vós sereis testemunhas de tudo isso. Eu enviarei sobre vocês aquele que meu Pai prometeu. Por isso, permanecei na cidade, até que sejais revestidos da força do alto” (Lc 24,48-9).

          Fica bem claro nessa promessa: Não existe evangelização sem unção pentecostal. Não existe vida eclesial sem envio da força do alto. Não existe fé sem testemunho do Espírito. Não existe Igreja sem perseguição. Todos os fatos que culminaram e ou coroaram a Ascensão de Jesus ainda hoje são sinais concretos e bem visíveis da autenticidade da fé cristã, essa que atravessa milênios contrariando o submundo das portas infernais. O céu é nosso limite, alvo das almas sedentas de plenitude e verdadeira comunhão com Deus. Morada definitiva daqueles que contemplam as riquezas celestiais com os pés no chão de uma realidade assustadora. O mundo é cruel, mas nossa Jerusalém Celeste compensará tudo isso. Jesus subiu aos céus. “Eles o adoraram. Em seguida, voltaram para Jerusalém com grande alegria”. Nunca perderam a esperança de dias melhores!

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]

 

 

 

 




Diocese de Assis

Você conhece a Iniciação à Vida Cristã?

Quero refletir com você alguns elementos da opção de fé, que se faz dentro da Iniciação à Vida Cristã, no dia a dia de uma comunidade de discípulos e discípulas do Senhor.

  1. Toda a nossa vida acontece dentro de um tempo e de um espaço. Temos dentro de nós e, ao nosso redor, pessoas, acontecimentos, situações, histórias, alegrias, tristezas, conquistas, fracassos, aprendizados, ensinamentos… Não vivemos soltos no ar. Tudo está interligado, por isso, nossa vida não acontece fora de um contexto de convivência e de relacionamento. Tudo está interligado como se fosse uma só coisa.
  2. Nada acontece de repente e nem por acaso. Tudo acontece dentro de um processo que envolve muitas forças: o tempo, as pessoas, os acontecimentos, as palavras, as situações, as dores, as alegrias, as tristezas, as conquistas, os fracassos etc. Nós somos um acontecimento do dia a dia.
  3. Fé e vida não são duas coisas separadas em nós. São dimensões; são faces da nossa existência que, uma vez interligadas, dão unidade ao nosso ser e ao nosso viver. Quem separa a fé da vida tende a viver em desequilíbrio e perde a oportunidade de crescer e amadurecer de verdade.
  4. A iniciação à vida Cristã não é uma escola da Igreja: é uma caminhada cotidiana, de irmãos e irmãs que se ajudam e se apoiam, como Igreja, para viver o evangelho. Nesse sentido, os pais e os padrinhos são chamados a acompanhar os passos, o caminho e a caminhada de quem está nesse processo bonito, não só no final, no dia da celebração do sacramento, mas no dia a dia, em todas as situações e necessidades.

O Encontro com Jesus e o seguimento dos seus passos é a coisa mais importante. Nesse processo, temos um longo caminho a seguir e, esse caminho é o próprio Jesus que nos leva ao Pai.

  1. Cada pessoa é única, portanto, deve ser valorizada nas suas conquistas e respeitada nas suas limitações e dificuldades. Cada um é muito importante na vida do outro porque, é um presente de Deus para melhorar a nova vida.
  2. Os sacramentos não acontecem mais no fim da catequese, quando acaba a parte de estudo. Dentro da Iniciação à Vida Cristã, diferente de como a gente sempre fez, os sacramentos acontecem no meio do processo, antes do fim. Todo mundo está acostumado a receber os sacramentos e irem embora. Não é assim que funciona mais. Porque o que a gente aprende na fé é pra levar para vida. Por isso, a parte final na IVC é o serviço a Cristo e à Igreja. É a vivência missionária de quem está fazendo o caminho e a caminhada. Portanto, o processo da IVC termina com o envio missionário de todos, para continuar com Cristo, amando e servindo
  3. Fazer a IVC é colocar-se num caminho de busca e encontro permanente do Senhor que envolve toda a nossa vida, que mexe com a nossa existência e proporciona o que a gente chama de conversões diária.
  4. A vida em comunidade é uma verdade e uma necessidade que vamos descobrindo, valorizando e vivendo, na medida que caminhamos juntos. Ninguém vive bem sozinho. Nossa vida só tem sentido no relacionamento com as pessoas. Mas, é bom ficar claro que, a vida em comunidade é uma opção de fé que uma pessoa faz; é um ato de liberdade; não acontece por imposição. Por isso é um processo de conversão.
  5. A esperança da Salvação que é uma promessa de Deus e um desejo do nosso coração, não acontece, somente, depois da morte. A salvação é uma graça de Deus que vai acontecendo dia a dia, como experiência do Reino de Deus que, a gente vai ajudando construir. O céu começa na terra e, todos nós somos responsáveis.

Permitir a instrução da fé é criar uma dinâmica de amor-compromisso com Cristo e sua Igreja. Valorizemos a formação da fé para a maturidade humano-cristã!

PE. EDVALDO PEREIRA DOS SANTOS