Agronotícias
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Empreendedores da cidade e região poderão participar dia 24 às 19 horas no auditório da Associação Comercial e Industrial, de um seminário sobre Varejo na Era Digital, com Guga Schifino (foto), especialista com mais de 20 anos de experiência e diretor da Stone Co.
Associados têm direito a três ingressos gratuitos, enquanto não associados pagarão R$ 50 cada um, cujo
comprovante deve ser enviado para o WhatsApp: 18 99704-2990 com nome completo, basta fazer o pix pelo QR Code. As inscrições estão abertas e podem ser feitas pelo link: https://systemfy.tec.br/ As vagas são limitadas.
A soja permanece sendo a maior cultura em área de plantio de São Paulo, com 1,29 milhões de hectares cultivados. É o que mostra o 6º Levantamento de Safra de Grãos 2023/2024 divulgado, na terça-feira (12), pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Porém, devido aos problemas climáticos registrados no estado, em especial a ausência hídrica na fase de plantio e desenvolvimento inicial e as altas temperaturas, a produtividade apresenta queda de 19,5% em comparação às safras anteriores, sendo estimada em 3.050 quilos por hectare. Isso reflete em uma produção de 3,95 milhões de toneladas.
Outro destaque do levantamento local é o cultivo do milho 2ª safra, produzido no sudoeste do estado, mais precisamente nas regiões de Assis, Cândido Mota e Pedrinhas Paulista. Nestas regiões o plantio se intensifica, uma vez que o produtor busca aproveitar o período ideal para o cultivo. Ainda assim, a área deve ser reduzida em 4,1% sendo estimada em 464,8 mil hectares. O desempenho das lavouras também deve ser menor do que o registrado em 2022/23, estimado em 4.872 quilos por hectares, o que resulta em uma colheita de 2,26 milhões de toneladas. No primeiro ciclo do cereal também foi verificada redução tanto na área, como na produtividade e produção.
Outra cultura de grande relevância para São Paulo é o amendoim. O estado é o maior produtor nacional. Assim como as demais culturas de verão, o grão sofre com as intempéries climáticas e, por consequência, sua produtividade está menor se comparada ao ciclo anterior. A colheita de amendoim está mais incipiente e deverá se estender ao longo do mês de março e parte de abril. A projeção é que sejam colhidas 690,7 mil toneladas.
Dados nacionais – De acordo com o 6º Levantamento, a produção brasileira de grãos 2023/24 deverá atingir 295,6 milhões de toneladas. O volume representa uma queda de 7,6% no resultado obtido no ciclo anterior, ou seja, 24,2 milhões de toneladas a menos a serem colhidas. A queda é reflexo, principalmente, da redução em torno de 7,1% na produtividade média geral de todas as culturas, que sai de 4.072 quilos por hectare para 3.784 kg/ha. (Fonte: Conab).
A Usina Enersugar apresenta crescimento rápido e sustentável em seus primeiros anos de atividade, o que propiciou estabelecer a meta ousada de moer 1,4 milhão de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2023/2024, prevista para ser iniciada em 5 de maio. Em workshop realizado na última sexta-feira, 14, que reuniu acionistas, diretores, gerentes e todas as lideranças da empresa, foram confrontados os números do ano anterior e as metas e medidas adotadas para a próxima safra.
Sócios, diretores e gestores de todos os setores da Usina Enersugar participaram do 3º Workshop
Acionistas da Enersugar com o diretor-geral Melchiades Terciotti na abertura do evento
Gráficos e estatísticas apresentados durante os trabalhos mostram a evolução verificada desde a safra-teste 20/21, quando durante a pandemia e com a indústria em reforma e muitos equipamentos em teste, foram recebidas 350 mil toneladas de cana em curto período de tempo.
Na primeira safra completa, 21/22, a empresa dobrou a produção com 750 mil toneladas e, no ano seguinte, 22/23, apresentou novo salto ao ultrapassar mais de 1 milhão de toneladas de matéria-prima processada.
O diretor-geral Melchiades Donizete Tercioti revelou que a meta atual, de 1,4 milhões de toneladas, está baseada em negociações já entabuladas e, que, portanto, existe a possibilidade de a próxima safra superar os números estabelecidos.
“Estamos trabalhando com meta conservadora, com base em contratos firmados e na nossa capacidade de produção, que pode ser acrescida durante a safra” (Melchiades Tercioti)
Como reunião preparatória e de integração das equipes para o início da safra, todos os setores da usina apresentaram seus números durante o Workshop, a partir do setor agrícola, passando pela indústria e a administração, incluindo a segurança no trabalho, os recursos humanos, o setor de TI – Tecnologia da Informação – e as áreas comercial, financeira, de custos, compras, planejamento e controle de estoque.
Os diretores Melchiades Tercioti (geral), Antônio Carlos Viesser (industrial) e os gerentes Marcelo Avanzi (Administrativo), Valter Sticanella (Agrícola) e Eduardo Pacheco (Financeiro), se revezaram com comentários e sugestões durante as apresentações das lideranças dos diversos setores, cuja palavra chave foi “engajamento”. O evento contou também com a presença dos acionistas Dirceu Finotti, Amábile e Marília Finotti.
Marília Finotti cumprimentou a equipe Enersugar pelo crescimento expressivo da empresa nos últimos anos e reiterou o apoio integral dos acionistas em mais investimentos e inovações
Integrar as equipes, planejar as atividades, estabelecer metas e métodos, aprimorar conceitos e desenvolver soluções para mais uma etapa de trabalho. Estes foram os principais objetivos de mais uma rodada de trabalho conjunto da Enersugar com vistas ao pleno engajamento de cada liderança em seu respectivo setor, conhecendo e reconhecendo o trabalho e a importância dos demais.
Antônio Viesser (diretor-industrial), Mayara Guerra (RH) e Elisangela de Souza (Qualidade e Meio Ambiente)
Guto Polizel (Comercialização), Eduardo Pacheco (Financeiro) e Vitor Hugo Oliveira (TI)
Finalizando o evento, Dirceu Finotti enfatizou a filosofia do empreendimento, voltado para a modernidade nas relações comerciais e de trabalho, assim como no desenvolvimento e na geração de empregos na região.
“Nasci e passei grande parte da vida em Palmital e, portanto, é justo que, antes de buscar o lucro, possamos oferecer nossa contribuição para o desenvolvimento agrícola e industrial para a região”, (Dirceu Finotti)
O BNDES do futuro será verde, inclusivo, tecnológico, digital e industrializado. Com esse compromisso firmado em discurso, Aloizio Mercadante tomou posse nesta segunda-feira (6/02) como presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, compareceu à cerimônia no Rio de Janeiro. Para cumprir a meta, o banco pretende privilegiar o investimento em empresas de menor porte, que detém grande parte da força de trabalho do país.
Não pretendemos ficar disputando mercado com o sistema financeiro privado. Não é o papel do BNDES. Precisamos de parcerias e o BNDES pode contribuir para reduzir risco, abrir novos mercados, alongar prazos e elaborar bons projetos para os investimentos privados”
Aloizio Mercadante, presidente do BNDES
“Vamos apoiar com mais determinação o crescimento e desenvolvimento das micro, pequenas e médias empresas, que são grandes geradoras de emprego e renda. Precisamos impulsionar a digitalização dessas empresas por meio de ações conjuntas com parceiros tecnológicos”, disse o presidente do BNDES.
Segundo o novo presidente do banco, uma rede econômica que englobe parcerias público-privadas é uma das chaves para o desenvolvimento nacional. “Não pretendemos ficar disputando mercado com o sistema financeiro privado. Não é o papel do BNDES. Precisamos de parcerias e o BNDES pode contribuir para reduzir risco, abrir novos mercados, alongar prazos e elaborar bons projetos para os investimentos privados”, analisou.
O aporte financeiro é respaldado por lei já aprovada e ocorrerá em parceria com instituições financeiras privadas. “Vamos dar suporte às empresas e às cooperativas de economia solidária com R$ 65 bilhões, por meio de crédito indireto do banco e alavancagem via garantias por crédito privado”, afirmou Mercadante.
REINDUSTRIALIZAÇÃO — Mercadante cita o enorme potencial industrial brasileiro e como o Banco Nacional do Desenvolvimento foi fundamental para elevar o patamar econômico do país.
“O país não seria o que é sem o BNDES. Quando esse banco foi criado, o Brasil era um país de 52 milhões de habitantes, predominantemente agrário, com indústria incipiente e estrutura precária. Três décadas depois, o Brasil se convertia em um país predominantemente urbano e industrial. Antes da crise externa, conhecida com a década perdida, a indústria brasileira era maior que as da Coreia e da China juntas. Essa transformação fantástica não seria possível sem a participação do BNDES, a história desse banco se confunde com a da industrialização e da modernização da estrutura do país”, lembrou.
Para além de uma cadeia produtiva agrícola consolidada, Aloizio Mercadante prevê a ampliação do setor industrial como meio de fomento à transformação econômica nacional. “Um banco de investimento precisa ter visão de longo prazo, e uma das dimensões importantes para um projeto são as exportações. Não apenas commodities agrícolas. O Brasil é a fazenda do mundo, mas não pode ser só isso. Produtos industriais de alto valor agregado são essenciais para o desenvolvimento”.
Neste sentido, o presidente considera urgente um posicionamento mais protagonista do Brasil entre as grandes potências mundiais. “Noventa e oito por cento do mercado existente no mundo está fora do Brasil. Para serem competitivas, as empresas brasileiras precisam disputar esse mercado, ganhar escala, competitividade, eficiência. Essa é uma pauta fundamental para o futuro do BNDES, da indústria e do Brasil. Nós precisamos exportar e ganhar escala e fazer a integração às cadeias globais de valor”, avaliou Mercadante.
Tendo as exportações como um dos pilares da economia nacional, Mercadante considera a implantação de um sistema de financiamento que contemple todos os estágios da negociação externa. “O BNDES deve apoiar o pré-embarque e pós-embarque das exportações de bens e produtos. Na verdade, estamos desenvolvendo um projeto para a constituição de um EXIM Bank [Banco de Exportação-Importação], a exemplo do que acontece nas principais economias do mundo”, afirmou.
SUSTENTABILIDADE E INCLUSÃO — O presidente do BNDES alertou que o crescimento econômico só pode ocorrer, na atualidade, com a implantação sistemática de políticas ambientais responsáveis. “O BNDES não tem chance de sobreviver e prosperar se o sistema financeiro não mudar radicalmente para enfrentar a emergência climática e social. Estamos muito perto de uma catástrofe ambiental sem retorno e a tragédia social está por toda a parte”.
Nesse contexto, respeitar a preservação ambiental e criar oportunidades para o desenvolvimento de uma cadeia energética limpa também estão entre as prioridades das novas políticas do banco. “Precisamos enterrar de vez o obtuso negacionismo climático que nos tornou o grande vilão ambiental do planeta. O BNDES precisa apoiar a transição justa para a economia de baixo carbono. Não existirá futuro sem preservar a Amazônia e outros biomas”, argumentou Mercadante.
Para ele, investimentos sólidos em pesquisas ajudarão no processo de instituição de uma política verde. “A nova indústria digital, descarbonizada, é baseada em circularidade e investimento intensivo em conhecimento. Esse país precisa se reindustrializar. A participação na indústria do desembolso do BNDES era 56% em 2006, mas caiu para 16% em 2021”.
Assim, a educação entra em cena para a formação de uma sociedade com trabalhadores qualificados e preparados para impulsionar a economia. “O Brasil precisa também se digitalizar. Nesse campo, temos uma agenda inovadora, que é o uso do FUST, o Fundo da Reindustrialização dos Serviços de Telecomunicações, projeto que será gerido pelo BNDES, para implantar a digitalização nas escolas públicas”, disse.
Na perspectiva das parcerias, Mercadante avalia que o crescimento do Brasil está atrelado ao sucesso de seus parceiros comerciais, em especial, aqueles que constituem o mesmo bloco econômico, como o Mercosul. “O nosso desenvolvimento passa pela integração da América Latina e pela parceria com os países do Sul global. O Brasil é grande e será ainda maior ao atuar em conjunto com os seus vizinhos”, avaliou Aloizio.
Na vertente da inclusão social, prioridade da atual gestão do Governo Federal, o BNDES, segundo Mercadante, trabalhará para ser protagonista. “Seremos promotores de uma sociedade mais justa por meio das nossas linhas de crédito e das ações de fomento. Vamos enfrentar as enormes desigualdades de gênero e de raça, chagas históricas que nos marcam profundamente. A agenda de gênero e de enfrentamento ao racismo estrutural será a estratégia de negócio do BNDES”, disse.
Também acompanharam a posse do novo presidente do BNDES, a senhora Janja Lula da Silva; o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin; a ex-presidente Dilma Roussef; o presidente do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas; o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes; a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e diversos outros ministros do Governo Federal; o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro; e o prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes.
O Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) começa a realizar os pagamentos de aposentadorias, pensões e demais benefícios com o reajuste anual de 2023 nesta quarta-feira (25). Para conferir a data em que o pagamento dos beneficiários estará disponível, basta acessar o site do órgão.
“Não só é importante reduzir o imposto do combustível, como é urgente. Essas alíquotas [do ICMS] são indecentes. São imorais.” Para o economista Adriano Paranaíba, diretor acadêmico do Mises Academy, não é justificável que os estados pratiquem alíquotas de ICMS tão elevadas sobre bens essenciais, como é o caso dos combustíveis.
“Há produtos que os governos estaduais dão benefício fiscal, zeram alíquota de ICMS. Por que que o combustível, que é algo tão importante para o próprio desenvolvimento econômico dos estados, se cobra essa alíquota tão grande? Infelizmente, acaba dando voz a um cenário de que os estados estão realmente só se preocupando com fontes de receita e não preocupados com justiça tributária, com isonomia e racionalidade dos tributos”, critica.
Os governadores argumentam que não aumentaram as alíquotas de ICMS nos últimos anos. Embora seja um percentual fixo sobre o PMPF (saiba mais abaixo), o ICMS que os estados arrecadam sobre os combustíveis aumenta à medida que esses produtos ficam mais caros. Ou seja, quanto mais cara a gasolina, mais o consumidor paga de imposto estadual e mais os governos arrecadam.
O ICMS varia de estado para estado, pois cada unidade da federação tem autonomia para definir qual a alíquota cobrada sobre os combustíveis. No caso de Mato Grosso, a alíquota sobre a gasolina é de 23%. No Rio de Janeiro, é de 34%.
Segundo a Petrobras, o preço médio do litro de gasolina vendido no Brasil entre 29 de maio e 4 de junho foi de R$ 7,22. O valor que o consumidor paga pelo combustível na hora de abastecer é composto por vários fatores. Confira o peso de cada um deles abaixo.
Todos os tributos sobre os combustíveis, sejam eles federais ou estaduais, são calculados e recolhidos na origem da cadeia de produção pelas refinarias. As empresas não têm como saber quanto as distribuidoras e postos de combustíveis vão cobrar pelos produtos e, por consequência, sobre qual valor o imposto estadual vai incidir.
Por isso, na hora de calcular e recolher o ICMS, elas levam em conta um valor estimado pela secretaria de Fazenda de cada estado. Trata-se do Preço Médio Ponderado ao Consumidor Final (PMPF), que é atualizado pelos entes da federação a cada quinze dias. Vale lembrar que os estados congelaram o PMPF, que é a base para cálculo do ICMS, desde 1º de novembro do ano passado, como uma tentativa de frear o preço dos combustíveis.
No ano passado, os estados arrecadaram R$ 637 bilhões com o ICMS, recorde desde o início da série histórica em 1999, de acordo com o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).
Segundo Rubens Moura, professor de ciências econômicas da Faculdade Presbiteriana Mackenzie, nenhum ente da federação quer perder receita e reajustar as contas em ano eleitoral. Isso ocorre, segundo ele, porque é o momento de se credenciar junto à população.
“Estamos em ano de eleição. É muito comum estados criarem um caixa para começar a ter obras ‘visuais’, porque existem ações mais importantes que a população consegue enxergar. E conseguindo enxergar já conseguem associar um feito ao governador, à pessoa. O que eles fazem? Juntam um caixa para inaugurar escolas, estradas e obras grandiosas para angariar votos”, aponta.
O ICMS sobre os combustíveis é a principal fonte de arrecadação dos governos estaduais. Daí a dificuldade de abrir mão, segundo o economista. “Tem ICMS de até 34%. É uma coisa exagerada, muito grande, 17% seria razoável. Só que tem uma Lei de Responsabilidade Fiscal e você estipula os seus gastos em função de receitas planejadas, mas uma vez que você trava essa fonte de arrecadação muito importante dos estados, que é o ICMS, você dificulta o planejamento. O discurso dos governadores é feito de modo populista: ‘vou deixar de ter dinheiro para saúde, educação e outras obras importantes, porque vou ter menos arrecadação’.”
Uma das tentativas para frear ou diminuir o preço dos combustíveis é o projeto de lei complementar (PLP) 18/2022. Aprovado na noite de segunda-feira (13) no Senado Federal, o projeto agora, volta para a análise da Câmara dos Deputados. O projeto classifica combustíveis, gás natural, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo como bens e serviços essenciais e indispensáveis.
Essa classificação impede que os estados cobrem alíquotas de ICMS acima de 17% sobre esses setores. O texto diz que os entes podem adotar alíquotas menores do que o limite, como forma de beneficiar os consumidores. O texto aprovado no Senado permite aos estados uma contrapartida: quando a perda na arrecadação ultrapassar 5%, poderão fazer abatimento de dívidas com a União. Governos endividados terão prioridade para tomar empréstimos com o aval solidário da União. A reparação deve ocorrer por meio de recursos da União referentes à Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM). Esses entes também teriam prioridade na contratação de empréstimos para compensar as perdas.
O Comsefaz (Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda dos Estados e Distrito Federal) estima que, com a alíquota limite, os estados e municípios vão perder entre R$ 64,2 e R$ 83,5 bilhões em arrecadação.
Relator do PLP 18 no Senado, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) destacou estudo da Consultoria de Orçamento, Fiscalização e Controle do Senado Federal (Conorf), em que se prevê um impacto anual máximo de R$ 53 bilhões para os entes federativos. Segundo ele, se o projeto for sancionado até o fim de junho, a perda de receitas prevista seria reduzida pela metade, ou seja, cerca de R$ 27 bi, já que restariam apenas seis meses até o fim do ano.
O senador argumentou ainda que os estados devem bater novo recorde de arrecadação com ICMS e outros impostos em 2022, o que deve minimizar as consequências da proposta. “As eventuais reduções de receitas que o PLP pode provocar serão absorvidas em face ao crescimento das receitas projetadas pelos estados”, disse em Plenário na última sexta-feira (10).
O texto aprovado zera as alíquotas dos impostos federais sobre o álcool hidratado e o álcool anidro. A redução a zero desses impostos para a gasolina já foi aprovada na Câmara e segue na proposta. Bezerra prevê que a União abriria mão de R$ 32 bilhões em tributos para diminuir o preço dos combustíveis.
André Kapritchkoff, advogado especializado em direito tributário, e sócio da Falcon, Gail, Feijó & Sluiuzas Advocacia, concorda que os estados podem ajudar a diminuir o preço dos combustíveis. Ele acredita que o PLP 18 é positivo, mas que serão necessárias outras mudanças para conter o prejuízo aos consumidores. “Limitar o ICMS a 17% pode até ser efetivo para segurar a alta do combustível, mas não é só isso, porque a definição do preço do combustível sofre com outros fatores que não só o valor do ICMS”, diz.
Adriano Paranaíba diz que não há um só culpado pelos preços elevados dos combustíveis. Mas ele destaca que o momento exige sacrifício dos governadores. “O ideal era que os governadores tivessem consciência da importância de uma homogeneização tributária, porque qual é a justificativa de o imposto de alguns produtos ser 34% enquanto existem outros produtos em que a alíquota é zerada?”, questiona. (Foto: Marcelo Camargo – Agência Brasil)
Fonte: Brasil 61
Os produtores rurais de municípios próximos à cidade de Assis, em São Paulo, poderão conhecer novas tecnologias relacionadas à produção de milho safrinha, soja, mandioca para indústria e alimentação animal, além da uva. Os trabalhos desenvolvidos pela Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado, serão apresentados durante a 14ª Coopershow, que ocorrerá de 22 a 24 de janeiro, em Cândido Mota. Organizado pela cooperativa Coopermota, o encontro prevê reunir um público estimado em mais de 10 mil convidados.
A APTA participa desde a sua primeira edição. Neste ano, suas ações estarão dirigidas às principais culturas cultivadas na região. “O Polo Regional de Assis da APTA sempre teve por característica desenvolver pesquisas relacionadas ao perfil da região, por isso, mantivemos ao longo de todos esses anos parceria com a Coopermota, que reúne mais de dois mil produtores cooperados, e participamos da Coopershow, um importante evento para nos relacionarmos com mais intensidade com os produtores rurais e transferir soluções desenvolvidas em nossa unidade, mas também saber as demandas desse público”, afirma Sergio Doná, pesquisador e diretor do Polo Regional de Assis da APTA.
A região chamada de Médio Paranapanema, que reúne cidades como Assis, Cândido Mota e Palmital, produz, aproximadamente, 206 mil hectares de milho safrinha, sendo esta a segunda maior cultura cultivada de grãos, perdendo apenas para soja, com 238 mil hectares, segundo dados do Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA), de 2018. A região também se destaca como a principal produtora em São Paulo de mandioca para a indústria.
Diagnóstico visual das doenças de enfezamento e viroses no milho
Na área de milho safrinha, o pesquisador do Instituto Agronômico (IAC-APTA), Aildson Pereira Duarte, apresentará informações sobre o enfezamento e viroses que tiveram ocorrência intensificada na região a partir da safra de 2017/2018 e que podem causar até 80% na redução da produtividade e, consequentemente, grandes prejuízos aos produtores.
A APTA apresentará no evento os sintomas das doenças. “O diagnóstico correto das doenças do enfezamento e viroses no campo é fundamental para conhecer a gravidade do problema e quais híbridos de milho são mais resistentes, que devem ser preferidos na próxima safra”, afirma Duarte.
Os sintomas clássicos do enfezamento são a redução de porte pelo encurtamento dos entrenós, as espigas múltiplas e/ou chochas e a alteração da cor verde das folhas para tons vermelhos e amarelos. Já as viroses compreendem muitos sintomas que podem aparecer isoladamente ou associados, incluindo, entre outros, o amarelecimento na forma de mosaico e estrias cloróticas nas folhas, alteração da forma e consistência das folhas mais altas (coriáceas, espetadas e/ou com a ponta rasgada), encurvamento do cartucho ou do terço superior da planta, podridão das espigas, quebramento do colmo no estádio de enchimento de grãos e morte das plantas no estádio reprodutivo.
Segundo o pesquisador do IAC, o manejo preventivo requer a interrupção da ponte verde. Os cultivos contínuos de milho na mesma área ou região ao longo do ano, em diferentes épocas de semeadura, favorecem a migração e a multiplicação de insetos, logo, a sobrevivência das cigarrinhas e dos pulgões que transmitem os patógenos. “Outra recomendação é a eliminação de plantas voluntárias de milho tiguera RR (resistentes ao glifosato) na soja em sucessão, pois na maioria das áreas as cultivares de soja e milho são RR e se aplica o glifosato nas duas culturas. Para tanto, é necessário aplicar também outro herbicida na soja que controle as plantas de folhas estreitas, incluindo o milho tiguera”, explica Duarte.
Avaliação de cultivares de soja e mandioca
Os pesquisadores do Polo Regional de Assis da APTA desenvolvem diversos projetos com o objetivo de avaliar o desempenho das cultivares de soja e mandioca que mais se adaptam às condições de clima e solos da região.
Na cultura da soja, os trabalhos visam a avaliação de 20 cultivares. Doná explica que os solos do Médio Paranapanema são argilosos (33% das áreas destinadas à agricultura) e arenosos (67%). Utilizar as melhores cultivares para atender a estes diferentes perfis de solo pode aumentar em até 20% a produtividade da cultura em solos argilosos e em até 50% em solos arenosos, segundo o pesquisador. “Existem centenas de cultivares de soja registradas no Brasil. É muito importante fazer um trabalho de avaliação para direcionar os agentes de assistência técnica que podem orientar os produtores rurais”, afirma.
O Médio Paranapanema também se destaca como o principal produtor de mandioca para a indústria do Estado de São Paulo, com produção que chega a 252 mil toneladas, representando 24% da produção paulista. A APTA desenvolve pesquisas para identificar as melhores cultivares adaptadas para a região, avaliando em diferentes tipos de solo e os melhores ambientes de produção. “A escolha adequada da cultivar de mandioca pode aumentar em 20% a produtividade da propriedade”, afirma Doná.
De acordo com o pesquisador, a APTA também desenvolve pesquisas relacionadas ao manejo da cultura. Apenas a escolha correta do melhor momento para o plantio da mandioca pode impactar em até 70% sua produtividade.
Produção de uva pode beneficiar pequenos produtores
Apesar de não ser tradicionalmente cultivada na região, a uva niagara pode ser uma importante alternativa de diversificação da produção, principalmente para os pequenos agricultores do Médio Paranapanema. “Temos desenvolvido diversas pesquisas e identificamos que a uva niagara tem potencial produtivo, principalmente por sua aceitação no mercado consumidor e sua rusticidade. Temos pequenas propriedades que podem explorar o cultivo de frutas. Já tivemos ações bem sucedidas com o cultivo de banana na região, que já é uma realidade, a partir de pesquisas da APTA”, afirma Doná.
SERVIÇO
14ª Coopershow
Data: de 22 a 24 de janeiro
Local: Campo de Difusão Tecnológica da Coopermota – Cândido Mota
Informações: https://www.coopershow.com/