1

Diocese de Assis

Quanto mais o tempo passa, mais eu vejo os cristãos (nas diversas denominações, sem exceção) professando e vivendo a fé, bem distante daquilo que, originalmente, a fé cristã tem de melhor, mais bonito e mais profundo: o Mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus.

Jesus não é mais um profeta que aparece na história de Israel, ele é o Messias, o Ungido, o Enviado, o Filho do Deus vivo. Ele não veio ao mundo, simplesmente para sacramentar o Judaismo com toda a sua estrutura: leis, ideologia, status, esperança e poder. Jesus não é uma mera continuidade. Pelo contrário, ele significa a ruptura com o poder religioso, político e econômico. A missão de Jesus está para além da esperança messiânica dos judeus, para quem, até hoje, o Messias ainda está por vir; está para além da imagem de um Deus distante, de quem, nem sequer se pode falar o nome; está para além de uma religião de ritos, sacrifícios, dízimos, retribuições e leis.  A missão de Jesus é bem determinada: revelar o rosto do Pai e anunciar o Reino de Deus.

A missão de Jesus questiona, sacode, desestabiliza e estremece o status quo (o estado em que estão as coisas, o que está estabelecido como verdade suprema) da sociedade da época e, porque oferece perigo é perseguido até a morte.

De que maneira a missão de Jesus representa um perigo para a sociedade, a ponto de ser perseguido e morto?

Falar de Deus como seu Pai é uma Blasfêmia. A imagem de Deus sempre sugeriu distância (intocável, indizível…), não só no imaginário, mas, também, na prática religiosa do povo eleito. Deus é, sempre, Senhor, Todo-poderoso, Senhor dos Exércitos, Onipotente, Altíssimo, Rei da Glória, Santo. Quando Jesus fala de Deus como Pai, joga por terra o edifício teológico dos judeus, além de pôr em descrédito os direitos religiosos, o poder da casta sacerdotal e seus privilégios no templo, no culto, na lei, no dízimo e na sociedade. Uma verdadeira bomba para a “paz” da religião que justificava toda perseguição a Jesus chamado de blasfemador (cf. Jo 5,17-18).

Falar de um reino ou rei que não seja de Cesar é Anarquia. Os reinos e os reis sempre se justificaram, pela unção recebida do sacerdote e pela ligação com o templo, como absolutos, intocáveis e sagrados. Qualquer palavra, iniciativa ou atitude contra os reinos e os reis era palavra, iniciativa e atitude contra Deus. A teologia e, por conseguinte, a ideologia nascida destas justificativas, reforçam e mantinham intactos o poder, a política, a economia e a cultura de opressão sobre um povo, sempre submisso e conformista. Quando Jesus anuncia um reino-rei que não é deste mundo, põe em perigo toda a estrutura de poder dos reinos e dos reis “O meu reino não é deste mundo…” (Jo 18,36).

Jesus não se intimida, em sua missão e, vai até ao extremo da Cruz revelando o máximo do amor de Deus e a emergência do seu Reino.

Em que sentido os cristãos estão professando e vivendo uma fé distante da originalidade da fé cristã?

O distanciamento da fé original (Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus) está na instrumentalização da fé em função de qualquer pretensão humana, ainda que provenha de uma necessidade legítima. Por exemplo, usar a fé-religião, simplesmente, para sucesso financeiro e material, para ascensão política, para satisfação imediatista dos desejos e prazeres.

A fé tem que ser experimentada como algo que só Deus pode dar: a Conversão, a Redenção e a Salvação. De fato, o Reino de Deus é justiça, paz e alegria no Espírito Santo (Rm 14,16-19.22.23b). Jesus é Rei, o seu Trono é a Cruz; seu cajado é a justiça e sua vitória é a ressurreição (Lc 23,35-43). Dêem graças ao Pai, que permitiu a vocês participarem da herança dos cristãos, na luz (Cl 1,12-20).

No Alto da cruz, ao lado de Jesus, o ladrão arrependido, compreendeu a verdade sobre o Reino de Deus e o Rei Jesus: “Jesus, lembra-te de mim, quando vieres em teu Reino.” Jesus respondeu: “Eu lhe garanto: hoje mesmo você estará comigo no Paraíso.” (Lc 23,42b.43)

Pe. Edvaldo Pereira dos Santos




Diocese de Assis

 

          A pobreza sempre existiu, sempre existirá. Nem por isso vamos ignorá-la ou dar-lhe as costas como se problema nosso não fosse. “Sempre tereis pobres entre vós” (Mc 14,7), constatou o próprio Cristo, sem com isso desistir de seus ensinamentos centrados na relação de fraternidade que os pobres nos possibilitam praticar. Sem eles, a escola de Cristo se perderia no mais edificante de seus ensinamentos, o amor ao próximo.

Aprofundando essa questão, Papa Francisco estabeleceu o Dia Mundial dos Pobres (celebrado neste 14 de novembro pela quinta vez) com o objetivo de chamar a atenção dos povos para a riqueza presente na escola dos pobres, estes cujo sentido de comunhão, partilha e solidariedade torna-se o mais contundente princípio da fraternidade universal. Em sua mensagem para esse Dia, Francisco deixou escapar, mais uma vez, sua sensibilidade franciscana. Não posso privar meu leitor dessa sensibilidade. Abre sua reflexão com a passagem da mulher que gasta seu vaso de alabastro, perfume caríssimo, sobre a cabeça de Jesus: “Porque é que não se vendeu este perfume por trezentos denários, para os dar aos pobres?”. Essa é a pergunta clássica dos oportunistas que usam da pobreza para seus ilícitos enriquecimentos. Mas Francisco tem sua segunda visão, pois a cena evangélica realça a pobreza do Mestre. “Jesus recorda-lhes que Ele é o primeiro pobre, o mais pobre entre os pobres”. E sintetiza: “Esta forte <empatia> entre Jesus e a mulher e o modo como Ele interpreta a sua unção, em contraste com a visão escandalizada de Judas e doutros, inauguram um caminho de reflexão sobre o laço indivisível que existe entre Jesus, os pobres e o anúncio do Evangelho”.

“Os pobres são sacramento de Cristo”, diz mais adiante, para reiterar o valor da caridade para com eles: “Trata-se, portanto, de abrir-se decididamente à graça de Cristo, que pode tornar-nos testemunhas da sua caridade sem limites e restituir credibilidade à nossa presença no mundo”. Cita os dias atuais: “Alguns países estão a sofrer gravíssimas consequências devido à pandemia”, que aumenta assustadoramente as condições de pobreza. “É verdade que são pessoas a quem falta algo e por vezes até muito, se não mesmo o necessário; mas não lhes falta tudo, porque conservam a dignidade de filhos de Deus que nada e ninguém lhes pode tirar”.

A pobreza torna-se a maior ameaça à estabilidade social que todos desejam. É hoje uma questão de prioridade humanitária, pois que atinge, direta e indiretamente, a todos. Escreve Francisco: “O pobre só tem uma defesa: a sua pobreza e a condição de necessidade em que se encontra. Não lhe peças mais nada; mesmo que fosse o homem mais malvado do mundo, se lhe vier a faltar o alimento necessário, libertemo-lo da fome. (…) O homem misericordioso é um porto para quem está em necessidade: o porto acolhe e liberta do perigo todos os náufragos, sejam eles malfeitores, bons ou como forem. Aos que se encontram em perigo, o porto acolhe-os em segurança dentro da sua enseada.” Então Francisco conclui recordando seu discurso sobre o pobre Lázaro, II,5: “Também tu, portanto, quando vês por terra um homem que sofreu o naufrágio da pobreza, não o julgues, nem lhe peças conta do seu comportamento, mas liberta-o da desventura”. E cita uma frase do Pe. Primo Mazzolari, publicada em uma revista italiana em 1949: “Os pobres, eu nunca os contei, porque não se podem contar: os pobres abraçam-se, não se contam”.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]

 

 




Diocese de Assis

 

A doutrina cristã é perfeita em seus princípios. Porém, contraditória. Isso mesmo, não se assuste! Contraditória com a realidade de vida da grande maioria dos que se dizem cristãos. E do cristão se exige ser sinal de contradição!… Já que lhe chamei a atenção para o assunto, continue comigo.

Grande pensador e, na sua juventude, réu confesso das ilusões humanas, Santo Agostinho um dia declarou: “Não me inquieto demasiado com as seduções do perfume. Quando está afastado, não o procuro. Quando o tenho presente, não me esquivo, mas também estou preparado para dele me abster”.

Quais seduções, que perfume? É lógico: odor, olfato, emulações da realidade física. Essa competitiva atração que o mundo faz à criatura mais perfeita do universo, para os ascetas chama-se tentação. Seduções de um perfume efêmero! Entre a tênue linha dos prazeres terrenos e das perenes riquezas espirituais situam-se as grandes religiões, dentre as quais o cristianismo. Todas pregam uma comunhão humana com as riquezas do lado de lá – ocultas e maravilhosas – cuja efemeridade inexiste, se contrapondo à volátil sedução dos perfumes humanos. Diante deles, Agostinho demonstrava indiferentismo, não se deixava iludir, sem, no entanto, repudiá-los. Havia um meio termo, uma relação de simbiose, respeito mútuo entre sua realidade física e espiritual. Uma perfeita comunhão corpo e alma. “Não me esquivo, mas também estou preparado para dele me abster”.

Esse é o foco da atenção que lhe roubo. Seria contraditória a doutrina que nos chama à comunhão universal? Ou contraditórios os que se declaram cristãos, sem nunca prescindirem dos odores da realidade terrena? A fé cristã nos ensina a respeitar e aprimorar esses dois aspectos da vida: o material e o espiritual. Essa é a comunhão que buscamos. Conquanto, o cristão autêntico nunca será um extraterrestre em seu meio, alguém longe da realidade em que vive, alheio às carências, misérias e decepções humanas… Ao contrário, quanto mais afeito às manifestações do Espírito, quanto maior sua comunhão com as “coisas do alto”, as revelações criteriosas que sua fé proporciona, à medida de seu amadurecimento espiritual, tanto maior será sua comunhão com a realidade que o cerca.

Nesse aspecto, a vida sacramental do católico, em especial sua participação eucarística, torna-se o elemento moderador do equilíbrio que necessitamos. Cristão sem comunhão, sem vida eucarística, é um belo pássaro que ainda não aprendeu a cantar, nem voar. Um filhote fora do ninho. Que pena! Está sujeito às aves de rapina, às intempéries de uma realidade física cruel e sanguinolenta.

A comunhão é manancial das virtudes que aspiramos, tanto no aspecto físico quanto espiritual. Seu ápice está nas espécies eucarísticas, o mistério de fé dos católicos. No entanto, não há ápice sem princípio e meio. A comunhão tem início na compreensão das misérias e limitações humanas. Somos pó, a ele voltaremos. Ponto final? Pior que não. O meio dessa história é nosso compromisso, ou seja, a comunhão fraterna que nossa fé nos desafia a vivenciar. Eis a comunhão que nos falta.

Diante das misérias dessa realidade, o mesmo Agostinho um dia clamou pela piedade divina. Salve, ó Pai, o pequeno pássaro fora do ninho! “Tende compaixão dele para que os que passam pelo caminho não calquem aos pés esse passarinho implume. Enviai o vosso anjo. Ele o torne a colocar no ninho, para que assim a avezinha possa viver enquanto não souber voar”. Enquanto não comungar plenamente com o mundo que a cerca.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]




Diocese de Assis

Desde muito pequenos somos incentivados e, quem sabe, desafiados a ser grandes; a crescer; a ser livres; a ter uma profissão; a ganhar muito dinheiro; a ter uma casa; a ser alguém na vida. E não faltam dicas e receitas sobre o que é bom.

Crescer passa a ser sinônimo de se dar bem na vida; de ter o que quer; de aproveitar bem a vida; de ser senhor de algo ou de alguém; de ser independente.

De fato, quem sonha cresce e amadurece. Mas, não é qualquer sonho que faz crescer.

O sonho que faz crescer é aquele que destaca o que seremos e não apenas o que teremos; o que realiza e não simplesmente o que dá prazer; o que humaniza e não o que endeusa; o que converte e não o que fanatiza…

É bem provável que uma boa parte dos sonhos que os outros tentam inculcar em nós provém da frustração de nunca terem sido realizados.

Se pensarmos bem, há sonhos melhores para se sonhar.

Qual é, afinal de contas, o seu sonho? O que tem ocupado a sua cabeça e o seu coração? Já parou para pensar que o seu sonho pode ser a tentativa dos outros de se realizarem, tardiamente, em você?

Se você quer sonhar bem, sonhe o sonho de Deus. Deus tem um sonho! Quer saber qual é o sonho de Deus? Nós somos o sonho de Deus! Sim! Nós somos o sonho de Deus e, tudo o que ele fez e faz está voltado para o nosso bem e salvação.

Deus quer que nós participemos deste seu sonho e façamos disso a nossa vida. Ele nos chama e nos diz: “sejam santos, porque eu sou santo!”

Este é um sonho que vale a pena porque nos faz voltar ao nosso estado original: fomos feitos à imagem e semelhança de Deus. Mas, este que é um sonho que vale a pena custa a nossa vida porque exige a nossa entrega. Ser santo não é um desejo impostado pela nossa vontade. Ser santo é um chamado; é uma vocação.

A vocação universal à santidade é um desafio muito grande a todos nós porque vivemos na contradição do pecado e na contramão da fé. Não é impossível ser santo porque, como diz o Senhor: “Não foram vocês que me escolheram, mas fui eu que escolhi vocês. Eu os destinei para ir e dar fruto, e para que o fruto de vocês permaneça. O Pai dará a vocês qualquer coisa que vocês pedirem em meu nome. O que eu mando é isto: amem-se uns aos outros” (Jo 15,16-17).

Para que a santidade se tornou um sonho, a vida se transforma em Dom e Conquista e Graça e Tarefa. Quem aprende a sonhar o sonho de Deus, permite que Deus tome conta de toda a sua vida e aceita que ele realize a sua vontade.

Algumas indicações bíblicas nos ajudam a ver a santidade como um caminho possível e necessário:

1Jo 3,1-3: “Vejam que prova de amor o Pai nos deu: sermos chamados filhos de Deus. E nós de fato o somos! Se o mundo não nos reconhece, é porque também não reconheceu a Deus. Amados, desde agora já somos filhos de Deus, embora ainda não se tenha tornado claro o que vamos ser. Sabemos que quando Jesus se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque nós o veremos como ele é.”

Ez 36,24-27: “Vou pegar vocês do meio das nações, vou reuni-los de todos os países e levá-los para a sua própria terra. Derramarei sobre vocês uma água pura, e vocês ficarão purificados. Vou purificar vocês de todas as suas imundícies e de todos os seus ídolos. Darei para vocês um coração novo, e colocarei um espírito novo dentro de vocês. Tirarei de vocês o coração de pedra, e lhes darei um coração de carne. Colocarei dentro de vocês o meu espírito.”

Ef 1,3-5: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo: Ele nos abençoou com toda bênção espiritual,no céu, em Cristo. Ele nos escolheu em Cristo antes de criar o mundo para que sejamos santos e sem defeito diante dele, no amor.”

Sejamos santos, porque nosso Deus é Santo. Este deve ser o nosso sonho!

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS




Diocese de Assis

 

Uma nova palavra e suas variações ocupa o vocabulário do mundo católico: sínodo. Trata-se de uma consulta pública sobre as diretrizes da Igreja, que ocupará a pauta de vários encontros eclesiais durante um ano, seguindo as atividades das comunidades católicas em suas várias instâncias no mundo. Todo e qualquer fiel batizado terá oportunidade de dizer o que pensa. Mas será ouvido? Então, aqui é que são elas… as questões que afligem a muitos!

A democracia cristã, diferentemente do mundo político, não interfere na tradição doutrinária, que segue os imutáveis ensinamentos de Cristo. Ouvir muitos dos anseios populares é também uma forma de corrigir distorções e apontar a solidez da doutrina. Não pensem os mais “avançados” que agora sim, agora o Papa vai ouvir “a voz do povo” e acatar muitas das “mudanças necessárias” em questões como aborto, eutanásia, indissolubilidade sacramental, matrimonial, casamentos homo, etc., etc… Não é por aí. Esse processo de escuta é muito mais uma oportunidade de questionamentos do que proposta de mudanças. Francisco quer ouvir, mas também reiterar.

Para o Papa, o sínodo é uma oportunidade de ouvir a voz de Deus, não um simples processo de consulta democrática à grande maioria que pede mudanças. Antes, há uma constituição imutável a se seguir e esta pede maiores ações e cuidados dos que se colocam “sub judice” de suas diretrizes. A constituição da fé cristã é infalível, imutável e, com isso, infalível seu ensinamento e imutável o caminho da Igreja no mundo. Aqui nos salta aos olhos uma questão reveladora: aqueles que praticam a autenticidade dessa fé são infalíveis em seu seguimento. Esse privilégio não é apenas do Papa, mas de todo e qualquer cristão leigo que possua clareza em sua fé e prática.

Portanto, o movimento sinodal que hora nos motiva, vem de encontro a uma necessidade cristalina de reforçar nossa fé. Esse processo dará chances a todo e qualquer batizado de proferir sua voz, mas também confrontar suas verdades com as falsas “verdades” dum mundo polarizado pelas divergências das muitas doutrinas paganizadas e ou desviadas de seu contexto histórico. Essa é a luta da Igreja no mundo.  “De fato, as armas da nossa luta não são humanas; o seu poder vem de Deus e são capazes de destruir fortalezas. Nós destruímos os raciocínios presunçosos e qualquer poder altivo que se levante contra o conhecimento de Deus”, já nos lembrava Paulo em carta aos coríntios (2Cor. 10, 4-5).

Chegou, pois, o momento de confrontar a fé cristã com as ideologias do mundo. Quem se adequará a quem? Não pensem os que torcem pelas flexibilizações doutrinárias de que finalmente chegou a hora das mudanças dentro da Igreja. Chegou, sim, a hora do reforço. O Papa radicaliza sua autoridade doutrinária, buscando na prática das comunidades o reforço necessário para aviltar o testemunho da nossa fé, não a adequação desta aos caminhos largos do mundo. A consulta pública será uma oportunidade de realçar os ensinamentos da Igreja a partir da coerência de seus seguidores, não do inconformismo dos que buscam mudanças. Não se iludam os que trilham os caminhos pavimentados e ilusoriamente mais rápidos e confortáveis do progresso que nos ilude. Os caminhos da fé continuarão estreitos, mas eficientes em suas metas transcendentais. Será isto o que o Povo de Deus irá dizer ao mundo, ao final do mais amplo sínodo de sua história.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]

 

 

 




Diocese de Assis

A vida não pode correr solta, sem caminho e direção. A vida precisa de projeto!

Aliás, você tem projetos ou leva a vida solta, como der e vier?

Deus tem projeto! E o projeto dele inclui toda a obra criada porque é projeto de amor e salvação. Deus quer salvar e sua graça não tem limites. Salvar, na linguagem bíblica, é realização plena agora, neste mundo e depois, na eternidade. Salvar é escolher, santificar, abençoar, libertar, redimir.

Paulo, numa grande intuição de fé assim escreve aos efésios: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo: Ele nos abençoou com toda bênção espiritual, no céu, em Cristo. Ele nos escolheu em Cristo antes de criar o mundo para que sejamos santos e sem defeito diante dele, no amor. Ele nos predestinou para sermos seus filhos adotivos por meio de Jesus Cristo, conforme a benevolência de sua vontade, para o louvor da sua glória e da graça que ele derramou abundantemente sobre nós por meio de seu Filho querido. Por meio do sangue de Cristo é que fomos libertos e nele nossas faltas foram perdoadas, conforme a riqueza da sua graça. Deus derramou sobre nós essa graça, abrindo-nos para toda sabedoria e inteligência. Ele nos fez conhecer o mistério da sua vontade, a livre decisão que havia tomado outrora de levar a história à sua plenitude, reunindo o universo inteiro, tanto as coisas celestes como as terrestres, sob uma só Cabeça, Cristo. Em Cristo recebemos nossa parte na herança, conforme o projeto daquele que tudo conduz segundo a sua vontade: fomos predestinados a ser o louvor da sua glória, nós, que já antes esperávamos em Cristo” (Ef 1,3-14)

O projeto de amor-salvação de Deus é um permanente despertar para o novo da vida em Cristo que é a garantia deste projeto de Deus. Sendo assim, para usufruir das promessas pertencentes a este projeto é preciso permanecer em Cristo, crescendo com ele, cada dia, em amor e santidade.

Deus tem compaixão e não leva em conta os pecados dos homens (Sb 12,23-25). “Tu tens compaixão de todos, porque podes tudo, e não levas em conta os pecados dos homens, para que eles se arrependam. Tu amas tudo o que existe, e não desprezas nada do que criaste. Se odiasses alguma coisa, não a terias criado. De que modo poderia alguma coisa subsistir, se tu não a quisesses? Como se poderia conservar alguma coisa se tu não a tivesses chamado à existência? Tu, porém, poupas todas as coisas, porque todas pertencem a ti, Senhor, o amigo da vida”

Minha casa está firme junto a Deus, sua aliança comigo é para sempre (2Sm 23,5-6). “Minha casa está firme junto a Deus, pois sua aliança comigo é para sempre, em tudo ordenada e bem segura. Ele fará prosperar meus desejos de salvação. Os maus porém serão como espinheiros, que se jogam fora e ninguém recolhe.

O Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido (Lc 19,1-10). “Jesus tinha entrado em Jericó, e estava atravessando a cidade. Havia aí um homem chamado Zaqueu: era chefe dos cobradores de impostos, e muito rico. Zaqueu desejava ver quem era Jesus, mas não o conseguia, por causa da multidão, pois ele era muito baixo. Então correu na frente, e subiu numa figueira para ver, pois Jesus devia passar por aí. Quando Jesus chegou ao lugar, olhou para cima, e disse: ‘Desça depressa, Zaqueu, porque hoje preciso ficar em sua casa.’  Ele desceu rapidamente, e recebeu Jesus com alegria.  Vendo isso, todos começaram a criticar, dizendo: ‘Ele foi se hospedar na casa de um pecador!’  Zaqueu ficou de pé, e disse ao Senhor: ‘A metade dos meus bens, Senhor, eu dou aos pobres; e, se roubei alguém, vou devolver quatro vezes mais.’  Jesus lhe disse: ‘Hoje a salvação entrou nesta casa, porque também este homem é um filho de Abraão. De fato, o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido’.”

Não se deixem perturbar tão facilmente! Nem se assustem, como se o Dia do Senhor (2Ts 2,1-2).  “Agora, irmãos, quanto à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e ao nosso encontro com ele, pedimos a vocês o seguinte: não se deixem perturbar tão facilmente! Nem se assustem, como se o Dia do Senhor estivesse para chegar logo, mesmo que isso esteja sendo veiculado por alguma suposta inspiração, palavra, ou carta atribuída a nós”.

 

PE.EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS




Diocese de Assis

 

          Um dos maiores entraves do seguimento cristão chama-se prepotência. A complexidade desse problema comportamental atinge a todos, mesmo aqueles que se julgam íntimos do mestre nazareno, a ponto de se sentirem detentores de privilégios pessoais. Quem nunca se sentiu assim, diante das graças recebidas e das atenções merecidas dos reservatórios dos céus? Quem nunca olhou para o comportamento dispersivo e anticristão do mundo e não se sentiu privilegiado diante de Deus? Senhor, eu não sou como estes, é a afirmativa quase inconsciente que bem define nosso padrão comportamental.

Nesta via dos que se dizem maiores e melhores está o perigo da prepotência. O mal maior de muitos cristãos é julgar-se salvo antes da hora. É exigir privilégios diante do trono. É aproximar-se da mesa eucarística sem a humildade necessária para reconhecer a indignidade desse privilégio. Dizer-se seguidor de leis e princípios que não lhe servem como leis e princípios. Dizer-se digno de proferir a palavra, dela subtraindo pontos, vírgulas, interrogações e exigências mais. Olhar o próximo com suas fraquezas, mas ignorar as próprias. “Senhor, eu não sou digno!” – diria o centurião romano, mesmo diante dos muitos poderes de mando e desmando que sua autoridade lhe concedia. A este foi concedido o privilégio da presença e ação de Deus. Soube reconhecer sua pequenez e mereceu a graça.

Os poderes terrenos ofuscam a grandiosidade da misericórdia divina. Ocupar privilégios no Reino de Deus não é para qualquer um. “É para aqueles a quem foi reservado”. Eis porque nossas definições de direitos e deveres ainda vagueiam no errôneo conceito de mando e desmando, poderes circunstanciais e transitórios, que nenhuma instituição humana sobrepõe à autoridade concedida do alto. “Nenhum poder lhe seria dado se não viesse de Deus”. Nenhum. Nem mesmo aquele que ilusoriamente pensamos possuir. “Vós sabeis que os chefes das nações as oprimem e os grandes as tiranizam. Mas entre vós não deve ser assim” … (Mc 10, 42-43).

Como seria, então? Servidão e submissão é a condição mínima para se obter bênçãos e graças diante de Deus. Não é ostentando nossa fé diante do povo, mas por primeiro nossa disponibilidade para servir esse povo com o verdadeiro espírito de servidão e humildade. Humildade capaz de reconhecer a própria indignidade. Ao contrário daqueles que se arvoram num sentimento de poder e prepotência e se tornam cegos diante do ridículo comportamento farisaico. A estes, somente a estes, se impede a visão da própria impotência. Pensam que agradam, mas ofendem. Sentem-se donos da verdade montados na mentira que vivem. Cuidado! Não seja você o palhaço num picadeiro das próprias ilusões. O palco da vida também possui artistas de primeira hora, que merecem muito mais os aplausos dos anjos do que o sorriso dos homens. Ocupar a direita ou a esquerda é indiferente aos olhos de Jesus, pois que seu trono dispensa privilégios, ilusões que nossa prepotência constrói.

Quando a vida lhe der oportunidades de escolhas, vá com calma. Use sempre o critério da indignidade, pois, aos olhos da graça, os últimos serão os primeiros, pequenos, os maiorais. Uma só palavra basta, para bom entendedor.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]

 

 

 




Diocese de Assis

 

De todos os defeitos, quem sabe, o que tem maior peso é a ingratidão. De todas as dores, quem sabe, a que mais dói é a dor da ingratidão.

Não é difícil identificar a ingratidão e o ingrato!

A Ingratidão é a perda de referência do Bem em nós e constitui doença da alma que poucos de nós pode considerar-se imune. Por isso, o ingrato não reconhece os benefícios ou favores que recebeu; é mal-agradecido; não corresponde aos esforços alheios; não é capaz de multiplicar o bem que lhe acompanha; é infecundo, estéril e improdutivo

A ingratidão é desvio inegável do comportamento humano; isso é fato! Mas, o que é próprio do ser humano é a gratidão. Nada agrada mais Deus do que a gratidão! Porque, em Deus, tudo é Graça! E somos participantes do Ser de Deus que nos fez à sua imagem e semelhança.

A gratidão é um dom que nos permite ver e reconhecer os benefícios a nós concedidos e aqueles que no-los concedeu. E, por causa disso, nos leva a agradecer; a ser gratos.

A gratidão não é uma variante da subserviência, da dependência ou do aprisionamento do beneficiado ao seu benfeitor. A gratidão é, antes de tudo, a atitude de reconhecimento do bem (seja ele de onde ele vier) que nos transporta para o Bem Maior (Deus), levando-nos a ser bons no Bem. Assim, já não somos mais movidos, apenas, pelo benefício circunstancial, recebido de alguém, numa relação de troca. Pelo contrário, seremos movidos pelo Bem que permanece em nós, mesmo diante de múltiplas ingratidões, frustrações e decepções. Porque, quando olhamos para trás, mesmo não nos lembrando dos inúmeros benefícios realizados em nosso favor, mesmo precisando de mais, decepcionado com alguém…: reconhecemos que, acima de tudo, a marca do Bem ficou em nós e o tempo não pode apagar. Portanto, gratidão não é uma mera relação de troca; não é retribuição; não é devolução. Gratidão é reconhecimento do Bem em nós!

“Caminhando para Jerusalém, aconteceu que Jesus passava entre a Samaria e a Galiléia. Quando estava para entrar num povoado, dez leprosos foram ao encontro dele. Pararam de longe, e gritaram: ‘Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!’ Ao vê-los, Jesus disse: ‘Vão apresentar-se aos sacerdotes.’ Enquanto caminhavam, aconteceu que ficaram curados. Ao perceber que estava curado, um deles voltou atrás dando glória a Deus em alta voz. Jogou-se no chão, aos pés de Jesus, e lhe agradeceu. E este era um samaritano. Então Jesus lhe perguntou: ‘Não foram dez os curados? E os outros nove, onde estão? Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro?’  E disse a ele: ‘Levante-se e vá. Sua fé o salvou’” (Lc 17,11-19).

É nosso dever e salvação darmos graças a Deus, como o samaritano que foi curado da lepra. Ele, percebendo que estava curado, voltou atrás, dando glória a Deus, em alta voz porque reconheceu a origem e a fonte da graça. Só um voltou para agradecer porque são poucos os que conseguem perceber o Bem nos benefícios. A cura é insuficiente para quem não enxerga a graça. Quantas curas serão necessárias para enxergarmos a graça da salvação?

Para não sermos ingratos como os nove, citados no Evangelho é preciso fazer o que Paulo testemunha a Timóteo: “Lembre-se de que Jesus Cristo, descendente de Davi, ressuscitou dos mortos. Esse é o meu Evangelho, e por causa do qual eu sofro, a ponto de estar acorrentado como um malfeitor. Mas a palavra de Deus não está algemada. É por isso que tudo suporto por causa dos escolhidos, para que também eles alcancem a salvação que está em Jesus Cristo, com a glória eterna. Estas palavras são certas: Se com ele morremos, com ele viveremos; se com ele sofremos, com ele reinaremos. Se nós o renegamos, também ele nos renegará. Se lhe formos infiéis, ele permanece fiel, pois não pode renegar a si mesmo” (2Tm 2,8-13).

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS




Diocese de Assis

Quando o mundo questiona a fé cristã com evidências materiais e provas contextuais, colocando a materialidade acima dos mistérios e da realidade espiritual que cerca a existência humana, é chegada a hora de proclamar com ânimos maiores a beleza e verdade dessa fé. Para isso, a instituição de um mês missionário reforça nossa ação. Chegou a hora. Neste ano de tribulações e provações endêmicas, mais do que nunca, chegou essa hora. E o tema não deixa dúvidas: “Jesus Cristo é missão”.

O presidente da comissão de Animação Missionária da CNBB, D. Odelir, bispo de Chapecó – SC, reforça essa necessidade com uma frase bem suscinta: “Ou a Igreja é missionária, ou não é Igreja de Jesus Cristo”. Não há meio termo. Se quisermos realmente imprimir no coração humano o grande sinal de pertença ao Salvador único e verdadeiro dessa humanidade sofredora, especialmente nos dias de hoje, é preciso realçar nossas convicções cristãs. E, para tanto, a própria C.M. 2021 aponta nossa inspiração bíblica: “Não podemos deixar de afirmar o que vimos e ouvimos” (At 4,20). As raízes de nossa fé se baseiam em fatos comprovados e testemunhados, que ainda perduram entre nós. Não nasceram do nada, mas de experiências concretas. Essa, pois, é a missão da Igreja no mundo: continuar testemunhando aquilo que viu e ouviu, que vê e ouve, que continuará vendo e ouvindo até a consumação dos tempos.

Segundo D. Odelir, a atual campanha tem grandes méritos nesse tempo de provações e desafios pandêmicos, pois a fé cristã oferece aos homens um forte testemunho “de esperança em realidades que exigem compaixão”. Dentro de um contexto de dor e desespero, a fé é o mais eficaz lenitivo de renovação de forças, pois que se sobrepõe à realidade da finitude humana para realçar a plenitude da vida em dimensões mais amplas. Esse é o cerne da fé cristã. Essa é nossa certeza, nossa esperança, nossa razão de ser. Portanto, não há como fugir da missão quando esta contempla o mundo com o olhar compassivo e apaixonado do Cristo, conhecedor de todas as nossas incertezas e limitações.

Realizada desde 1972, a campanha missionária reforça nossa consciência de evangelizadores comprometidos com a Verdade que nos foi revelada. Omitir-se desse compromisso é negar a própria fé. Santa Terezinha do Menino Jesus, padroeira das missões sem nunca ter saído de sua terra, de seu mundinho, já dizia em seus escritos: “Não tenhais medo. Com Jesus tudo é possível e com Ele se chega a todos os corações e a todos os lugares”. Tanto que o Papa Leão XIII assim definiu o espírito missionário: “A missão é feita com os pés dos que partem, com os joelhos dos que rezam e com as mãos dos que ajudam”. Terezinha compreendeu bem qual seria sua missão neste mundo. Muito mais que exercer uma ação de proselitismo puro e simples, para ela missão era amar. Amar a Cristo e aos irmãos. Amar incondicionalmente. Buscar a perfeição através da prática, do amor puro e simples. “Compreendi que na perfeição havia muitos graus e que cada alma era livre no responder as solicitações do Senhor, no fazer muito ou pouco por Ele, numa palavra, no escolher entre os sacrifícios que exige”. Seria esta sua cruz, sua missão: não percorreu estradas, mas ajoelhou-se submissa e orou pela Igreja Missionária com seu renovado ardor e amor. Sobre as provações que também testemunhou em sua época pode um dia escrever: “Acho que nesses momentos de grandes tristezas tem-se a necessidade de olhar para o céu em lugar de chorar”. O que vemos e ouvimos hoje nos faz olhar para o alto ou cravar nossos olhos no chão árido da triste realidade que nos cerca? Lembre-se: “Jesus Cristo é missão”. Ontem, hoje e sempre.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]




Diocese de Assis

É uma constatação e ponto pacífico que, todo mundo quer viver! Todo mundo gosta de viver. Porque viver é muito bom; viver é muito gostoso. Mas, viver não é uma tarefa fácil! Viver é difícil e comprometedor e, nem todo mundo aprendeu ou sabe viver! Então, cada um tenta viver como pode.

Alguns encaram a vida como uma questão de sorte ou azar; outros, não: encaram-na como luta e dedicação. Alguns a vivem na lógica da vantagem e do privilégio; outros, não: vivem-na com trabalho e renúncia. Alguns a pintam com de mil chances e oportunidades; outros, não: emolduram-na com escolha e determinação. Alguns vivem por si mesmos, auto-suficientes; outros, não: escolhem a via da fé, no Temor a Deus.

Para quem a fé não conta, a vida corre livre, leve e solta; sem compromissos e exigências; sem demoras ou impedimentos; sem controle ou prestação de contas. Tudo é permitido. Tudo é ilimitado. Vale tudo! Ainda mais, para quem não vive pela fé, a vida não tem fronteiras e não tem freios; tudo é mais livre, mais prazeroso e possível. Isso, porém, não significa vida autêntica! Como diz a Escritura: “Tudo é permitido. Mas, nem tudo convém. Tudo é permitido. Mas, nem tudo edifica” (1Cor 10,23)

Para quem vive pela fé, a vida é bela e revela-se como um Mistério Insondável que combina Dom de Deus e tarefa humana. Não é uma combinação qualquer. É uma combinação de Justiça, na base do Amor, da Compaixão e da Misericórdia, esboçado por outro Mistério: a Paixão, morte e Ressurreição de Cristo. “De fato, no evangelho a justiça se revela única e exclusivamente através da fé, conforme diz a escritura: ‘o justo vive pela fé’.” (Rm 1,17).

Para quem vive pela fé a vida tem exigências e chama à responsabilidade em qualquer gesto, palavra ou ação.  A vida, na fé, pressupõe escolha, decisão e determinação. “Desde o princípio, Deus criou o homem e o entregou ao poder de suas próprias decisões. Se você quiser, observará os mandamentos, e sua fidelidade vai depender da boa vontade que você mesmo tiver. Ele pôs você diante do fogo e da água, e você poderá estender a mão para aquilo que quiser. A vida e a morte estão diante dos homens, e a cada um será dado o que cada um escolher. De fato, a sabedoria do Senhor é grande, pois ele é Todo-poderoso e tudo vê. Seus olhos estão sobre aqueles que o temem, e ele conhece cada ação que o homem realiza. Ele não mandou ninguém se tornar injusto e a ninguém deu permissão para pecar” ( Eclo 15,14-20).

A vida, na fé, não precisa da sorte nem do azar, não depende das vantagens nem dos privilégios, não se sustentam nas chances nem das oportunidades. A vida, na fé, é de permanente entrega, confiança e abandono nas mãos de Deus porque, viver é risco constante, sofrimento, tribulação e morte. Nesse sentido, não dá para querer viver contando, apenas, com as próprias forças.

Para quem deseja afirmar e conduzir sua vida pela fé, vale a pena considerar a iluminação da Palavra de Deus:

Dt 30,19-20: “Eu lhe propus a vida ou a morte, a bênção ou a maldição. Escolha, portanto, a vida, para que você e seus descendentes possam viver, amando a Javé seu Deus, obedecendo-lhe e apegando-se a ele, porque ele é a sua vida e o prolongamento de seus dias.”

Lc 17,5-10: “Os apóstolos disseram ao Senhor: ‘Aumenta a nossa !’ O Senhor respondeu: ‘Se vocês tivessem do tamanho de uma semente de mostarda, poderiam dizer a esta amoreira: Arranque-se daí, e plante-se no mar. E ela obedeceria a vocês.”

2Tm 1,6-8.13-14:  “Por esse motivo, o convido a reavivar o dom de Deus que está em você pela imposição de minhas mãos.”

No fim das contas, ou se vive pela fé ou não se vive! Porque, somente pela fé é possível dar à vida um sentido, direção e meta.

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS