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Diocese de Assis

Tão logo uma mulher fica grávida a busca pelo nome da criança envolve muitas leituras, pesquisas, comparações, escolhas, decisões e renúncias. O nome é tudo! E, quando a criança nasce, além da identificação imediata, feita no hospital, é preciso registrá-la. E, do primeiro registro, ao longo de toda a vida, uma série de documentos confirmam a identidade de cada um entre os quase 8 bilhões de pessoas pelo mundo afora: Batistério, RG, CIC, Título de Eleitor… inclusive, a Certidão de Óbito.

O nome que é referência imediata para a identificação de um indivíduo, está, necessariamente, associado a outros elementos e dados referenciais que o torna único: os genitores, as datas, a naturalidade, as localidades, a etnia, a digital, o tipo sanguíneo e o biotipo. Sendo assim, a identidade de uma pessoa começa pelo nome, mas abarca circunstâncias pessoais, familiares, culturais, políticas, religiosas, econômicas e sociais bem determinadas e únicas.

Não é de hoje que se pergunta e não são poucos os que esperam e dão respostas sobre: Quem é o homem? De onde veio? Pra onde vai?

É inevitável levantar, todos os dias, questões sobre a identidade porque é ai que se encontra a complexidade da vida e da existência.

Certamente você se pergunta: quem sou eu? Não só você se pergunta; os outros, também, se questionam perguntando: quem é você?

Perguntas e respostas formam o corolário de tentativas pessoais, históricas, científicas, teológicas e epistemológicas para chegar ao conhecimento e à verdade sobre o ser humano. Nada é definitivo, porém, porque o ser humano é inesgotável.

A fé ao invés de, simplesmente, explicar quem é o homem, mostra o sentido de sua vida e existência em Deus. Assim, o ser humano, compreendido pela fé, foi feito à imagem e semelhança de Deus: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança. E Deus criou o homem à sua imagem; à imagem de Deus ele o criou; e os criou homem e mulher” (Gn 1,26).

Estamos na pós-pós-modernidade, uma época marcada por um grande paradoxo: por um lado, avanços e conquistas tecno-científicas, bio-energéticas, nanotecnológicas, telecomunicativas, genéticas, informáticas, espaciais e bélicas. Por outro lado inúmeras crises institucionais, sanitárias, econômicas, políticas, culturais, religiosas, de valores, de sentido e, principalmente, de identidade.

A pós-pós-medernidade deu mais coisas para o mundo, mas não deu mais ser. Fomos invadidos por uma avalanche de novos bens, valores e sentidos que causaram muitas rupturas nocivas e mortais, com enormes marcas de subjetivismo, individualismo, materialismo, consumismo, hedonismo, erotismo, liberalismo e simulação da realidade.

Porque vivemos uma grande crise de identidade, perguntar: “Quem é você?” não é algo tão pacífico porque a resposta não é mais, tão óbvia.

O ser humano encontra-se desfigurado e despersonalizado!

Não importa se a pessoa é homem ou transexual, importa é ser feliz. Não importa mais qual a religião, onde estiver falando de Deus está bom; ou onde eu me sinto bem, ali é o meu lugar. Não há problema no liberalismo sexual, basta estar bem protegido com algum contraceptivo. Não existe mal algum em viver maritalmente com o(a) namorado(a); é só não engravidar. E parecidas com essas, mil outras afirmações e posturas mais abomináveis e anti-cristãs estão na ponta da língua e no comportamento de milhares de pessoas.

É preciso resgatar valores e sentidos de fé da vida banalizada de um ser humano desfigurado e despersonalizado.

A vida urge ser resgatada!

 

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS




Diocese de Assis

 

Curiosamente, substituindo capítulos ou etapas de um texto, a CFE 2021 propõe “paradas” aos leitores de seu texto-base. Além da polêmica desnecessária que vemos até aqui, há algo de desafiador nesse trabalho de diálogo ecumênico que não podemos ignorar ou desprestigiar. Dizer-se fora dessa discussão, sem ao menos solidificar biblicamente suas razões, é, no mínimo, uma atitude infantil, uma birra de criança prepotente. Pronto, já disse o que penso!

Mas, vamos lá. A atitude farisaica dos judeus perante os questionamentos da pregação de Jesus está bem evidente nessas críticas beligerantes. “Como pode o filho de Deus sentar-se à mesa ou misturar-se ao bando de pecadores que o seguem?” Seria essa a nossa questão. Os acontecimentos mais recentes, que enfraquecem o poderio humano e põem à prova nossa ciência e sabedoria, bem como prostra por terra todo e qualquer projeto ou desejo de “vida longa ao rei”, pois que já não sabemos até onde vai nossa pretensa longevidade e nosso reinado neste mundo, não são tão ou mais desastrosos do que a falta de diálogo entre semelhantes. O que se dirá dessa falta entre cristãos? Especialmente em dias como os atuais?

