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Vereadores discutem transparência na gestão da UPA

 


A Comissão de Orçamento e Finanças da Câmara Municipal, presidida pelo vereador Fernando Sirchia (PDT), realizou uma reunião na manhã de quarta-feira (14) com a secretária municipal de Saúde, Amanda Mailio e o provedor da Santa Casa, Arnaldo Thomé, visando discutir questões relacionadas à gestão da Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

Na ocasião, Sirchia destacou a importância da transparência na aplicação dos recursos públicos destinados à saúde pois, segundo ele, a Santa Casa detém atualmente o convênio para a gestão da UPA, cujo valor supera R$ 12 milhões por ano.

 “A gente precisa saber como esse recurso está sendo empregado, como, por exemplo, no pagamento de salários e análise de contratos. Trata-se de uma prioridade da Câmara garantir essa transparência de forma plena”, afirmou o presidente da Comissão.

O vereador Gerson Alves (PL), membro da Comissão, avaliou a reunião como produtiva, ressaltando que foram esclarecidas diversas dúvidas e apresentadas propostas para melhorar o atendimento na UPA.

“As autoridades receberam nossos questionamentos de forma tranquila. Acredito que Assis está encaminhando essa situação da saúde de maneira positivo, com empenho para resolver os problemas”, comentou.

O encontro contou ainda com a participação de outros vereadores convidados, entre eles Lucas Gomes (SDD), que aproveitou a ocasião para levantar preocupações sobre a segurança dos profissionais que atuam na UPA.

“Questionei quais medidas estão sendo tomadas para garantir a segurança dos funcionários e fui informado de que, no momento, não há recursos para contratar uma empresa terceirizada”, disse.

Lucas também demonstrou preocupação com a condução da administração da Santa Casa.

“Recentemente vimos a prefeita na UPA, anunciando a chegada de mais dois médicos. Isso nos leva a questionar se sempre será necessária a intervenção da prefeita para que demandas básicas sejam resolvidas”, observou.

A Comissão de Orçamento e Finanças pretende continuar acompanhando a aplicação dos recursos na saúde e cobrando maior eficiência e transparência na gestão pública da área.




Tratamento do Parkinson se moderniza com ultrassom focalizado e produodopa no Brasil

 

A incorporação de novas tecnologias na prática médica e o avanço na compreensão dos mecanismos da doença têm reestruturado o cuidado e manejo clínico da doença de Parkinson. Um dos principais avanços nesse sentido é o ultrassom focalizado, uma terapia que possibilita intervenções menos invasivas e mais adaptadas às necessidades individuais do paciente.

Esta, que é a abordagem terapêutica mais recente para a doença de Parkinson, consiste em um procedimento cirúrgico, porém sem incisões, ou seja, sem cortes. Por meio de um transdutor, ondas sonoras de alta intensidade são direcionadas a uma área milimétrica do cérebro, elevando a temperatura até ‘destruir’ com precisão um núcleo, que nada mais é do que um aglomerado de neurônios relacionado aos tremores.

“É uma alternativa avançada, que exige um mapeamento complexo e teste de procedimento, pois é uma lesão permanente e que pode trazer benefícios por alguns anos”, explica o Dr. Marcelo Valadares, neurocirurgião funcional e pesquisador da Disciplina de Neurocirurgia na Unicamp.

Chamado de ultrassom focalizado (FUS), o tratamento é indicado especialmente para pacientes com tremor essencial predominante em um dos lados do corpo, mas também pode ser recomendado para alguns casos de doença de Parkinson, nos quais esse sintoma é o mais evidente e igualmente mais intenso em um dos hemisférios. Nesses casos, a técnica tem se mostrado eficaz, proporcionando alívio quase imediato dos tremores, podendo melhorar a qualidade de vida de forma significativa. Além disto, os riscos associados ao procedimento são mínimos.

Para o Dr. Valadares, a redução do tremor — especialmente quando afeta o lado dominante do corpo — proporciona uma melhora substancial na coordenação motora, restaurando a autonomia dos pacientes e elevando sua qualidade de vida. “É uma nova alternativa, ainda destinada a um grupo restrito de pessoas que não desejam ou não apresentam condições clínicas para se submeter a uma cirurgia de neuromodulação”, reflete o médico.

“Um dos principais benefícios do ultrassom focalizado é a redução imediata do tremor, já perceptível logo após o procedimento. A recuperação costuma ser rápida. Estudos indicam uma taxa média de sucesso em torno de 60%, especialmente entre os pacientes que se enquadram nos critérios para a técnica”, complementa.


DBS e produodopa: tratamentos continuam a evoluir

Inovações como a estimulação cerebral profunda (DBS), a administração de produodopa e o ultrassom focalizado aprimoram os métodos já consolidados e abrem caminho para terapias mais precisas e personalizadas. Essas abordagens atuam diretamente sobre um ou mais sintomas motores, minimizam os efeitos da progressão da doença e promovem maior qualidade de vida e autonomia aos pacientes.

Com submissão prevista à Anvisa em 2025, a produodopa é uma nova formulação da levodopa – principal medicamento usado no tratamento da doença de Parkinson – administrada por meio de uma bomba subcutânea, ou seja, aplicada sob a pele, o que dispensa a necessidade de procedimentos mais invasivos como a gastrostomia (abertura no estômago para introdução de sonda).

A infusão contínua ao longo de 24 horas ajuda a manter níveis mais estáveis do medicamento na corrente sanguínea, o que reduz as oscilações motoras comuns nas fases avançadas da doença.

Segundo o neurocirurgião, a produodopa é especialmente promissora por prolongar a chamada “janela terapêutica” – período em que o paciente responde bem à medicação – e por reduzir sintomas como flutuações motoras, em especial por permitir o fornecimento da medicação de forma mais linear. “Desta forma, o tratamento tende a proporcionar mais estabilidade motora e maior independência aos pacientes”, afirma o Dr. Valadares.

Abordagem consolidada no manejo dos tremores da doença de Parkinson, a estimulação cerebral profunda (DBS), tem passado por um processo contínuo de aprimoramento técnico. Com a seleção do paciente ideal, os resultados dessa terapia neuromodulatória aliviam os estágios mais avançados da doença.

A aplicação desse tratamento é especialmente útil para pacientes que sofrem, no Parkinson com flutuações motoras ou intolerâncias aos efeitos colaterais das medicações. “Muitos pacientes passam a maior parte do seu tempo em casa por medo de travar no meio do caminho e por ter o risco de queda aumentado. Reduzir esse sintoma é um modo de reinserir essa pessoa na vida social, aumentando sua qualidade de vida”, analisa o médico.

“Se compararmos todas as terapias avançadas, a DBS ainda é o principal tratamento para a doença de Parkinson em estágio avançado. Embora se trate de um procedimento cirúrgico e envolva o implante de um sistema de estimulação, sua capacidade de controlar diversos sintomas motores como rigidez, tremores e lentificação generalizada, além da possibilidade de ajustes nas configurações ao longo dos anos, permanece imbatível a médio e longo prazo”, complementa o especialista.

Segundo o Dr. Valadares, os tratamentos mais recentes são boas alternativas, mas com papéis específicos. “O ultrassom focado é menos invasivo e tem efeito rápido, porém se restringe a pacientes cujo único sintoma debilitante é o tremor, sendo indicado apenas para um dos lados do corpo. Já a produodopa, que deve chegar ao país ainda este ano, apesar de também exigir um dispositivo implantável, é mais simples e pode ser utilizada por pessoas sem condições clínicas de suportar uma cirurgia, permitindo o controle de manifestações motoras além do tremor, embora possa apresentar um custo elevado no médio e longo prazo”, finaliza.

A ampliação do acesso a esses tratamentos é fundamental para atender um número maior de pacientes e oferecer novas possibilidades terapêuticas para a recuperação da autonomia e qualidade de vida. “É crescente a expectativa de que o acesso a essas inovações sejam incorporadas de maneira mais ampla na prática clínica. Medidas que acelerem o acesso a esses tratamentos são sempre bem-vindas”, conclui o doutor.

 

Sobre o Dr. Marcelo Valadares:

Dr. Marcelo Valadares é médico neurocirurgião funcional e pesquisador da Disciplina de Neurocirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

A Neurocirurgia Funcional é a sua principal área de atuação. Seu enfoque de trabalho é voltado às cirurgias de neuromodulação cerebral em distúrbios do movimento, cirurgias menos invasivas de coluna (cirurgia endoscópica da coluna), além de procedimentos que envolvem dor na coluna, dor neurológica cerebral e outros tipos de dor.

O especialista também é fundador e diretor do Grupo de Tratamento de Dor de Campinas, que possui uma equipe multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e educadores físicos.

No setor público, recriou a divisão de Neurocirurgia Funcional da Unicamp, dando início à esperada cirurgia DBS (Deep Brain Stimulation – Estimulação Cerebral Profunda) naquela instituição. Estabeleceu linhas de pesquisa e abriu o Ambulatório de Atenção à Dor afiliado à Neurologia.

 




Saiba como evitar a doença periodontal, que afeta 35% da população mundial

 

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 35% da população mundial sofre com doença periodontal. Entre os adultos, o número é ainda mais alarmante: com estimativa de que até 50% seja afetado. As infecções atingem os dentes, gengivas e os ossos, podendo chegar a casos graves, mas que podem ser prevenidos.

Já o Ministério da Saúde afirma que, de acordo com dados do último levantamento Nacional de Saúde Bucal, esse é um dos principais motivos de perdas de dentes em adultos no país. A situação começa de forma sutil, e passa a ser visível, principalmente, a partir de sangramento gengival ao passar fio dental, por exemplo. Além disso, há o inchaço e mudança na cor e na textura da gengiva. Em casos extremos, o problema pode causar a perda dos dentes.

De acordo com a professora de Odontologia da UniSociesc, Flaira Rita dos Santos Albino, os pacientes buscam o atendimento odontológico apenas quando já sentem sinais, o que é um erro. “Vão ao dentista para tratar o mau hálito, pelo amolecimento dos dentes, em casos mais graves. Ou ainda por abcessos periodontais, que causam dor e desconforto, às vezes até febre. Um nível de inflamação que a pessoa não consegue desenvolver as atividades diárias normalmente”, explica.

Apesar dos desconfortos, é possível prevenir a doença periodontal. Conforme Flaira, unir limpeza com ao menos uma visita por ano ao dentista são as melhores maneiras de evitar problemas nos dentes, gengivas e em toda região bucal.

“Interessante ter um diagnóstico precoce, o que é favorável para ter o controle da doença. É recomendado usar escovas macias, com a cabeça pequena, as cerdas retas, sem curvaturas. Fazer uma escovação cautelosa, com atenção e sem força. Por fim, a complementação com o fio dental. Ele é o melhor amigo da prevenção da doença periodontal”, orienta.

Mesmo que a doença periodontal tenha cura, a professora ressalta que algumas consequências podem ser irreversíveis Quando o problema afeta o osso, pode não ser possível repor aquele osso afetado ou perdido, por exemplo. Por isso, é recomendado fazer um raio-x panorâmico anualmente para acompanhar o que não é possível visualizar clinicamente.

Má higiene, tabaco e alcoolismo agravam situação

A principal causa para o desenvolvimento do problema periodontal é o acúmulo constante de biofilme dental na superfície dos dentes, que popularmente pode ser classificado como placa bacteriana. Ou seja, quando partes dos dentes com difícil acesso da escova ficam com sujeira.

“Se a gente faz aquela escovação apurada, sem muitos detalhes, pode ser que esse biofilme dental tome conta do local. A presença constante da placa gera inflamação na gengiva, podendo causar gengivite e até periodontite, quando ocorre da doença chegar no osso”, sinaliza Flaira.

Outros elementos que podem causar o avanço é o tabagismo, sendo um dos principais. Conforme a professora de Odontologia da Unisociesc, o cigarro “esconde” sintomas, como o sangramento gengival. Isso acontece porque o calor das toxinas do tabaco afastam os vasos sanguíneos, criando uma ilusão no paciente.

Além disso, o alcoolismo, diabetes, questões cardíacas, pulmonares e até o período de gestação podem impactar no agravamento da situação. “Ser gestante não é uma causa, mas pode agravar o problema durante o período gestacional por causa das alterações hormonais e da multiplicação celular. As doenças de forma geral podem agravar a condição periodontal”, alerta.

Como tratar

Fazer o tratamento dessa condição pode não ser simples, mas também não é a tarefa mais difícil. A situação vai mudar conforme o paciente e o estágio do problema. O tratamento deve ir além de serviços odontológicos “iniciais”, como a limpeza com escova e pasta, mas que inclui até exames que avaliam profundamente todos os dentes.

A primeira linha de tratamento costuma ser o básico, principalmente para casos mais leves. Depois, nos mais graves, pode contar com enxerto gengival e enxerto ósseo para fazer a reconstrução do tecido perdido. Para evitar danos e dores, a recomendação principal da professora Flaira é fazer a higiene corretamente e ir ao dentista com periodicidade.

Sinais que exigem atenção

  • Sangramento ao escovar os dentes ou usar fio dental
  • Gengivas inchadas, vermelhas e sensíveis
  • Mau hálito persistente (halitose)
  • Alterações na textura e no formato da gengiva



Governo de SP ultrapassa R$ 5 bilhões destinados à Tabela SUS Paulista para ampliar acesso à saúde

 

Criada pela gestão Tarcísio de Freitas para corrigir a defasagem histórica nos repasses às entidades filantrópicas conveniadas ao Sistema Único de Saúde, a Tabela SUS Paulista atingiu, neste mês, o valor histórico de R$ 5,1 bilhões em repasses a santas casas e instituições conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS), no Estado de São Paulo.

Liderado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-SP), o programa beneficia 800 instituições e remunera até cinco vezes mais quando comparado à tabela nacional, com recursos 100% do Tesouro Estadual repassados para os procedimentos realizados via SUS.

“Esse repasse histórico mostra o compromisso do Governo de São Paulo desde o primeiro dia desta gestão. A Tabela SUS Paulista está fortalecendo o SUS Paulista, ampliando atendimentos e garantindo mais dignidade no cuidado com a população”, destacou Eleuses Paiva, secretário de Estado da Saúde.

Resultados com o programa

Entre 2022 e 2024, o Estado registrou aumento de 30% na realização de cirurgias de alta complexidade. As cirurgias do aparelho da visão tiveram crescimento de 40% com 7.227 pacientes a mais sendo atendidos. As cirurgias de mama aumentaram 30%, com 786 mulheres a mais que realizaram o procedimento. Já as cirurgias oncológicas cresceram 25%, com 6.306 pacientes a mais atendidos pelo SUS.

O secretário de Estado da Saúde ressaltou que os objetivos do programa estão sendo atingidos. “Quando anunciamos a Tabela SUS Paulista, em 2023, falamos que queríamos mudar a vida de cada cidadão paulista e o curso da história da saúde pública de São Paulo, e os resultados já demonstram que estamos no caminho certo: diminuindo filas, produzindo mais e, principalmente, atendendo com qualidade a população perto de casa, sem a necessidade de percorrer grandes distâncias”, comentou.

Aumento nas internações

As Santas Casas e instituições filantrópicas do Estado registraram a expansão nos números de internações quando comparado a 2022, garantindo atendimento qualificado mais próximo às comunidades.

Confira as 10 instituições que mais aumentaram o número de internações SUS entre 2022 e 2024:

Fazendo a diferença

O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto que é beneficiado pelo programa, ampliou em 35% a oferta de serviços, que incluem atendimentos, internações e cirurgias.

A instituição registrou o maior aumento de internações via SUS. Foram 13.185 a mais no ano passado, se comparado a 2022, o que representa um repasse de R$ 136.374.549,62 para o hospital. A unidade também conseguiu abrir 160 leitos que estavam desativados.

“A atualização dos valores de remuneração é extremamente importante, porque o custo em saúde, tanto na questão de equipe, quanto de equipamentos e medicamentos, aumenta. Por meio da Tabela SUS Paulista, isso garante que o atendimento não seja reduzido e até pode ampliar os serviços disponíveis”, afirma o superintendente do HC Ribeirão, Ricardo Cavalli.

Na região central do Estado, a Santa Casa de Araraquara ampliou seus serviços por meio do programa, com investimentos em tecnologia, materiais e medicamentos, fortalecendo a oferta de assistência de alta complexidade para os pacientes.

A Tabela SUS Paulista também teve impacto na Baixada Santista. O Hospital Santo Antônio  conseguiu ampliar em 20% o quantitativo de vagas para o tratamento da alta complexidade.

Na Santa Casa de Presidente Prudente, na região oeste do estado, os repasses da Tabela SUS Paulista possibilitaram a ampliação dos atendimentos, beneficiando não apenas a instituição, mas toda a população. Além disso, houve aumento no número de internações mensais e a expansão da oferta de serviços.

Mais transparência

O Governo de São Paulo disponibiliza a qualquer cidadão o acesso a todos os valores pagos, detalhados por instituição filantrópica, referentes à Tabela SUS Paulista, mostrando o compromisso da gestão com a transparência. Para acessar os dados, basta acessar https://nies.saude.sp.gov.br/ses.




Maio Cinza: Radioterapia é fundamental para pacientes com tumores localizados ou metástases no cérebro

 

 

O mês de maio é marcado pela campanha Maio Cinza, dedicada à conscientização sobre os tumores cerebrais. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), os tumores do sistema nervoso central (SNC) representam cerca de 4% de todos os casos de câncer no Brasil, com aproximadamente 11 mil novos diagnósticos por ano. Além dos tumores primários (que se originam no cérebro), as metástases cerebrais (quando a doença surgiu em outro órgão e se espalhou para o cérebro) acometem entre 20% e 40% dos pacientes com câncer, especialmente aqueles com cânceres de pulmão, mama e melanoma. De acordo com a Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT), a radioterapia é uma das principais abordagens terapêuticas para esse grupo de pacientes.

De acordo com o radio-oncologista Gustavo Nader Marta, presidente da Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT), a radioterapia é efetiva tanto em tumores primários como nas metástases cerebrais “A abordagem contribui para o controle da doença, alívio dos sintomas neurológicos e melhoria da qualidade de vida dos pacientes. Principalmente quando a cirurgia não é uma opção viável e também de forma complementar a cirurgia em algumas situações”, explica Gustavo Marta.

O câncer cerebral é conhecido por não ter sintomas específicos, dificultando o rastreio e consequentemente, o diagnóstico. “Embora os sintomas possam ser confundidos com outras condições neurológicas, sinais como perda de força, formigamentos, alterações de comportamento, crises convulsivas ou dores de cabeça persistentes e intensas devem sempre acender um alerta para a possibilidade de um tumor cerebral”, afirma Marta.

Já as metástases cerebrais são uma das complicações mais comuns em pacientes com câncer. O  tratamento das metástases cerebrais, explica o radio-oncologista, é mais personalizado e leva em conta fatores como o estadiamento da doença, quantidade, tamanho das lesões e os sintomas do paciente. “Quando as metástases são pequenas, especialmente com até 3 cm, a melhor técnica é a radiocirurgia estereotáxica”, reforça. Esta técnica é feita em dose única e poupa tecidos saudáveis ao redor.

Já quando os tumores são maiores, acima de 4 cm, ou causam muita pressão no cérebro, a cirurgia pode ser indicada para aliviar os sintomas e normalmente deve ser seguida de radioterapia complementar pós-operatória (preferencialmente com a técnica de radiocirurgia estereotáxica). Em casos sintomáticos, o tratamento local é essencial para melhorar a qualidade de vida. Para pacientes sem sintomas e com acesso a medicamentos modernos que atingem o cérebro, a decisão pode ser adiada com segurança, desde que feita em conjunto por uma equipe médica especializada. “Quando as metástases são mais numerosas, há opções como a radioterapia em todo o cérebro associada ao uso de medicamentos ou em casos selecionados, também pode-se considerar a radiocirurgia estereotáxica”, acrescenta o presidente da SBRT.

Sintomas e impactos – Os sinais e sintomas dos tumores cerebrais variam de acordo com a sua localização e estadiamento, porém os mais comuns são a dor de cabeça intensa e persistente que pode não responder aos analgésicos comuns. As convulsões em pacientes que nunca as tiveram, a falta de coordenação motora, bem como a perda de força ou sensibilidade nos diversos segmentos do corpo são comuns em pessoas com essas patologias, além dos vômitos, perda de apetite e apatia.

Segundo Gustavo Marta, a investigação diagnóstica se estabelece inicialmente pelo exame clínico geral e neurológico, seguidos de exames de imagem (tomografia computadorizada ou ressonância magnética cerebrais). “O diagnóstico da doença, na maioria das vezes, se dá pela biópsia do tumor. A análise da biópsia, além do diagnóstico, ajuda a melhorar a percepção médica do prognóstico e mostrar um caminho de qual tratamento seguir, sendo sempre de caráter multidisciplinar, discutindo cada caso individualmente para decisão sobre os protocolos”, finaliza.

Sobre a Sociedade Brasileira de Radioterapia

A Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT), fundada em 1998, é uma associação civil, associativa e científica, sem fins lucrativos, que representa os médicos radio-oncologistas registrados no Brasil. Mais informações em: https://sbradioterapia.com.br/




Lipedema: confundida com obesidade, doença atinge 12% das mulheres no Brasil

 

 

Caracterizada por um acúmulo anormal de gordura nas pernas e braços, o lipedema é uma doença comumente confundida com a obesidade ou sobrepeso comum. Prevalente em 12% das mulheres no Brasil, essa condição se diferencia da obesidade por ser uma gordura visivelmente marcada por fibrose, isso é, pelo seu aspecto de “casca de laranja” ou “grãos de arroz”, além de um acúmulo significativo de nódulos que se assemelha às celulites.

Segundo a endocrinologista Dra. Nathalia Ferreira, o lipedema também não responde a dieta e exercícios físicos. “Muitas pacientes se sentem frustradas por não obterem resultados mesmo com uma alimentação equilibrada e prática regular de atividade física, porque a gordura do lipedema tem características diferentes da gordura comum. Um dos sinais de alerta é a desproporção corporal evidente: tronco magro e pernas ou braços excessivamente volumosos”, explica a médica.

Outros sintomas frequentes incluem sensação de peso nas pernas, inchaço ao longo do dia e facilidade para formação de hematomas. A dor é um dos principais indicadores — diferentemente da obesidade, que geralmente não causa desconforto direto na gordura acumulada. “Muitas pacientes relatam dor mesmo com toques leves, além de dificuldade para encontrar roupas e sapatos confortáveis devido à diferença de medidas entre as partes do corpo”, comenta Dra. Nathalia.

Como é feito o diagnóstico do lipedema

O diagnóstico ainda é predominantemente clínico, feito a partir da observação dos sintomas e histórico da paciente. Em alguns casos, exames de imagem como ultrassonografia podem ser utilizados para descartar outras condições, como linfedema. A baixa conscientização sobre a doença faz com que muitas mulheres convivam por anos com o lipedema sem saber, frequentemente recebendo diagnósticos equivocados de obesidade ou má circulação.

Embora não tenha cura, o lipedema pode ser controlado com uma combinação de abordagens. O tratamento inclui desde o acompanhamento com profissionais como endocrinologistas, nutricionistas e fisioterapeutas, até terapias de compressão, drenagem linfática e, em casos selecionados, cirurgias como a lipoaspiração específica para retirada da gordura doente. “O diagnóstico precoce é fundamental para evitar o avanço da doença e melhorar a qualidade de vida das pacientes”, reforça a endocrinologista.

A conscientização sobre o lipedema é essencial para quebrar estigmas relacionados ao peso e promover um olhar mais sensível e preciso à saúde da mulher. Identificar os sinais precocemente permite não apenas um tratamento mais eficaz, mas também contribui para o bem-estar físico e emocional de quem convive com a condição. “Muitas vezes, o reconhecimento da doença é o primeiro passo para que essas mulheres deixem de se culpar e comecem a se cuidar com o apoio certo”, conclui a médica.

Quem é Dra. Nathalia Ferreira?

Membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a Dra. Nathalia Ferreira possui Mestrado em Endocrinologia na USP de São Paulo e o título de Nutrologia pela Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).

Além disso, a médica possui ainda um curso de Especialização em Ultrassonografia de Tireoide e se apresenta como a autora de dois Ebooks: “Mãe, estou virando mocinha?” e “Receitas saudáveis e práticas”.




Dia Internacional da Enfermagem: OMS destaca que a taxa de infecções hospitalares no Brasil é quase três vezes superior ao recomendado

 

São Paulo, 9 de maio de 2025 — Em 12 de maio é celebrado o Dia Internacional da Enfermagem, uma data que homenageia Florence Nightingale, a visionária que revolucionou os cuidados hospitalares e deu origem à enfermagem moderna.

No Brasil, mais de 3,2 milhões de enfermeiros, registrados nos 27 Conselhos Regionais de Enfermagem do país, atuam como verdadeiros heróis anônimos que vão muito além de administrar medicamentos e monitorar sinais vitais. Esses profissionais criam conexões humanas, acolhem com empatia e transformam a ciência em uma ponte para o bem-estar de milhões de brasileiros. Em muitas instituições, eles representam entre 60% e 70% do atendimento ao paciente.

A história de Florence Nightingale, que reduziu a mortalidade de 42% para apenas 2% ao aplicar medidas simples, como a lavagem das mãos, durante a Guerra da Crimeia, em 1854, demonstra o poder de ações que parecem pequenas, mas salvam vidas. Hoje, essa prática é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma das mais eficazes na prevenção de infecções hospitalares.

Dados da OMS — Organização Mundial da Saúde (2022) — revelam que, em países de baixa e média renda, de 7 a 10 em cada 100 pacientes hospitalizados adquirem uma infecção relacionada à assistência à saúde. No Brasil, até 14% das internações podem evoluir para infecções da corrente sanguínea, pneumonia associada à ventilação mecânica e infecções do trato urinário relacionadas ao uso de cateteres.

Em um relatório mais recente, divulgado em 2024, a OMS destaca que a taxa de infecções hospitalares no Brasil é quase três vezes superior ao recomendado pela instituição, atingindo até 14% entre os pacientes internados, enquanto a recomendação da OMS é de 5%.

Outro fato preocupante é a resistência aos antibióticos, que causa 1,27 milhão de mortes diretas e indiretas anuais no mundo, além de contribuir para mais de 4,19 milhões de outras mortes.

Valorizar a enfermagem é garantir a segurança do paciente. Profissionais bem treinados, valorizados e envolvidos nas decisões estratégicas das instituições de saúde são essenciais para elevar a qualidade do cuidado. Como destaca Alessandra Roscani, enfermeira e Diretora de Comunicação da SOBRASP, “a cultura da segurança deve ser prioridade em todas as instituições de saúde. A prevenção de infecções está diretamente ligada à qualidade do cuidado, e a enfermagem é protagonista nesse processo.”

A cultura da segurança deve ser prioridade em todas as instituições de saúde. “A prevenção de infecções está diretamente ligada à qualidade do cuidado, e a enfermagem é protagonista nesse processo”, finaliza Alessandra.

 

 




Ministério da Saúde realiza Dia D de vacinação contra a gripe neste sábado

 

A ação visa ampliar a proteção da população durante o período de aumento de casos de doenças respiratórias. A meta é vacinar 90% do público-alvo — ou seja, mais de 19,3 milhões de pessoas no estado de SP (Foto internet).

O Ministério da Saúde realiza, neste sábado (10), o Dia D de vacinação contra a gripe, uma grande mobilização para proteger a população antes do inverno, período de maior circulação de vírus respiratórios. A ação acontece de forma simultânea nas regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste com atuação conjunta dos Governo Federal, estados e municípios. A meta é vacinar 90% do público-alvo, mais de 81,6 milhões de pessoas, incluindo crianças, idosos e gestantes em todo o país. Em São Paulo, foram distribuídas 11,6 milhões de doses e a expectativa é imunizar 19,3 milhões de pessoas.

A iniciativa marca a retomada do Dia D Nacional pela vacinação no país. “O Brasil vai voltar a fazer grandes mobilizações nacionais pela vacinação, que é a nossa principal aliada para salvar vidas. O Dia D é uma grande oportunidade para ampliar a nossa cobertura e proteger os mais vulneráveis e evitar complicações que sobrecarregam o SUS”, destacou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. “No caso da gripe, a imunização pode reduzir em até 60% casos graves e óbitos”, explica.

Para reforçar a cobertura vacinal, o Ministério da Saúde distribuiu mais de 51,3 milhões de doses da vacina contra a gripe para os estados e o Distrito Federal. A imunização é gratuita e está disponível nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de todo o país e pontos de vacinação que serão montados nas cidades. A estratégia do Dia D foi pactuada entre o Governo Federal e as secretarias estaduais e municipais de saúde, como forma de intensificar a vacinação e alcançar a meta da campanha.

A expectativa da campanha, que começou no dia 7 de abril, é vacinar mais de 32 milhões de idosos, 15 milhões de crianças e 1,6 milhão de gestantes, além de milhões de pessoas com comorbidades, profissionais da saúde, professores, povos indígenas, população em situação de rua, entre outros.

Na região Norte, a campanha de vacinação contra a gripe terá início no segundo semestre, considerando as particularidades climáticas da região, já que, nessa época, durante o “Inverno Amazônico”, a circulação viral e a transmissão da gripe são mais frequentes.

Brasil registra aumento de casos de doenças respiratórias

Nesta terça-feira (6), o Ministério da Saúde anunciou um incentivo anual de R$ 100 milhões para reforçar o atendimento a crianças com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no SUS, público que tem registrado aumento nas hospitalizações. O cenário atual é marcado pela predominância do vírus sincicial respiratório (VSR) em crianças pequenas e pelo crescimento das infecções por influenza e em idosos.

O cenário atual de casos de SRAG é marcado pela predominância do vírus sincicial respiratório (VSR) em crianças pequenas e pelo crescimento das infecções por influenza (gripe) em idosos. De acordo com o boletim Infogripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado em 30 de abril, foram notificados 45.228 casos de SRAG este ano no Brasil, sendo 42,9% com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório.

Ainda de acordo com o boletim, 16 estados apresentam incidência de SRAG em nível de alerta, risco ou alto risco, com sinal de crescimento a longo prazo até o momento. São Paulo é uma das unidades federativas. No momento, as maiores incidências das síndromes respiratórias graves são causadas pelo VSR, rinovírus, covid-19, influenza A e influenza B.

Incorporada recentemente no SUS, a vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR) está prevista para ser disponibilizada à população no segundo semestre deste ano. Além disso, casos de bronquiolite podem ser reduzidos com a imunização contra a gripe.

A vacina contra covid-19 foi integrada ao Calendário Nacional de Vacinação e passou a fazer parte da rotina de imunização para crianças menores de 5 anos, gestantes e idosos. A vacina ofertada no SUS é a mais atualizada contra as cepas em circulação e está disponível em todo o país.

Quem pode se vacinar contra a gripe?

A imunização é gratuita e está disponível nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) de todo o país. A vacinação é recomendada para mais de 20 grupos prioritários, com foco especial em:

  • Crianças de 6 meses a menores de 6 anos;
  • Gestantes e puérperas;
  • Idosos com 60 anos ou mais;
  • Trabalhadores da saúde e professores das escolas públicas e privadas;
  • Trabalhadores dos Correios;
  • Trabalhadores portuários;
  • Povos indígenas e quilombolas;
  • Pessoas com comorbidades, outras condições especiais e deficiência permanente;
  • Caminhoneiros e trabalhadores do transporte coletivo;
  • Profissionais das Forças Armadas, segurança e salvamento;
  • Pessoas em situação de rua;
  • População privada de liberdade, adolescentes e jovens em medida socioeducativa e funcionários do sistema prisional.



Atraso vacinal: o que fazer se meu filho perdeu uma vacina?

 

Com a rotina intensa das famílias e a recente desorganização provocada por surtos de doenças e mudanças no calendário de vacinação, é cada vez mais comum que crianças apresentem atrasos na caderneta vacinal. No entanto, recuperar o tempo perdido é essencial para garantir a proteção da criança e da comunidade.

A pediatra e CEO do Instituto Macabi, Dra. Mariana Dagostino Bolonhezi, explica que o primeiro passo é entender o motivo do atraso: “É muito importante entender por que a criança perdeu a vacina. Se foi esquecimento dos pais, se ela ficou doente e teve que adiar a dose. Uma consulta com o pediatra ajuda a traçar um novo esquema vacinal”, destaca.

Ela reforça que mesmo em caso de múltiplas vacinas atrasadas, é possível e seguro aplicar doses simultâneas. “Doses conjuntas são seguras. Se a criança ficou doente e mais de uma vacina ficou pendente, o médico pode planejar a aplicação simultânea de forma segura”, orienta.

Para regularizar a caderneta de vacinação, o ideal é procurar um pediatra que possa avaliar o que foi perdido, o que precisa ser priorizado ou refeito. “Gosto muito do site da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), que tem um calendário atualizado com todas as vacinas, idades recomendadas, intervalos e informações sobre disponibilidade no SUS e na rede privada”, complementa a especialista.

Segundo ela, os impactos do atraso na imunização podem ser graves, especialmente diante do risco de reintrodução de doenças como pólio e sarampo. “A baixa cobertura vacinal pode trazer de volta doenças que já estavam sob controle. Crianças não vacinadas ficam mais vulneráveis a formas graves dessas infecções, que são evitáveis com a vacina. Por isso, manter a carteira em dia é um ato de responsabilidade coletiva e de amor”, finaliza.

 




Espera de mais de 3 horas na UPA leva vereador a cobrar reforço médico

A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) voltou a ser alvo de críticas devido à longa espera por atendimento. Durante a sessão da Câmara Municipal de segunda-feia (6) o vereador Paulo Paçoca (PSD) relatou que tem recebido diversas reclamações de usuários sobre a falta de médicos na unidade.

Segundo ele, em visita recente à UPA, apenas dois médicos estavam atendendo, o que teria provocado uma espera superior a três horas e quarenta minutos para alguns pacientes.

“No momento em que estive na unidade, entrei em contato imediato com a secretária de Saúde, que prontamente providenciou um terceiro médico para reforçar o atendimento”, afirmou.

Paçoca informou que irá protocolar um requerimento solicitando ao Poder Executivo a contratação ou remanejamento de mais um profissional médico para atuar na UPA, especialmente durante o horário de maior demanda, entre 17  e 0 hora.