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Diocese de Assis

 

Uma curiosa cena, digna das telas cinematográficas, foi registrada nesta semana numa das salas de audiências do Vaticano: uma pessoa vestida como o personagem dos filmes e quadrinhos do Homem-Aranha, com grandes olhos brancos e traje vermelho justo, foi apresentado ao Papa Francisco. Levou como presente ao sumo pontífice um protótipo de sua curiosa máscara. Sorridente, Francisco cumprimentou o personagem e aceitou seu presente. Mas o que está por trás dessa pitoresca audiência? Tratava-se do jovem italiano Mattia Villardita, 27 anos, que no ano passado recebeu um prêmio do presidente italiano Sergio Mattarela, pelo trabalho que fazia com crianças hospitalizadas e doentes. Mattia, travestido de super-herói, era uma espécie de “médico da alegria”, num incansável trabalho de resgatar a auto estima de crianças adoecidas. Daí o mérito da audiência e da bênção papal.

Também por trás da história desse super-herói existia um jovem órfão – Peter – que vivia com seus tios. Estudioso e disciplinado, um dia descobriu, acidentalmente, seus super poderes (lúdicos e fantasiosos, mas que alimentaram o sucesso do personagem fictício). A adaptação do enredo de Stam Lee e Steve Dikito para o cinema e outras mídias deu a seus produtores os dividendos extraordinários de uma história com muitos filmes de sucesso e milhões de revistas em quadrinhos editadas no mundo todo. Na esteira desse sucesso, alimentou sonhos e fantasias de muitas crianças e adolescentes, cuja imaginação cria asas e sobrepõe-se à realidade na maioria das vezes de forma positiva. Têm em seus super-heróis a resposta que precisam para superar seus limites.

Dessa forma, a não rejeição do Papa para com aquele personagem de ficção lúdica mostra, publicamente, a face maternal e carinhosa com que a Igreja lida com muitas das fantasias humanas. Ela não é uma instituição do pragmatismo apenas. Nem do extremismo existencialista, dogmático, espiritualista puro e simples. Está encarnada na realidade do mundo e dessa não podemos subtrair nossas fantasias, nossos sonhos infantis, nossa realidade criativa, imaginativa, dos super-heróis que povoam mentes e corações. Afinal, quem nunca vestiu uma fantasia de invencibilidade, de super poderes, de atos de bravura em seus egos? Quem não sonhou em ser um super-herói entre amigos ou pessoas que ama? Essa fantasia não tem maldade alguma.

Em contraponto, muitos dos vilões que povoam não só o imaginário, mas também a realidade que nos cerca, estão aí, destruindo sonhos e maculando a inocência de muitas das nossas crianças. Heróis e super-heróis conseguem devolver-lhes ao menos um pouco de esperança num mundo melhor. Diria o Homem-Aranha em um dos seus filmes: “Aquele que ajuda os outros simplesmente porque isso deve ou precisa ser feito, é porque é a coisa certa a fazer, é sem dúvida, um verdadeiro super-herói”. Ou Jesus em sua realidade humana: “Amai-vos como eu”. O heroísmo da fé cristã está justamente na capacidade de seus seguidores em desvencilhar as teias das relações humanas, separando o joio do trigo, o que é bom do que é mal, as crenças e fantasias que tecemos socialmente ou mesmo afetivamente. Nossos heróis, em sua maioria, sucumbiram sob o fio de espadas, prisões injustas e cruzes idiotas. Nem por isso renegaram sua fé, aquela que lhes ensinava “a ajudar os outros, simplesmente porque isso deve ou precisa ser feito”. Para tanto não precisamos de máscaras.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]

 

 




Diocese de Assis

 

Era um homem bom. Assim todos se referiam à vida de Maurilio Dias, mais uma vítima dessa voraz pandemia que assusta o mundo. Foi a óbito no último 29 de maio, em Assis, onde construiu sua história de sucesso e conquistou a admiração de muitos. Todavia, sucesso e admiração nunca foram a única bandeira desse empresário de 62 anos, cuja história foi regada de muita luta e perdas irreparáveis, mas também de muita fé. Esse é o outro lado que pretendo contar aqui, pois se esse seu lado místico era desconhecido de muitos, agora não mais o será.

Homem de fé inigualável. Tanto que, desde o início de sua vida conjugal, quando nos conhecemos, caminhou comigo num desafio missionário sem precedentes na história do catolicismo diocesano. Juntos, sua esposa Maria, minha esposa Célia, eu, Mazola, (in memoriam), Sergio (um dos seus sócios), Carlos, dona Dulce (mãe do Sergio), Marcília, Manoel, Valdir, Valter e uma dezena de outros nomes que agora me fogem, fundamos em Assis o primeiro grupo de leigos missionários da nossa diocese. Reuníamo-nos semanalmente (às terças-feiras) numa das salas laterais no segundo pavimento da nossa catedral. Ali refletíamos sobre os Evangelhos e distribuíamos tarefas entre nós, para exercermos nossa missionariedade. Maurílio chegou a ser presidente do grupo LAM (Leigos para animação missionária) e desenvolvia suas ações sempre com muita alegria e responsabilidade.

Dessas atividades e reflexões nasceu o livro Os Evangelhos Passo a Passo (4 volumes, Editora O Recado – SP), um jornal diocesano intitulado Integração Comunitária e um programa radiofônico semanal intitulado Difusora Mensagem. Maurílio caprichava na edição do programa, quando este ficava sobre sua incumbência. Tanto que, durante seu velório, passados tantos anos desses trabalhos missionários, alguém ainda se lembrou desse programa de sucesso e do fato de Maurílio ter sido ministro da Eucaristia na nossa catedral. Foi, sim.   Atendia capelas rurais, onde fazia a celebração da palavra e levava a eucaristia ao povo. Numa dessas ocasiões, foi surpreendido pela inocência de seu filho Lucas, que o acompanhava, levando consigo as ambulas sagradas. Chegando à comunidade, Maurílio não encontrou as espécies eucarísticas… Sorrindo, Lucas lhe apontou o próprio coração e disse: Jesus está aqui, papai! Durante o trajeto, o menino havia consumido todas as hóstias consagradas!

Esse menino, Jesus quis para si. Morreu inesperadamente, colocando o casal num estágio de provação que ninguém deseja. Mas a fé venceu, mais uma vez e puderam então adotar, de uma forma quase milagrosa, um segundo filho. Neste período, Maurílio se viu desempregado, juntamente com alguns colegas. Juntaram forças e com o pequeno capital que lhes restou das indenizações recebidas, fundaram nova empresa, dentro do seguimento que bem conheciam. Rapidamente, o investimento daqueles jovens ganhou o mercado, solidificou-se e tornou-se o que hoje bem conhecemos em Assis, a maior e mais conceituada empresa do seguimento de materiais elétricos e serviços na região. Mas o sucesso empresarial nada significaria sem seu testemunho de vida.

Tanto que, no primeiro dia de reabertura da empresa depois de sua morte, uma cerimonia chamou a atenção de todos os que por ali passavam. Era uma homenagem pública que lhe faziam sócios, parentes e funcionários. Um desses transeuntes, sem ter convivido com o homenageado, sentiu-se atraído pela sua história e publicou nas redes sociais: “Fui pesquisar e fiquei surpreso com o legado desse homem, que todos diziam, unanimemente: era uma pessoa boa, era uma pessoa boa… Deixou-nos um testemunho, um legado de bondade que dinheiro não compra. Quem viveu ou conviveu com esse homem, orgulhe-se por ter conhecido alguém que soube viver… e morrer”.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]

 

 




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  Imaginar os limites celestiais como fronteira final de um universo infinito é medir nossa fé com os olhos e o raciocínio da carne. “Nem o céu é o limite quando os sonhos são maiores que o próprio universo”, já escreveu alguém sem a preocupação de assinar ou reivindicar a autoria inspirada dessa verdade. Pois para nossa fé, o céu não tem limites.

Ao contrário, os jogadores da liga de basquete americano fizeram parte de um mesquinho enredo para o filme de nome pomposo e inspirador, O céu é o limite. Os atletas da liga dos seguidores do Senhor não enxergaram esses limites. Boquiabertos, sim, mas estupefatos e jubilosos, presenciaram aquela ascensão aos céus como a mais espetacular das jogadas de um Mestre perfeito em tudo. Só a ressurreição, a vitória sobre a aparente derrota naquele jogo do tudo ou nada, não seria suficiente se não houvesse a ascensão, a miraculosa subida até a infinitude celeste. “Os apóstolos continuavam olhando para o céu, enquanto Jesus subia” (At 1,10).

Aqui se dá a revelação maior: não basta vencer a morte; é preciso alcançar o céu. Não basta superar nossos sepulcros, caiados em sua maioria, de fachada aos olhos dos vivos, vistosos apenas por fora, mas galgar nova vida na esperança de um novo céu e uma nova terra, uma nova realidade de vida submissa à vontade de Deus, de um espírito liberto das amarras terrenas e que aprenda a pairar sobre as águas que nos submergem no plano existencial; é preciso aprender a voar ao lado dos anjos e santos que nos emprestam suas asas para contemplar ou ao menos imaginar quão belos são os alvores da vida plena nos campos celestiais. Se Jesus não ressuscitasse nossa fé seria vã, nos disse o apóstolo, mas se Jesus não ascendesse aos céus, exatamente como testemunhou a tradição apostólica, inútil, terrivelmente inútil, seria nossa esperança de contemplação divina. Vencer a morte é reconfortante, mas contemplar o rosto divino é o auge de um sonho que qualquer boa alma possa acalentar. Nossos sonhos são maiores que a realidade, o universo, a plenitude celestial. Porém o olho no olho, o face a face com a realidade das promessas celestiais é muito mais que um simples sonho humano, é o ápice da própria existência.

A ascensão de Jesus deixou-nos um legado comprometedor. Não podemos guardar segredo da motivação maior da missão apostólica, privilegiada que foi ao contemplar mais essa miraculosa ação divina através de seu Filho “bem amado”. Restou-nos o mandato: “Ide por todo o mundo”, pois que uma notícia alvissareira não pode ficar no desconhecimento, no anonimato de uma fé pequena, incapaz de expulsar os demônios de suas lógicas terrenas, de falar a língua do coração, desdenhar o veneno das muitas serpentes que ameaçam nossa integridade física e espiritual ou curar a enfermidade do corpo e da alma dos que dizemos amar.

Todos esses lances coroaram a missão de Cristo no mundo. Então Ele ocupou a lugar que lhe esteve reservado, desde sempre, ao lado do Pai, sentado à sua direita “para julgar os vivos e os mortos”. Agora a jogada é nossa, os pontos dos novos lances, da vitória que desejamos, dependem única e exclusivamente do nosso suor e sacrifício, dos nossos esforços em conjunto para que a missão que nos foi dada seja registrada com louvores nos feitos dessa nova Liga dos Campeões, os missionários dos novos tempos. Porque entre o céu e a terra a distância será maior ou menor de acordo com os milagres que acompanharem nossos passes nesse jogo da vida, nossa vida missionária.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]

 

 

 




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Dizer que, na vida, tudo é muito custoso; que as coisas não são fáceis; que é preciso muito sangue, suor e lágrima… não significa dizer que não adianta lutar; que não vale a pena; que não vai dar certo; que é impossível…

Para os derrotistas, quem sabe, seja mesmo assim: vida difícil, não é vida!

E você, como pensa essa questão? Como você encara isso?

Para a fé a vida é sempre vida: na alegria ou na tristeza, na saúde ou na doença, no nascimento ou na morte, na pobreza ou na riqueza, no medo ou na coragem, na dor ou no consolo… sempre. Porque a fé não lida com os revezes da vida como se fossem castigo ou maldição. Pelo contrário, a fé lida com os revezes da vida, na linguagem da cruz: amor-doação-entrega-sacrifício.

O que parece contradição, na verdade, é fonte de crescimento, de vida nova e salvação.

A fé nos faz enxergar a vida não como azar ou sorte, desvantagem ou vantagem. A fé nos faz enxergar a vida como dom e conquista. Os grandes problemas da vida estão ligados a questões vitais como o da liberdade, dos ideais, das convicções, da fé, dos sonhos, do amor, do perdão… E são essas questões que nos põem diante de interrogações e desafios dos quais não podemos fugir.

Reclamamos, murmuramos de tudo e de todos, nos fazemos de vítimas ou de coitadinhos porque a nossa visão da vida é distorcida, mal elaborada e mal vivida.

Jesus não está sentado à direita do Pai, simplesmente, porque é o Filho; porque é Deus. Não! Mas, porque venceu; aceitou a vida ao extremo da cruz. Veja como se expressa São Paulo em Fl 2,1-11: “Portanto, se há um conforto em Cristo, uma consolação no amor, se existe uma comunhão de espírito, se existe ternura e compaixão, completem a minha alegria: tenham uma só aspiração, um só amor, uma só alma e um só pensamento. Não façam nada por competição e por desejo de receber elogios, mas por humildade, cada um considerando os outros superiores a si mesmo. Que cada um procure, não o próprio interesse, mas o interesse dos outros.

Tenham em vocês os mesmos sentimentos que havia em Jesus Cristo: Ele tinha a condição divina, mas não se apegou a sua igualdade com Deus. Pelo contrário, esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de servo e tornando-se semelhante aos homens.

Assim, apresentando-se como simples homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz! Por isso, Deus o exaltou grandemente, e lhe deu o Nome que está acima de qualquer outro nome; para que, ao nome de Jesus, se dobre todo joelho no céu, na terra e sob a terra; e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai.”

Ora, nós vivemos a vida como se precisássemos de algumas facilitações, vantagens ou sorte para dar conta de tudo o que vem pelo caminho. Não é isso o que devemos querer. Na vida, precisamos muito mais do que sorte ou vantagens. Na vida precisamos de atitudes de fé em Deus, em vista da conversão. Caso contrário não valerá a pena viver num mundo onde, toda hora, nos encontramos diante de perseguições, traições e derrotas. Porque “A vida dos justos, ao contrário, está nas mãos de Deus, e nenhum tormento os atingirá” (Sb 3,1-6).

O testemunho de Cristo é que fala mais alto sobre como devemos viver e morrer: “E Jesus continuou: Assim está escrito: ‘O Messias sofrerá e ressuscitará dos mortos no terceiro dia, e no seu nome serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém’. E vocês são testemunhas disso. Agora eu lhes enviarei aquele que meu Pai prometeu. Por isso, fiquem esperando na cidade, até que vocês sejam revestidos da força do alto. Então Jesus levou os discípulos para fora da cidade, até Betânia. Aí, ergueu as mãos e os abençoou. Enquanto os abençoava, afastou-se deles, e foi levado para o céu. Eles o adoraram, e depois voltaram para Jerusalém, com grande alegria. E estavam sempre no Templo, bendizendo a Deus” (Lc 24,46-53).




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Quanto vale uma palavra? De onde vem sua importância, peso, crédito e influência? Por que falar? Por que ouvir? Como ouvir sem ficar mudo? Como falar sem ficar tagarela?

Se partirmos do princípio de que a palavra é Algo Sagrado, facilmente chegaremos à conclusão de que nosso tempo vive uma grande crise de palavra. A palavra já não tem mais o mesmo peso do que antes. A velha história do ‘dar a palavra’; do ‘honrar a palavra’, do ‘fio de bigode’… não tem a mesma força.

O que está ocorrendo? O fato é que a palavra foi sendo desgastada, usada de qualquer jeito, para qualquer coisa. A palavra foi sendo desmoralizada: falar e não fazer; discursar bonito e não corresponder; criticar; fofocar; futricar; levantar falso testemunho; fazer calúnias; mentir; iludir; passar para trás; enganar; debochar; xingar; ridicularizar; fazer piadas; difamar; dedurar; dissimular… Tudo isso vai fazendo a palavra perder o valor, o peso, a eficácia, o crédito e a importância.

A tendência geral, mediante a banalização, é lidar com a palavra e com o interlocutor na base da desconfiança, da dúvida, do medo…

Como recuperar a palavra na sua inteireza?

Embora a banalização da palavra seja um fato, não devemos relacionar tal banalização à palavra em si mesma. A palavra em si mesma não é banal, é valiosa. Banal é o que guardamos do efeito da palavra em nós, seja quando dizemos; seja quando ouvimos. O que guardamos da palavra dita ou ouvida é que banaliza, desgasta e desmerece. Ora, se recebemos uma ofensa e guardamos a ofensa é bem provável que as próximas palavras ouvida ou ditas poderão estar carregas com o sentido de ofensa para nós. Assim, também, se guardamos uma mentira, uma crítica, uma piada, uma difamação, uma calúnia, um falso testemunho, uma fofoca… Nós acabamos nos alimentando daquilo que guardamos.

E por falar nisso, que palavras você tem guardado dentro de você? Por que você guarda tais palavras? O que pretende fazer com elas? Em que tais palavras te transformaram? Convém manter em você estas palavras? Já não está na hora de deixar de ser depósito dos terrores das inúmeras vozes e palavras?  O que você tem, ainda, de ligação com desafetos antigos, intrigas, rivalidades, competições e dissabores que já sugaram grande parte de sua energia? Não seria a hora de se tornar depositária de coisas novas capazes de fazer crescer renovando?

Guardar a palavra é um ato sublime de amor que pressupõe respeito e filtro. Respeito para com a palavra, com quem a pronuncia e como com a gente mesmo e filtro para os sentimentos, as ênfases, os floreios, os enfeites, as impressões, as emoções, os detalhes que vêm junto com a palavra. Porque é isso que pode deturpar e banalizar. O essencial da palavra, geralmente, acaba escapando de nós quando falta respeito e filtro porque acabamos ficando com aquilo que deveria ficar no filtro.

Diz o Senhor: “Se alguém me ama, guarda a minha palavra, e meu Pai o amará. Eu e meu Pai viremos e faremos nele a nossa morada. Quem não me ama, não guarda as minhas palavras. E a palavra que vocês ouvem não é minha, mas é a palavra do Pai que me enviou. Essas são as coisas que eu tinha para dizer estando com vocês. Mas o Advogado, o Espírito Santo, que o Pai vai enviar em meu nome, ele ensinará a vocês todas as coisas e fará vocês lembrarem tudo o que eu lhes disse” (Jo 14,23-26).

“É preciso que vocês se renovem pela transformação espiritual da inteligência, e se revistam do homem novo, criado segundo Deus na justiça e na santidade que vem da verdade. Por isso, abandonem a mentira: cada um diga a verdade ao seu próximo, pois somos membros uns dos outros. (…) Que nenhuma palavra inconveniente saia da boca de vocês; ao contrário, se for necessário, digam boa palavra, que seja capaz de edificar e fazer o bem aos que ouvem”(Ef 4,23-29).

Vale a pena corrigir o que a gente fala e o que a gente ouve porque pode ser que estejamos sendo depósito de inutilidades e propagadores de banalidades.

 

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS




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Maio deveria mudar de nome: mês da Maioria… Maio, Maria, maioria. A grande maioria de católicos no mundo já aprendeu a associar o mês ao nome suave, sonoro e sempre consolador de Maria, mãe de todos nós, mãe do Filho de Deus. Mas esse maio difícil e assustador que estamos iniciando em nada nos parece simpático ao nome a ele vinculado. Um filme com o sugestivo título do clamor humano (Orai por nós!) que estreou na última sexta feira santa no seu país de origem, chega ao Brasil neste mês, com promessa de estreia no próximo dia 20. Nada seria tão trágico não fosse o enredo provocativo de mais uma satânica produção cinematográfica, tentando enlamear a beleza da fé cristã. Maria, nesta película que se diz artística, é apresentada com a face demoníaca a exibir sua pureza maternal, enquanto dissimula seu outro lado para enganar a fé do povo. Maria seria o antídoto de seu Filho, um engodo espiritual para desviar aqueles que o “bendito fruto do seu ventre” foi capaz de atrair. O outro lado da moeda da fé libertadora, apregoada por Jesus.

Mas de mentiras e ficções ardilosas já estamos fartos. A história de uma falsa e demoníaca aparição da Virgem Maria, produzido pela mente fértil de um descrente, Sam Raimi, na verdade é mais uma tentativa frustrada de sucesso às custas da fé cristã. Essa ficção sobre suposta aparição mariana nos prova apenas que o Demônio age esporadicamente nos limites da realidade temporal, mas não pode realizar obras sobrenaturais, pois neste campo a mentira não tem vez, nem voz. Graças a Deus! Mas, para evitar confusão, é bom alertar previamente os incautos e desavisados, para que não se deixem instrumentalizar por argumentos tão vazios da lógica cristã.

Um personagem do filme bem o afirma: “Quando Deus constrói uma Igreja, o Demônio constrói uma capela ao lado”. Que este continue em sua triste e desastrosa sina, pois daqui de nosso mundinho sofrido e pressionado por tantas mazelas, ainda soa o canto constante registrado desde o início da nossa fé: “De toda a Igreja subia incessantemente a oração da Deus” (At 12,5). Somente esse “filme”, o brado da nossa fé, nos interessa agora. O brado incessante ao Senhor e o clamor popular que elevamos a Maria, em especial neste mês consagrado à sua devoção. Papa Francisco, aos pés de uma imagem de Nossa Senhora do Socorro, na Capela Gregoriana do Vaticano, deu início neste mês a trinta dias de orações pela intercessão de Maria para que Deus nos livre desses dias febris e pandêmicos.

Mais uma vez a Igreja reforça sua devoção e crença na intercessão mariana. Quantas vezes ouvimos ou proclamamos essa verdade: peça à Mãe que o Filho atende? Pois o Papa reforça agora essa mediação sacrossanta da Mãe dos homens junto aos tribunais divinos. É hora de unidade ao redor da Mãe, de confiança plena, não negação do que vimos e testemunhamos até aqui, independente de qualquer ação demoníaca que minasse nossa fé, nossa devoção mariana. Não caiamos nesse buraco negro da negação da fé, do negacionismo das doenças e tribulações que bem sentimos, de qualquer outra incerteza ou insegurança que coloque em dúvidas as forças espirituais que nos protegem. Vamos, sim, continuar clamando. Neste abençoado mês de Maria trinta santuários marianos ao redor do mundo estarão rezando, diariamente, (um a cada dia) o santo Rosário, para que nossa Mãe interceda. Papa Francisco saiu à frente

“Mae do Socorro, acolhei-nos sob o vosso manto e protegei-nos, sustentai-nos na hora da provação e acendei em nossos corações a luz da esperança pelo futuro”, clamou o Santo Padre. Não é essa a oração da maioria?

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]

 

 

 




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Perguntei a um amigo se ele conheceu a pessoa motivo de um novo processo em curso. Afinal, só a abertura desse processo já é para nós uma notícia alvissareira. Nem sempre alcançamos vitória nesses trâmites burocráticos, que colocam à claro e devassam por completo a vida de uma pessoa. Às vezes demanda anos, séculos para um veredicto final. Mas raramente se inicia logo após a morte do investigado, como é o caso em pauta.

Tatto, meu amigo e irmão missionário, respondeu imediatamente: “Conheci sim. Um dia ele me telefonou, disse que queria muito falar comigo. Marcamos na casa São José. Chegou aquele senhor, já de idade, com muita simplicidade me pediu que lhe falasse sobre o dízimo. Ficamos conversando sobre a importância do dízimo na vida das pessoas. Falou-me da nova congregação, dos problemas que estava enfrentando e da ajuda inestimável do “Chará”, seu grande amigo e, pelo que entendi, cofundador. Precisava de um lugar para acolher os candidatos. Ofereci para ele a casa São José… Lembra daquele chalé que tinha antes de chegar no grande salão? Foi lá. Os padres Salvistas são muito amigos e fazem aqui na diocese um grande trabalho”, concluiu Antoninho, recomendando-me contacto com o atual provincial da congregação.

De quem estamos falando? Primeiro vamos situar as referências aqui citadas. A casa São José é uma grande casa de retiros da Diocese de Santo Amaro – SP, onde o Meac esteve sediado por vários anos. Por lá passou pe. Marcelo Rossi, quando ainda seminarista, com o qual tivemos oportunidade de convivência, em especial no período de formação de alguns dos nossos missionários leigos. A reforma e administração da casa estava confiada ao Tatto pelo então bispo daquela diocese, D. Fernando Figueiredo. Foi ele o bispo responsável pela vinda do diretor e fundador das Faculdades Associadas Ipiranga (FAI) para São Paulo, o padre Gilberto, bem recebido no clero daquela diocese.

Pe. Gilberto Maria Defina era seu nome… Eis nosso assunto. Um nome anunciado com alegria pela Igreja do Brasil como mais um possível candidato aos altares católicos. Não há Nihil Obstat para tal. O atual bispo de Santo Amaro, Dom José Negri autorizou nesta semana a abertura da fase preliminar do processo e a própria CNBB também já deu parecer positivo. Dia 22 de maio, véspera de Pentecostes, será celebrada missa em ação de graças no Santuário Mãe de Deus e no dia 30 de outubro deste ano dar-se-á a Missa de abertura do Processo, quando os restos mortais do padre Gilberto serão transladados para a capela do Seminário Nossa Senhora de Pentecostes.

Então, quem foi esse possível “santo” ainda desconhecido no Brasil? Nasceu em 2 de agosto de 1925, em Ribeirão Preto (SP) e faleceu em 5 de dezembro de 2004, em São Paulo. Seus 79 anos de vida foram pautados por muito trabalho com a formação de jovens. Seu ministério tinha especial diligência com o sacramento da confissão e a direção espiritual. “Já em vida gozava de fama e santidade”, sublinhou o frater José Maria, membro da comissão de beatificação e canonização do sacerdote.

Carismático desde sempre, dedicou muitos anos a esse movimento, tendo sua agenda sempre lotada e fundando o primeiro seminário carismático do mundo, a Fraternidade Jesus Salvador, conhecidos hoje como os Salvistas. Esta comunidade é composta por padres, religiosos, religiosas e leigos provenientes da Renovação Católica. Esse espaço é pequeno para maiores relatos, mas a vida desse grande homem em breve será um livro aberto ao mundo, posto que a santidade sempre derruba fronteiras e põe às claras as virtudes de muitos pecadores como todos nós. Logo poderemos dizer: Pe. Gilberto, rogai por nós!

WAGNER PEDRO MENEZES – [email protected]

         

 




Diocese de Assis

Se algo de bom é possível tirar de uma crise que afeta a todos, em especial quando esta nos aponta o tênue fio entre vida e morte, a solidariedade é um desses benefícios. Salta aos olhos esse sentimento humano diante do caos e das dores que nos afligem. A sensibilidade e a religiosidade estão à flor da pele de grande maioria. De repente, o ser humano descobre que nada mais é do que um dependente incondicional das forças que nos regem, em especial aquela que nos deu a vida, o próprio Criador.

Fonseca, parceiro e irmão nessas reflexões, bem definiu esse assunto: “Se fecharmos a porta para todos os males, o bem ficará fora também”. Isso mesmo, meu caro. Não é hora de tamparmos o Sol dessa realidade com a peneira de argumentos sem sentido. É preciso encarar fatos e respeitar limites, se quisermos prosseguir nessa aventura existencial. Então Fonseca prossegue: “A dualidade desafia nosso discernimento. Precisamos acolher a todos, portadores do bem e portadores de males. Sabe você que vivi e vivo ainda em família o esfriamento de ter sido dependente químico. Hoje chego à conclusão de que todos são. Você é dependente de um elemento químico elementar: o oxigênio. Se você ficar três minutos sem consumir 02 vem a óbito. A pandemia vem ensinar que estamos todos no mesmo “balão de oxigênio”, nossa casa comum! Somos portadores de uma autonomia de apenas três minutos. Por isso retirem suas tristezas e alegrias do caminho que eu quero desfilar com minha poderosa respiração de três minutos”.

Diante desse quadro, sobra-nos o que vem do alto, do Espírito que habita em nós e consola nossas almas, nosso coração angustiado. É preciso renascer sempre, mesmo diante das tribulações de um momento negro. Nascer de novo. Foi esse o desafio proposto a Nicodemos. “O vento sopra onde quer”, disse-lhe Jesus, acrescentando: “ouve-lhe o ruido, mas não sabes donde vem, nem para onde vai, Assim acontece com aquele que nasceu do Espírito” (Jo 3,8). O segredo da vida não está no ar que respiramos, mas no sopro divino que renova nosso espírito todos os dias, ou seja: o Espírito Santo que ilumina e aquece nossa alma, que conduz e governa nossas vidas, que consola nosso espírito sedento de luz…

Esse sim é o alento da vida daqueles que acreditam num mundo novo. “Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça”. Isso é misericórdia, amor divino, com a ação de seu Espírito em nós. Essa é a vitória da vida sobre e morte, da qual floresce a promessa que abre todas as portas da nossa insegurança, diante dos males de um mundo em guerra constante. “A paz esteja convosco!” é a saudação daquele que venceu a morte e hoje sopra sobre seus discípulos um novo alento de vida e esperança: “Recebei o Espírito Santo”…

Enfim, Deus pode tudo, bem o sabemos. Morrendo, destruiu a morte, diz trecho da grande oração eucarística… Essa é a chave de que necessitamos para superar nossos momentos de insegurança. Fé. Fé incondicional e irrestrita, mesmo quando o ar que respiramos esteja carregado e nebuloso, e sopre sobre o mundo o cheiro fétido da morte. Olhemos para o Alto. Jesus ressuscitado se põe em nosso meio vencendo paredes físicas, portas e janelas fechadas, mas estar em nosso meio não basta. Temos que abrir as portas de nosso coração, as paredes que nos separam dessa realidade encarnada em nós: Deus dentro de nós! Como Tomé, vamos repetir: “Meu Senhor e meu Deus”! Então, sim, Ele viverá em nós, em nosso coração. Misericórdia, Senhor!

          WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]




Diocese de Assis

Você tem fé? No que ela está baseada? Em que ela se sustenta? Qual o seu fundamento?

A fé, acima de tudo e, sempre, é um dom de Deus concedido a todas as pessoas, indistintamente, como semente, capaz de crescer e de se desenvolver, segundo a disposição de quem a recebe.

Há um dinamismo na fé que combina ação-presença de Deus com abertura-resposta humana, no que chamamos História de Salvação. Cada passo de uma pessoa que, inclui, escolhas, renúncias, decisões, ações etc marca um longo processo de conversão, uma caminhada, que vai do nascimento à morte.

A fé é um acontecimento único na vida de cada pessoa porque obedece um ritmo e dinamismo próprios. Ninguém vive a fé pelo outro, embora ela tenha forte expressão comunitária.

A fé, genericamente, pode estar baseada, sustentada e dirigida a tudo e quanto é coisa que se possa imaginar e querer: seres, entidades, valores, forças, energias, crenças, religiões… Tudo é passível de fé. Cada um acredita no que quiser. Entretanto, nem tudo diz respeito à Fé Cristã.

O fundamento cristão da fé está baseado e sustentado pelo Mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. Nisto consiste a sua verdade e identidade. É cristão, tudo o que se refere a Cristo e seu Mistério. Por isso, acima de tudo, é preciso garantir o fundamento e a solidez da fé porque, ter fé, não se trata, simplesmente, de crer, mas, o que crer!

Hoje, se vive, no mundo inteiro e, particularmente, no Brasil, uma explosão da fé, mas, isso não quer dizer que toda fé, dentro desta explosão, seja cristã. Existem denominações, comunidades e bíblias de todo e quanto é tipo, versão, doutrina e entendimento, mas, isso não significa mais amor, justiça, misericórdia e fraternidade.

Cada vez mais, a fé está se distanciando do seu fundamento e significado. Mais parece estar a serviço das necessidades e urgências ‘do crente’, do que da conversão para Deus. A fé mais parece estar na moda do que na vida; mais na boca do que no coração; mais nos dedos do que na alma; mais nos olhos do que no espírito.

A fé pode estar se distanciando, drasticamente, de sua origem e meta porque, acaba sendo, apenas e, tão somente, um subproduto de uma religião de resultados. A pessoa busca, na fé, um meio para obter sucesso pessoal, prosperidade, cura, milagre, revelação, bem estar, conforto, consolo, graça, poder, status e projeção. Servindo, basicamente, de trampolim, muda-se de fé, cada vez que o resultado pretendido não é alcançado.

Justificando resultados, muitas pessoas reclamam para si uma fé pura, imbatível, insuperável e comprovada. Mas, que fé é essa que precisa de provas e sinais?

Essa, com certeza, não é a fé do Cristo!

A fé tem sido mais medo do que confiança; mais dúvida do que certeza; mais suspeita do que do que esperança; mais resistência do que entrega; mais teoria do que prática; mais fechamento do que abertura; mais frouxidão do que ousadia; mais prisão do que liberdade, mais mágica do que graça.

A fé não precisa provar nada. Uma fé comprovada não precisa de provas!

Se você tem mesmo fé, ao invés de pedir para ver, mostre; ao invés de querer receber, dê; ao invés de precisar falar, silencie; ao invés de ter que demonstrar, aceite; ao invés de ostentar, humilhe-se; ao invés de impor, permita; ao invés de enquadrar, liberte.

A fé Cristã tem, sim, milagres, curas, revelações, prodígios, graça, consolo, conforto e muito mais, se necessário, para o progresso do cristão que decidiu dar passos na longa caminhada de conversão.

As palavras de Jesus a Tomé: “Felizes os que acreditaram sem ter visto” (Jo 20,19-31), continuam tão válidas e atuais para todos os ‘crentes’ que juramos ser.

 

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS




Diocese de Assis

 

Viver a fé cristã exige a crença na ressurreição dos mortos. Sem esta, nossa fé é vã, como bem disse o apóstolo. “Só tu, ó Mestre, tens palavras de vida eterna”, afirmou Pedro. Acontece que grande maioria dos seguidores do Mestre galileu ainda não se deu conta dessa verdade, incrível, mas incondicional verdade: sem ressurreição tudo o mais perde sentido. A Páscoa cristã celebra a vitória da vida sobre a morte.

Por isso é que dizemos que alguém fez sua Páscoa ao nos referirmos à sua morte. Estamos nos referindo à sua “passagem”, ou seja, mudança desta para outra vida, do mundo físico e de sua realidade material para um mundo em dimensão mais ampla, posto que acreditamos em nossa realidade espiritual. Acreditamos mesmo? Então por que dor e sofrimento, lágrimas copiosas, lamento e até injúrias contra os céus quando a morte nos bate à porta, nos rouba a convivência com um ente querido, nos fere tão profundamente? Porque essa é a vida que ainda temos e não nos foi dada uma nova experiência de vida senão aquela que nossos olhos vislumbram e nosso coração anseia por preservá-la. Nada mais natural. Correto, corretíssimo, conquanto somos amantes da vida, não da morte.

Onde entra nossa realidade espiritual, aquela salientada nos ensinamentos cristãos e bem assimilada pela singeleza da descoberta de Pedro? Palavras de vida eterna! Compreender esse mistério é descobrir a fonte da verdadeira vida. A plenitude que buscamos. A perpetuação que sonhamos. Essa foi a descoberta do pescador, diante dos questionamentos apresentados por Jesus. Quem quisesse seguir outros caminhos, ficasse à vontade. Somos livres para escolher nossa estrada. Ou fincar nossos pés nesta vidinha rápida e prazerosa, feita de momentos e alegrias fugazes, ou levar adiante nosso sonho de eternidade e, mais ainda, acreditar na possibilidade de ressurreição, de vida nova em Cristo!  O livre-arbítrio é direito nosso. Podemos escolher entre as paredes de uma vida finita e a amplitude de uma existência mais que perfeita, posto que infinda.

De Cristo dizemos ser Ele a ressurreição e a vida. Tanto que salientamos sua presença no meio de nós, no hoje, no agora tanto quanto no inicio dos tempos e no seu tempo histórico entre nós. Cristo ontem, hoje e sempre! Sua presença física ainda é real através dos mistérios eucarísticos do catolicismo, mas sua presença espiritual entre nós e em nós continua como mistério só visível e compreensível aos que “ouvem sua palavra e a põe em prática”. Uma graça concedida àqueles de coração puro e alma sedenta de vida plena.

Nesta Páscoa coroada por tantos sinais de morte, aureolada pela dor e sofrimento de uma humanidade surda e cega ao milagre da vida, sejamos mais coerentes com os princípios de uma fé que vai além dos nossos limites terrenos. Cristo superou esses limites, venceu a própria morte! Não o fez apenas por méritos humanos, orgulho pessoal ou exibicionismo de poderes. Ressuscitou para que também nós pudéssemos seguir seus passos. Como Mestre e Senhor, apenas nos aponta um novo caminho, apresenta-nos outra perspectiva de vida além da realidade que aqui constatamos.

Se quisermos aumentar nossa fé e renovar nossas esperanças de vida plena e perfeita, sem pandemias, sem sinais de morte, olhemos mais seriamente as profundezas do túmulo vazio de Cristo. A pedra foi removida, Ele ressuscitou! Não mais ocupa o espaço limitado pela caridade de José de Arimateia, que lhe emprestou o próprio túmulo. Transformou a piedosa caridade humana ao sepultar seus mortos em ação de plenitude, de crença em algo mais, ou seja, também nós poderemos vencer a morte! Os passos do Ressuscitado deixam marcas na areia de nossas incertezas…

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]