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Escolas públicas de SP estão com 75 vagas para psicólogos; rede já conta com 600 profissionais atuando

O Grupo Med+, a serviço da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (SEDUC-SP), está com 75 vagas abertas para psicólogos que atuarão nas escolas estaduais. As contratações fazem parte do programa “Psicólogos nas Escolas”, que já mobilizou cerca de 600 profissionais, beneficiando mais de 5 mil unidades escolares e 3,4 milhões de alunos em todo o estado. A iniciativa visa fortalecer o suporte emocional nas escolas públicas e ampliar o acolhimento aos estudantes.O programa reforça a importância de ações voltadas ao desenvolvimento socioemocional e ao apoio psicológico.

O poder público tem intensificado os investimentos em programas voltados à saúde mental nas escolas. Apenas entre 2023 e 2024, foram lançadas seis novas iniciativas em diferentes estados brasileiros. No Distrito Federal, projetos como “Ciranda do Coração” e “Acolhendo Corações Jovens” promovem rodas de conversa e acolhimento psicológico. Na Bahia, professores recebem formação específica em saúde emocional, enquanto no Pará, gestores escolares são capacitados para identificar sinais de violência. Em São Paulo, o programa Conviva SP, em vigor há quase seis anos, introduziu ferramentas como o botão do pânico e aplicativos para registro e acompanhamento de casos, facilitando a resposta rápida a situações de risco.A ampliação da presença de psicólogos nas escolas é vista como peça-chave nesse processo — e é justamente nesse contexto que o Grupo Med+ se propõe a contribuir.

Eis a lista de cidades com vagas abertas:

  • Grande SP: Caieiras, Capão Redondo, Carapicuíba, Diadema, Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes (incluindo Brás Cubas), Osasco, Raposo Tavares, São Bernardo do Campo, Suzano e Tucuruvi.
  • Vale do Paraíba e Litoral: Guaratinguetá, São José dos Campos, Caraguatatuba, Pindamonhangaba, Santos, São Vicente, Registro, Miracatu, Itariri, Pariquera-Açu, Sete Barras e Salesópolis.
  • Interior: Americana, Amparo, Andradina, Apiaí, Araraquara, Birigui, Biritiba-Mirim, Bragança Paulista, Eldorado, Fernandópolis, Hortolândia, Igaratá, Ipuã, Itapetininga, Itararé, Itu, Jaú, Marília, Matão, Piracicaba, Piraju, São Carlos, São João da Boa Vista, Taquaritinga, Valinhos, Sumaré e Santa Rita do Passa Quatro.
  • Pequenos municípios: Capivari, Cássia dos Coqueiros, Guaicara, José Bonifácio, Mogi Mirim, Nossa Senhora do Remédio, Saltinho e Santa Cecília.

Os interessados em se candidatar às vagas devem possuir graduação em Psicologia e pelo menos dois anos de experiência em atendimento clínico. O envio do currículo deve ser feito para os e-mails [email protected] ou [email protected], com a cidade de preferência informada. As vagas oferecem remuneração de R$ 3.200,56, além de pacote de benefícios.

 




CDHU lança chamamento ao mercado para contratação de 8,8 mil novas moradias

 

 

A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) publicou, nesta terça-feira (27), um chamamento à iniciativa privada para o credenciamento de 8.875 novas moradias, que poderão ser viabilizadas por meio de lotes ou unidades habitacionais, em 70 municípios do interior do Estado. As propostas deverão ser apresentadas pelos interessados exclusivamente com o preenchimento dos formulários disponíveis no site www.cdhu.sp.gov.br, entre 27 de maio de 2025 e 16 de junho de 2025. Confira a lista de municípios e distribuição de unidades no link.

Essas moradias serão comercializadas na modalidade de Carta de Crédito Associativo (CCA). Por meio desse tipo de atendimento, a Companhia conta com com a expertise e agilidade do setor privado para produzir, no menor tempo possível, habitações regulares e seguras para diminuir as carências decorrentes do déficit habitacional de interesse social do Estado de São Paulo.

As propostas deverão considerar empreendimentos concluídos, ou seja com Habite-se ou Termo de Verificação de Obra; em obras; ou ao menos com projetos aprovados, incluindo a expedição de licenças e alvarás. As unidades habitacionais terão como valor máximo R$ 210 mil, enquanto o teto para lotes é de R$ 60 mil.

A classificação das propostas relativas às unidades habitacionais privilegia empreendimentos em obras, com 15 pontos. Os aprovados que possuem autos de aprovação/execução e licenças dentro do prazo de validade terão 10 pontos, assim como os empreendimentos com mais de 50% das unidades habitacionais com dois dormitórios. Empreendimentos com total de unidades igual ou menor do que 160 terão cinco pontos.

No caso dos lotes, serão 15 pontos para loteamentos em obras, dez para loteamentos aprovados e que possuam autos de aprovação/execução e licenças dentro do prazo de validade e cinco para loteamentos com total de unidades igual ou menor do que 160.

O edital terá vigência de cinco anos, contados a partir da publicação, sendo que, neste período, enquanto houver a necessidade de atendimento habitacional definitivo pela CDHU nos municípios contemplados e observada a disponibilidade orçamentária e financeira da Companhia, a contratação dos empreendimentos constantes das propostas habilitadas poderá ocorrer, mediante atualização dos elementos técnicos, jurídicos e financeiros relacionados ao projeto e à empresa proponente.

No caso de seleção de lotes, as unidades habitacionais que, posteriormente, vierem a ser implantadas poderão ser viabilizadas por meio de processos de construção industrializada modular offsite.

O chamamento é uma nova etapa do anúncio feito no dia 14 de abril, quando o governador Tarcísio de Freitas autorizou a contratação de mais de 30 mil novas unidades habitacionais, sendo 13 mil na modalidade Carta de Crédito Imobiliário do Casa Paulista; cerca de 10 mil unidades que já estão em licitação pela CDHU; e agora, fechando o ciclo, o novo edital para prospecção de unidades do mercado para financiamento pela Companhia.

Carta de Crédito Associativo

Na modalidade Carta de Crédito Associativo, a CDHU concede financiamento a famílias com renda de até cinco salários mínimos, preferencialmente, oriundas de áreas de risco, beneficiárias do auxílio moradia do Governo de São Paulo ou inscritas em editais públicos da CDHU.

Os empreendimentos são inscritos por meio de editais de credenciamento promovidos pela Secretaria Desenvolvimento Urbano e Habitação (SDUH) e devem ter os projetos homologados. Para participar do programa, o conjunto habitacional precisa estar incorporado e contar com documentação técnica e jurídica aprovada pela CDHU.

Os imóveis são financiados de acordo com os critérios da CDHU e das diretrizes da Política Habitacional do Estado, que preveem juro zero e comprometimento de 20% da renda, com o pagamento das parcelas mensais do financiamento de até 30 anos.

As famílias também são isentas de encargos durante a fase de obras e o pagamento da primeira prestação vai ocorrer somente 30 dias após a entrega das chaves do imóvel pronto para morar. Para não onerar o orçamento das famílias antes entrega das moradias, o Governo do Estado cobre com todas as despesas do financiamento, incluindo o Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), o registro do imóvel em cartório e o seguro de morte ou invalidez permanente durante a obra, garantindo tranquilidade para as famílias.

Na atual gestão, já foram entregues 4.805 moradias pela modalidade CCA com investimentos de R$ 870,8 milhões. Além disso, o Governo está investindo R$ 2,6 bilhões para financiar a aquisição de 14.466 unidades habitacionais que estão em produção.

 

 




Dia Mundial do Brincar – Organização orienta sobre brinquedos seguros e prevenção de acidentes

 

São Paulo, maio de 2025 – Comemorado neste 28 de maio, o Dia Mundial do Brincar celebra o direito de todas as crianças à brincadeira livre, segura e saudável. A data, reconhecida globalmente, destaca a importância das atividades lúdicas no desenvolvimento físico, emocional, social e cognitivo da infância.

A efeméride nasceu durante a 8ª Conferência Internacional de Ludotecas em Tóquio (Japão), em 1999, por iniciativa de Freda Kim, presidente da International Toy Library Association (ITLA). No ano seguinte, foi comemorada pela primeira vez ao redor do mundo e entrou no calendário do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).

Mais do que uma atividade saudável e de entretenimento, brincar também é um direito assegurado por lei. Toda criança tem o direito de brincar e se divertir, conforme o artigo 31º da Convenção sobre os Direitos da Criança das Nações Unidas. O mesmo direito é garantido pelas disposições do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), da Constituição Federal, e, mais recentemente, da Lei 14.826, que institui a parentalidade positiva e o direito ao brincar como estratégias de prevenção à violência contra crianças.

Além de celebrar esse direito, o Dia Internacional do Brincar também é um momento simbólico para refletir sobre os espaços e as condições oferecidas às crianças para que possam brincar com total liberdade e proteção. Neste contexto, a Aldeias Infantis SOS, organização global que lidera o maior movimento de cuidado do mundo, chama a atenção para os cuidados necessários na seleção de brinquedos e na criação de ambientes seguros durante as brincadeiras.

A especialista em Entornos Seguros e Protetores da Aldeias Infantis SOS, Erika Tonelli, listou algumas dicas práticas para a compra de brinquedos seguros e reuniu algumas orientações básicas para a proteção e prevenção de acidentes durante as atividades infantis. Veja a seguir:

Compre o brinquedo certo

Erika afirma que a atenção aos brinquedos é fundamental na hora de garantir entornos seguros e protetores para as crianças. “Além da supervisão constante de um adulto, vale inspecionar regularmente os brinquedos e verificar se eles possuem algum dano que possa causar acidentes durante a brincadeira, como partes pequenas que estejam se soltando ou pedaços quebrados com pontas afiadas ou arestas”, afirma. “Também é importante estimular a criança a guardar os brinquedos logo após seu uso para evitar quedas e outros tipos de acidentes bastante comuns nessa hora”, completa.

A seguir, veja algumas dicas para a escolha do brinquedo certo:

  • Ao escolher um brinquedo, leve em consideração a idade da criança. A faixa etária adequada deve estar claramente indicada na embalagem, com informações sobre conteúdo, instruções de uso, montagem e quaisquer riscos potenciais;
  • Certifique-se de que os brinquedos tenham o selo do Inmetro, que é obrigatório. A certificação é uma garantia de que o objeto foi aprovado em testes e atende aos critérios mínimos de segurança, como a utilização de materiais atóxicos na fabricação;
  • Evite brinquedos com bolinhas de metal, pontas e bordas afiadas e que apresentem projéteis, como dardos e flechas. Correntes, tiras e cordas com mais de 15 cm não são recomendados para evitar riscos de estrangulamento;
  • Para crianças menores de oito anos, não são aconselhados brinquedos com elementos de aquecimento, como baterias e tomadas elétricas, uma vez que podem causar queimaduras;
  • Presentear com bicicletas, patins, patinetes e skates é uma boa oportunidade para estimular a mobilidade das crianças e a responsabilidade de brincar de forma segura. Mas lembre-se de incluir no presente os equipamentos de segurança necessários, como capacete, joelheira, cotoveleira, luvas e buzina;
  • Dê atenção especial aos brinquedos que contenham hidrogel em sua composição. Os médicos têm alertado que a substância tem grande capacidade de absorção de água e, no caso de ingestão pela criança, pode causar lesões ou infecções graves;
  • Certifique-se de verificar o prazo de validade do brinquedo. Embora essa informação não seja amplamente divulgada, é importante lembrar que os brinquedos também têm um limite de vida útil;
  • Evite produtos que emitam ruídos excessivos, pois esses sons podem prejudicar a audição. Além disso, fique atento a brinquedos que tenham formas e cheiros que se assemelham a alimentos, isso pode incentivar a criança a colocá-los na boca, provocando engasgos e sufocamento.

Brincadeira em ambiente seguro

“Durante o fim de semana, feriado e férias, os riscos tendem a aumentar, uma vez que crianças e adolescentes estarão com mais tempo livre para explorar os ambientes. Vale fazer uma ‘operação pente fino’ na casa e demais espaços para garantir uma diversão saudável e segura”, destaca Erika.

“Adotar medidas prevenção é uma das formas mais eficientes para que acidentes não ocorram. Medidas básicas de precaução podem evitar problemas graves e minimizar situações com potencial de ferimentos e, principalmente, salvar vidas. É fundamental verificar a segurança do local antes que as crianças brinquem livremente pelo ambiente”, reforça a especialista da Aldeias Infantis SOS.

Seguem algumas orientações básicas para a prevenção de acidentes com crianças:

Quedas: Crianças não devem brincar próximas a janelas ou sacadas sem proteção, que devem ter grades ou redes de segurança. A atenção deve ser redobrada com pisos escorregadios, lajes e escadas, que oferecem alto risco para quedas. As brincadeiras em parquinhos e brinquedões também devem ser supervisionadas para evitar acidentes;

Tomadas: Para evitar descargas elétricas, todas as tomadas devem estar tampadas e protegidas para obstruir o contato das crianças. Segundo o Anuário Estatístico de Acidentes de Origem Elétrica 2022, divulgado pela Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), 342 crianças de 0 a 10 anos foram vítimas fatais de choque elétrico na última década;

Gavetas: É indispensável adicionar travas em gavetas com objetos cortantes e que ofereçam risco. Além disso, não é somente a faca que apresenta perigo. Itens de cozinha em geral, além de objetos como clipes metálicos, tampa de caneta e tesoura, por exemplo, também podem causar acidentes;

Intoxicação: É essencial manter remédios, produtos de limpeza, de higiene e de beleza, venenos e plantas tóxicas fora do alcance das crianças;

Hospedagem: Em caso de viagem, não importa onde seja a hospedagem, na casa de familiares ou quarto de hotel, as condições de segurança devem ser avaliadas e adaptadas para as crianças;

Atividades ao ar livre: Ao andar de skate, bicicleta ou patins, por exemplo, é necessário usar equipamentos de segurança, como capacete, cotoveleiras e joelheiras, para evitar o risco de lesões graves. Nos parquinhos, sempre verificar a condição dos brinquedos e não utilizá-los caso estejam quebrados, enferrujados ou com superfícies perigosas. Se a brincadeira escolhida for empinar pipas, certifique-se de estar longe de fiações e, em caso de relâmpagos, recolha o brinquedo imediatamente;

Brincadeiras aquáticas: Não deixe as crianças sozinhas à beira de piscinas, rios ou lagos, e, ao entrar na água, faça o uso de coletes salva-vidas, uma vez que boias de braço não são aconselhadas. Fique atento ainda com baldes, bacias e piscinas plásticas, que mesmo rasos, podem ser perigosos;

Atividades em grupo: Em hotéis e colônias, procure saber se existe uma equipe de monitores especializados para cuidar de crianças, com profissionais formados em primeiros socorros. No caso de atividades que necessitem de equipamentos de segurança, exija que sejam utilizados e atente às condições dos instrumentos.

Sobre a Aldeias Infantis SOS

A Aldeias Infantis SOS (SOS Children’s Villages) é uma organização global, de incidência local, que atua no cuidado e proteção de crianças, adolescentes, jovens e famílias. A organização lidera o maior movimento de cuidado do mundo e atua junto a meninas e meninos que perderam o cuidado parental ou estão em risco de perdê-lo, além de desenvolver ações humanitárias.

Fundada na Áustria, em 1949, está presente em mais de 130 países. No Brasil, atua há 58 anos e mantém cerca de 80 projetos, em 30 localidades de Norte ao Sul do país. Ao trabalhar junto com famílias em risco de se separar e fornecer acolhimento para crianças e adolescentes que perderam o cuidado parental, a Aldeias Infantis SOS luta para que nenhuma criança cresça sozinha.

Para saber mais: www.aldeiasinfantis.org.br




Dia Mundial Sem Tabaco: em 20 anos, cigarro eletrônico pode causar epidemia global de câncer, alerta oncologista

 

 

A indústria do tabaco evoluiu, mas os danos continuam os mesmos — ou até piores. Cigarros eletrônicos, vaporizadores e dispositivos aquecidos têm ganhado espaço principalmente entre os jovens, reacendendo um alerta global sobre os riscos do consumo de nicotina e a necessidade urgente de políticas de prevenção mais eficazes. Apesar de muitas vezes vendidos como alternativas “mais seguras” ao cigarro convencional, os dispositivos vêm se tornando porta de entrada para o vício em nicotina — e podem ser o estopim de uma futura epidemia de câncer.

“Se mantivermos o ritmo atual de consumo entre adolescentes e jovens adultos, em 20 anos estaremos enfrentando uma nova onda global de câncer, especialmente de pulmão. É uma repetição do que vimos no século passado com o cigarro tradicional, mas agora sob um novo disfarce”, alerta o oncologista William Nassib William Jr, líder nacional da especialidade tumores torácicos da Oncoclínicas&Co.

Em uma entrevista à GloboNews, que viralizou nas redes sociais, a pneumologista Margareth Dalcomo fez um alerta que reforça ainda mais o cenário: “Temos atendido adolescentes de 15, 16 anos com danos nos pulmões que estamos acostumados a ver em pessoas que fumam há 40, 50 anos”. Ela explicou ainda que esses dispositivos são consumidos continuamente, com altas doses de nicotina e outras centenas de substâncias químicas, muitas vezes sem qualquer controle de fabricação.

De símbolo de status a ameaça invisível

A Geração Z, nascida entre 1997 e 2012, estava prestes a ser a primeira a se afastar definitivamente do cigarro. No entanto, a chegada dos dispositivos eletrônicos mudou esse cenário. Com apelo tecnológico, sabores atrativos e forte presença nas redes sociais, os vapes conquistaram os jovens — e já preocupam a comunidade médica.

“Hoje, temos adolescentes que sequer experimentaram um cigarro tradicional, mas já são dependentes de nicotina. Isso representa um retrocesso grave em termos de saúde pública”, afirma o oncologista.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o uso do cigarro eletrônico aumenta em mais de quatro vezes a chance de um não fumante passar a consumir o cigarro convencional. Para o especialista, trata-se de um ciclo vicioso altamente perigoso.

“A falsa sensação de segurança em relação aos dispositivos eletrônicos cria um terreno fértil para o vício. Precisamos agir com urgência para evitar que uma nova geração sofra as consequências que já conhecemos tão bem”, complementa.

Redes sociais: a vitrine digital do vício

O alcance dos cigarros eletrônicos entre os jovens não seria tão expressivo sem a força das redes sociais. Influenciadores, vídeos chamativos, desafios virais e anúncios disfarçados ajudam a naturalizar — e até glamourizar — o uso dos vapes entre adolescentes e jovens adultos. Esse cenário acendeu o alerta das autoridades.

Recentemente, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) notificou plataformas como Instagram, YouTube, TikTok, Mercado Livre e Enjoei para que retirem do ar, em até 48 horas, conteúdos e anúncios que promovam ou comercializem cigarros eletrônicos e outros produtos derivados do tabaco cuja venda é proibida no Brasil desde 2009.

A determinação surgiu após o Conselho Nacional de Combate à Pirataria identificar mais de 1.800 conteúdos ilegais, sendo a imensa maioria no Instagram. Contas de vendedores e influenciadores que promovem os produtos somam quase 1,5 milhão de seguidores — o que revela o tamanho da influência digital por trás da nova epidemia de nicotina.

Riscos ainda pouco compreendidos — mas cada vez mais evidentes

Embora os efeitos de longo prazo do cigarro eletrônico ainda estejam sendo estudados, os indícios atuais já são preocupantes. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), adolescentes que utilizam vapes têm maior propensão a se tornarem fumantes na vida adulta. Além disso, há registros crescentes de lesões pulmonares associadas ao uso dos dispositivos — algumas, inclusive, fatais.

“Estamos apenas começando a entender os efeitos dos cigarros eletrônicos. Sabemos que causam inflamações pulmonares, prejuízos cardiovasculares e danos à saúde bucal. Mas é provável que as consequências mais severas, como o aumento de tumores, só apareçam nas próximas décadas. Isso exige ação preventiva imediata”, ressalta o oncologista.

Parte da gravidade do problema está no potencial viciante dos vapes: dispositivos com aparência inofensiva podem conter doses de nicotina equivalentes a até cinco maços de cigarro comum. “A nicotina por si só não causa câncer, mas ela é o que sustenta o vício. E quanto maior o vício, maior a exposição a substâncias que, essas sim, são cancerígenas”, explica.

Muitos não reconhecem os sinais do vício nem compreendem o impacto que o uso frequente pode ter na saúde a longo prazo. Essa banalização do consumo torna ainda mais difícil interromper o ciclo antes que ele se consolide, reforçando a necessidade de campanhas educativas que falem a linguagem dessa nova geração. “É fundamental que as autoridades, escolas, famílias e profissionais de saúde se mobilizem. A batalha contra o cigarro tradicional foi longa e salvou milhões de vidas. Não podemos perder essa guerra agora para os cigarros eletrônicos”, finaliza William Nassib William Jr.

Sobre a Oncoclínicas&Co  Oncoclínicas&Co é o maior grupo dedicado ao tratamento do câncer na América Latina, com um modelo hiperespecializado e inovador voltado para a jornada oncológica. Com um corpo clínico formado por mais de 2.900 médicos especialistas em oncologia, a companhia está presente em 40 cidades brasileiras, somando mais de 140 unidades. Com foco em pesquisa, tecnologia e inovação, o grupo realizou nos últimos 12 meses cerca de 682 mil tratamentos. A Oncoclínicas segue padrões internacionais de excelência, integrando clínicas ambulatoriais a cancer centers de alta complexidade, potencializando o tratamento com medicina de precisão e genômica. Parceira exclusiva no Brasil do Dana-Farber Cancer Institute, afiliado à Harvard Medical School, adquiriu a Boston Lighthouse Innovation (EUA) e possui participação na MedSir (Espanha). Integra ainda o índice IDIVERSA da B3, reforçando seu compromisso com a diversidade. Com o objetivo de ampliar sua missão global de vencer o câncer, a Oncoclínicas chegou à Arábia Saudita por meio de uma joint venture com o Grupo Al Faisaliah, levando sua expertise oncológica para um novo continente. Saiba mais em




O celular está destruindo sua paz mental? Psicanalista explica como fazer o detox digital

 

Certamente, a vontade de ficar sem celular para sempre, já deve ter passado pela cabeça de muitas pessoas que se sentem exaustas mentalmente.

Não raro, o dia mal começou e já são dezenas de mensagens, notificações, ligações, áudios, entre outros estímulos que aceleram a mente e acionam um alerta para os impactos dessa conectividade intensa.

Segundo a psicanalista Andrea Ladislau, a constância no uso de dispositivos eletrônicos é uma das causas, conforme pesquisas recentes, do adoecimento mental de milhares de pessoas, de todas as idades. Insônia, ansiedade, depressão, isolamento social, estresse crônico, são alguns dos efeitos colaterais da hiperconectividade.

“Além disso, nota-se a diminuição do foco, o desconforto da necessidade de comparação e o desejo de perfeição, e ainda o ritmo acelerado provocado pelo alto índice de informações, despejadas a cada segundo nas redes”, explica Andrea.

O consumo digital excessivo, impacta negativamente na saúde mental e pode provocar gatilhos que geram problemas de autoimagem, diminuição da autoestima, menor interação presencial com as pessoas, estimulação da fobia social, maior exposição a Fake News e Cyberbullying, alterações do sistema mental de recompensas, entre vários outros prejuízos.

“E os sinais de alertas são bem evidentes: fobias e ansiedade por não estar conectado (Nomofobia); esgotamento e exaustão mental sem motivo aparente; alterações de humor e de sono; falta de rotina e planejamento do tempo; dificuldade de concentração em atividades cotidianas e pouca ou nenhuma, priorização das necessidades básicas diárias (comer, dormir, tomar banho…). Por isso, limitar o tempo de uso do celular e das redes sociais é fundamental para introduzir o hábito do Detox Digital. Pausas estratégicas e orquestradas para evitar esses sintomas indesejáveis, através de uma mudança comportamental, independente, da idade. Do contrário, o estímulo à doenças físicas e emocionais será inevitável, já que se não tratadas a tempo, podem ser irreversíveis”, explica Andrea.

A especialista complementa que fazer pausas constantes e periódicas do celular e das redes, é uma das medidas mais assertivas e que traz resultados rápidos, diminuindo a ansiedade digital e a depressão.

“As pausas são necessárias e não precisam ser tão radicais, podendo ser iniciadas aos poucos, dando pequenos passos em prol do bem estar. Os momentos off line ajudam a desacelerar e podem ser acionados por ações simples, como: celular no modo “não perturbe” nos momentos de necessidade de concentração e foco; desconexão no período noturno, nos fins de semana e em momentos de lazer; priorização do descanso e da interação social e familiar; substituição das telas por leitura, exercícios físicos e pelo contato com a natureza”, explica.

Andrea finaliza lembrando que a regra é desconectar para conectar. Desligar-se diminui e evita a dependência provocada pelas alterações cerebrais impulsionadas pelo uso das telas, o que impacta, negativamente, no bem estar físico e psicológico.

“Substituir as telas por um livro físico, uma boa conversa com amigos, saborear e degustar um alimento, apreciando cada nota de sabor, ouvir uma música relaxante ou deitar e descansar sem pensar em nada, são dicas que podem facilitar o equilíbrio mental”, finaliza.

  • Andrea Ladislau é doutora em Psicanalise Contemporânea, Neuropsicóloga. Graduada em Letras – Português/ Inglês, Pós graduada em Psicopedagogia e Inclusão Digital, Administração de Empresas Administração Hospitalar. É palestrante, membro da Academia Fluminense de Letras e escreve para diversos veículos. Na pandemia, criou no Whatsapp o grupo Reflexões Positivas, para apoio emocional de pessoas do Brasil inteiro./ Instagram: @dra.andrealadislau 



Profissionais do AME participam de feira hospitalar

 

Profissionais do Ambulatório Médico de Especialidades – AME Assis, estiveram presentes na edição 2025 da Feira Hospitalar, o maior e mais importante encontro do setor da saúde da América Latina, realizada dia 23 de maio, no Expo São Paulo, reunindo profissionais, empresas e instituições nacionais e internacionais.

Representando o AME Assis, participaram os gestores Camila Congio, Guilherme Medeiros e Patrícia Ambruosi. A presença na Feira Hospitalar visou a atualização profissional e busca por inovações aplicáveis à rotina ambulatorial, com destaque para o aprimoramento da qualidade assistencial e da gestão em saúde.

Durante a programação, a equipe acompanhou palestras e painéis voltados às tendências e transformações na área da saúde, com ênfase especial em temas como liderança estratégica e a aplicação da Inteligência Artificial (IA) na saúde.




Uma taça por dia pode salvar seu coração? Entenda os riscos e benefícios do vinho

 

Presente em festividades e refeições há milhares de anos, o vinho é uma bebida que ocupa uma linha tênue entre prazer e preocupação. Mas, afinal, tomar uma taça de vinho por dia faz bem ou mal à saúde? Dayanne Maynard, professora de Nutrição do Centro Universitário de Brasília (CEUB), explica que o vinho contém propriedades nutricionais importantes e pode sim ser benéfico, desde que consumido com moderação.

De acordo com a nutricionista, o vinho tinto, em especial, contém polifenóis como o resveratrol, que têm ação antioxidante. Esses compostos ajudam a neutralizar os radicais livres, elementos que contribuem para o envelhecimento celular e o surgimento de doenças crônicas. “Estudos também apontam que o consumo moderado da bebida pode beneficiar o coração, aumentando os níveis de HDL, o colesterol considerado bom, que auxilia na eliminação do LDL, o ruim”, destaca a docente, lembrando que o excesso de LDL nas artérias é um dos fatores que elevam o risco de infarto e AVC.

Como produto da uva, o vinho oferece vitaminas do complexo B, além de minerais como ferro, potássio e magnésio, mas também contém álcool, que tem alto valor calórico: cada grama equivale a cerca de 7 kcal. Assim, a docente do CEUB alerta que o limite entre o benefício e o dano é estreito. “Quando inserido com equilíbrio na alimentação saudável, o vinho pode funcionar como ‘remédio’: uma taça diária para mulheres, até duas para homens. Porém, em excesso, os prejuízos à saúde como danos hepáticos, neurológicos e maior risco de dependência e câncer, superam qualquer possível ganho.”

Apesar dos efeitos positivos, a especialista alerta que a Organização Mundial da Saúde (OMS) reforça que nenhuma quantidade de álcool é totalmente segura, desaconselhando o consumo de bebidas alcoólicas como estratégia de promoção da saúde. De acordo com Dayanne Maynnard, quem evita o álcool ou tem contra indicações médicas para consumir este tipo de bebida, não precisa abrir mão dos compostos benéficos presentes na bebida, basta consumir a fruta in natura.

“O resveratrol e outros antioxidantes também são encontrados em uvas, frutas vermelhas e no suco de uva integral. Essas são alternativas mais seguras para obter os mesmos efeitos sem os riscos do álcool. O vinho pode sim compor uma alimentação equilibrada, desde que consumido com responsabilidade e dentro dos limites recomendados”, completa a nutricionista do CEUB.




Agronegócios

GRIPE AVIÁRIA

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, reuniu-se com parlamentares da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) para dialogar sobre a emergência zoossanitária causada pela gripe aviária. Durante o encontro, ele destacou a robustez do sistema sanitário brasileiro e o compromisso do governo com a transparência das informações. O ministro ressaltou o apoio dos parlamentares no enfrentamento da crise.  “É uma oportunidade de contar com o apoio em temas relevantes para o sistema sanitário brasileiro. O Brasil, como venho dizendo diariamente, é uma referência mundial em sanidade animal e vegetal”. Entre as medidas propostas, Fávaro defendeu a criação de um Fundo Nacional Sanitário.

 

RENEGOCIAR DÍVIDAS

O campo brasileiro enfrenta tempos difíceis com a sequência de desastres naturais que ameaçam a sobrevivência de milhares de produtores rurais. Só no Rio Grande do Sul, por exemplo, quatro estiagens e uma enchente devastadora causaram prejuízos superiores a R$ 450 bilhões, afetando toda a cadeia do agronegócio, da produção ao comércio e à indústria. Diante desse cenário, o Senado deu um passo importante ao aprovar, nesta terça-feira (20), na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), o Projeto de Lei 320/2025.

 

VBP DA AGROPECUÁRIA

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) divulgou a estimativa do Valor Bruto da Produção (VBP) da agropecuária em 2025, que deve atingir R$ 1,53 trilhão. O valor representa um crescimento de 13,1% em relação ao registrado em 2024. O VBP previsto para a agricultura é de R$ 1,0 trilhão, com destaque para a soja (+10,1%), milho (+35,4%), café arábica e o robusta, com altas estimadas no VBP de 63,7% e 93,4%, respectivamente.

 

EXPORTAÇÕES DO AGROPAULISTA

O agronegócio paulista fechou abril com superávit de US$ 1,6 bilhão, contribuindo positivamente para o resultado da balança comercial do estado. No entanto, esse valor representa uma redução de 11,2% em comparação com abril do ano passado. A retração foi influenciada pela queda nas exportações, que somaram US$ 2,1 bilhões no mês, um recuo interanual de 9,2%. Entre os principais produtos exportados, destaca-se a diminuição nos embarques do complexo sucroalcooleiro.

 

CAQUI

Responsável por metade da produção nacional de caqui, o estado de São Paulo também é referência nas exportações. De acordo com os dados do Instituto de Economia Agrícola (IEA – Apta) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA), em 2024, foram produzidas mais de 71,5 mil toneladas. Já no cenário internacional, o envio da fruta ao comércio exterior teve um crescimento financeiro de 31,3% em relação ao ano anterior, passando de US$613 mil em 2023 para US$805 mil.

 

TRIGO

Levantamentos do Cepea mostram que as cotações do trigo caíram na semana passada. Segundo o Centro de Pesquisas, a pressão vem do avanço da semeadura no Brasil, de dados indicando safra maior e produtividade mais elevada e das boas condições das lavouras até o momento. Moageiras que estão ativas no mercado buscam negociar a valores menores, encontrando vendedores com certa necessidade de vendas imediatas e, portanto, mais flexíveis.

 

IMPORTÂNCIA GLOBAL

Um sistema agroflorestal tradicional para o cultivo de erva-mate no Brasil, três locais na China especializados em mexilhões perolados, chá branco e peras, um sistema antigo que preserva culturas alimentares vitais e a biodiversidade no México e um sistema agrícola característico da paisagem vulcânica da ilha espanhola de Lanzarote se tornaram as mais recentes adições aos Sistemas de Patrimônio Agrícola de Importância Global (GIAHS).

 

FÓRUM DAS AMÉRICAS AGRICULTURA 2025

De 15 a 17 de junho de 2025, o Canadá sediará a Cúpula de Líderes do G7 em Kananaskis, Alberta, um evento de alto nível que atrairá a atenção global e reunirá líderes das economias mais desenvolvidas do mundo. Entretanto, a agenda da cúpula não inclui discussões sobre agricultura ou segurança alimentar, apesar do papel fundamental que esses setores desempenham no desenvolvimento econômico, social e ambiental das Américas. (Com informações de assessorias)

 

Mauricio Picazo Galhardo é jornalista

 




1º Encontro Guardião da Segurança aborda orientações para evitar acidentes elétricos na construção civil

 

 

A Energisa Sul-Sudeste, através do programa “Guardião da Segurança”, promove nesta terça-feira (27) a primeira edição do “Encontro Guardião da Segurança”, em Assis. O evento acontece a partir das 19h, na Associação Comercial da cidade. O principal objetivo é dialogar sobre o uso seguro da energia elétrica e fortalecer a conscientização da comunidade sobre práticas no dia a dia para evitar acidentes elétricos na área da construção civil.

Gratuito, o encontro deve reunir trabalhadores da construção civil, empresas de telecomunicações, manutenção e elétrica, representantes da Defesa Civil, agentes do poder público, construtoras, lojas de materiais para construção e energia, entre outros interessados.

“Nosso compromisso é levar orientações de segurança para o maior número de pessoas possível. Esse encontro vai possibilitar que as informações sejam disseminadas para o público da construção civil e esperamos que, posteriormente, todos os participantes repliquem o conhecimento para os colegas de profissão, com o objetivo de evitar acidentes e fatalidades envolvendo a rede elétrica”, destaca o gerente de Operações da Energisa Sul-Sudeste, Anderson Rabelo Rosa.

Como participar?

O Encontro Guardião da Segurança é gratuito e aberto a profissionais da construção civil em geral, instaladores de antenas, trabalhadores de manutenção e poda, eletricistas prediais, além de representantes de lojas de materiais elétricos e para construção, poder público, empresas e comunidade em geral, de Assis e região.

Os interessados devem se inscrever previamente pelo link: https://forms.office.com/r/K0J9gtndKX

O encontro será nesta terça-feira, dia 27 de maio, às 19 horas, na Associação Comercial, que fica na Avenida Antônio Zuardi, 970, Vila Cambui, em Assis.

Dicas de segurança

Além desse evento, a Energisa mantém um cronograma de ações para conscientizar a comunidade sobre os riscos de acidentes elétricos na construção civil.

Entre as práticas mais comuns e irregulares que podem ocasionar acidentes, está o manuseio de ferramentas perto da fiação. “Nem todo acidente é causado pelo toque do objeto na rede, diretamente. Há ocorrências em que a simples proximidade de um equipamento com a fiação de energia pode causar uma descarga por indução elétrica, provocando queimaduras, fraturas, lesões ou até a morte”, explica Anderson.

Vale lembrar que além das consequências físicas, ocorrências envolvendo a rede elétrica podem ocasionar a interrupção no fornecimento de energia para milhares de pessoas, inclusive para serviços essenciais.

Por esses motivos, a Energisa pede que a comunidade siga as orientações de segurança, fiscalize e contate a empresa previamente quando for necessário executar algum serviço perto da rede elétrica, a fim de que sejam realizados os devidos procedimentos.

Veja as orientações da Energisa para contratantes, trabalhadores da construção civil e profissionais de outras áreas:

  • Pedreiros, pintores, instaladores de placas e antenas, técnicos de eletrônica e telefonia: não montem andaimes, nem posicionem escadas, tampouco deixem calhas e vergalhões perto da rede elétrica;
  • Não arremesse cabos sobre a rede elétrica. Mesmo eles estando encapados, a capacidade de isolamento do material pode não ser suficiente para evitar a passagem da eletricidade;
  • Não improvisem extensores para ferramentas como rolo de pintura;
  • Motoristas de maquinários e caminhões: verifiquem o posicionamento da rede elétrica antes de manobrar o veículo ou levantar a caçamba;
  • Profissionais que executam podas: redobre o cuidado ao subir nas árvores ou utilizar varas e barras metálicas para cortar galhos. Caso a árvore esteja próxima à rede, entre em contato com a Energisa e solicite o desligamento da rede para que o serviço seja realizado com segurança;
  • Na área rural, respeite as restrições e limitações regulamentadas pela faixa de servidão;
  • Não permita que nas plantações o jato de água dos irrigadores atinja a rede elétrica.



Estudos ligam vacina contra herpes zoster à menor incidência de Alzheimer

 

Resultados promissores divulgados nos últimos meses têm despertado interesse da comunidade médica e científica. Estudos realizados em diversos países sugerem que a vacinação contra o herpes zoster – infecção causada pela reativação do vírus varicela-zoster, o mesmo da catapora – pode reduzir o risco de demência, incluindo a doença de Alzheimer.

Os resultados, ainda que preliminares, mostram consistência entre diferentes populações e metodologias. Na Austrália, um estudo observacional com mais de 100 mil participantes, baseado em uma política de vacinação por faixa etária, identificou uma redução de quase 30% no risco de demência entre os vacinados com Zostavax¹. No País de Gales, uma análise envolvendo cerca de 280 mil indivíduos também avaliou o impacto da mesma vacina e encontrou uma redução de 20% no risco de demência entre aqueles que receberam a vacinação.

Já nos Estados Unidos, um estudo com mais de 100 mil participantes comparou diferentes imunizantes – o mais recente Shingrix, o Zostavax e vacinas não especificadas contra outras doenças – e identificou uma diferença de até 17% na proteção contra demência³. Ainda não é possível afirmar qual vacina seria mais eficaz nesse contexto. Outro estudo norte-americano apontou a relação em um universo de mais de 20.000 adultos mais velhos, mostrando que aqueles que receberam a vacina Zostavax contra o herpes zoster tinham 21% menos chance de desenvolver demência⁴.

Por fim, em 2024, uma meta-análise internacional publicada na revista Brain and Behavior reuniu dados de mais de 100 mil pacientes de diferentes regiões e estimou uma redução média de 16% no risco de demência entre os vacinados com Zostavax e Shingrix⁵.

Embora essas pesquisas sejam observacionais, a convergência de resultados em contextos distintos fortalece a hipótese de que a vacina pode exercer um efeito protetor no cérebro. “Ainda não podemos afirmar que a vacina contra o herpes zoster previne diretamente a demência, mas os dados obtidos impressionam e dão esperança. O padrão observado merece atenção e aprofundamento ao longo dos próximos anos”, avalia o Dr. Marcelo Valadares, neurocirurgião funcional e pesquisador da Disciplina de Neurocirurgia na Unicamp.

Hipóteses para a associação entre vacina e redução da demência

Os mecanismos por trás dessa possível proteção ainda estão sendo investigados, mas os cientistas já trabalham com algumas hipóteses:

1. Prevenção da reativação viral e da neuroinflamação

O vírus varicela-zoster pode permanecer inativo no sistema nervoso por anos após a infecção inicial e reativar-se mais tarde, causando inflamação crônica em regiões neurais. Esse processo inflamatório persistente pode contribuir para o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas. A vacinação previne a reativação do vírus e, por consequência, pode reduzir esses processos inflamatórios.

2. Modulação imunológica ampliada

Vacinas como a Zostavax, que usam vírus vivos atenuados, podem estimular o sistema imunológico de forma mais abrangente, gerando um efeito chamado “imunidade treinada”. Isso significa que o organismo passa a responder de maneira mais eficaz a outras ameaças, inclusive inflamações associadas à neurodegeneração.

3. Redução de infecções e complicações secundárias

Ao prevenir a ocorrência do herpes zoster, a vacina também reduz o risco de complicações neurológicas, como encefalites e neuralgias, que podem desencadear ou agravar processos cognitivos degenerativos.


Importância da cautela

Atualmente, a vacina é indicada para pessoas acima dos 50 anos como forma de prevenir complicações dolorosas associadas ao herpes zoster (disponível na rede privada e com incorporação prevista na rede pública do Brasil pelo Sistema Único de Saúde – SUS). Se os efeitos neuroprotetores forem confirmados, seu uso poderá ser ampliado, o que pode influenciar futuras diretrizes de saúde pública. Por enquanto, essa possibilidade deve ser vista com interesse e cautela.

“Estamos em um momento empolgante da pesquisa sobre doenças neurodegenerativas, com muitas descobertas em andamento. Mas é fundamental lembrar que correlação não é o mesmo que causa. Precisamos de estudos clínicos bem desenhados antes de transformar essas evidências em recomendações”, afirma o Dr. Valadares. “Se confirmada a correlação, podemos estar diante de uma medida de prevenção acessível e eficaz contra uma das doenças mais impactantes da atualidade”, conclui o neurocirurgião.


Prevenção e tratamento: o que já se sabe

Atualmente, a única prevenção contra o desenvolvimento de demências passa por escolhas diárias: alimentação equilibrada, prática de exercícios, sono regular, estímulos cognitivos e controle de fatores como hipertensão, diabetes e colesterol. Esses hábitos ajudam a reduzir o risco de declínio cognitivo com o avançar da idade, uma vez que protegem o cérebro contra inflamações, problemas vasculares e perda de conexões entre neurônios. Entretanto, ainda não há cura detectada.

Quando o quadro se instala, o tratamento busca retardar a progressão dos sintomas e preservar ao máximo a autonomia do paciente. Medicamentos, terapia neuromodulatória e acompanhamento multidisciplinar com profissionais como neurologistas, psicólogos e cuidadores auxiliam na melhora da qualidade de vida do paciente. O apoio contínuo aos familiares, com empatia, também é fundamental para administrar a condição.

Referências:

¹ Pomirchy; JAMA, 23 de abril de 2025

² Eyting; Nature, abril de 2025

³ Taquet; Nature Medicine, julho de 2024

⁴ Estudo adicional, JAMA Network, 2025

⁵ Shah et al. Brain and Behavior, 2024

Sobre o Dr. Marcelo Valadares:

Dr. Marcelo Valadares é médico neurocirurgião e pesquisador da Disciplina de Neurocirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

A Neurocirurgia Funcional é a sua principal área de atuação. Seu enfoque de trabalho é voltado às cirurgias de neuromodulação cerebral em distúrbios do movimento, cirurgias menos invasivas de coluna (cirurgia endoscópica da coluna), além de procedimentos que envolvem dor na coluna, dor neurológica cerebral e outros tipos de dor.

O especialista também é fundador e diretor do Grupo de Tratamento de Dor de Campinas, que possui uma equipe multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e educadores físicos.

No setor público, recriou a divisão de Neurocirurgia Funcional da Unicamp, dando início à esperada cirurgia DBS (Deep Brain Stimulation – Estimulação Cerebral Profunda) naquela instituição. Estabeleceu linhas de pesquisa e abriu o Ambulatório de Atenção à Dor afiliado à Neurologia.