Exatamente essas são as questões fundamentais propostas pela Primeira parada da atual Campanha. “No Brasil, surgiram discursos religiosos que associavam a pandemia ao fim do mundo e à volta de Jesus. Foi possível assistir cenas de pessoas ajoelhadas nas ruas orando e pedindo que muitos se convertessem porque a pandemia seria um sinal de que ‘Jesus está voltando’ (27)”. De fato, está, sempre esteve, pois “Ele está no meio de nós”. O Senhor da História continua presente em nossa caminhada, como esteve na estrada de Emaús, naquele agradável diálogo entre seguidores que não compreendiam o momento atual. Esse é nosso momento, razão do nosso diálogo, da nossa busca de compreensão dos fatos. “No entanto, não podemos ignorar que as instituições religiosas, suas lideranças e as pessoas que frequentam as comunidades de fé estão separadas do mundo em crise… Os momentos de comunhão podem ser afetados pelas polarizações da sociedade” (43). Lembrou bem a redatora desse texto.

Mas não paramos aqui. “Em tempo de crise, (é preciso) contemplar a realidade com agilidade de coração”. Esse é um dos subtítulos, que cita o poeta português, Cardeal José Tolentino e sua oração de clamor: “Livra-nos, Senhor, deste vírus, mas também de todos os outros que se escondem dentro dele”. Livra-nos, Senhor, do pior dos vírus, aquele que mata nossa capacidade de “fraternidade e diálogo, compromisso de amor”. Sem a aceitação plena dos desafios presentes nessa proposta, de nada vale o rótulo de uma campanha que pretendemos e sonhamos como instrumento construtor da verdadeira paz. Antes, aceitemos o peso de nossas cruzes separatistas, cuja rigidez e repugnância não fornecem as respostas positivas para a paz que almejamos. Antes, construamos pontes; muros nunca mais!

 

“Os dados nos mostram quem são as pessoas atingidas pelo sistema de violência (67)”. Não podemos ir contra dados estatísticos, fatos aterradores, que afetam mais diretamente este ou aquele grupo, esta ou aquela classe social. “Uma das falsas notícias que fortalece a violência é a retórica de que direitos humanos servem apenas para defender “bandidos” (69). Se continuarmos rotulando pessoas e privilegiando nossos atos de caridades de acordo com nossa empatia ou interesses, ora, ora, estaremos rasgando ou rasurando nossas páginas bíblicas, nossa constituição de fé. Então, abraçamos ou não nossa causa comum? Nosso sonho de unidade? Nosso orgulho cristão? Essa parada eu topo.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]

 

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Diocese de Assis

Desde a virada do milênio, a CNBB e o CONIC (Conselho Nacional das Igrejas Cristãs, que representa a ala mais histórica e tradicional da Reforma Protestante, tentam uma caminhada de unidade no tempo quaresmal. Para tanto, a cada cinco, seis anos, elaboram em conjunto o tema da Campanha da Fraternidade, num trabalho de crescente diálogo e intercâmbio religioso entre suas comunidades, cujo esforço primeiro vem da exemplar busca dos laços ecumênicos entre as tradicionais igrejas cristãs. Belo esforço!

Nesta quinta edição fraterna de uma campanha nascida no seio do catolicismo brasileiro, há de se ressaltar o respeito e a liberdade dada aos redatores do texto-base, elaborado quase que em sua totalidade pelos expoentes das igrejas evangélicas representadas no CONIC. Daí o estilo diferenciado que muitos católicos encontraram no texto. Daí muitas das críticas enciumadas de alguns setores mais tradicionalistas da ampla diversidade de nosso catolicismo carente de mais unidade na sua diversidade. Daí a razão de muitas divergências que maculam o esforço maior desse trabalho, a busca da nossa unidade cristã.

Começa pelo tema de CF: “Fraternidade e diálogo: compromisso de amor” e culmina com seu lema retirado da carta de Paulo aos Efésios (2,14) onde se lê: “Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade”. Eis, gente, a grande riqueza desse trabalho ecumênico, que não se pode perder por ninharias pastorais ou linhas divergentes que pouco alteram o bem maior do que já conquistamos até aqui. “Ora, não podemos abrir mão de nossas crenças e tradições milenares”, diz alguém. E da nossa realidade de irmãos na fé, podemos? “Essa ou aquela linha doutrinária não condiz com nossa fé”. Tudo bem, mas nosso Cristo continua o mesmo, ontem, hoje e sempre. Ou não? “Mas a ideologia de gênero, o movimento LGBT, o aborto…” Gente, essas ninharias do modismo ou do momento histórico são sempre circunstanciais, passageiras, mundanas, conquanto o que prevalece é a Verdade questionadora de Cristo. Pois então, qual o problema de debater ou levantar essas questões?

Na realidade, o que está em jogo nestas questões é a não visão do todo, do bem maior que a unidade nos oferece. Se, diferentemente das outras campanhas, quem secretaria e modula os textos não é a CNBB, mas um órgão genuinamente evangélico, vamos dar graças por esse progresso e ouvir com maiores atenções o que esses irmãos têm a nos dizer. Ser divergente, não necessariamente é ser discordante. Vale mais nossos pontos comuns do que nossas eventuais discordâncias. Nosso bem maior é a fé que nos une, não as arestas que nos espezinham. Como bem lembrou a secretária geral do CONIC, citando, talvez sem o saber, uma frase bem conhecida do nosso saudoso bispo D. Helder Câmara; “Isso porque um sonho que sonhamos juntos vira realidade”.

Já ouvi absurdos de lideranças e padres feridos no orgulho próprio do mando e desmando numa campanha tipicamente católica, tais como: “Esqueçam essa campanha” ou “Não vamos adotá-la em nossa paróquia (ou mesmo diocese)”, ou “A verdade está do nosso lado”. Será mesmo assim? Tristes estes, que olham apenas para o próprio umbigo e esquecem de que seus cordões umbilicais um dia foram jogados telhado acima ou enterrados no quintal de suas posses… Dividir é ação típica do Inimigo. Quem teima em defender uma unidade sem olhar para a diversidade que nos rodeia, nunca compreenderá o grande sonho de Cristo: “Que todos sejam um”. Esqueçamos nossas picuinhas e guerrinhas em defesa dos nossos territórios e olhemos com mais critérios para o quintal vizinho. Quem sabe aquele irmão desgarrado, desconhecido, tem muito a nos ensinar. Essa parada é dura. Outras mais virão no decorrer dessa CFE.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]




Diocese de Assis

O título deste artigo é, na verdade, uma exortação de Jesus, tirada do Evangelho de Lucas: “Sejam misericordiosos porque também é misericordioso o Pai de vocês que está no céu” (Lc 6,36). Esta exortação de Jesus traduz o conteúdo de toda a sua pregação e missão: “Aprendam, pois, o que significa: ‘Eu quero a misericórdia e não o sacrifício’. Porque eu não vim para chamar justos, e sim pecadores” (Mt 9,13).

 

Na Bíblia (edição pastoral), a palavra misericórdia aparece 114 vezes.

Misericórdia é a condição de fé e, esta, exige vida interior.

Não se admite um cristão que não passe pela escola da misericórdia. A questão é que nada acontece na fé, senão pela misericórdia. Portanto, sem aprender a misericórdia, não se crê de verdade.

Pode nos ajudar a entender a misericórdia, alguns elementos bíblicos como os relacionados abaixo:

Experimentar a profundidade do amor (1Jo 4,7-21). O Amor é o princípio da misericórdia. Nele todas as coisas se realizam. É o amor que dá forma à vida religiosa e às relações interpessoais. O Amor é a identidade Cristã. “Amados, amemo-nos uns aos outros, pois o amor vem de Deus. E todo aquele que ama, nasceu de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.”

Não fazer justiça com as próprias mãos (Rm 12,9-21). A justiça é um requisito do amor. Onde falta justiça o amor não nasce, não cresce e não frutifica. Todas as ações humanas serão expressão de verdadeiro amor se e somente se estiverem revestidas de justiça. “Não paguem a ninguém o mal com o mal; a preocupação de vocês seja fazer o bem a todos os homens. Amados, não façam justiça por própria conta, mas deixem a ira de Deus agir, pois o Senhor diz na Escritura: ‘A mim pertence a vingança; eu mesmo vou retribuir’.”

Nova prática do Jejum, da oração e da caridade (Mt 6,1-6.16-18). Jejum, oração e caridade são práticas de piedade cristãs. Tais práticas de piedade não são para fomentar as aparências nem para justificar uma vida de superficialidade. As práticas de piedade são para devolver à cada um o ideal-dever de conversão. “Prestem atenção! Não pratiquem a justiça de vocês diante dos homens, só para serem elogiados por eles. Fazendo assim, vocês não terão a recompensa do Pai de vocês que está no céu.”

Não julgar! Antes, é necessária a Correção Fraterna (Mt 18,15-20). O julgamento só cabe a Deus e não pode ser arbitrado por ninguém. Porque, todos nós somos, sem distinção, somos culpáveis de pecado. O que nos é dado fazer é viver na continua busca de auto-correção, como sinal para a correção fraterna. “Se o seu irmão pecar, vá e mostre o erro dele, mas em particular, só entre vocês dois. Se ele der ouvidos, você terá ganho o seu irmão. Se ele não lhe der ouvidos, tome com você mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão seja decidida sob a palavra de duas ou três testemunhas. Caso ele não dê ouvidos, comunique à Igreja. Se nem mesmo à Igreja ele der ouvidos, seja tratado como se fosse um pagão ou um cobrador de impostos.”

Perdoar sempre, sem impor limites (Mt 18,21-35). O perdão não é uma simples concessão, mas um direito-dever. Porque, Jesus Cristo, quando ainda éramos pecadores nos escolheu e se entregou por nós: o justo pelos injustos. Por isso, mesmo sem nenhum mérito o Senhor nos perdoou, devemos nos perdoar uns aos outros, sempre. “Pedro aproximou-se de Jesus, e perguntou: ‘Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?’ Jesus respondeu: ‘Não lhe digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete’.”

Vale a pena pensar nessas coisas, como auxílio à fé e à conversão pessoal!

 

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS




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          “Para os responsáveis pelo envio de mensagens sob a denominação Palavras de Esperança. Bom dia. Por favor, não me enviem mais mensagens. Não sei quem me adicionou ao presente grupo – só sei que não quero mais mensagens. A desconsideração do que disse e pedi será tomada como um ato de intransigência por conta do qual farei o que é de direito fazer”.

“Boa tarde. Agradeço por todos esses anos da sua delicadeza de me enviar mensagens, porém solicito a descontinuidade do envio. Um abraço”.

As duas mensagens acima foram enviadas num mesmo dia, semana passada, logo após a publicação do artigo Possessão Coletiva, que abordava superficialmente a ação e consequente existência demoníaca nos dias de hoje, em especial, nas circunstâncias endêmicas que estamos vivendo. Pura ou mera coincidência? Não posso responder. Só sei que, em mais de quarenta anos escrevendo e refletindo com meus leitores, nunca antes tais solicitações me ocorreram. Ao contrário, dia a dia, mais e mais, o que me tem ocorrido é o aumento dos seguidores desse meu despretensioso apostolado cibernético.

Por que então me preocupar com eles? Não é bem uma preocupação, pois perco apenas dois leitores semanais. É muito mais. Uma constatação óbvia e ululante de quanto a palavra incomoda, em especial quando aborda temas que aprofundam e agigantam nossa dependência conectiva com assuntos de cunho espiritual. Para os que se abstêm dessa preocupação ou fogem dessa realidade humana, qualquer abordagem mais comprometedora provoca incômodos e acentua nosso desconforto diante do assunto em pauta. Seria mesmo esse o motivo dos “afastamentos” acima?

O autor do primeiro parágrafo se mostra mais agressivo, chegando mesmo às vias de uma velada ameaça litigiosa, pois “a desconsideração do que disse e pedi será tomada como um ato de intransigência por conta do qual farei o que é de direito fazer”. Não se preocupe, meu irmão? Irmão, amigo, companheiro… Nada disso. Qualquer nome que lhe atribua agora soará como velada ironia. Antecipo meu respeito à sua liberdade, comunicando a ele e à segunda pessoa a exclusão de seus nomes da extensa lista de “amigos” aos quais esta mensagem chega semanalmente. Mas não se preocupem, pois se bater saudades ou se a curiosidade apertar, as ferramentas do mundo computadorizado aí estão e vocês poderão me reencontrar por outros meios. Pelo menos isso não tem como nos distanciar.

Já a autora do segundo parágrafo pareceu-me mais delicada e gentil. Lembrou-se dos vários anos dessa minha teimosia em lhe enviar mensagens. Verdade! Há pelo menos vinte anos não alterava a lista onde figurava seu nome. Vinte anos de convivência silenciosa, mas fraterna e só agora, quando abordo a realidade demoníaca e relembro sua ação possessiva a escravizar o mundo é que S G (iniciais de seu nome) se dá ao trabalho de apresentar-se como uma das pessoas que a tecnologia nos une. Está fora da minha lista.

Porém não de minhas orações. Como diz a canção bem conhecida da nossa música popular: “Faça uma lista dos velhos amigos”. Desfiz uma, mas refaço outra, pois mais do que nunca os dois velhos amigos ai de cima estarão presente em minha lista de orações e intercessões celestiais, para que, estando onde estiverem, sendo quem quer que sejam, crente ou ateus, irmãos de fé ou simples camaradas nessa jornada, Deus os livre sempre das ciladas do Inimigo que nos é comum e nos isola hoje. Aos dois, obrigado por todos esses anos de silenciosa convivência fraterna.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]




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A afirmação básica do Evangelho é a valorização incondicional da pessoa! Por isso, as opções de Jesus estão, sempre, em conflito com os interesses sociais, políticos, econômicos e religiosos de sua época e da nossa.

Vivemos num tempo marcado por alguns traços de desumanidade, não obstante as dores e sofrimentos presente no mundo todo: materialismo, indiferença, insensibilidade, violência, perversão moral, agressões múltiplas, rotulações, mentiras

do materialismo, da rotulação e da indiferença, da insensibilidade.

Apesar de viver neste mundo e neste tempo, precisamos aprender a romper com as obviedades deste nosso mundo e deste nosso tempo. Se queremos dar o “corte” temos que avançar para águas mais profundas, conforme a dica do Evangelho.

“Certo dia, Jesus estava na margem do lago de Genesaré. A multidão se apertava ao seu redor para ouvir a palavra de Deus. Jesus viu duas barcas paradas na margem do lago; os pescadores haviam desembarcado, e lavavam as redes. Subindo numa das barcas, que era de Simão, pediu que se afastasse um pouco da margem. Depois sentou-se e, da barca, ensinava as multidões. Quando acabou de falar, disse a Simão: ‘Avance para águas mais profundas, e lancem as redes para a pesca.’ Simão respondeu: ‘Mestre, tentamos a noite inteira, e não pescamos nada. Mas, em atenção à tua palavra, vou lançar as redes.’ Assim fizeram, e apanharam tamanha quantidade de peixes, que as redes se arrebentavam. Então fizeram sinal aos companheiros da outra barca, para que fossem ajudá-los. Eles foram, e encheram as duas barcas, a ponto de quase afundarem” (Lc 5,1-11).

É preciso se abrir à oportunidade de mudança; acolher os motivos de alegria; dar razão à esperança; permitir a hora da parada e entender o tempo do silêncio. Isso significa, conforme o Evangelho: dar atenção à Palavra; tomar decisão pessoal; fugir do consenso; sair da obviedade; renunciar o rótulo. O evangelho é construção de fé a partir do Mistério, por isso é, ainda, tarefa de cada um de nós, hoje.

Quando a oportunidade da mudança se abre e não mudamos, a vida se torna alvo da mais dura descrença e imobilismo, roubando a coragem de um coração que fica relegado à sombra da desconfiança e do medo. Mudar é sadio porque significa crescimento, desinstalação, descoberta e avanço.

Quando o motivo de alegria acontece e não nos alegramos a vida se converte em abismo intransponível ou, quem sabe, em poço da ingratidão escavado pelo racionalismo mórbido, pela insensibilidade e pela indiferença. A alegria do coração é vida para o ser humano porque possibilita, a qualquer pessoa, manter-se de cabeça erguida e contente, mesmo em meio às contradições, incertezas e males.

Quando a razão da esperança ilumina e não ‘esperançamos’, a vida, facilmente ou fatalmente perde o brilho, fica apagada, perde o sentido e se desespera. A esperança é o carro chefe da liberdade. É ela quem permite aos que põem os pés no caminho, olhar para frente, recuperar o entusiasmo, desabrochar para a confiança e perseverar na fé. Ter esperança é aprender o diálogo na tensão passado-presente-futuro.

Quando a hora de parar desperta e não paramos, a vida se torna um cansaço permanente, roubando a energia de um corpo que realiza cada vez menos, interage cada vez menos e é empurrado, cada vez mais, para compensações de momento para aliviar o estresse, o cansaço e os pesos. Compensação não vale a pena; não é nada bom; não interessa; desumaniza. Bom mesmo é aceitar o limite do corpo e permitir-se parar.

Quando o tempo do silêncio e não silenciamos, a vida fica ruidosa e incomunicável, desgastando qualquer palavra e tirando a força dos ouvidos. Silêncio não é emudecimento; não é deixar de falar. Silêncio é, antes de tudo, saber falar, saber calar, saber escutar. Tal atitude requer o encontro com a Palavra (de Deus) na sua pureza. Porque, aliás, a voz de Deus é o Silêncio.

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS




Diocese de Assis

 

Aquele pobre coitado, endemoniado e assustado com o confronto da presença de Deus, ali, naquele Templo de Cafarnaum, representa, e bem, nossa humanidade hoje. O confronto com a verdade afasta as legiões demoníacas que sempre buscaram nossa posse, nossas almas. “Que queres de mim, ó Filho de Deus”? Ou, como muitos hoje se perguntam: Onde estás, Senhor, que nos permite tanta dor, tanto sofrimento? Essas são as questões de vida ou morte dos que buscam novos caminhos, novos rumos para suas vidas, mas ainda se sentem presos diante da realidade dos males que nos afligem, da possessão demoníaca que nos afasta das graças e bênçãos celestes.

De que nos adiantou tanto progresso, ciência, tecnologia, se deles não podemos usufruir com segurança, satisfação, prazer? Por que tantas contradições diante de perspectivas materialistas capazes de oferecer ao ser humano tudo do bom e do melhor que essa vida nos oferece? Progresso em retrocesso?  Ou contundente prova de que nosso sucesso material nada significa sem a paz espiritual, sem a vitória da vida sobre a morte?

Meu parceiro e companheiro nesta tarefa introspectiva, nessas reflexões além das fronteiras materiais, o Fonseca, nos oferece algumas pistas. Diz em um e-mail bem oportuno: “A causa da morte do capitalismo é o seu irrefreável sucesso”. Como assim, meu amigo? Se há sucesso não pode existir fracasso, diz nossa lógica terrena. Mas aqui está nosso engano materialista. Ele mesmo vai adiante, citando alguns exemplos. “Quando uma única empresa como a Apple tem capital maior que o PIB do Brasil, alguma coisa irrefreada está acontecendo”. Quando não podemos usufruir das riquezas e bens que produzimos, de fato, algo de podre cheira mal no reinado de Narizinho. Ou seja, plantamos, mas não podemos colher. “Que queres de mim, Senhor”, ousamos ainda questionar.

Então Fonseca mostra a cobra: “O vírus não brinca em serviço… ele mata impiedosamente mil pessoas por dia (média atual no Brasil). Quase vinte ônibus com 50 pessoas caindo nas ribanceiras de nossas estradas, todos os dias… É assustador”. Mas é real. Diante do caos e das vidas que se vão alienatoriamente, sem privilégios ou escolhas de classes sociais, sem separações religiosas ou políticas, muitos se refugiam e se negam a compreender o que está bem evidente: neste mundo nada somos.  Dele só levaremos nosso progresso espiritual, nosso aprendizado constante e consolador da preciosidade que temos para Deus, da vida plena que Ele nos oferece através de seu Filho. Precisamos exorcizar nossas almas, purificar-nos das contaminações materialistas, que nos prendem à realidade meramente transitória. Precisamos nos libertar das possessões do progresso individual e olhar um pouco mais para o progresso coletivo, a responsabilidade social, o cuidado com o outro, a fraternidade mesmo em dias de isolamento.

Talvez seja esse o momento mais apropriado para expulsarmos de nossas vidas o demônio da prepotência, aquele mal maior que nos isola num individualismo sem futuro. A humanidade sofre. O isolamento nos divide. A segregação social evidencia nossa fraqueza, o nada que somos diante do tudo que aqui temos. O vírus não brinca… Mas o Demônio também. Ele quer nossa derrota. Então, numa inusitada ação de profilaxia e purificação total, eis que surge a figura de Jesus Cristo, a promover sua libertação plena, sua cura total que muitos ainda rejeitam. “Que queres de mim”? Essa é a pergunta crucial que devemos nos fazer hoje. Sua resposta vai depender de nossa disponibilidade para vencer os desafios que hoje se apossam de nossas existências. Libertar-nos dessas amarras, expulsar de nossas vidas os demônios da incerteza, da falta de fé… eis o primeiro passo para a imunidade que buscamos. Imunidade do corpo e da alma.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]




Diocese de Assis

Todos nós somos, sempre, movidos por alguma coisa que atua, direta ou indiretamente sobre nós. Este ‘alguma coisa’ pode ser uma força, uma energia, um sonho, um ideal, uma ideologia, uma idéia, uma teoria, um desejo, uma vontade, um pensamento, um objetivo, uma palavra, uma convicção, uma obsessão, uma esperança, uma luta, uma descoberta, uma alegria, uma tristeza, um motivo, uma meta, uma influência, uma crença, uma fé…

Nem sempre nos damos conta de que algo nos move. Nem sempre nos perguntamos sobre aquilo que nos move. O fato é que todos nós somos movidos por alguma coisa e, nem sempre é por alguma coisa boa, capaz de edificar, realizar, fazer crescer e tornar mais gente.

Permita-se fazer essas perguntas: o que me move? Que força me arrasta? Sob que inspiração eu vivo? Qual é a minha maior energia? Que apelos ganharam meu coração? Com que espírito eu faço as coisas? Quando não nos perguntamos sobre o que nos move, nos deixamos arrastar, quem sabe, para longe de um processo humano consciente e maduro. O maior espaço de florescimento para a vida é o nosso interior mas, não nos damos conta disso e vivemos na superficialidade de tudo, aprisionados fora de nós mesmos. E essa é, certamente, a maior tragédia do ser humano.

A redescoberta do interior significa, também, um novo olhar e discernimento para aquilo que vai nos mover porque, afinal de contas, trata-se da nossa própria integridade e dinamismo humano. A Sagrada escritura fala, insistentemente, desse dinamismo humano, como movimento interior incessante.

Uma primeira fonte para o dinamismo interior é o amor próprio: “Quem se priva para acumular, ajunta para os outros. Serão outros que desfrutarão seus bens. Quem é mau para si mesmo, com quem será bom? Não aproveita nem mesmo os seus próprios bens. Ninguém é pior do que aquele que maltrata a si mesmo. Essa é a recompensa de sua própria maldade. Não se prive de um dia feliz, nem deixe escapar um desejo legítimo. Por acaso você não vai deixar para outros o fruto de suas fadigas, e não vai ficar para os herdeiros o fruto de seus sacrifícios? Dê e receba, e divirta-se, porque no mundo dos mortos não existe alegria” (Eclo 14,4-6.14-16).

Uma segunda fonte para o dinamismo interior é a vida comunitária: “De fato, o corpo é um só, mas tem muitos membros; e no entanto, apesar de serem muitos, todos os membros do corpo formam um só corpo. Assim acontece também com Cristo. Pois todos fomos batizados num só Espírito para sermos um só corpo, quer sejamos judeus ou gregos, quer escravos ou livres. E todos bebemos de um só Espírito. Deus é quem dispôs cada um dos membros no corpo, segundo a sua vontade.” (1Cor 12,12-21.27-30).

Uma terceira fonte para o dinamismo interior é a Palavra de Deus: “Na praça diante da porta das Águas, desde o amanhecer até o meio-dia, Esdras leu o livro para todos os homens e mulheres e para todos os que tinham o uso da razão. Todo o povo seguia com atenção a leitura do livro da Lei. Liam o livro da Lei de Deus, traduzindo-o e dando explicações, para que o povo entendesse a leitura. Vendo que as pessoas choravam ao escutar a leitura da Lei, disseram: ‘Hoje é dia consagrado a Javé, Deus de vocês! Não fiquem tristes e parem de chorar!’ Em seguida, Esdras falou: ‘Ninguém fique triste, pois a alegria de Javé é a força de vocês’” (Ne 8,2-3.5-6.8-10).

Uma quarta fonte para o dinamismo interior é a vida segundo o Espírito: “Jesus voltou para a Galiléia, com a força do Espírito(…). Conforme seu costume, no sábado entrou na sinagoga, e levantou-se para fazer a leitura. Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro, Jesus encontrou a passagem onde está escrito: ‘O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção, para anunciar a Boa Notícia aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos presos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos, e para proclamar um ano de graça do Senhor’” (Lc 1,1-4; 4,14-21).

Escolha o que, de verdade, deve mover a sua vida! Comece pela afirmação de Jesus: ‘o Espírito do Senhor está sobre mim…’

 

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS




Diocese de Assis

Não é preciso dizer que estamos vivendo dias de pânico. A cada dia, em cada esquina, a cada passo dado, recebo e vejo notícias negativas. De repente, a normalidade serena de uma vida de progresso e bem estar afundou num caos profundo. Já não vejo o outro com os olhos da alegria de um encontro, mas com a cautela necessária do distanciamento e mesmo da desconfiança. O ombro amigo não mais existe ou, se existe, não posso usá-lo. O abraço, o afago, o carinho… Casais enamorados criam novos gestuais e etiquetas mais apropriadas para declarações de amor. As máscaras dificultam o “eu te amo”. O beijo desperta preocupações posteriores; perdeu-se a naturalidade de um sentimento puro, autêntico, santificador. De repente, já não mais nos conhecemos!

Seria isso, realmente? Ou estamos apenas vivendo um momento de purificação, de alerta, de redescobrimento dos valores que sepultamos com nossa prepotência, nossa indiferença espiritual? Eis que não mais nos parecemos como criaturas divinas, mas filhos da sabedoria estritamente humana. A lógica terrena parece maior do que os mistérios celestes. Então Jesus, Ele mesmo, faz-nos a pergunta e dá-nos uma resposta: “Com quem eu vou comparar os homens desta geração? Com quem se parecem eles? São como crianças que se sentam nas praças e se dirigem aos colegas, dizendo: ‘Tocamos flauta e vocês não dançaram; cantamos música, e vocês não choraram’ (Lc 7,31-32)”. É ou não um retrato perfeito do comportamento infantil que estamos presenciando nesses dias pandêmicos?

Estamos nos comportando como crianças. Algumas, indiferentes ao sofrimento, caos e perigos de contágios ou às muitas mortes que rondam suas vidas, ainda cantam e dançam em suas praças, bares e clubes da vida, como se nada disso estivesse acontecendo. Enquanto outros choram perdas e danos irreversíveis, a ironia e indiferença persiste entre grande maioria. Isso não é lá comigo! Não pertenço ao grupo de risco! Não mesmo?… Nesse barco, afundaremos juntos, se prevenções e precauções não forem melhor repensadas, reprogramadas. Uma geração levada a provar seus limites e testar sua força de vontade ou mesmo sua imunidade espiritual – no caso a graça da fé e do amor ao próximo – não pode se comportar de forma tão negligente. A fé é nosso maior tesouro, mesmo quando ainda latente em nossa infantilidade espiritual, pois que dela provêm toda força necessária para transpormos qualquer montanha. Mesmo que a realidade nos mostre o contrário. Ter fé, neste momento, é agarrar-se com força e coragem ao salva-vidas lançado pelo Senhor de tudo, aquele que nos vê como sua imagem e semelhança.

Neste momento, não sejamos uma geração café com leite, que se contenta com pouco, com seu sincretismo, com sua mistura de sentimentos e religiosidade barata, sem raízes de autenticidade. A fé pura e genuína remove barreiras, vence montanhas! A fé infantil não vai além da dança e da música; enquanto o barco afunda, a orquestra toca. A história se repete: “Nem Deus afunda esse navio”! Não mesmo? É bom não pagar pra ver.

Vigiai e orai, nos diz o Mestre. Porque, assim como as autoridades religiosas do tempo de Jesus se comportaram de maneira infantil, indiferentes ao momento que viviam, assim também muitos dos que se dizem cristãos, nos dias de hoje, se comportam. Nossa infantilidade não está apenas na indiferença, mas na negligência de ações. Ações que nos conduzem, obrigatoriamente, à oração, a vigília constante. Não é momento de silêncio, de omissão. Conclamemos nosso povo a vigiar mais, orar mais…

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]

 

 




Diocese de Assis

Deus criou o homem e a mulher à sua imagem: “Vós os fizestes pouco menores do que os anjos” (Sl 8,6; Hb 2,7).  Deu-lhes a imortalidade, a verdade, a justiça…

O Concílio Vaticano II nos ensina:

“A razão principal da dignidade humana consiste na vocação do homem para a comunhão com Deus.  Já desde a sua origem, o homem é convidado para o diálogo com Deus. Pois o homem, se existe, é somente porque Deus o criou, e isto por amor. Por amor é sempre conservado. E não vive plenamente segundo a verdade, a não ser que reconheça livremente aquele amor e se entregue ao seu Criador”  (GS 19).

Mas o homem, em sua liberdade, pode refutar a grandeza que lhe foi conferida pelo desígnio de Deus; pode tentar realizar-se de acordo com um desígnio próprio, diferente do futuro que lhe é prometido por Deus; pode procurar garantir seu próprio futuro, como o fazem as nações pagãs, mediante a busca da riqueza, o apoio nas pessoas, a aliança com as potências estrangeiras, a posse das coisas sagradas. Deste modo ele cai em suas misérias. Não espera mais em Deus, mas segue as falsas esperanças

Deus, especialmente por meio dos profetas, não cessa de chamar todos à verdadeira esperança, que é Jesus, o único Salvador.

Em Jesus foi-nos dada a luz da verdade, a remissão dos pecados, a restauração da liberdade diante das forças do mal, uma nova capacidade de amar, a participação na natureza divina, a vitória sobre a morte por meio da ressurreição da carne, a vida eterna.

Jesus vem ao encontro da miséria humana!

Salvando-nos, fez de seu evangelho e de sua graça o princípio renovador do mundo e, sobretudo, do homem, em todos os âmbitos da vida deste: público,cultural, social, político e econômico.

Instaurar todas as coisas em Cristo para se obter a vida plena. Eis a chave e o desafio que corresponde ao homem que procura uma vida nova em Cristo.

Diante do Cristo, nosso Deus e nosso tudo, vale a pena investir empenhos e iniciativas para ser, junto com ele, fonte de esperança no jardim do mundo como escreve o poeta francês Charles Péguy:

“É de se perguntar: como é possível que esta fonte de esperança jorre eternamente; eternamente jovem, fresca, viva… Deus disse: brava gente, isto não é, pois, tão difícil… Se fosse com água pura, que ela tivesse desejado criar fontes puras, não teria nunca encontrado o suficiente em toda a minha criação. Mas, é justamente com as águas ruins que se cria suas fontes de água pura. E é por isso que nunca lhe faltam. Mas, é também por isso que ela é a Esperança… E é o mais belo segredo que existe no jardim do mundo.”

Deus é amor! Por isso, nós acreditamos no amor!

O amor autêntico não é racional, não mede, não ergue barreiras, não calcula, não recorda as ofensas recebidas e não impõe condições.

Jesus age sempre por amor.  Da convivência da Trindade, ele nos trouxe uma mor imenso, infinito, divino, um amor que chega, como afirmam os santos padres da Igreja, até à loucura e coloca em crise os nosso padrões humanos.

Ao meditar sobre o amor. Especificamente sobre este amor de Cristo, o nosso coração se enche de felicidade e de paz. Quem dera, no fim de nossas vidas, Jesus nos receber como os menores dos trabalhadores de sua vinha. Cantaríamos, então, a sua misericórdia por toda a eternidade, perenemente admirados com as maravilhas que ele reserva para os seus eleitos.

Nada há de mais importante neste mundo que possa obscurecer a força de presença de Deus e, cuja força, se mostra não pela ostentação, mas, pela oblação.  Isto é, de fato, o poder maior, a beleza do serviço redentor e a limpidez da fonte das graças.

Derrama sobre nós o teu Espírito e renova a face da terra!

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS