1

Diocese de Assis

A primeira realidade de uma pessoa e, certamente, a mais importante é o seu nome. O nome de uma pessoa é a sua porta de entrada, seu ponto de partida, seu contato, seu acesso, sua verdade, sua honra, seu espaço de relacionamento, sua identidade… sua vida! O nome é, na verdade, a única coisa que nós temos! É o que de fato fala de nós! O nome é tudo numa pessoa!

Você tem nome e pelo nome é conhecido. Mesmo quando não gosta do seu nome; mesmo quando tem apelido, é assim que você é chamado.

Nosso dia-a-dia é marcado por vários chamados! Nossa vida é um chamado! Nossa existência é resposta ao chamado da vida!

Ninguém será completo, realizado e feliz se não responder aos chamados que lhe são dirigidos.

Ninguém viverá em paz enquanto não responder aos chamados que Deus faz!

Quem poderia renegar seu nome sem renegar seu chamado?

Nós somos vocacionados, por natureza e, não há desculpa: ou respondemos ou não vivemos!

Deus nos chamou à vida: ele nos criou! “Quando Javé Deus fez a terra e o céu, ainda não havia na terra nenhuma planta do campo, pois no campo ainda não havia brotado nenhuma erva: Javé Deus não tinha feito chover sobre a terra e não havia homem que cultivasse o solo e fizesse subir da terra a água para regar a superfície do solo. Então Javé Deus modelou o homem com a argila do solo, soprou-lhe nas narinas um sopro de vida, e o homem tornou-se um ser vivente” (Gn 2,4b-7).

Ele nos fez à sua imagem e semelhança. “Então Deus disse: ‘Façamos o homem à nossa imagem e semelhança. E Deus criou o homem à sua imagem; à imagem de Deus ele o criou; e os criou homem e mulher” (Gn 1,26-27).

Ele nos abençoou por inteiro. “Ele nos abençoou com toda bênção espiritual, no céu, em Cristo. Ele nos escolheu em Cristo antes de criar o mundo para que sejamos santos e sem defeito diante dele, no amor” (Ef 1,3-4)

Deus chama a cada um de nós; pelo nome; de forma direta; mesmo se tiver que usar uma situação ou pessoa. Deus fala conosco e nos interpela a um tipo de vida diferente. Ele nos chama para viver nele, com ele e por ele. Ele nos chama para sermos o que realmente somos, segundo a realidade do nosso nome. E, quando o nosso nome não expressa toda a verdade de nossa existência ele propõe um outro nome para uma vida nova e uma história nova. Como fez com Abrão, com Sarai e tantos outros:

“Vou fazer uma aliança entre mim e você, e o multiplicarei sem medida’. Abrão caiu com o rosto por terra. Então Deus lhe falou: ‘Veja! A aliança que eu faço com você é esta: você será pai de muitas nações. E não se chamará mais Abrão, mas o seu nome será Abraão, pois eu o tornarei pai de muitas nações (…). Deus disse a Abraão: ‘Sua mulher Sarai não se chamará mais Sarai, mas Sara. Eu a abençoarei, e dela darei um filho a você, e eu o abençoarei. Dela nascerão nações e reis de povos’” (Gn 17,1-9.15-16).

E hoje, o Senhor diz a cada um de nós: “Vejam o meu servo, a quem eu sustento: ele é o meu escolhido, nele tenho o meu agrado. Eu coloquei sobre ele o meu espírito, para que promova o direito entre as nações. Ele não gritará nem clamará, nem fará ouvir a sua voz na praça. Não quebrará a cana que já está rachada, nem apagará o pavio que está para se apagar. Promoverá fielmente o direito; não desanimará, nem se abaterá, até implantar o direito na terra e a lei que as ilhas esperam” (Is 42,1-4)

Como ficar surdo à voz de Deus? Como não responder ao seu chamado!

É hora de assumir a verdade da sua natureza: Você é um vocacionado do Pai. Não feche o ouvido a Ele. Não emudeça a sua voz! Diga sem medo: ‘Fala Senhor, teu servo te escuta!’

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS




Diocese de Assis

Você já se perdeu numa noite escura, sem referência alguma a orientar seus passos? Não é uma experiência agradável. Num primeiro momento vem o medo, para logo em seguida buscar-se uma luz ou mesmo vozes, sons que possam balizar novos passos. Sem luzes, buscamos vozes. É tudo o que hoje vejo no meio do povo. A escuridão do momento deixa a população incerta, insegura, apavorada. Deseja-se uma nova luz, uma voz ao menos.

Exatamente essa foi a sensação que tive ao adentrar uma igreja e assistir uma missa presencial após quatro meses de escuridão, solidão. Por coincidência, num início de agosto a celebrar as vocações (vozes atentas a um chamado), em especial a primeira delas na hierarquia dos que temem a Deus, a vocação sacerdotal. Naquela assembleia reduzida, mas bem representativa, senti-me um entre bilhões a buscar vozes na escuridão. Descobri ser do padre o timbre suave e encantador duma esperança que ainda cambaleia em meio ao povo aturdido e desamparado pelas dores e provações dum mundo em pandemia. Descobri ser a Igreja essa mãe generosa que nos oferece luzes e estende sua voz a chamar seus filhos. “É por aqui, venham”!

Então o padre falou. Mostrou-se preocupado com o clamor de seu povo. Amplificou sua voz usando os recursos da tecnologia moderna, mas sem perder o timbre ferido e também enlutado pela perda do amigo, dos vários amigos que a doença está levando. “Encheu-se de compaixão por eles” … Ouviu o grito do seu povo, viu a fome que corroía estomago e coração, que os conduzia “a um lugar deserto e em hora adiantada”. Parece tarde, mas para alimentar um povo faminto não existe hora. O padre sabe, por dever de profissão e de seu pastoreio, que a fome do mundo tem duas faces, dois lados que merecem igual atenção por força do seu ministério. A Igreja reconhece que é crítica e desesperadora a fome do mundo, não somente no aspecto do pão de cada dia, mas com igual ou maior intensidade quando se deseja “o pão-vivo que vem do céu”. A multidão desorientada naquele “deserto” provou da consistência do milagre multiplicador e experimentaram o sabor de cinco pães e dois peixes que renovaram as forças físicas e espirituais de mais de cinco mil pessoas. “Dai-nos sempre desse pão”, disseram seus discípulos. Aos apóstolos, somente a eles, seria confiada essa tarefa eclesial: “Fazei isso em minha memória”.

Essa é a função sacerdotal no mundo. Mesmo em meio à carestia do pão. Mesmo em tempos de escuridão! As vozes que hoje ecoam e dão novo alento ao desespero do homem faminto (não só do pão, mas igualmente das mais gritantes necessidades de uma vida em sintonia com os planos de Deus) são daqueles que apregoam a verdade cristã. Jesus disse: ‘Trazei-os aqui’, numa clara referência dos atributos sacerdotais no meio do povo. Aproximem esse povo do Cristo. “Dai-lhes vós mesmo de comer!”. Do pouco disponível ainda há de sobrar doze, dozes cestos… As doze tribos de Israel, os doze apóstolos, o colégio dos escolhidos! Eis clara a função sacerdotal, a missão da Igreja no mundo, mesmo que esse mundo ofereça tão pouco, apresente a Deus o mínimo necessário para que ele possa agir e realizar o milagre que tanto buscamos.

No dia do padre a voz da Igreja ganha o timbre da compaixão de Jesus. O mesmo que também chorou no deserto a perda do amigo e parente, seu precursor, João Batista. O mesmo que hoje chora a perda de muitos, não pela morte física apenas – essa é secundária no plano espiritual – mas pela derrocada final da vida espiritual que o mundo parece ignorar. Todos somos responsáveis por esse crime contra a humanidade. A voz gritante e solitária de muitos sacerdotes indica novos caminhos, mas por outro lado a voz troante da Incredulidade deseja abafá-la dentre nós. Ouçamos a voz da Igreja!

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]

 

 




Diocese de Assis

Todos nós temos uma grande dificuldade de lidar com decisões, escolhas, opções, prioridades. Talvez porque, nem sempre, temos claro o que queremos. Sim! Talvez porque não enxergamos o que realmente precisamos e necessitamos. Na verdade, confundimos vontade com necessidade. A vontade está mais ligado aos instintos, sentimentos, desejos, prazeres… aos sentidos. A vontade pode ser ocasional, de momento. E por causa disso, podemos fazer da vida uma verdadeira casa de ilusões.

“Não siga suas paixões. Coloque freio nos seus desejos. Se você permite satisfazer a paixão, ela tornará você motivo de zombaria para seus inimigos. Não se entregue a uma vida de prazeres, para não se empobrecer com os gastos. Não se empobreça banqueteando com dinheiro emprestado, quando você não tem nada no bolso” (Eclesiástico 18,30-33).

Afirmar a vida só nas vontades é perder os horizontes!

O querer, ao contrário da vontade, refere-se, sempre, a algo além; algo maior. Que até pode passar pela vontade, mas que a supera. O querer implica renúncias, responsabilidade, autodomínio, coragem, fé, decisões, escolhas, autocrítica, valores, compromisso, hierarquia de valores.

“Aprenda antes de falar, e cuide-se para não ficar doente. Examine a si mesmo antes do julgamento e, no momento da sentença, você encontrará perdão. Humilhe-se para não ficar doente, e quando pecar arrependa-se. Que nada impeça você de cumprir logo uma promessa; não espere até à morte para cumpri-la. Prepare-se antes de fazer uma promessa, para não ser como alguém que tenta o Senhor” (Eclesiástico 18,19-23).

Quando não se sabe o que quer, não existe caminho, nem esperança e nem futuro.

É preciso escolher a melhor parte, como dizia Jesus à Marta: “Marta, Marta! Você se preocupa e anda agitada com muitas coisas; porém, uma só coisa é necessária, Maria escolheu a melhor parte, e esta não lhe será tirada” (Lc 10,41-42).

Para escolher a melhor parte é preciso definir o que se quer na vida. Estabelecer uma meta. Quer dizer, sonhar, acreditar, ter esperança em algo maior que projete a vida para frente; sempre para frente.

Ter coragem de dizer com a Palavra de Deus:

“Por causa de Cristo, porém, tudo o que eu considerava como lucro, agora considero como perda. E mais ainda: considero tudo uma perda, diante do bem superior que é o conhecimento do meu Senhor Jesus Cristo. Por causa dele perdi tudo, e considero tudo como lixo, a fim de ganhar Cristo, e estar com ele. E isso, não mais mediante uma justiça minha, vinda da Lei, mas com a justiça que vem através da fé em Cristo, aquela justiça que vem de Deus e se apóia sobre a fé. Quero, assim, conhecer a Cristo, o poder da sua ressurreição e a comunhão em seus sofrimentos, para tornar-me semelhante a ele em sua morte, a fim de alcançar, se possível, a ressurreição dos mortos. Não que eu já tenha conquistado o prêmio ou que já tenha chegado à perfeição; apenas continuo correndo para conquistá-lo, porque eu também fui conquistado por Jesus Cristo. Irmãos, não acho que eu já tenha alcançado o prêmio, mas uma coisa eu faço: esqueço-me do que fica para trás e avanço para o que está na frente.  Lanço-me em direção à meta, em vista do prêmio do alto, que Deus nos chama a receber em Jesus Cristo. (Filipenses 3,7-14)

A vida não está pronta, precisa ser continuada, ampliada, aumentada. Não no tamanho, mas na qualidade; não através das coisas, porque a vida não é depósito ou porão, mas através das pessoas; não através do poder, do prazer, do ter, do status, mas através do ser (ser pessoa, ser gente, ser filho de Deus… ser humano).

Escolher a melhor parte não é outra coisa, senão, conferir à vida o seu sentido original: Dom e Conquista. Ou seja, é um presente de Deus mas, ao mesmo tempo, uma tarefa humana.

A vida pode ser melhor, basta você querer! Deus garante a ‘parte’ dele!

Não deixe a vida, simplesmente, acontecer; aconteça com ela!

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS




Diocese de Assis

A netinha, sempre vivaz e curiosa, chegou-se até à avó e lhe perguntou:

– Vovó, o que significa velhice?

A avó, tomada pela surpresa da pergunta, tomou no colo a pequena, sorriu-lhe com um quase pesar nos olhos e propôs uma resposta um tanto quanto enigmática.

– Velhice, minha filha, é o que você vê em meu rosto…

A criança fitou por alguns segundo a serenidade estampada naquele rosto, já não tão jovem, porém marcado pelo amor e devoção aos seus e surpreendeu a todos com uma conclusão inesperada.

– Ah, como é linda a velhice!

Desconsiderando a pureza dessa conclusão, que também nos remete a um elogio de profundo respeito à beleza da figura dos avós na vida familiar, é real a afirmativa dessa criança: cada dia mais se nota a beleza e jovialidade de muitos avós. O dom de contemplar e conviver com a segunda e até terceira geração familiar tem premiado muitos casais cada dia mais jovens. Sem desmerecer ou desqualificar os avós que o foram na plenitude de seus dias, estendo a todos os avós do mundo o elogio mais que verdadeiro da netinha acima: Ah, como é linda a velhice!

A beleza independe da idade, das máscaras que vestimos, da pintura, do botox, de qualquer plástica ou milagre das clínicas de estética. Rusgas e marcas também estampam certa beleza. Esta que não se vê com os olhos, mas com o coração. Mais que a tez alva e cabelos sedosos, beleza maior é aquela que flui da íris serena de avós conscientes de suas responsabilidades e levam adiante a missão sagrada de esteio e referência familiar. “Na sua posteridade permanecem os seus bens… Os filhos de seus filhos são uma santa linhagem e os seus descendentes mantêm-se fiéis às alianças” (Eclo 44, 11-12).  Alianças que o Senhor fez com seu povo. Aliança que eles próprios um dia fizeram entre si, jurando fidelidade mútua, amor aos filhos, aos netos, aos bisnetos… “Por causa deles seus filhos permanecem para sempre, e sua posteridade, assim como a sua glória, não terá fim” (Eclo 44, 13).

Qualquer reduto familiar tem em seus ascendentes um ponto de referência, seja este positivo ou não. Daí a importância dos avós até na constituição social e no equilíbrio moral, ético, religioso que seja, de todo e qualquer indivíduo que busque uma vida equilibrada, normal diante dos homens e de Deus. Ou será que Ana e Joaquim não foram uma referência positiva para a criação e formação psicológica do menino Jesus? Sabemos que Jesus não conviveu com seus avós, mas a história sagrada nos legou seus nomes como santos e deles fizemos patronos do Dia dos Avós (26 de Julho).

Ah, avós! Quem me dera ainda tê-los!  Mas na ausência que hoje noto, eis que a vida me surpreende como um deles… Então visto a carapuça da idade que solapa meu chão e enfeita a vida com as flores inquietas, perfumadas, vivazes, dos netos que hoje tenho. Vovô, vovó! Como é doce ouvir esse nome!

Se você, pai e mãe, ainda não penetrou na “beleza” dessa idade, sossegue; um dia chegará lá! Então virão os netinhos, sempre prontos a quebrar sua rotina, a bagunçar sua casa, sua vida, a cobrar uma explicação qualquer, uma história que seja: “Ó vovó, ó vovô, conte-nos uma história bonita”! E, com ares de poeta, como Bilac escreveu, fará sua parte com orgulho. “Então, com frases pausadas/Conta história de quimeras,/Em que há palácios de fadas,/E princesas encantadas… E os netinhos estremecem/Os contos acompanhando,/E as travessuras esquecem,/-Até que, a fronte inclinando/Sobre o seu colo, adormecem…”

            WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]




Diocese de Assis

 

Vivemos num tempo difícil e, por sinal, muito confuso.

A realidade da pandemia tem nos obrigado a rever muita coisa, principalmente nosso estilo de vida e mentalidade materialista que povoou nossa vida até agora, deixando-nos vazios de esperança e apegados. Ainda vivemos sob os efeitos das medidas materialistas onde as pessoas são medidas não pelo que são, mas pelo que têm; pelos seus pertences: dinheiro, carro, casa, fama, poder, status…

De onde vem essa mentalidade? O que forma essa visão?

A visão materialista da vida “coisifica” o homem e lhe nega a expressão do ser e da fé. Não fomos criados para as coisas, fomos criados para Deus e, em Deus, chamados a experimentar tudo o que ele é e faz para o nosso bem.

Quando Deus criou o mundo, ele o criou a serviço de nossa felicidade. O mundo para o homem e não o homem para o mundo. A inversão se deu, exatamente, quando o instinto egoísta, alimentado pela desobediência e calcado na gana do ter, do prazer e do poder, concebeu o pecado (releia a história de Adão e Eva).

A fé, entretanto, nos coloca frente-a-frente com a Graça de Deus: somos o seu povo, portanto, herdeiros da promessa: “Não por causa da Lei, mas por causa da justiça da fé, que a promessa de receber o mundo em herança foi feita a Abraão ou à sua descendência. A herança, portanto, vem através da fé, para que seja gratuita e para que a promessa seja garantida a toda a descendência, não só à descendência segundo a Lei, mas também à descendência segundo a fé de Abraão, que é o pai de todos nós” (Rm 4,13.16).

Deve ficar claro, porém, que, sendo a herança da fé não ‘simplesmente coisas’ para o corpo mas, ‘bens para a vida’, quem a recebe, também se torna herança. Portanto, os que foram feitos herdeiros da promessa também se tornaram a herança de Deus.

Na verdade, a plenitude desta ‘herança’, acontece em Jesus. Como diz São Paulo: “Se vocês pertencem a Cristo, então vocês são de fato a descendência de Abraão e herdeiros conforme a promessa” (Gl 3,29) e, ainda: “Se somos filhos, somos também herdeiros: herdeiros de Deus, herdeiros junto com Cristo, uma vez que, tendo participado dos seus sofrimentos, também participaremos da sua glória” (Rm 8,17).

Somos herdeiros de Cristo, portanto, é preciso buscar, dia-a-dia a confirmação desta herança, em vista da riqueza que isso significa: herança para nós e em nós!

  1. Sem convicções de fé o pecado toma conta de nós.

“Uma vez que Cristo sofreu na carne, vocês também devem estar armados com esta convicção: aquele que sofreu na carne rompeu com o pecado, a fim de viver o resto de seus dias guiado pela vontade de Deus e não por paixões humanas” (cf. 1Pd 4,1-6).

  1. A vida é curta! Temos que faze-la valer a pena!

“O fim de todas as coisas está próximo. Sejam, portanto, moderados e sóbrios, para se dedicarem à oração. Sobretudo, conservem entre vocês um grande amor, porque o amor cobre uma multidão de pecados” (cf. 1Pd 4,7-11).

  1. É preciso ter muita coragem para assumir as exigências da fé.

“Amados, não fiquem alarmados com o incêndio que se espalha entre vocês para prová-los, como se estivesse acontecendo algo estranho no meio de vocês. Ao contrário, alegrem-se por estarem participando dos sofrimentos de Cristo, para que vocês também se alegrem e exultem ao se revelar a glória dele” (cf. 1Pd 4,12-19).

  1. No relacionamento com os outros é preciso se revestir de humildade.

“Todos vocês revistam-se de humildade no relacionamento mútuo, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá a graça aos humildes (…). Coloquem nas mãos de Deus qualquer preocupação, pois é ele quem cuida de vocês” (cf. 1Pd 5,5-11).

O caminho da felicidade está ai: as riquezas de uma nova herança para um povo com um novo coração! “Quer um conselho? Quer mesmo ficar rico? Então compre o meu ouro, ouro puro, derretido no fogo. Quer se vestir bem? Compre minhas roupas brancas, para cobrir a vergonha da sua nudez” (Ap 3,18).

Vale a pena insistir nessa busca!

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS




Diocese de Assis

          Recebo do meu amigo Fonseca um apelo, quase um grito, comum a todos que hoje se assustam com a devastadora ação de um vírus global, mortal: Socorro, Wagner! Escreva alguma esperança. E acrescenta: “Estamos nós, os vivos, sendo comidos por um vírus morto – o vírus não é vivo – hospeda-se numa célula viva para fazer o estrago. O capitalismo, de tão esperto, está sendo engolido dia a dia… na média móvel de mil por dia”. Pois bem, meu caro, meus caros, eis que a esperança parece sucumbir.

Ainda bem que ela será a última. Pois ao mesmo tempo em que leio este comentário, eis que encontro outro, bem mais promissor. Diz: “A esperança não pode ser presunçosa e descuidada… Por isso Jesus disse: ‘Vigiai e orai’ Mais do que nunca, precisamos dessas atitudes”. Quem diz isso em uma live está morto, sendo velado nesse instante. É D. Henrique Soares, bispo da Diocese de Palmares, PE, que acaba de ingressar nas estatísticas aterradoras de mais uma vítima da COVID 19. Apenas 57 anos, grandes projetos pastorais, enorme amor pelo povo, inusitada fé e amante da vida, bem como homem de clara visão e respeito pela morte.

Já no leito de sua agonia e prestes a ser entubado após doze dias de convivência com a doença do século, gravou um vídeo com a seguinte mensagem: “A carne está fraca, mas o espírito continua forte, estou nas mãos de Deus, sou Dele”. E acrescentou, com São João Paulo II, também em seu leito de dor e agonia: “Não tenham medo”.

Morreu neste 18 de julho do já fatídico 2020. Além de se despedir com verdadeiras palavras de esperança, D. Henrique sempre foi realista quando o tema era a realidade da morte. Dizemos sempre, em forma interrogativa, haver vida depois da morte. Mas poucos se preocupam em responder a uma questão inversa: Há morte depois da vida? Biologicamente, a realidade sempre nos aponta um caminho fatal, final. Mas, para aqueles que ultrapassam os limites da carne, encontram na fé e na esperança de algo mais, de um novo sentido existencialista, de uma imortalidade espiritual que amplia a grandiosidade e razão de nossas vidas, – para estes – a morte não existe.

Coincidentemente (se é que coincidências existem por acaso) eis o que nos disse D. Henrique em uma de suas últimas entrevistas, quando sequer cogitava a possibilidade de sua morte breve: “A vida é uma semente. A morte não é o fim, mas o desabrochar para a eternidade, um verdadeiro nascimento. Nascemos para dizer um sim a Deus, crescermos na Fé e no amor a Deus, para que um dia na morte possamos nos abrir para a vida que nunca se acabará”.

Então, desafio quem leu até aqui a responder a questão inicial: Há morte depois da vida? Melhor não pagar pra ver. Porque a vida é muito mais do que a realidade, essa que sucumbe tão facilmente diante de um insignificante vírus. Pior vírus é aquele que mata nossa esperança antes de compreendermos nossa própria imortalidade. Descanse em Paz, D. Henrique. Um dia estaremos juntos.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]

 

 

 




Diocese de Assis

Toda obra tem um criador e, de certa maneira, a obra carrega algo do criador em si. Por isso, o criador não se esquece de sua obra, mesmo que ela já não esteja mais em suas mãos. Nós fomos criados por Deus e, dele, carregamos a imagem e semelhança (Gn 1,26), embora isso não esteja tão claro para nós; razão pela qual não sabemos ‘tirar bom proveito’ deste dom.

De fato, o salmista diz: “Quando contemplo o céu, obra de teus dedos, a lua e as estrelas que fixaste… O que é o homem para dele te lembrares? O ser humano, para que o visites? (Sl 8,4-5). E, noutra passagem: “Javé, o que é o homem para que o conheças, o filho de um mortal, para que o leves em conta? O homem é como sopro, e seus dias como sombra que passa” (Sl 143,3-4).

O Salmo 95, ainda, assevera: “Deus é grande; é o Soberano de todas as nações. Ele é o nosso Deus, e nós somos o seu povo, o rebanho que ele conduz. Ele tem nas mãos as profundezas da terra, e é dele o cimo das montanhas. Dele é, também, o mar, pois foi ele quem o fez, e a terra firme, suas mãos modelaram”

Tudo é de Deus! Nós somos de Deus! Ora, por que não tirarmos proveito disso?

Deixemos que Deus tome conta de tudo; que ele cuide de nós; cuide de você e de mim! Está ai uma ótima chance para vencermos todo tipo de obsessão e desvio, de frustração e fracasso: aceitar que somos de Deus; que foi ele quem nos fez; portanto, ele cuida de nós!

É verdade! E a Bíblia confirma:

Ele me escolheu e quer que eu dê fruto (Jo 15,13-16). “Vocês são meus amigos, se fizerem o que eu estou mandando. Eu já não chamo vocês de empregados, pois o empregado não sabe o que seu patrão faz; eu chamo vocês de amigos, porque eu comuniquei a vocês tudo o que ouvi de meu Pai. Não foram vocês que me escolheram, mas fui eu que escolhi vocês. Eu os destinei para ir e dar fruto, e para que o fruto de vocês permaneça.”

Ele me chamou, me tomou pela mão e me deu forma (Is 42,5-9). “Eu, Javé, chamei você para a justiça, tomei-o pela mão, e lhe dei forma, e o coloquei como aliança de um povo e luz para as nações. Para você abrir os olhos dos cegos, para tirar os presos da cadeia, e do cárcere os que vivem no escuro. Eu sou Javé: esse é o meu nome.”

Ele me tatuou na palma de sua mão (Is 49,14-23). “Sião dizia: ‘Javé me abandonou, o Senhor me esqueceu!’ Mas pode a mãe se esquecer do seu nenê, pode ela deixar de ter amor pelo filho de suas entranhas? Ainda que ela se esqueça, eu não me esquecerei de você.  Veja! Eu tatuei você na palma da minha mão; suas muralhas estão sempre diante de mim.”

Ele me deu força e me considerou digno de confiança (1Tm 1,12-17). “Agradeço àquele que me deu força, a Jesus Cristo nosso Senhor, que me considerou digno de confiança, tomando-me para o seu serviço, apesar de eu ter sido um blasfemo, perseguidor e insolente. Mas eu obtive misericórdia porque eu agia sem saber, longe da fé. Sim, ele me concedeu com maior abundância a sua graça, junto com a fé e o amor que estão em Jesus Cristo. Esta palavra é segura e digna de ser acolhida por todos: Jesus Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o primeiro.”

Ele me amou e se entregou por mim (Gl 2,16-17b.19-21). “Sabemos, entretanto, que o homem não se torna justo pelas obras da Lei, mas somente pela fé em Jesus Cristo. Nós também acreditamos em Jesus Cristo, a fim de nos tornarmos justos pela fé em Cristo e não pela observância da Lei, pois com a observância da Lei ninguém se tornará justo. Quanto a mim (…) Fui morto na cruz com Cristo. Eu vivo, mas já não sou eu que vivo, pois é Cristo que vive em mim. E esta vida que agora vivo, eu a vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim.”

Não podemos impedir que Deus realize, em nós, aquilo que ele já começou quando nos fez. Confiemo-nos nas mãos de Deus!

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS




Diocese de Assis

 

Um mestre que se senta para ensinar é uma cena não apenas corriqueira na escola da vida, mas profundamente significativa, quase poética. Mais ainda tendo Jesus por mestre. Mais ainda à beira de um grande lago, um quase mar. Mais ainda quando a cátedra que ocupa é um grande barco. Mais ainda quando é grande a multidão sedenta de suas palavras, seus ensinamentos. Isso tudo nos revela o evangelho que dá início às parábolas do Reino, segundo a narrativa do evangelista Mateus, aquele que deu grande destaque à pedagogia de Jesus através de pequenas histórias.

Por que ensinar com parábolas? Nos dias atuais há mais objetividade e menos contacto humano na arte de ensinar. Nem sequer aulas presenciais são exigidas dos nossos alunos. Quando muito, o mestre se senta diante de uma câmara, ampliando e diversificando as paredes de sua restrita sala de aulas. O quadro negro, o giz, o apagador? A palmatória? Os livros didáticos? A biblioteca, o laboratório? O recreio, a cantina? Ora, ora, essa escola caducou.

Mas na escola de Cristo o aprendizado é maior, livre de qualquer amarra funcional ou tecnológica. Fala-nos enigmaticamente, mas essa fala vai direto ao coração, penetra as mentes abertas pela disponibilidade do dom do entendimento, uma graça concedida àqueles que possuem abertura da alma para as revelações da Verdade. Por isso as parábolas. “Porque a vós é dado compreender os mistérios do reino dos céus, mas a eles não (Mt 13,11). Porque sua doutrina não se joga em terreno infértil, pedregoso, seco, indiferente ao potencial da semente de um novo tempo. Quantos estão dispostos a “ver e ouvir”, a contemplar e acolher com júbilo uma nova perspectiva de vida, de mudanças radicais na maneira de conduzir suas existências?  Esse é o diferencial na escola do Mestre.

A figura contemplativa e serena que Mateus descreve possui o encantamento, o dom de cativar e questionar sem imposições autoritárias. Essa era a característica de Jesus, o Mestre dos mestres, aquele que atraia multidões. Sentar-se à beira do grande lago é muito mais que uma figura de retórica, pois o “mar da vida” continua imenso e imerso em seus mistérios, à espera de semeadores da Palavra, que desatam os nós na vida daqueles que não compreendem tudo isso. Por isso Jesus nos quer semeadores. Continuadores de seu ministério. Por isso a cátedra de Cristo contempla o grande lago como seu campo de atuação, seu terreno a ser cultivado conforme desejos de Jesus. O mestre que nos desafiou a continuar o seu ministério de amor, se desejamos ver a salvo o cenário caótico que hoje contemplamos à beira do mar da vida.

O mestre sentou-se por alguns instantes. Falou, denunciou. E depois desafiou. “Quem quiser me seguir, ser meu discípulo, faça o mesmo, tome sua cruz, aceite seus limites, encare os desafios, acredite em mim, e me siga! Esse é o grande desafio da Igreja que somos, da missão que agora é nossa. Vinde e vede!

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]




Diocese de Assis

Embora a experiência de Cristo seja uma graça que nunca podemos merecer, é necessário, para nos mantermos nesta graça: deseja-la com ardor e pedi-la com constância. Acrescente-se a essas posturas, uma terceira: o arrependimento.

Meditar sobre a própria pecaminosidade e buscar o perdão divino, por meio da graça do arrependimento é um desafio constate aos disfarces do pecado e nossas múltiplas justificativas.

Se queremos algo novo e revolucionário, o Arrependimento é um forte meio para experimentar Cristo. Vale a pena ousar!

O Apocalipse diz de maneira fabulosa: “Escreva ao Anjo da igreja de Éfeso. Assim diz aquele que tem na mão direita as sete estrelas, aquele que está andando no meio dos sete candelabros de ouro: Conheço a conduta de você, seu esforço e sua perseverança. Sei que você não suporta os maus. Apareceram alguns dizendo que eram apóstolos. Você os provou e descobriu que não eram. Eram mentirosos. Você é perseverante. Sofreu por causa do meu nome, e não desanimou. Mas há uma coisa que eu reprovo: você abandonou seu primeiro amor. Preste atenção: repare onde você caiu, converta-se e retome o caminho de antes. Caso contrário, se não se converter, eu chego e arranco da posição em que está o candelabro que você tem.” (2,1-5).

Essas palavras do Apocalipse são bem simbólicas da atitude que Jesus demonstra nos evangelhos. Arrependimento é assunto de seus primeiros sermões: “Convertei-vos, porque o Reino de Deus está próximo” (Mc 1,15); é assunto dos primeiros sermões dos apóstolos: “Convertei-vos”, diz Pedro, “e cada um peça o batismo em nome de Jesus Cristo, para conseguir o perdão dos pecados. Assim, recebereis o dom do Espírito santo” (At 2,38).

O arrependimento e, na verdade, a disposição fundamental do Cristão; uma disposição permanente. Sem desculpas, sem reivindicações, sem autocomplacência. Antes, precisa confessar sua incompetência para livrar-se da pecaminosidade e sua necessidade absoluta do poder salvífico de Deus em Jesus (cf. Rm 7,18-25).

Nos dias atuais, menosprezamos por demais o pecado. Mas Jesus parecia dar-lhe muita importância (Mt 1,21; 26,28; Jo 20,23; 1Tm 1,15; Rm 5,8; 1Jo 4,10). Para Jesus, o perdão dos pecados é mais importante que a saúde física e os bens materiais. É por isso que temos muita necessidade do dom do arrependimento. Entretanto, não pensem que o arrependimento significa (apenas) percepção do pecado e contrição pelo pecado.

A palavra grega para arrependimento é metanoia, que indica mudança total de ânimo e propósito. Talvez, a melhor fórmula para o arrependimento seja o mandamento enunciado por Jesus: “Ame o Senhor, seu Deus, com todo o seu coração, com toda a sua alma, com toda a sua força e com toda a sua mente; e ao seu próximo como a si mesmo” (Lc 10,27).

Outra característica da graça do arrependimento: vem sempre acompanhado de muita alegria e paz. Na verdade, o arrependimento segue-se encontro com Cristo (1Cor 15,9; Is 6; Lc 7 e 19…).

No caminho do arrependimento é inevitável encontra-se com alguns perigos e ficar barrados por eles: a recusa de perdoa a si mesmo, por causa da culpa; o temor excessivo de Deus; a experiência de Cristo que só cobra de nós. Acreditando que todo sofrimento veio a este mundo em consequência do pecado e, quanto mais peco, mais sofro, sou chamado a fazer a experiência luminosa do perdão pela confissão dos pecados.

Uma vida nova é possível, sem presunções ou medos; sem subterfúgios ou fatalismos!

(Texto a partir de MELLO, Anthony de. Abandonar-se a Deus para ser Igreja. 3Ed., São Paulo: Loyola, 1996, p. 107-130).

 

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS




Diocese de Assis

Saudades dos bons tempos. Da normalidade cotidiana. Do bom-dia, boa noite, benção pai, benção mãe… Desculpe, com licença… Saudades da vidinha pacata e feliz, do leite no curral (diretamente da fonte para o consumidor), dos ovos colhidos debaixo da galinha e do milho verde assado na brasa. Do luar prateado em noites de inverno e dourado intenso no verão. Do canto ameaçador do quero-quero vigiando seu ninho e das maritacas em algazarra na palmeira cacheada. Saudades da vida livre no campo.

Sei que muitos não a tiveram, mas imaginam o que tudo isso possa representar. Sei que a saudade é o inconsciente que produz e sempre nos deixa rastros de nostalgia. Que esta, real ou imaginaria, remete-nos a atitudes de bons propósitos e acerto de rumos na nossa vida. Que assim seja, que as graças e bênçãos desses propósitos de retomada, de mudanças, de resgate do que nos parece bom, renovável, retornável, possa acontecer na vida de todos. Abençoado seja o bom propósito. Abençoado seu sonho de vida nova, de mudança, de novo olhar sobre sua vida após tantas tormentas e decepções.

Não fique no saudosismo apenas. Não se finque no passado, na lembrança do que foi bom, mas que também pode acontecer no aqui e agora, no hoje de nossas vidas. O que passou, passou. Mas o que virá depende de como reagirmos às perdas da estrada percorrida. Se apenas olharmos pela janela do passado perdemos o encantamento das janelas que o futuro nos reserva. Quem vive no passado, sem perspectivas de renovação ou repetição de seus bons momentos, corre o risco de estacionar no tempo, matar seus dias na madorra de lembranças apenas. Projetos mais positivos nos dão alento, nos oxigenam novas esperanças e, quando muito, nos animam a reencontrar seus hiatos no tempo presente. Sem essas possibilidades, revivem em nós um sentimento de gratidão pela experiência positiva. Outras acontecerão e deixarão saudades. É essa a arte do bem viver. Cada dia, cada passo, cada momento.

E os que ficaram nessa estrada? Dizia uma frase tumular que os mortos vivem na saudade dos vivos. Revivem em nós. Também os bons costumes. A bênção mútua (recomendada recentemente pelo Papa Francisco) o cumprimento cordial, a educação no trato com nossos semelhantes, a cultura da solidariedade, o respeito às diferenças, tudo isso é possível reconquistar e valorizar novamente, depois de experimentarmos o quão difícil é um mundo onde a dor e o sofrimento imperam. Tempos difíceis anseiam por tempos de paz e harmonia maiores. O saudosismo refaz a esperança. A guerra luta pela paz.

Essas contradições estão aí, a testar nossa capacidade de renovação. Não chore o tempo passado, o leite derramado. Olhe não apenas a curva do passado, mas a retidão da estrada futura. Essa não deixa poeira, mas um horizonte límpido, imaculado, de luz e luar sempre cativantes. O trem sempre apita na curva, porque seu condutor se preocupa em evitar acidentes na estrada futura. Nessa viagem, nosso condutor é tão cauteloso quanto. Lembra-nos a tranquilidade da criança num voo turbulento, onde todos demonstravam pavor, medo do que estava por acontecer. Menos aquela criança…

Indagada do porquê de estar tão tranquila, respondeu:

– Não tenho medo. Meu pai é o piloto!

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]