1

Diocese de Assis

 

          Conquistar uma medalha, antes de mais nada, exige perseverança do atleta. Imagine de um casal. Imagine o quão desafiador é para os dias de hoje uma celebração de ouro após cinquenta anos de “briga” a dois! Parecia uma missão quase impossível, mas conseguimos. Alcançamos o pódio, apesar da torcida contrária, das muitas quedas, das derrotas momentâneas, das apostas desafiadoras, do Inimigo sempre à espreita… Conseguimos!

Era uma terça feira de Carnaval. Na tarde daquele 15 de fevereiro de 1972, sob as bênçãos do falecido padre Pio Matusalém e seus dois inseparáveis coroinhas de vermelho e branco, além de sua cachorrinha de estimação, reunia alguns poucos familiares na residência de minha sogra e pedíamos as bênçãos eclesiásticas para oficializar nosso matrimônio. Eu com19 e a Célia com 17 anos.

Assim, quase às escondidas da sociedade e da maioria dos familiares, começamos nossa vida conjugal. Pegamos a estrada da vida e fui ser muambeiro (relojoeiro, melhor dizendo), para garantir o leite do filho a caminho e o pão de cada dia para nosso lar, doce lar de aventuras e descobertas mútuas, em terra bem distante da nossa. Anos de belas recordações, mas de muitas provações e privações às quais não dava muita importância. O importante era acalentar nossos sonhos e vencer os desafios.

Vieram os três filhos. O sapato não só apertou, mas também furou. A primeira crise eu afogava na bebida, tentando a qualquer custo me anestesiar da dura realidade que a vida financeira instável e a falta de uma profissão mais bem remunerada, sem contar nosso distanciamento social e religioso, corroía seriamente nossa vida conjugal. A separação era iminente.

Surpresa. Deus tinha planos para nós. Em 1980 nada mais nos restava senão os filhos e muitas dívidas. Quando contemplamos a luz do sol na perspectiva do fundo de um poço o que nos resta é clamar por socorro. Só Deus na causa. Então Ele nos estendeu a mão. Colocou-nos num encontro de casais, empurrou-nos para dentro de muitas atividades religiosas e missionárias, mostrou-nos outros caminhos também estreitos, porém reconfortantes do ponto de vista de alguém que sai do lodo e sente a consistência de um chão para os pés cansados, empurrou-nos para uma nova vida e disse: “Eis que estarei convosco todos os dias!”

Desde então, caminhos se abriram. Mentiria se dissesse que nossa vida se tornou um mar de rosas. Profissionalmente, talvez (quem nos conhece sabe a razão), mas das muitas rosas manipuladas ao longo desses anos ainda sobram os espinhos, esses que nos ferem cotidianamente, mas não impedem o perfume das muitas realizações desde então. Passamos pelos 25 anos com a prata de muitas conquistas, especialmente no campo religioso, quando o auge de uma vida missionária intensa nos lançava em águas profundas da realidade de nossa Igreja. Nossos filhos cresciam “em graça e sabedoria” e faziam já suas opções matrimoniais. Os netos chegavam.

Hoje, cinquenta anos depois, aqui estamos, juntos e realizados. Três filhos, quatro netos e muita história para contar… A vida conjugal, coincidentemente, tornou-se celebrativa de Bodas de Ouro no mesmo ano em que nosso grupo missionário também olha para trás e relembra sua história de cinquenta anos. Deus nos permitiu chegar até aqui, apenas para dizer a todos que conheceram e conhecem nossa história: Perseverança é tudo! As graças de Deus são maiores.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]




Diocese de Assis

A busca de Deus não se realiza, simplesmente, nas necessidades. Deus não é “pronto socorro”. Ela é, antes de tudo uma caminhada contínua, atenta, corajosa, alegre, fiel, perseverante até se constituir num itinerário. Ou seja, até não haver mais diferença entre o caminho e quem o escolhe. Trata-se de uma configuração, identificação completa com o que se está fazendo e, portanto, sendo.

A oração como encontro. Existem muitas formas de nos dirigirmos a Deus; de nos ligarmos a ele. Uma delas é a oração sincera, desinteressada, amiga, cotidiano.  Não existe uma receita sobre como orar. Existe sim, uma exigência: a transparência.  Sendo a oração um diálogo de amor, sem transparência ele não passará de uma chantagem.

O que diz a Bíblia? “Peçam, e lhes será dado! Procurem, e encontrarão! Batam, e abrirão a porta para vocês! Pois todo aquele que pede, recebe; quem procura, acha; e a quem bate, a porta será aberta” (Mt 7,7-8). “Eu garanto a vocês: se alguém disser a esta montanha: Levante-se e jogue-se no mar, e não duvidar no seu coração, mas acreditar que isso vai acontecer, assim acontecerá.’ É por isso que eu digo a vocês: tudo o que vocês pedirem na oração, acreditem que já o receberam, e assim será. Quando vocês estiverem rezando, perdoem tudo o que tiverem contra alguém, para que o Pai de vocês que está no céu também perdoe os pecados de vocês. Mas, se vocês não perdoarem, o Pai de vocês, que está no céu não perdoará os pecados de vocês” (Mc 11,23-26).

O que diz a Igreja? Só a oração vence a Deus. Mas Cristo não quis que ela servisse para fazer mal algum; quis antes que toda a eficácia que lhe deu fosse apenas servir o bem. Conseqüentemente, ela não tem outra finalidade senão tirar do caminho da morte as almas dos defuntos, robustecer os fracos, curar os enfermos, libertar os possessos, abrir as portas das prisões, romper os grilhões dos inocentes. Ela perdoa os pecados, afasta as tentações, faz cessar as perseguições, reconforta os de ânimo abatido, enche de alegria os generosos, conduz os peregrinos, acalma as tempestades, detém os ladrões, dá alimento aos pobres, ensina os ricos, levanta os que caíram, sustenta os que vacilam, confirma os que estão de pé. O próprio Jesus orou; a ele a honra e o poder pelos séculos dos séculos. (Tertuliano, Presbítero)

A oração de Jesus ao nosso alcance. Jesus, ensinou os seus discípulos o Pai Nosso. Esta oração é um verdadeiro programa de vida. Ela nos relança no “mundo” de Deus e nos situa em nossa própria vida. Aprender a rezar é descobrir o céu.

A história conhece muitos homens e mulheres de oração que fizeram a experiência do céu, numa experiência de abandono em Deus. É destas experiências que recolhemos duas orações de Charles de Foucauld. A oração da Confiança (pura ousadia da fé) e a oração do Abandono (Pura coragem do amor)

Oração da Confiança. “Dai-me, Senhor, meu Deus o que Vos resta. Aquilo que ninguém Vos pede. Não Vos peço repouso nem a tranqüilidade, nem da alma, nem do corpo. Não Vos peço a riqueza, nem o êxito, nem a saúde. Tantos Vos pedem isso, meu Deus, que já não vos sobra para dar. Dai-me, Senhor, o que Vos resta. Dai-me aquilo que todos recusam. Quero a insegurança e a inquietação. Quero a luta e a tormenta. Dai-me isso, meu Deus, definitivamente. Dai-me a certeza de que essa será a minha parte pra sempre porque, nem sempre terei a coragem de Vo-la pedir. Dai-me, Senhor, o que vos resta. Dai-me aquilo que os outros não querem. Mas, dai-me também a coragem, a força e a fé.

Oração do Abandono. “Meu Pai, a vós me abandono. Fazei de mim o que quiserdes. O que de mim fizerdes eu vos agradeço. Estou pronto para tudo, aceito tudo, contanto que a vossa vontade se faça em mim e em todas as vossas criaturas: não quero outra coisa, meu Deus. Entrego minha vida em vossas mãos, eu vo-la dou, meu Deus, com todo o amor do meu coração porque vos amo e porque é para mim uma necessidade de amor dar-me, entregar-me em vossas mãos sem medida, com infinita confiança, porque sois meu Pai. Amém!”

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS




Diocese de Assis

   Para quem conhece o episódio da pesca milagrosa narrado pelo evangelista Lucas (5,1-11), certamente já se interrogou sobre o perigo de naufrágio daquelas frágeis embarcações, abarrotadas de peixes, à deriva em águas profundas. Mas numa delas estava Jesus e Pedro. Noutra, muitos dos discípulos encantados com os milagres e revelações do Mestre.  O perigo de fazerem água e afundarem era evidente, conquanto o que aqueles pescadores testemunhavam provocava um assombro maior: a ação de Deus, os milagres!

Pedro foi o primeiro a demonstrar sua insignificância diante do milagre que contemplava: “Senhor, afasta-te de mim, porque sou um pecador!”. Essa confissão pública de alguém que liderava seu grupo e que, no momento, se dizia frustrado com uma noite inteira de esforços sem resultados, traz especial significado para o episódio. Jesus já arrastava multidões para seu seguimento, pois os milagres assombravam e encantavam o povo. Enquanto isso, Simão Pedro e os demais pescadores “lavavam as redes”, desistiam de mais uma jornada naquela noite extenuante. Jesus viu as duas barcas e o desânimo dos seus tripulantes e lhes sugeriu novas empreitadas “em águas mais profundas”.

Considerando as circunstâncias e os personagens desse episódio, aqui temos o que necessitamos para melhor entender a missão da Igreja no mundo. Aqui está Pedro a receber sua missão. Aqui está a barca de Pedro. Aqui está “a multidão que se apertava ao redor para ouvir a Palavra”. Aqui as redes, as malhas da pesca milagrosa, que “quase arrebentam”, tamanha a quantidade dos “peixes”. Aqui “os companheiros” vêm ajudar! Então Jesus faz a consagração final daquela cerimonia revestida de tantos e tantos significados. Diz a Simão, somente a ele: “Não tenha medo! De hoje em diante você será pescador de homens”.

O primado de Pedro nasce aqui. As circunstâncias didáticas do episódio não deixam dúvidas. A barca de Cristo, de Pedro, revestida agora da solidez de uma nova missão, volta à margem da realidade que a cerca, contempla aquela multidão de famintos e divide com eles a alegria do milagre, o milagre que sacia a fome; a fome de vida… de vida nova… de esperança renovada no seguimento de Jesus. É essa ou não a missão da Igreja?

Não há como entender a autoridade apostólica derivada desse episódio, sem reconhecer a legitimidade da liderança que Simão Pedro aqui recebeu. A pesca milagrosa bem ilustrou essa escolha, esse chamado pessoal de Cristo aos discípulos que navegavam com Ele naquela noite de trevas e posterior noite de luzes, muitas luzes e revelações. Essa seria a diretriz da sucessão apostólica até hoje e desde sempre. O aparente perigo e as decepções de uma realidade às vezes contraditórias com nossa fé, não podem, não devem nunca submergir nossas esperanças.  A barca de Cristo nunca estará em perigo, nunca afundará no caos da incredulidade. Cristo está conosco, navega ao nosso lado, conhece os segredos do mar, os mistérios das águas profundas; bem como sabe das nossas incertezas, do nosso cansaço, das nossas frustrações, A Igreja “una e santa” é aquela que confia na Palavra, que não se cansa de tentar, tentar hoje, tentar sempre, lançando as redes conforme nos manda o Mestre. É por causa dessa Palavra, dessa promessa e desafio de confiança plena. Essa é a fé católica, a certeza apostólica.

Dizem que a Igreja está naufragando. Que a fé cristã sucumbe! Que nessa praia o mar não está pra peixe. Que nossa esperança é vã. Nessa queda de braços entre o ceticismo do mundo e a realidade, a profundidade dos mistérios que nos rondam, o milagre dos resultados pesa mais. A barca de Cristo é bem mais consistente e promissora. Embarquei nesta e dela não saio!

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]

 

 




Diocese de Assis

Que mania é esta de, sempre, buscarmos justificativas para tudo? Que mau hábito é este de, sempre, procurarmos culpados para as nossas frustrações e derrotas? Que má inclinação é esta de, sempre, criarmos um bode expiatório para os nossos erros e pecados? Que besteira é esta de, sempre, menosprezarmos nossas competências, dons e talentos? O que e isto!

Nós inventamos moda contra a vida que deveria seguir seu curso. Muitas vezes, consciente, ou inconscientemente, sabotamos ritmos, caminhos, direções, objetivos e metas. Infelizmente, por isso, acabamos não assumindo nossa vida por inteiro! Não aprendemos a ser responsáveis por completo! Não vamos até as últimas conseqüências de nossos atos.

Eis o que nos diz o Profeta Ezequiel, capítulo 18,1-32.

“Recebi a seguinte mensagem de Javé: “Que sentido tem para vocês este ditado que se repete na terra de Israel: ‘Os pais comeram uva verde, e a boca dos filhos ficou amarrada’? (…) Vocês não vão repetir mais esse ditado em Israel. Todas as vidas são minhas, tanto a vida do pai como a vida do filho. O indivíduo que pecar, esse é que deverá morrer.

Se o indivíduo é justo e pratica o direito e a justiça certamente permanecerá vivo.

Contudo, se esse indivíduo tiver um filho violento e assassino, mesmo que o pai não faça nada disso; é claro que não permanecerá vivo por ter praticado todas essas abominações: ele será responsável por seus próprios crimes.

Acontece, porém, que esse indivíduo tem um filho que vê tudo de errado que o seu pai faz. Ele vê, mas não faz igual. Esse indivíduo não vai morrer por causa dos pecados do seu pai. O pai dele, que praticou a violência, que roubou e maltratou o seu povo, este sim deverá morrer por causa do seu próprio pecado.

Mas vocês ainda perguntam: ‘Por que é que o filho não levará o castigo pelo pecado do seu pai?’ Ora, o filho praticou o direito e a justiça, guardou os meus estatutos e os colocou em prática. O indivíduo que peca, esse é que deve morrer. O filho nunca será responsável pelo pecado do pai, nem o pai será culpado pelo pecado do filho. O justo receberá a justiça que merece e o injusto pagará por sua injustiça.

Se o injusto se arrepende de todos os erros que praticou e passa a guardar os meus estatutos e a praticar o direito e a justiça, ele permanecerá vivo. Tudo de mau que ele praticou não será mais lembrado. Por acaso, eu sinto prazer com a morte do injusto? Contudo, se o justo renuncia à sua própria justiça e pratica o mal, será que ele vai fazer isso e continuar vivo? Não! Toda a justiça que ele praticou vai ser esquecida. Ele morrerá por causa das injustiças que passou a praticar.

Mas se vocês ainda disserem: ‘A maneira do Senhor agir não é justa!’ Escute aqui, casa de Israel: Será que não é justa a minha maneira de agir, ou é a maneira de agir de vocês que não é justa?

Se o justo deixa de ser justo e começa a praticar a injustiça, ele morrerá por causa da injustiça que praticou. Quando o injusto renuncia à sua injustiça e começa a praticar o direito e a justiça, ele está salvando a própria vida. Se ele perceber todo o mal que vinha praticando, viverá e não morrerá.

Assim, casa de Israel, eu vou julgar cada um de vocês de acordo com a própria maneira de viver. Convertam-se e abandonem toda a injustiça, e a injustiça não provocará mais a ruína de vocês. Libertem-se de todas as injustiças cometidas e formem um coração novo e um espírito novo. Por que vocês haveriam de morrer, casa de Israel? Eu não sinto prazer com a morte de ninguém. Convertam-se e terão a vida!”

São fortes estas palavras? Não? São pontuais e precisamos delas hoje!

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS




Diocese de Assis

Quando o caos, o conflito, a incompreensão e o descrédito tomam conta, tudo se perde numa nebulosa desesperança. Esses momentos de crise fazem parte da nossa realidade humana, tanto coletiva, quanto individual. Quem não passou por isso em sua vida? Todos, santos e pecadores, ateus e fiéis, pobre ou rico… Momentos de dúvidas e incertezas fazem parte da nossa existência.

A fé cristã nos ensina a superar trevas e diminuir os percalços do caminho. Ao se apresentar como aquele que possuía a solução para nossos conflitos, a certeza para muitas das nossas dúvidas, a esperança acima de qualquer desilusão, eis que os mais experientes do povo, seus doutores e sábios, rejeitam tamanha petulância vinda de um igual, ou mesmo inferior a qualquer deles. “Não é este o filho de José!”. Como pode um pobre coitado que todos conhecem dizer-se possuidor de todas as soluções e esperanças do povo? Como pode um zé-ninguém apresentar-se como o salvador da pátria?

A rejeição ao messianismo de um qualquer, alguém com quem já estavam familiarizados, cujas dificuldades e pobreza todos conheciam, soa como atitude que bem conhecemos entre nós: não é fácil reconhecer virtudes em alguém de nosso convívio diário. Qualidades e perfeição são difíceis de se visualizar entre os limites da nossa casa, mas na utopia distante da nossa própria realidade. É coisa difícil de se reconhecer em nós mesmos. Essa dificuldade de encontrar as potencialidades que temos, as riquezas que nos cercam e, no âmbito da fé, o Cristo que reside entre nós, dentro de nós, na convivência diária da nossa realidade, faz da vida uma eterna busca de “soluções” distantes, de angústia permanente, sofrimento inútil, prolongamento de nossas dores… A solução que imaginamos distante, muitas vezes, está ao nosso lado, às vezes dentro de nossa casa, de nós mesmos. “Médico, cura-te a ti mesmo!”

Esse é o desafio maior da fé. Enxergar em nós mesmos a capacidade que temos para solucionar nossos problemas, administrar nossos conflitos, construir nosso futuro. O problema maior está nas opções erradas que nossa prepotência e orgulho pessoal nos permitem. Cristo se apresentou como dispensador de todas as bênçãos e graças de que necessitamos para uma existência em conformidade com os planos de Deus, em sintonia com sua vontade, mas nossa insegurança ainda não nos fez compreender esse mistério.       As provações contra nossa fé e esperança de dias melhores é o que sobra da realidade que nos cerca, mas o Cristo de ontem ainda é o mesmo hoje. Seu messianismo permanece. Suas promessas se cumprem desde sempre e também nos dias atuais, porém a falta de fé de grande maioria ainda tenta jogar nosso messias no precipício do orgulho humano. Os “doutores da lei”, da pobre ciência e sabedoria dos que pensam nos ensinar, nos conduzir, não aceitam que a humanidade de um pobre filho de carpinteiro possa também ser a divindade do Filho de Deus.

Enquanto isso, Jesus, “passando pelo meio deles”, continua seu caminho entre nós.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]




Diocese de Assis

A espiritualidade cristã conserva, no seu depósito, uma relação fundamental com a Palavra: tudo tem sua origem pela Palavra.

No princípio, de acordo com as descrições do Gênesis, é pela Palavra e através dela que Deus cria todas as coisas com o “faça-se” primordial. E a cada “faça-se”, tudo se tornava realidade e Deus via que tudo era bom, porque correspondia à sua Palavra Criadora. “Deus disse: ‘Que exista a luz!’ E a luz começou a existir. Deus viu que a luz era boa. E Deus separou a luz das trevas: à luz Deus chamou “dia”, e às trevas chamou “noite”. Houve uma tarde e uma manhã: foi o primeiro dia” (Gn 1,3-5)

“Dabar” é o termo hebraico para se referir à Palavra em Ação.

“A essência da palavra Dabar é, perfeitamente, relacionada com a ‘ordem’, trazendo o significado de ‘organização’, de ‘estrutura’, de ‘sucessão’. O universo existente descrito nos textos da Torá é uma sucessão de pronunciamentos ‘verbalização’ estruturada e organizada dentro da criação.” É Deus falando e tudo ganhando existência! “Em uma observação interessante sobre a palavra ‘cosmos’ (do grego ‘Kosmos’) vemos que seu significado literal é ‘ordem’, ‘organização’. Sendo assim, ‘bem ordenado’ ou ‘ornamentado’, também é sinônimo de ‘universo’. A palavra ‘universo’ vem do Latim, cujo sentido é: ‘Uni’ significa: Único e ‘Verso’ significa: Frase Falada: O universo é uma “única frase falada”.

“O Dabar vem, portanto, acompanhado de uma força capaz de criar, de gerar a partir do nada, de entrar em relação com todas as realidades existentes e de transformar o ser”

O Antigo Testamento tem dois grandes ícones ligados à Palavra: Moisés e Elias que, curiosamente, aparecem nas descrições da Transfiguração de Jesus, no Monte Tabor: “Nisso lhes apareceram Moisés e Elias, conversando com Jesus” (Mt 17,3).

Moisés é o guardião da “Dez Palavras” ou seja, dos Dez mandamentos. Foi escolhido, pelo Senhor, para receber tais palavras, gravadas em pedras e ensiná-las ao Povo de Deus, no deserto, a fim de conservar a memória do Deus presente e conservar-lhe o amor e a obediência: “Moisés convocou todo o Israel e disse: ‘Ouça, Israel, os estatutos e normas que hoje eu proclamo aos seus ouvidos, para que os aprendam e cuidem de praticar: Javé nosso Deus fez uma aliança conosco no Horeb” (Deuteronômio 5,1-2).

Elias é o profeta: o homem da Palavra. É encarregado, pelo próprio Deus, para anunciar seus preceitos, ordens e vontade e, ao mesmo tempo, denunciar os desvios e as conseqüentes punições aos recalcitrantes que não se deixam converter pela palavra. “Elias, o tesbita de Tesbi de Galaad, disse ao rei Acab: “Pela vida de Javé, o Deus de Israel, a quem sirvo: nestes anos não haverá orvalho nem chuva, a não ser quando eu mandar” (1Rs 17,1).

O Novo Testamento é, por assim dizer, a maior de todas as revelações proféticas: Deus se faz Palavra e comunica-se como fonte de vida e salvação ao seu povo.

Jesus é o Verbo ou a Palavra do Pai. Nele, o Pai realiza a nova Criação no seu corpo e seu sangue. Que dizer: na sua encarnação, paixão, morte e ressurreição.

No Evangelho do João encontramos o seguinte relato: “No começo a Palavra já existia: a Palavra estava voltada para Deus, e a Palavra era Deus. No começo ela estava voltada para Deus. Tudo foi feito por meio dela, e, de tudo o que existe, nada foi feito sem ela. Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a Palavra se fez homem e habitou entre nós..(João 1,1-4.14).

Paulo é o símbolo do homem convertido pela Palavra ao Amor-Palavra-Jesus: “Ainda que eu tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência; ainda que eu tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tivesse o amor, eu não seria nada” (1Cor 13,2).

Sem uma profunda experiência pessoal com a Palavra de Deus, que é o Cristo, corremos o risco de, mesmo sendo religiosos, não atingirmos o núcleo e a verdade da fé.

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS




Diocese de Assis

 

Quando o turbilhão renovador do Concílio Vaticano II começou a se assentar sobre o espírito da Igreja, muitos cristãos leigos se entreolharam e disseram: e agora? Uma novidade ecoava sobre eles: Todo batizado é missionário! No Brasil, essa novidade começou a ser anunciada em muitos movimentos eclesiais, dentre eles o Cursilho de Cristandade, o top da época, que renovava e resgatava a alegria de ser cristão. E muitos descobriam também a alegria de ser missionário.

Foi numa dessas que nasceu um grupinho mais contagiado pela novidade. Adotaram a princípio a sigla CCC, Comunidade de Comunicadores Cristãos, pois que a maioria deles procedia dos meios de comunicação social, como rádio e tv. Já eram conhecidos do grande público como excelentes artistas e comunicadores. Então abandonaram seus calçados impregnados com a poeira do sucesso, encheram de coragem seus pulmões renovados e puseram-se nas estradas, anunciando Jesus Cristo. Ganharam a simpatia e admiração do povo. Mas o nome do grupo não lhes era simpático. Logo mudaram para Instituto MEAC, cuja sigla dizia o que realmente eram: Missionários para Evangelização e Animação de Comunidades.

Hoje, exatamente hoje, aqui estamos, comemorando cinquenta anos do início dessa caminhada, somando quase duzentos missionários espalhados pelo Brasil, continente africano e alguns outros países onde já possuímos núcleos e a semente missionária lançada no coração de muitos ainda borbulha. Somos missionários leigos da Igreja Católica. Essa odisseia já produziu muitos frutos, tais quais outros grupos inspirados ou ao menos aprimorados pela abertura e importância que aquele Concílio deu a todo e qualquer batizado, mostrando-lhe sua identidade missionária como reflexo e consequência da missão do Cristo. Somos outros cristos no mundo, à medida que assumimos nossa fé na mesma fonte batismal que nos marca como cristãos. Foi essa a fonte inspiradora da perseverança que nos trouxe até aqui.

Como Paulo, um dia experimentamos a loucura do amor de Cristo. Essa loucura contagiante que nos desaloja e nos identifica com o trabalho evangelizador. Esse é o cerne, a razão única e inexplicável de aceitarmos uma identidade missionária, um sim quase mariano, mas também profético, que faz de um grupo de leigos um grupo de loucos diante da realidade do mundo atual: “Aqui estou, Senhor, envia-me!”. Foi esse “sim” profético e contundente que nos permitiu comemorar 50 anos de história, caminhada… É essa a história de loucos que hoje registramos em livro, já disponível gratuitamente no site www.meac.com.br. Confira lá essa loucura. Não há exibicionismos, nem fantasias, nem pretensões nessa história. Apenas a humildade de reconhecermos nessa história a mão generosa e sempre oportuna da ação de Deus em nossas vidas, portanto um testemunho vivo do que Deus quis e ainda quer de cada um de nós. Tanto eu, tanto meus companheiros ou mesmo você, que pode descobrir nestas páginas o chamado de Deus em sua vida, em nossas vidas. “Aqui estamos, Senhor” …

Nosso Ano Jubilar hoje nos enche de orgulho. Santo orgulho! Mas também nos questiona, pois que Deus está nos permitindo celebrá-lo no silêncio, isoladamente, em plena pandemia que pôs um freio em muitas das nossas ações. Silenciou a voz de muitos dos nossos. Impediu o que mais fazíamos, com nossas viagens e pregações missionárias. Obrigou-nos a vivenciar e comemorar um ano sabático, com muita reflexão e orações. Mas não nos impede o testemunho em História de uma Caminhada. MEAC, 50 ANOS – Missionários Leigos Evangelizando.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]

 

 




Diocese de Assis

Na vida, não raras vezes, diante de palavras, atos e, até, omissões nos vemos diante de um inconfundível: ‘e agora’?

Expulsei de minha casa meu melhor amigo! E agora? Briguei por uma coisa que não me dizia respeito e criei mais confusão! E agora? Cai numa grande tentação, contra a fidelidade e prejudiquei muita gente! E agora? Violei um grande segredo guardado sob juramento! E agora? Emprestei dinheiro a juro e o devedor não quer me pagar! E agora? Prometi algo que supera minha capacidade e possibilidade! E agora? Sustentei uma mentira contra a verdade e perderam a confiança em mim! E agora? Forjei uma doença e comovi o mundo em meu favor, por uma coisa que não é real! E agora? Fiz uma calúnia e alguém está sendo punido injustamente! E agora? Falei uma palavra inoportuna e o que não devia, no fogo de uma tremenda raiva! E agora? Morreu uma pessoa muito querida para mim e eu não consegui pedir e dar perdão a ela! E agora? Gritei… Magoei… Debochei… Enganei… Tirei proveito… Desobedeci… Subornei… Feri… Iludi… Perverti… Maltratei… Ignorei… Confundi… E agora?

E agora não dá para voltar atrás! Não dá para chorar o leite derramado. “Não fiquem lembrando o passado, não pensem nas coisas antigas; vejam que estou fazendo uma coisa nova: ela está brotando agora, e vocês não percebem? Abrirei um caminho no deserto, rios em lugar seco” (Is 43,18-19). Não vire às costas para nado do que tenha ocorrido com você. Encare, de frente, qualquer situação ou problema. Não se faça de vítima nem de coitadinho. Não queira se poupar do sofrimento e nem proteger os outros. Essas iniciativas só agravam ainda mais a situação-problema.

Agora é dar tempo ao tempo; bola pra frente; pé na estrada; cabeça erguida; mãos-à-obra; joelho no chão; mãos em súplica; coração confiante; olhos abertos; ouvidos atentos; faça silêncio…

Tudo o que fazemos tem conseqüências! E, embora as tenhamos previsto, elas ultrapassam nossas medidas e suposições. Não temos idéia e nem controle 100% de todas as conseqüências para todos os nossos atos. É claro que prever conseqüências para os nossos atos já é meio caminho andado para firmes propósitos, resoluções e tomadas de postura.

Tome uma postura de fé diante dos problemas e faça disso um método. Destrua o seu orgulhe e não mantenha o coração endurecido. “Assim diz o Senhor: ‘Parem no caminho e vejam, informem-se quanto às estradas do passado: qual era o caminho da felicidade? Andem por ele, e vocês encontrarão descanso’. Mas eles responderam: ‘Não caminharemos nele!’” (Jr 6,16-17).

Aceite a ajuda de alguém que lhe seja próximo. Não se oponha à uma correção. Tome consciência de que você é pó e ao pó voltará. Jogue para longe o medo e seja humilde para obter a luz interior. “Seja modesto em sua atividade, e será mais estimado que um homem generoso. Quanto mais importante você for, tanto mais seja humilde, e encontrará favor diante do Senhor. Pois o poder do Senhor é grande, mas ele é glorificado pelos humildes. Não procure o que é muito difícil para você, e não investigue coisas que superam suas forças. Empenhe-se naquilo que lhe foi ordenado, e não se ocupe de coisas misteriosas.  Não se aplique em coisas que superam sua capacidade”  (Eclo 3,17-23).

Não evite o confronto com vida por suas inúmeras situações dolorosas ou alegres. Dê graças a Deus por tudo o que lhe acontecer. “Examinem a história, e verão. Quem confiou no Senhor, e ficou desiludido? Quem perseverou no seu temor, e foi abandonado? Quem o invocou, e não foi atendido? Porque o Senhor é compassivo e misericordioso, perdoa os pecados e salva no tempo do perigo. Ai dos corações covardes e mãos preguiçosas, ai do pecador que anda por dois caminhos! Ai do coração preguiçoso que não confia, porque não será protegido! Ai de vocês que perderam a paciência! O que farão vocês quando o Senhor lhes pedir contas? (Eclo 2,2-14).

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS




Diocese de Assis

Anos e anos após seu nascimento, Freud ainda explica. Ou pelo menos tenta. Sua doutrina, a psicanálise, surgiu em 1896, após sucessivas experiências do grande cientista e escritor, de buscar novas alternativas de cura para distúrbios psicológicos. Seus estudos partiram do princípio de que somos movidos pelo inconsciente.

A experiência e doutrina freudiana revolucionou o tratamento psiquiátrico. Princípio básico: saber ouvir. A cura estava no fluxo do inconsciente, através da palavra. Do desabafo. Nasceu aqui o divã do psicanalista. A arte da escuta ganhou espaço nos consultórios médicos, até mesmo entre nazistas e psicopatas mais, que acompanharam o crescimento dessa nova ciência humana. Diante dos impasses do comportamento pessoal, lá estava Freud, com suas teorias e soluções.

Nada mudou. Apenas a unanimidade não é a mesma. Hoje alguns ousam contradizer as teorias do grande psicanalista, apontando-lhe falhas e acusando-o de abusos e deslizes antiéticos no processo de pesquisas. Dos questionamentos, um nos chama a atenção: por que a psicanálise faz mais sucesso entre católicos?

A resposta é simples. Antes, porém, vamos aos fatos. Ainda engatinhando em seus princípios e teorias, a psicanálise preenche uma grande carência humana de atenção, afetividade, carinho, princípios básicos da fraternidade apregoada pelo cristianismo. O panorama de sua receptividade é maior entre povos latinos, em especial argentinos e brasileiros. Todavia, seu maior sucesso foi entre os franceses, onde a psicanálise tornou-se modismo e onde foram publicadas as maiores obras sobre o assunto. Só agora, a psicanálise ganha o continente asiático, aonde chega embrulhada no rol das novidades que o Ocidente lhe oferece. Explica-se: entre os chineses, por exemplo, os valores da individualidade são experiências recentes, descobertas de liberdade cujo confronto o Estado até então não permitia.

E daí, qual a relação com o catolicismo? Nenhuma, se não existisse similaridade entre o divã do psicanalista e o genuflexório do confessionário. Nesse aspecto, as duas atividades, psicanálise e confissão, têm tudo a ver, são deveras idênticas, com uma diferença essencial: a última redime por completo.

Aqui se explica aquela verdade: quanto menor a fila do confessionário, mais cheio o cofre dos psicólogos e psicanalistas. Quanto mais raramente o católico busca sua reconciliação pessoal, mais freqüentemente se confronta com seus conflitos e limitações próprias do comportamento sócio-cultural. A falta de sacerdotes predispostos ao atendimento espiritual, à valorização do ato confessional, mesmo que em caráter penitente, está levando muitos católicos a engrossarem as filas da psicanálise. Eis o porque desse sucesso entre os católicos, razão que merece muito mais críticas do que aplausos, pois denuncia claramente a permuta de um sacramento por um modismo. Nada contra os psiquiatras ou psicólogos de plantão. Eles possuem espaço e valores indubitáveis na sociedade. Ressalto somente uma constatação óbvia.

Para citar Jesus – o pai da psicanálise e psiquiatra por excelência – reporto aqui sua palavra, a verdadeira palavra que cura: “O importante não é o que entra, mas o que sai da boca do homem”. A palavra, esta não só cura, mas igualmente cria e explica. Pois, no princípio, Deus disse… E tudo se fez.

WAGNER PEDRO MENEZES wagner@meac;com.br

 

 

 

 

 




Diocese de Assis

Ter fé não é uma deliberação sua, nem minha. Não é uma decisão da nossa vontade. Se fosse depender de nossa vontade, quem sabe, não teríamos fé. Ninguém decide se vai ou não ter fé. A fé é um dom, uma graça, um presente de Deus, necessário para a vida. Deus dá a fé a todos, como dá a vida. Sem fé a vida não é nada; não somos nada! Sem fé a vida pesa menos do que o pó. Sem fé não temos os outros, não temos o irmão, não temos a comunidade, não temos nós mesmos. Sem a fé não podemos agradar a Deus.

Viver a fé! Esta é a nossa tarefa! Isso é o que nos cabe! Essa é a nossa responsabilidade e compromisso. Por isso é que seremos julgados.

A fé, que nos foi dada, comporta resposta e compromisso… exige decisão!

Decidir não é dar o golpe final ou a última tacada. Decidir não é encerrar o assunto. Decidir não é se vingar, ir à desforra. Decidir não é, simplesmente, resolver.

Decidir vem de decisão (de + cisão. Assim: de = origem, lugar; cisão = corte, ruptura).

Decidir é tomar uma atitude a partir de um corte de uma ruptura. Decidir é cortar… romper a partir de uma convicção, de um sentido, de um norte. Portanto, decidir é dar razão, dar sentido, dar direção.

A fé exige decisão! Sendo assim, decidir, na fé, é agir pela fé: pelo que a fé dá; pela convicção da fé; pelas fontes da fé; pelas iluminações da fé… pelo mistério da fé! Decidir, na fé, é dar-se, entrar no tempo de Deus, lançar-se; abandonar-se; é permitir, acolher, esperar, fazer silêncio, aceitar, dialogar.

O que é a fé? O autor da carta aos Hebreus nos responde:

“A fé é um modo de já possuir aquilo que se espera, é um meio de conhecer realidades que não se vêem” (Hb 11,1).

Como viver a fé? O mesmo autor da carta aos Hebreus nos ensina:

“Foi por causa da fé que os antigos foram aprovados por Deus. Pela fé, sabemos que a Palavra de Deus formou os mundos; foi assim que aquilo que vemos originou-se de coisas invisíveis. Pela fé, Abel ofereceu a Deus um sacrifício melhor que o de Caim. Pela fé, Henoc foi levado embora, para que não experimentasse a morte. Pela fé, ao ser avisado divinamente sobre coisas que ainda não via, Noé levou isso a sério, e construiu uma arca para salvar a sua família. Pela fé, Abraão, chamado por Deus, obedeceu e partiu para um lugar que deveria receber como herança. Foi pela fé que também Sara, embora sendo velha, se tornou capaz de ter uma descendência, pois ela acreditou em Deus, que lhe havia prometido isso. Pela fé, Isaac abençoou Jacó e Esaú, também a respeito de coisas futuras….

O que mais posso dizer? Eu não teria tempo, se quisesse falar de Gedeão, de Barac, de Sansão, de Jefté, de Davi, de Samuel e dos profetas. Graças à fé, eles conquistaram reinos, implantaram a justiça, alcançaram as promessas, taparam a goela dos leões, apagaram a violência do fogo, escaparam ao fio da espada, extraíram força da sua própria fraqueza, mostraram-se valentes na guerra e expulsaram invasores estrangeiros. E algumas mulheres recuperaram seus mortos, por meio da ressurreição…” (Hb 11,2-39).

A fé não é um instrumento nosso, mas, de Deus. Não é um meio nosso, mas, de Deus. Não é um poder nosso para conseguir tudo de Deus. A fé não é um jogo! A fé é um poder de Deus para conseguir tudo, em nós. A fé é um poder de salvação que atua em nós, permitindo-nos a conversão diária. A fé é a vida de Deus em nós, cujo mistério escapa à compreensão humana porque não tem uma lógica, tem um sentido e confere um sentido.

Você tem a fé! Eu tenho a fé! Nós temos a fé! Vivamos a fé!

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS