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Especialistas alertam: perda de audição está começando cada vez mais cedo

Comemorado todos os anos na última quarta-feira de abril, o Dia Internacional da Conscientização sobre o Ruído é uma data importante para refletirmos sobre a agitação e o barulho que, cada vez mais, fazem parte de nosso cotidiano. Os especialistas advertem: o ruído em excesso faz mal à saúde e pode ser a causa de diversos distúrbios, entre eles problemas auditivos precoces nas novas gerações.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) regulamenta que o ruído em áreas residenciais não ultrapasse os limites de 55 decibéis para o período diurno, das 7h às 20 h; e 50 decibéis para o período noturno, das 20h às 7h da manhã. De acordo com critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS), ruídos constantes acima de 55 decibéis são nocivos. Muitas vezes eles causam, de imediato, incômodo e irritação, mas as consequências podem vir mais tarde, em forma de estresse, problemas cardíacos e perda auditiva.

“A data serve como alerta sobre a responsabilidade que cada indivíduo tem de reduzir a emissão de ruídos em suas atividades diárias. Segundo os médicos, o barulho intenso e prolongado pode causar danos cada vez maiores à audição ao longo da vida. A perda auditiva precoce é um problema sério que pode acarretar muitos prejuízos ao indivíduo, como preconceito, discriminação, inclusive no mercado de trabalho”, diz o Defensor Público Federal André Naves, especialista em Direitos Humanos e Inclusão Social.

O barulho está por todo lado. Por isso, é importante fazermos a nossa parte. A qualquer hora do dia são obras, trânsito, carros de som, buzinas, sirenes de ambulância, ronco de caminhões, gritos e algazarra em prédios e condomínios, música alta em casa ou no vizinho, TV em alto volume, uso do aspirador de pó e outras incontáveis formas de ruído. Na maioria das vezes, não percebemos o risco. É o que acontece quando aumentamos o volume da música que ouvimos nos fones de ouvido durante a caminhada ou no trajeto para o trabalho.

E a ideia de que nos acostumamos com o barulho é um mito. Mesmo quando acreditamos que ele não incomoda, biologicamente continua a nos fazer mal. “Infelizmente a poluição sonora ainda não é percebida como um mal à saúde. O ruído é um poluente invisível que, lentamente, agride as pessoas. Por isso, defendo a necessidade de campanhas de esclarecimento e conscientização”, afirma André Naves.

A Sociedade Brasileira de Otologia estima que entre 30% e 35% das perdas de audição são consequências da exposição a ruídos comuns do dia a dia. A juventude deve ter mais consciência quanto aos riscos do som alto e proteger a audição, sob pena de ter dificuldades para ouvir bem antes de envelhecer. Sem consciência do perigo, essa geração da tecnologia, que não larga os smartphones e videogames, dependerá mais de aparelhos auditivos no futuro.




Meu filho caiu na trend: e agora? Perigos da busca por pertencimento entre crianças e adolescentes

 

Com o uso das redes sociais começando cada vez mais cedo, os desafios se tornaram fonte de preocupação para pais, educadores e especialistas. Protagonizando tragédias, as “trends” virtuais se tornam um perigo silencioso, vivido dentro de casa. Izabella Melo, professora de Psicologia do Centro Universitário de Brasília (CEUB), aponta que o risco vai além da exposição a conteúdos impróprios, afetando a formação da identidade, da moralidade e da visão de mundo de crianças e adolescentes.

Embora a internet facilite o contato com pessoas da mesma faixa etária ou com interesses semelhantes, também potencializa riscos físicos, psicológicos e morais. “A web reproduz e, muitas vezes, amplifica dinâmicas de opressão que já existem fora dela, como racismo, misoginia, LGBTfobia e intolerância religiosa. Para crianças e adolescentes de grupos marginalizados, os ambientes digitais são ainda mais violentos. É nesse período que se constrói quem somos e o que entendemos como certo ou errado”, explica Melo.

Segundo a docente do CEUB, a busca por aceitação em um grupo social torna esses públicos mais vulneráveis a trends online. Izabella explica que, ao aceitar um desafio, muitas vezes a criança ou adolescente está, na verdade, tentando garantir seu pertencimento social e evitar a exclusão, mecanismo ainda relacionado ao fenômeno do bullying.

“Existe uma necessidade muito forte de ser aceito. Às vezes, aceitar participar de um desafio é visto como ‘prova de lealdade’. Este grupo incentiva ou silencia diante de comportamentos violentos, já que quem está em volta fará de tudo para não ser o próximo alvo, inclusive se submeter a comportamentos arriscados.”

Proteção, legislação e presença familiar

Na avaliação da psicóloga, o enfrentamento dessa questão exige uma abordagem multissetorial. No campo das políticas públicas, ela sugere a regulamentação mais rigorosa das redes sociais, em consonância com as diretrizes do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). “Crianças e adolescentes ainda não têm as habilidades cognitivas completamente formadas. O cérebro termina seu desenvolvimento por volta dos 24 ou 25 anos. Até lá, o pensamento é mais concreto e menos capaz de avaliar riscos abstratos”.

No âmbito familiar, a docente do CEUB chama atenção para a necessidade de acompanhamento ativo da vida digital dos filhos. Segundo a psicóloga, é comum entre os pais a liberação do uso irrestrito da internet por falta de tempo, fruto de rotinas sobrecarregadas: “Nestes casos melhorar condições de trabalho, transporte público e segurança financeira das famílias também é uma forma indireta de proteger essas crianças”.

Mais do que proibir o uso do celular e das redes sociais entre crianças e adolescentes, a especialista defende a construção de relações baseadas em diálogo, atividades em família e presença ativa. “A melhor proteção é garantir adultos presentes, atentos e dialogando constantemente. Isso diminui não só o tempo de tela, mas a exposição a conteúdos nocivos”, finaliza a especialista do CEUB.




AGU cria grupo especial para buscar reparação de danos causados por fraudes ao INSS

A Advocacia-Geral da União (AGU) instituiu nesta quarta-feira (23/4) Grupo Especial para buscar a reparação de danos causados por ações fraudulentas contra o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). A equipe também será responsável por promover a recuperação dos valores irregularmente descontados de aposentados e pensionistas, segurados do Regime Geral de Previdência Social (RGPS).

Constituído por oito advogados e advogadas públicas, o coletivo terá caráter temporário e sua atuação se dará nos âmbitos administrativo (extrajudicial) e judicial relativos à matéria. Os membros serão designados pelos órgãos de direção superior da AGU: Procuradoria- Geral Federal (PGF) e a Consultoria-Geral da União (CGU).

O objetivo prioritário do grupo é adotar, de imediato, medidas administrativas e judiciais para obter a reparação dos danos patrimoniais causados pelas entidades investigadas pela Controladoria-Geral da União (CGU) e pela Polícia Federal (PF) no curso da operação “Sem Desconto”. Segundo as informações divulgadas por ambas as instituições, o prejuízo causado pelos descontos indevidos de mensalidades associativas nos benefícios de aposentados e pensionistas é estimado em R$ 6,3 bilhões, entre os anos de 2019 e 2024.

“A AGU vai trabalhar firmemente para manter íntegra a capacidade do INSS de promover a proteção social dos cidadãos e de garantir a renda dos trabalhadores em situação de vulnerabilidade”, afirma o advogado-geral da União, Jorge Messias. “O Estado brasileiro, os aposentados e pensionistas foram lesados por esse esquema. Por isso, também vamos buscar a responsabilização das entidades que promoveram os descontos ilegais e recuperar cada centavo desviado”, complementa.

Ações futuras

Além de obter a reparação dos valores desviados, o grupo criado pela AGU também terá a atribuição de propor a adoção de medidas de prevenção, identificação e enfrentamento de situações fraudulentas no âmbito da seguridade social. Entre elas, está prevista a apresentação de soluções jurídicas para prevenir riscos ao INSS e para aprimorar as políticas públicas voltadas ao Regime Geral de Previdência Social.

Caberá também ao grupo fazer a interlocução interinstitucional com ministérios, entidades da administração pública federal direta e indireta e Casa Civil da Presidência da República relativa ao assessoramento jurídico para reparação de danos decorrentes das fraudes.

Novo procurador-geral

A direção da AGU determinou a exoneração do procurador-geral do INSS, Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, um dos investigados no âmbito da operação “Sem Desconto” e afastado de suas funções, do cargo atualmente por ele ocupado. Para seu lugar foi indicado o atual coordenador-geral de Contencioso Previdenciário da PGF, procurador Elvis Gallera Garcia.

Em razão dos fatos noticiados ao longo do dia e informados oficialmente à AGU, também foi determinada a adoção das medidas administrativas cabíveis relativas ao caso, incluindo a abertura de processo correcional.




Parceria entre Instituto UniAssis e Instituto Cacau Show transforma a Páscoa de centenas de crianças

 

Na última quinta-feira, dia 17 de abril, o Instituto UniAssis, em parceria com o Instituto Cacau Show, levou sorrisos e momentos de encantamento a centenas de crianças com a doação de 1.800 ovos de Páscoa. A ação contemplou alunos de quatro unidades escolares de Assis, projeto CTU Basquete Feminino e a entidade Luizas de Marillac, ambas localizadas em Paraguaçu Paulista.

Este é o terceiro ano consecutivo em que o Instituto Cacau Show realiza a doação de ovos de Páscoa para o Instituto UniAssis, beneficiando diretamente os alunos participantes dos projetos sociais promovidos pela instituição.

Além dos chocolates, as entregas contaram com a presença especial do Coelhinho da Páscoa, o que tornou o momento ainda mais mágico e especial para as crianças. A iniciativa reforça o compromisso do Instituto UniAssis com ações que promovem afeto, inclusão e impacto social positivo nas comunidades em que atua.

Para Flávio Sebastião de Oliveira, Supervisor de Ensino da EMEIF Prof.ª Coraly Júlia G. Carneiro, a ação teve um significado especial: “Em nome da comunidade escolar, agradeço imensamente a ação do Instituto UniAssis, que sempre participa e contribui com as ações sociais na escola. Em alguns casos, o ovo de chocolate doado foi o único que a criança recebeu nesta Páscoa.”

Já para Bárbara Gallano, Diretora da EMEIF Prof.ª José Santilli, a experiência foi emocionante: “Essa parceria nos permitiu proporcionar um momento de encanto e alegria com a presença do Coelhinho da Páscoa para nossas crianças. Experiências como essa reforçam a nossa missão como educadores: cultivar o afeto, a esperança e a magia da infância”.

O Instituto UniAssis reafirma seu compromisso com o bem-estar e o desenvolvimento de crianças e adolescentes, promovendo, por meio de parcerias como essa, ações que transformam realidades e celebram o cuidado em todos os momentos da vida.




Beleza de estação: tratamentos ideais para cuidar da pele no outono

 

 

Com os dias mais curtos, a radiação UV menos intensa e a intenção natural de cobrir mais a pele com roupas, o outono se torna ideal para tratamentos que demandam proteção solar e um período de recuperação. Em 2025, as tendências estéticas para a estação trazem uma combinação de tecnologias avançadas e abordagens personalizadas, garantindo resultados naturais e duradouros.

Pensando nisso,  Gisele Costa, especialista técnica de Estética e Cosmetologia da Eh Medical — empresa referência na distribuição de tecnologia para saúde e estética — comenta os 5 procedimentos must-have da temporada. Confira:

Luz pulsada para rejuvenescimento e uniformização 

A luz pulsada é um tratamento versátil que utiliza flashes de luz para tratar diversas imperfeições da pele, como manchas, vasinhos dilatados e sinais de envelhecimento. O procedimento é feito com um aparelho que emite diferentes comprimentos de onda, atingindo as camadas mais profundas da pele sem danificar a superfície. Ele estimula a produção de colágeno, promovendo um efeito de rejuvenescimento natural e uniformizando o tom do tecido.

“A luz pulsada é um dos tratamentos mais procurados no outono, por aliar eficiência e segurança. Com a tecnologia atual, os resultados são visíveis já nas primeiras sessões, e a estação é perfeita para evitar complicações relacionadas ao sol, como hiperpigmentação, garantindo resultados mais eficazes e seguros”, comenta Gisele.

Peeling ultrassônico para limpeza profunda e renovação celular 

Esse é um procedimento não invasivo que utiliza ondas sonoras de alta frequência para realizar uma limpeza profunda da pele, removendo células mortas, impurezas e resíduos de poluição. Ele também estimula a renovação celular, deixando a pele mais luminosa e suave, combatendo o ressecamento típico da estação. O tratamento é indolor e não requer tempo de recuperação, sendo ideal para quem deseja uma pele revitalizada sem precisar de cuidados após o procedimento.

Endolaser para redução de gordura localizada  

Sendo mais um procedimento minimamente invasivo, o endolaser utiliza laser para derreter gordura localizada e estimular a produção de colágeno, promovendo o firmamento da pele e diminuindo a flacidez. O laser é aplicado por meio de uma fina cânula inserida sob a pele, garantindo precisão e segurança. O tratamento pode ser realizado em áreas como abdômen, coxas e braços, e não requer cortes ou pontos.

“O endolaser é uma das tecnologias mais avançadas para redução de gordura e tratamento de flacidez. Nessa época do ano ele se torna ainda mais eficaz, pois o corpo está naturalmente mais protegido do sol, o que é essencial para uma recuperação tranquila”, explica a especialista.

Radiofrequência para firmamento e estímulo de colágeno 

A radiofrequência utiliza ondas eletromagnéticas para aquecer as camadas profundas da pele, estimulando a produção de colágeno e promovendo o firmamento e o rejuvenescimento facial e corporal. O procedimento é indolor e não invasivo, podendo ser feito em áreas como rosto, pescoço, colo e braços, reduzindo a gordura localizada, tratando a flacidez e melhorando a elasticidade da pele.

A técnica é especialmente indicada em estações frias porque é quando a pele tende a ficar mais ressecada e flácida; dessa forma, o tratamento já ajuda a combater esses efeitos.

Microagulhamento para rejuvenescimento e tratamento de cicatrizes

Esse tratamento utiliza um dispositivo com microagulhas para criar pequenas perfurações na pele, estimulando a produção de colágeno e elastina. Ele é indicado para tratar cicatrizes de acne, rugas finas, estrias e poros dilatados, além de promover uma melhora geral na textura e na firmeza da pele. Para potencializar resultados, pode ser combinado com ativos como ácido hialurônico ou vitaminas.

“O microagulhamento é um dos procedimentos mais versáteis da estética moderna. Ele é ideal para as baixas temperaturas, visto que a menor exposição ao sol facilita a recuperação da pele, reduzindo o risco de manchas e garantindo resultados mais uniformes”, conclui Gisele.

Eh Medical 

A Eh Medical é uma distribuidora de produtos e equipamentos de tecnologia para profissionais de saúde e estética. A empresa oferece um atendimento com consultoria personalizada, além de treinamento e educação continuada para profissionais  da área. Fundada em 2013 no Rio de Janeiro, conta com produtos de marcas renomadas como a Medical San, Ibramed, HTM, KLD, Bioset, Smart GR e Bel Col.




Circuito Sesc de Artes 2025 leva programação gratuita a 132 cidades, incluindo Assis

 

 

De 3 de maio a 8 de junho, ruas e praças de 132 municípios do interior, litoral e da Grande São Paulo, além de São Miguel Paulista, bairro que integra o Plano de Expansão do Sesc, serão palco do Circuito Sesc de Artes 2025. Em seis fins de semana consecutivos, sempre aos sábados e domingos, o público poderá vivenciar gratuitamente 840 sessões de atividades que atravessam nove linguagens artísticas e culturais: artes visuais e tecnologias, cinema, circo, dança, literatura, música, teatro, turismo e valorização social.

O Circuito Sesc de Artes é realizado pelo Sesc São Paulo em parceria com prefeituras municipais e sindicatos do comércio de bens, serviços e turismo locais.

Em sua 17ª edição, o Circuito amplia o seu alcance com a entrada das unidades do Sesc Campo Limpo e Franca, além da inclusão de dez novas cidades em relação à edição de 2024. Ao todo, 23 unidades do Sesc São Paulo estão envolvidas na realização do projeto. A programação valoriza a produção cultural das regiões participantes, com forte presença de artistas e coletivos que atuam fora da capital. Parte da programação do Circuito conta com acessibilidade em Libras: são 144 sessões com tradução.

Para Luiz Deoclecio Massaro Galina, diretor regional do Sesc São Paulo, “a ampliação do Circuito reafirma o compromisso do Sesc com a descentralização cultural, valorizando a produção de diferentes territórios e expandindo o acesso por meio da ocupação dos espaços públicos com múltiplas linguagens artísticas. Ao promover encontros em praças e ruas, a iniciativa convida à convivência e busca fortalecer a relação entre as pessoas e seus territórios.”

Uma das linhas curatoriais que se fortalece nesta edição, em um movimento realizado nos últimos anos e que agora se consolida, é a quantidade de artistas das regiões atendidas: são 42 grupos de cidades da Grande São Paulo, interior e litoral paulistas, de um total de 76 atrações. Além da forte presença de artistas locais, a edição conta com participações internacionais, como a Estúpida Compañía (Argentina e Uruguai), com o espetáculo Indómito, e a produção Suspiros e Burbujas, que une no palco uma artista argentina e um palhaço cearense.

O Circuito alcança desde cidades da região metropolitana, como São Bernardo do Campo e Mauá, com mais de 800 mil habitantes, até municípios do interior, como Nipoã, no Noroeste do estado, com cerca de cinco mil moradores, e Águas de São Pedro, o menor município paulista.

Neste ano, seis cidades (Ilha Solteira, Pereira Barreto, Igaratá, Paraibuna, Iporanga e Miracatu) contarão com uma Mostra de Saberes, onde artesãos locais demonstrarão as técnicas utilizadas em suas criações.

Em outras três cidades (Penápolis, Franco da Rocha e Iguape), o público será convidado a conhecer o patrimônio histórico e cultural, por meio de ação de turismo social, com um passeio a pé, partindo da praça os participantes fazem um tour pelos espaços culturais e pelo centro histórico.

Em todas as cidades, o público encontrará o espaço de relacionamento do Sesc, um ponto de encontro sobre o Circuito e dicas de turismo, Sesc Digital e programação do SescTV, uma forma de conectar o público às ações do Sesc dentro e fora do Circuito.

Em teatro, destaca-se a montagem de Os Tr3s Porcos com A Próxima Companhia. A peça busca ressignificar o clássico conto infantil, lançando um olhar sobre temas atuais como o direito à cidade e à moradia, com uma linguagem cênica que mescla elementos do teatro de rua e do circo, tudo permeado por um tom cômico e instigante.

A música é representada pelo grupo Zumbiido Afropercussivo. Composto por pessoas pretas, o coletivo explora a riqueza dos ritmos diaspóricos, com forte influência do samba afro e do samba reggae. Suas performances autorais, que unem música e dança inspiradas em matrizes africanas, têm como objetivo primordial promover a consciência racial, política e cultural, difundindo a cultura preta por meio de suas expressões artísticas.

Em literatura, a atividade Recriando Imaginários: um Mergulho na Literatura Indígena se conecta com os povos originários. Com a presença de Ana Kariri, Auritha Tabajara, Cristino Wapichana e Fernanda Kaingang, o público mergulha em narrativas, visões de mundo e saberes ancestrais presentes em contos e poesias.

Além das artes performáticas e literárias, a programação oferece uma experiência imersiva com a Mostra de Realidade Virtual – Sonhos. Em diálogo com a Mostra Internacional de Cinema, essa atração convida o público a explorar o universo dos sonhos de uma perspectiva consciente, ampliando as fronteiras da percepção e da experiência estética.

Destaques da programação

Circo

O circo contemporâneo se apresenta com uma variedade de espetáculos que celebram a tradição circense enquanto exploram novas formas de expressão. Em Atravessando Lugares, a companhia Mano a Mana, de São Paulo, reflete sobre as interações nos espaços públicos por meio de acrobacias e técnicas de mão a mão. O Coletivo Piracema, de Piracicaba, celebra a vida no interior em Festa na Roça, um espetáculo que mistura palhaçaria, malabarismo, acrobacia e música ao vivo, convidando o público a se sentir em casa.

As Gêmeas Dias e a Trupe Cirandá, de São Bernardo do Campo, resgatam as brincadeiras de roda da infância em Ciranda, unindo artes circenses e cultura popular com música ao vivo e participação ativa do público. O Circo da Silva, de Campinas, mostra Funil, um espetáculo que combina circo e música, com uma banda de sopros e percussão tocando clássicos do picadeiro enquanto acrobatas, malabaristas e equilibristas fazem diversas acrobacias. Originalmente da Argentina e do Uruguai, a Estúpida Compañía encena Indómito, um espetáculo que resgata números clássicos do circo e dos antigos “freak shows”, unindo humor e tensão, e interação com o público.

Teatro

A programação teatral conta com produções que exploram desde a história de grandes escritoras até fábulas infantis com reflexão social. Em Um Canto para Carolina, a Cia. dos Inventivos, de São Paulo, leva ao palco a história de Carolina Maria de Jesus, uma das mais importantes escritoras negras do Brasil, por meio de um musical que retrata suas lutas e o cotidiano na favela, baseado em sua obra Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada. Já Odília Nunes, com sua intervenção teatral Cordelina, traz uma boneca gigante feita de material vegetal, que ao som de uma sanfona ao vivo, compartilha mensagens de sorte e recita poesias populares do Nordeste, os famosos cordéis.

A clássica história dos três porquinhos ganha uma nova roupagem em Os Tr3s Porcos, com A Próxima Companhia, que utiliza a fábula para abordar o direito à cidade e à moradia, explorando as linguagens da rua e do circo de forma cômica e reflexiva. Já Nós, do Barracão Cultural, de Campinas, conta a história de Mel, uma garota que busca se libertar dos nós que a aprisionam, em uma jornada de autodescoberta e aceitação.

Música

A cena musical se diversifica com atrações que vão da tradição popular à vanguarda da discotecagem. O Núcleo Maracá apresenta Auto do Guriatã, uma ópera popular que narra a história de um boi roubado, resgatando a tradição do Bumba Meu Boi com a célebre versão de Mestre Humberto de Maracanã. Já a dupla de DJs Lucas Caixa Preta e Scratchj, de São Carlos, vem com um setlist que mistura música regional brasileira, afrobeat, black music e balanço caribenho em Balanço, Beats e Batuques.

DJ Gabriel Lujaro, de Assis, incorpora a música preta como referência, transitando entre o funk, rap e black music. A DJ Lu Pequim, de São José do Rio Preto, dedica seu repertório a músicas criadas por mulheres, explorando diversos estilos musicais. O grupo Zumbiido Afropercussivo, composto por pessoas pretas, mostra músicas e coreografias autorais inspiradas em ritmos africanos, promovendo a cultura preta por meio da música e dança.

A discotecagem Rádio Oz, dos DJs Bruxxo e Cyssa Prado, de Osasco, simula um programa de rádio dos anos 80 e 90, com clássicos do rock, black music, disco, jazz e música brasileira. E a DJ Juliana Gil, de Taubaté, combina ritmos brasileiros, rock, remixes e afrobeat.

Literatura

A literatura se manifesta de diversas formas, convidando o público a explorar a leitura de maneira lúdica e reflexiva. Em Brincar de LerCarol Gregório, Thayame Porto e convidadas, de Ribeirão Preto, propõem uma experiência interativa com a linguagem, explorando trava-línguas, rimas e versos em uma celebração coletiva da palavra. A Coletiva Educar Ancestral, de São José do Rio Preto, apresenta Histórias para Encantar Kamurin Ighé, uma contação de histórias que resgata tradições orais indígenas, conectando ensinamentos ancestrais com reflexões sobre o presente.

Coletivo Baobá, de Birigui, traz Quintal Baobá, uma ocupação literária inspirada na cultura africana, com histórias afro-brasileiras, musicalidade e brincadeiras quilombolas. A Cia. EntreContos, de São José do Rio Preto, apresenta uma Infusão Literária, explorando memórias afetivas com aromas e especiarias, em uma mediação de leitura que valoriza os saberes africanos. E Recriando Imaginários: um Mergulho na Literatura Indígena, com Ana Kariri, Auritha Tabajara, Cristino Wapichana e Fernanda Kaingang, mostra uma imersão na literatura indígena, compartilhando visões de mundo e saberes ancestrais de contos e poesias.

Cinema

A oficina Jogo dos Planos com a Vem Vento Produções, de Araçatuba (SP), propõe uma introdução prática e dinâmica ao cinema, em que as pessoas participantes poderão conhecer todas as etapas principais da produção audiovisual. Com três espaços com ações simultâneas, as experimentações propostas pelo grupo vão desde as possibilidades de criar diferentes enquadramentos e narrativas visuais até a gravação de cenas com a orientação dos monitores e a exibição dos vídeos produzidos e editados em tempo real.

A programação ainda oferece uma experiência imersiva com a Mostra de Realidade Virtual – Sonhos. Em diálogo com a Mostra Internacional de Cinema, essa atração proporciona ao público explorar o universo dos sonhos de uma perspectiva consciente, ampliando as fronteiras da percepção e da experiência estética.

Dança

O grupo Yandê Transpará apresenta Encantos Amazônicos, uma imersão nas danças tradicionais da região norte, como o carimbó e o lundu marajoara. Idealizado por Adriana Fortes, natural de Belém, o trabalho resgata as raízes africanas, indígenas e europeias da cultura amazônica, buscando sensibilizar a audiência para a importância da preservação e valorização dessa rica identidade cultural.

Já a Debonde Cia. de Dança, do Rio de Janeiro, leva para as ruas o espetáculo urbano e bilíngue Debandada. Seis artistas dançarinos, acompanhados por uma intérprete de libras, ocupam os espaços da cidade, estabelecendo um diálogo constante entre público, arte e o ambiente urbano.

Com uma atmosfera de celebração, a Cia. Diladim traz Requebrando, um “baile” diferenciado que explora um vasto oceano sonoro, transitando por diferentes ambientes e ritmos. O espetáculo convida a “requebrar” a partir das vivências singulares de corpos femininos periféricos e suas linguagens afrodiaspóricas, prometendo uma experiência musical e corporal única.

Artes Visuais e Tecnologias

A diversidade cultural e a sustentabilidade se unem em uma série de atividades de artes visuais e tecnologias que prometem inspirar o público. As oficinas e jogos oferecem uma oportunidade de explorar diferentes culturas, técnicas artísticas e materiais reciclados, tudo isso enquanto se diverte e aprende.

Em Jogos do Mundo com a Caravana Lúdica, o coletivo paulistano convida o público a embarcar em uma jornada lúdica por meio de jogos africanos, europeus, asiáticos e ameríndios. Os tabuleiros, feitos com materiais reciclados, estimulam o desenvolvimento cognitivo e a interação social. Teru Teru Bozu com a artista visual Monica Mie Hayashi ensina a criar um amuleto japonês em forma de bonequinho de pano branco que, segundo a tradição, tem o poder de afastar a chuva e trazer dias ensolarados.

Já em Chaveiros TêxteisColetivo Macaco Velho, de Araraquara, compartilha técnicas simples e acessíveis para transformar retalhos e sobras de materiais em chaveiros personalizados, unindo sustentabilidade e criatividade. Inspirado nas obras de Piet Mondrian, o Coletivo Dell’Arte apresenta Ateliê Móvel com o objetivo de criar suas próprias obras de arte abstratas, explorando as cores e formas características do artista holandês.

Na atividade Biojoias de Bagaço de Cana, o artista visual José Carlos Gomes apresenta uma oficina inovadora, onde resíduos de bagaço de cana são transformados em biojoias, incentivando o reaproveitamento de materiais e a sustentabilidade.

Em Jogando os Afrogames, o estúdio paulistano Maloca Games apresenta jogos de tabuleiro que celebram a diversidade cultural, estimulando habilidades cognitivas, emocionais e sociais. E a artista visual Mimura Rodriguez compartilha a história da arte urbana e suas técnicas na oficina Stencil, Sticker e Lambe Lambecom temas da fauna e flora brasileiras.

O Coletivo Meio cria móbiles de borboleta com técnicas de bordado e madeira na atividade Bordaboleta, unindo a estética do artesanato com a leveza da natureza. Em Micropaisagens, os artistas visuais do Vale do Paraíba, De Brinks no Rolê, convidam o público a criar micropaisagens dentro de monóculos, explorando a beleza dos pequenos detalhes com técnicas de ilustração, recorte e colagem.

Sobre o Circuito Sesc de Artes 

Realizado desde 2008, o Circuito Sesc de Artes é uma oportunidade para a população de cidades da Grande São Paulo, do interior e do litoral paulista vivenciarem o clima de um festival de artes. Com o objetivo de estender o alcance da ação do Sesc para as cidades que ainda não possuem uma unidade física, o Circuito leva a programação para praças e espaços públicos, oferecendo também aos trabalhadores de empresas do comércio de bens, serviços e turismo a possibilidade de fazerem a Credencial Plena (a carteirinha do Sesc), que garante benefícios exclusivos e descontos. Em cada cidade, funcionários estarão à disposição do público para explicar como fazer ou renovar a Credencial Plena.

 

 

 




Dia Internacional da Educação destaca desafios e soluções para o futuro do ensino 

 

 

 

Com foco em tecnologia, competências socioemocionais e bilinguismo, especialistas refletem sobre os caminhos para uma educação mais inclusiva, conectada e transformadora

O Dia Internacional da Educação, celebrado em 28 de abril, foi criado no Fórum Mundial de Educação de 2000. Na ocasião, 164 países assinaram a Declaração de Dacar, assumindo seis metas prioritárias: ampliar o acesso à educação infantil, garantir o ensino primário gratuito para todos, promover a equidade de gênero, reduzir o analfabetismo, melhorar a qualidade do ensino e atender às necessidades de aprendizagem de jovens e adultos.

Passados 25 anos, embora tenha havido avanços significativos, os desafios persistem e, em alguns casos, se intensificaram. De acordo com o Relatório de Monitoramento Global da Educação 2024 da UNESCO, 251 milhões de crianças e jovens ainda estão fora da escola em todo o mundo. Essa estagnação educacional gera impactos profundos não só sociais, mas também econômicos: estima-se que a evasão escolar e as lacunas no aprendizado possam custar à economia global cerca de 10 trilhões de dólares até 2030.

Frente a esse cenário, é urgente repensar os caminhos da educação. Soluções inovadoras vêm ganhando espaço, com destaque para o uso da inteligência artificial, a adoção do ensino híbrido e a valorização do bilinguismo, todos vistos como aliados na construção de uma educação mais inclusiva, eficaz e conectada com as realidades do século XXI.

Educadores destacam a urgência de repensar a escola diante da chegada da Inteligência Artificial Generativa (IAG), já presente nas salas de aula e capaz de transformar profundamente as práticas de ensino. A tecnologia escancara desigualdades digitais e impõe o desafio de formar alunos críticos, criativos e éticos. “A escola precisa formar sujeitos pensantes, éticos e autônomos, e isso exige integrar a tecnologia ao currículo de forma significativa”, afirma Esther Carvalho, diretora-geral do Colégio Rio Branco. Para ela, o professor deve ser valorizado e preparado para mediar o uso pedagógico da IA. Celebrar esta data é, portanto, renovar o compromisso com uma aprendizagem mais humana, integrada e transformadora. Tecnologias, competências socioemocionais e múltiplas linguagens, quando trabalhadas de forma intencional, ampliam as oportunidades de desenvolvimento e formam cidadãos prontos para um mundo em constante mudança.

Tecnologia na educação: uma ponte para oportunidades 

A presença crescente da tecnologia nas salas de aula tem gerado discussões sobre os seus efeitos na educação. Quando aplicada com intencionalidade pedagógica, ela deixa de ser vista como distração e passa a representar uma poderosa ferramenta para democratizar o acesso ao conhecimento. A UNESCO aponta que mais de 90% das políticas públicas ainda não estão preparadas para lidar com a inteligência artificial nas escolas, o que ressalta a importância de um uso consciente e bem orientado dessas tecnologias.

Para Thais Pianucci, CEO da Start by Alura, solução que leva programação e pensamento computacional às escolas, a tecnologia tem o poder de romper barreiras geográficas e tornar o conhecimento mais acessível. “Ela representa acesso ao que antes era impensável: cursos de qualidade, mentores incríveis, comunidades que apoiam. Aprender deixou de ter CEP. A tecnologia não substitui o professor, ela amplia o alcance daquilo que transforma: o conhecimento”, afirma.

Na mesma instituição, Fernanda Mascheti, instrutora de tecnologia, acrescenta que a forma como essas ferramentas são integradas ao processo pedagógico é mais relevante do que a sua simples presença. Ao planejar experiências educativas com intencionalidade e expor os alunos a diferentes tecnologias, amplia-se o repertório expressivo e a capacidade de criação. Com isso, os estudantes passam a assumir um papel mais ativo, deixando de ser apenas consumidores de conteúdo. “A aprendizagem torna-se significativa quando o aluno é colocado no centro do processo”, destaca.

Nas escolas mais alinhadas com os desafios contemporâneos, a tecnologia tem sido cada vez mais incorporada de forma estratégica e alinhada à cultura de inovação educacional. Essa integração vai além do uso de ferramentas digitais: envolve a reestruturação de processos pedagógicos, a otimização da gestão escolar e o fortalecimento da comunicação com as famílias. “Estamos formando cidadãos do século XXI e a tecnologia deve ser nossa aliada nesse percurso, sempre com uma visão ética e humana. É essencial garantir que essas ferramentas não substituam o vínculo pedagógico, mas o fortaleçam”, afirma Juliana Storniolo, diretora de ensino da FourC Bilingual Academy. Para ela, quando utilizadas com intencionalidade, as tecnologias contribuem para que cada estudante construa um percurso de aprendizagem mais autônomo, criativo e conectado com as exigências do mundo atual.

Educação socioemocional: essencial na formação humana 

A educação socioemocional tem assumido um papel central nas escolas, refletindo diretamente na qualidade das relações interpessoais, no rendimento acadêmico e na saúde mental dos alunos. Competências como empatia, autorregulação e resiliência passaram a ser valorizadas com a mesma relevância dos conteúdos curriculares tradicionais. Dados da Organização Mundial da Saúde revelam que os transtornos mentais estão entre os principais motivos de afastamento escolar entre jovens. Em 2019, cerca de 14% dos adolescentes em todo o mundo viviam com algum tipo de transtorno mental, muitas vezes não diagnosticado nem tratado. Esse cenário evidencia a urgência de implementar ações preventivas e de apoio emocional dentro do ambiente escolar, promovendo o bem-estar dos estudantes e criando condições para que continuem a aprender e a desenvolver-se de forma saudável.

Nesse contexto, algumas instituições já colocam a saúde emocional no centro das suas práticas pedagógicas. No Anglo Alante, essa dimensão é tratada como prioridade, Ana Caroline Pereira Silva, professora de Laboratório de Inteligência de Vida, destaca que o ambiente escolar deve ser um espaço seguro de escuta e de valorização da individualidade de cada aluno. “Formar indivíduos preparados para os desafios da vida envolve desenvolver não apenas o intelecto, mas também o coração. Quando a escola sente, acolhe e compreende, ela transforma vidas”, afirma. A proposta da escola vai ao encontro da necessidade de integrar o desenvolvimento socioemocional ao currículo, promovendo um espaço em que o estudante se sinta visto, respeitado e capaz de lidar com os desafios emocionais do dia a dia.

Bilinguismo: expansão cognitiva, cultural e social 

O domínio de um segundo idioma na infância vai muito além da fluência linguística, é um fator determinante para o desenvolvimento global das crianças. Estudos demonstram que alunos bilíngues apresentam ganhos significativos em diversas áreas cognitivas, como flexibilidade mental, resolução de problemas, memória de trabalho e habilidades de multitarefa.

Mas os benefícios do bilinguismo não se limitam ao raciocínio lógico, no campo social e emocional, o contato com duas línguas contribui para a formação de indivíduos mais empáticos, abertos à diversidade e preparados para compreender diferentes perspectivas culturais. Isso é especialmente relevante em contextos educativos que buscam formar cidadãos do mundo, conscientes do seu papel numa sociedade plural.

A alfabetização em dois idiomas amplia as possibilidades de comunicação e promove uma conexão mais profunda com outras culturas, como explica Claudia Peruccini, gerente pedagógica da Red Balloon. “A alfabetização bilíngue é uma ponte para o mundo. Ao aprenderem a ler e escrever em duas línguas, as crianças não só desenvolvem competências linguísticas em ambos os idiomas, mas também se tornam mais receptivas a diferentes culturas e modos de pensar.”

Esse processo também estimula a curiosidade, a autonomia e a colaboração entre os estudantes. Lais Carvalho, coordenadora de Desenvolvimento Profissional da Beacon School, reforça que essa vivência fortalece a mentalidade internacional, além de promover respeito à diversidade e pensamento crítico. “Ao serem expostos a dois idiomas, os alunos desenvolvem flexibilidade cognitiva, maior consciência cultural e habilidades socioemocionais essenciais para atuar em um mundo interconectado e em constante mudança”. O bilinguismo, portanto, não é apenas um diferencial educacional é uma ferramenta essencial para preparar as novas gerações.




Presidente do INSS e 6 servidores são afastados sob suspeita de fraude que pode ter lesado os aposentados em R$ 6,3 bilhões

O ministro Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) durante coletiva para explicar a operação: cerca de 700 policiais federais e 80 servidores da CGU cumprem 211 mandados de busca e apreensão. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União deflagraram nesta quarta-feira, 23 de abril, a Operação Sem Desconto. O objetivo é combater um esquema nacional de descontos associativos não autorizados e ilegais em aposentadorias e pensões.

“É importante que todas as pessoas saibam exatamente por que estão sendo descontadas e que elas, obviamente, tenham declarado e manifestado plenamente a vontade de contribuir com esses descontos para as associações”

Vinicius de Carvalho, ministro da CGU

As ações ocorrem no Distrito Federal e em 13 estados (Alagoas, Amazonas, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe). Cerca de 700 policiais federais e 80 servidores da CGU cumprem 211 mandados de busca e apreensão e ordens de sequestro de bens no valor de mais de R$ 1 bilhão. Onze entidades alvo de ações judiciais. Seis servidores públicos foram afastados de suas funções, incluindo o presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

“Trata-se de uma operação de proteção aos aposentados, porque foi uma fraude contra pessoas que estão em uma fase mais adiantada da vida e, por isso, foram vítimas fáceis de criminosos que se apropriaram das pensões e das aposentadorias”, disse o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.

De acordo com o ministro da CGU, Vinicius de Carvalho, seis milhões de pessoas são descontadas mensalmente, em algum valor da aposentadoria, em função de descontos associativos. “É importante que todas as pessoas saibam exatamente por que estão sendo descontadas e que elas, obviamente, tenham declarado e manifestado plenamente a vontade de contribuir com esses descontos para as associações. Mas, infelizmente, isso não era a realidade”, pontuou.

As investigações identificaram a existência de irregularidades relacionadas aos descontos de mensalidades de associações aplicados sobre benefícios previdenciários, principalmente aposentadorias e pensões, concedidos pelo INSS. As entidades cobraram de aposentados e pensionistas um valor estimado de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. Esses descontos estão, agora, sob análise dos investigadores.

“Os descontos eram, em sua grande maioria, fraudados em função de falsificação de assinatura, de uma série de artifícios utilizados para simular a manifestação de vontade”, disse o ministro Vinicius. Os investigados podem responder pelos crimes de corrupção ativa, passiva, violação de sigilo funcional, falsificação de documento, organização criminosa e lavagem de capitais.

HISTÓRICO — Em 2023, a CGU deu início a uma série de apurações sobre o aumento do número de entidades e dos valores descontados dos aposentados. O órgão identificou que as entidades não tinham estrutura operacional para prestar os serviços que ofereciam aos beneficiários e que, entre 1.300 aposentados entrevistados, a maioria não havia autorizado os descontos. Além disso, a CGU identificou que 70% das 29 entidades analisadas não tinham entregue a documentação completa ao INSS.

MEDIDAS — Como consequência, foram suspensos tanto os Acordos de Cooperação Técnica (ACT) dessas entidades com o INSS quanto os descontos feitos nas folhas de pagamentos de aposentados e pensionistas. “Em 2023, começamos uma série de apurações sobre o aumento do número de entidades e dos valores descontados dos aposentados. Esses descontos começaram lá atrás e tiveram uma crescente ao longo dos anos”, afirmou o ministro da CGU, ao detalhar que ao assumir a gestão do órgão, foi identificado o aumento de reclamações dos aposentados em relação a descontos indevidos. “É uma investigação que está no começo e vai ter desdobramentos”.

COMO PROCEDER — Os aposentados e pensionistas do INSS que identificarem desconto indevido de mensalidade associativa no extrato de pagamento (contracheque) podem pedir a exclusão do débito de forma automática pelo aplicativo ou site “Meu INSS”. Segundo o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, o dinheiro eventualmente precisará ser restituído. “Mediante requisição e apuração interna, esse dinheiro terá que ser restituído àqueles dos quais foi retirado indevidamente. Nosso papel é defender o aposentado e pensionista”, resumiu.




Hipertensão: doença silenciosa que exige controle permanente, alerta Seconci-SP

 

“A hipertensão arterial sistêmica é uma condição multifatorial, caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial. A linha que a define considera valores de pressão sistólica igual ou maior a 140 mmhg e/ou pressão diastólica igual ou maior a 90 mmhg, o chamado 14 por 9. A doença pode ser causada por fatores hereditários, obesidade, sedentarismo, tabagismo, bebidas alcoólicas em excesso e alimentos com alta concentração de sódio (sal)”, explica o médico.

Inquérito populacional no Brasil aponta prevalência de hipertensão arterial em torno de 30%, dos quais 35,8% são homens e 30% mulheres, seguindo a prevalência mundial. Desse total de hipertensos, mais de 60% estão na faixa etária acima de 60 anos, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia.

Trata-se de doença silenciosa que em muitos casos não apresenta sintomas. Os principais sinais durante uma crise são dor na nuca e no peito, falta de ar, tontura, enjoo e cansaço ao realizar esforço físico. “Os exames periódicos exigidos das empresas são uma boa oportunidade para detectar este e outros problemas de saúde e iniciar o tratamento e controle”, afirma o especialista.

Maia destaca que questões emocionais também podem interferir, fazendo com que a pressão sistólica aumente. “Se não tratada, a pressão alta pode levar a derrames cerebrais, doenças do coração, como infarto, insuficiência cardíaca e angina, além de insuficiência renal ou paralisação dos rins, e alterações na visão, que podem levar à cegueira. Associada a outras comorbidades, como diabetes e dislipidemias, ao tabagismo e ao uso frequente de álcool, os riscos podem aumentar drasticamente”.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico requer avaliação clínica, com a aferição da pressão em pelo menos três ocasiões, acompanhada de exames complementares, como eletrocardiograma, ecocardiograma, teste ergométrico, raio-X de tórax, mapa da pressão 24 horas e Holter. Este último visa detectar, registrar, quantificar e calcular a variação do ritmo cardíaco, identificando possíveis distúrbios durante as atividades diárias do paciente.

Confirmado o diagnóstico, é primordial uma mudança de hábitos alimentares e comportamentais. O tratamento varia de acordo com cada pessoa. “Na maioria das vezes é necessária a prescrição de medicamento de uso contínuo, mas há situações em que a adoção de hábitos saudáveis é suficiente para o controle da doença. As visitas ao médico costumam ser semestrais e, mesmo não tendo sintomas, é preciso seguir as orientações, não se automedicar e muito menos suspender a medicação por conta própria”, explica o cardiologista.

Um grande aliado para que o paciente mantenha regularmente o tratamento é que toda a medicação está disponível gratuitamente, seja nas Unidades Básicas de Saúde ou nas lojas da Farmácia Popular. Basta apresentar a receita médica, que tem validade de seis meses.

Vejas as orientações para diminuir os riscos da hipertensão:

• Evitar o consumo de carboidratos, gordura e sódio em excesso, e manter hábitos saudáveis de alimentação

• Ingerir dois litros de água por dia;

• Não fumar;

• Evitar o consumo de álcool em excesso;

• Praticar atividades físicas, começando por 30 minutos, 3 vezes por semana;

• Monitorar e tratar outras doenças que possam causar a hipertensão, como diabetes, doenças renais, vasculares e da tireoide, se existirem. ​

O Seconci-SP dispõe de equipe multiprofissional, composta por nutricionistas, médicos clínicos e especialistas, além de exames laboratoriais e de imagem, para o correto diagnóstico e tratamento dos trabalhadores da construção civil e seus familiares, das empresas contribuintes à entidade no estado de São Paulo.

 

Sobre o Seconci-SP

O Serviço Social da Construção Civil do Estado de São Paulo (Seconci-SP) é uma entidade filantrópica, sem fins lucrativos, criada em 1964 com o objetivo de oferecer assistência à saúde para trabalhadores da construção civil e seus familiares. Com sede em São Paulo, a instituição mantém Unidades Ambulatoriais em diversas cidades do estado, realizando mais de 2 milhões de atendimentos anuais em serviços médicos, odontológicos, exames complementares e de apoio. Além disso, há mais de 25 anos, o Seconci-SP presta assessoria a empresas de diversos setores na gestão de Saúde e Segurança do Trabalho (SST), com equipe técnica especializada.

O Seconci-SP também se destaca pela sua experiência na gestão de saúde pública. Em 1998, foi convidado a integrar a primeira geração de Organizações Sociais de Saúde (OSS) do Brasil e, desde então, gerencia diversos equipamentos públicos de saúde, incluindo sete hospitais, nove Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMEs), o Serviço de Reabilitação Lucy Montoro Taubaté, o Serviço Estadual de Diagnóstico por Imagem (Sedi II) e o Centro Estadual de Armazenamento e Distribuição de Insumos de Saúde (Ceadis).

 



Imesc inova com Teleperícia e moderniza avaliações médicas judiciais em SP

 

 

São Paulo, abril de 2025 – O Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo (Imesc), órgão vinculado à Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado, deu um passo decisivo na modernização das perícias médicas judiciais com a adoção da Teleperícia. A tecnologia já foi utilizada em mais de 50 avaliações e tem se mostrado eficaz ao agilizar os trâmites judiciais, reduzir custos operacionais e garantir maior eficiência nos atendimentos.

Aplicada inicialmente em casos de cessação de periculosidade, a Teleperícia otimiza os processos sem abrir mão do rigor técnico exigido pela Justiça. “A Teleperícia representa um marco na modernização das perícias médicas no Estado de São Paulo. Estamos utilizando tecnologia de ponta para transformar o atendimento pericial”, afirma o superintendente do Imesc, Alexandre Silveira Pessôa.

O modelo adotado envolve dois médicos peritos atuando simultaneamente: um presente fisicamente no local da avaliação e outro conectado de forma remota a partir da sede do Imesc. O perito presencial acompanha o exame clínico, enquanto o remoto conduz a entrevista e contribui com a análise técnica.

A estrutura utilizada conta com quatro câmeras de monitoramento, incluindo uma com visão 360 graus, e o uso de um formulário padronizado, preenchido por ambos os peritos, garantindo maior uniformidade, precisão e transparência nos laudos. “Nesta fase, estamos comparando os escores fornecidos pelos dois peritos. O objetivo é avaliar a viabilidade de realizar, futuramente, a perícia de forma totalmente remota”, explica o diretor médico do Imesc, Dr. Luiz Felipe Rigonatti.

A Teleperícia já foi aplicada em mutirões realizados em parceria com o Tribunal de Justiça de São Paulo, abrangendo diversas Regiões Administrativas Judiciárias (RAJs) e beneficiando cidades como Bauru, Registro, Guarulhos, Campinas, Marília e Assis.

Marco interinstitucional

Em fevereiro de 2025, o Imesc oficializou a implantação da Teleperícia com a assinatura do Termo de Provimento de Telemedicina, em ato conjunto com o secretário da Justiça e Cidadania, Fábio Prieto, e representantes da Corregedoria Geral da Justiça, Procuradoria Geral de Justiça, Secretaria de Administração Penitenciária, Defensoria Pública do Estado, OAB-SP e Tribunal de Justiça de São Paulo.

De acordo com o médico perito Dr. Ângelo Vattino, a Teleperícia pode ser adotada em situações específicas, desde que siga as diretrizes do Conselho Federal de Medicina. “O modelo apresentado pelo Imesc é promissor. Desde que respeite as normas médicas, não há impedimentos para sua implementação”, destacou.

Com essa iniciativa, o Imesc reafirma seu compromisso com a inovação, a ampliação do acesso à Justiça e o uso inteligente da tecnologia em prol da sociedade.