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Biólogo brasileiro irá ao espaço em missão da Nasa estudar o cérebro humano

 

Alysson Muotri, no Muotri Lab, na Universidade da Califórnia em San Diego
São Paulo, 4 de novembro de 2024 – O biólogo paulistano Alysson Muotri, que é professor e chefia um laboratório de pesquisa na Universidade da Califórnia em San Diego (UCSD), vai participar de uma missão da Nasa ao espaço no fim de 2025.

Ele viajará acompanhado de quatro astronautas no Falcon 9, foguete da SpaceX, rumo à Estação Espacial Internacional (ISS), onde pretende estudar o impacto da microgravidade no cérebro com a ajuda de “mini cérebros” produzidos em seu laboratório.

Os mini cérebros, que são organoides cerebrais que imitam o desenvolvimento e funções cerebrais, já foram enviados ao espaço uma vez, mas sem a presença de um cientista que pudesse realizar estudos durante sua permanência na estação. Desta vez, será possível conduzir experimentos in loco.

Os mini cérebros têm cerca de 5 milímetros e são desenvolvidos a partir de células-tronco pluripotentes induzidas

Desenvolvidos a partir de células-tronco pluripotentes induzidas (IPS), os mini cérebros podem ajudar os cientistas a entender como determinadas condições neurológicas ocorrem, assim como o envelhecimento cerebral e os efeitos de medicamentos sobre o cérebro.

Além disso, alguns dos mini cérebros que serão estudados por Alysson Muotri na ISS foram desenvolvidos a partir de células originadas de crianças autistas, o que permitirá a observação sobre os impactos do autismo na estrutura e desenvolvimento cerebral.

Alysson Muotri é formado em Ciências Biológicas pela Unicamp e tem doutorado pela USP. Em 2008, ele criou o Muotri Lab na UCSD, que se tornou um dos centros de referência mundial em estudos com o cérebro humano.

O laboratório recebe recursos do Estado da Califórnia e do National Institutes of Health (NIH) – equivalente ao CNPq no Brasil –, além de financiamento de empresas privadas e dinheiro de filantropia de fundações na área médica.

Uma das linhas de pesquisa do Muotri Lab, iniciada em 2017, busca desenvolver aplicações em inteligência artificial com base na chamada inteligência orgânica. A Microsoft, interessada em expandir suas ferramentas de inteligência artificial, financiou parcialmente o estudo.

A revista O Biólogo, do Conselho Regional de Biologia da 1ª Região (CRBio-01), publicou uma reportagem sobre o trabalho de Alysson Muotri. Leia a partir da página 15: https://crbio01.gov.br/arquivos/revista_o_biologo_62.pdf




Fim das “gotinhas”, vacina contra poliomielite será somente injetável

Como o Ministério da Saúde já havia anunciado anteriormente, as duas doses de reforço da vacina contra poliomielite (VOP), antes administradas via oral através das famosas “gotinhas” deixarão de ser aplicadas dessa forma e serão substituídas por uma única dose de reforço de maneira injetável (VIP) aos quinze meses, a partir dessa segunda-feira, 4, em todo Brasil.

A decisão de aposentar as “gotinhas” foi baseada em critérios epidemiológicos, evidências cientificas e também recomendações internacionais. A forma injetável já é utilizada em diversos países.

Com a nova forma, o esquema vacinal também sofrerá alteração e fica assim:

– 2 meses – 1ª dose

– 4 meses – 2ª dose

– 6 meses – 3ª dose

– 15 meses – dose de reforço

A vacina contra a poliomielite é fundamental, pois foi com ela que o Brasil não registra um caso de paralisia infantil desde 1989. E em 1994 o país recebeu o certificado de eliminação da doença.

Em Assis, todas as unidades de saúde dotadas de sala de vacina já estão realizando a vacinação contra pólio nesta nova recomendação do Ministério da Saúde.




Criança pode ser vegana? Entenda!

 

A escolha de uma dieta vegana ainda gera dúvidas e debates, principalmente quando se trata de crianças. Por se encontrarem em uma fase importante para o desenvolvimento físico e mental, muitas questões surgem em torno do tema: será que elas conseguirão manter esse estilo de vida? A dieta é realmente benéfica para a saúde? E, sobretudo, essa alimentação garantirá a energia e força necessárias?

Para entender o assunto, é importante destacar que veganos são aqueles que não consomem produtos e/ou alimentos derivados de animais. Por isso, há quem ainda ache que crianças não devem seguir esse tipo de dieta, porém, especialistas afirmam que, logo após o desmame, já é possível fazer essa introdução alimentar com os pequenos.

“Entretanto, é necessário um planejamento de acordo com as necessidades da idade e com a individualidade da criança. Se a dieta respeitar esses fatores e for realizada da maneira correta, a criança crescerá forte e saudável”, afirma Alice Coca, nutricionista do CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”.

Para atingir melhores resultados nutricionais, é necessário manter uma variedade de alimentos à disposição, além de ter um excelente monitoramento profissional a longo prazo. Outro ponto bastante importante é buscar entender a necessidade de suplementação, que pode mudar caso a caso.

A nutricionista enfatiza que, embora a dieta vegana seja rica e diversificada, é importante ressaltar que alguns nutrientes essenciais para o organismo humano são encontrados em maior quantidade, ou exclusivamente, em carnes. Esse é o caso da vitamina B12, que é de origem predominantemente animal.

“Além dessa vitamina, devemos considerar que nove aminoácidos essenciais, aqueles que o corpo não produz e precisam ser obtidos através da alimentação, estão presentes em 100% da proteína do ovo e em 90% da proteína da carne. Alcançar a ingestão diária recomendada desses nutrientes durante a infância pode se tornar um desafio, exigindo também suplementação nesse sentido. O ferro é outro nutriente que frequentemente requer um cuidado para além da alimentação.”

Apesar disso, o veganismo pode oferecer uma série de benefícios para as crianças. Entre eles estão a redução do risco de doenças crônicas, um melhor controle do peso e a redução do consumo de alimentos ultraprocessados.

A dieta vegana também tende a ser rica em fibras, o que pode melhorar a saúde intestinal.  Além disso, crianças que seguem esse movimento acabam desenvolvendo certa consciência ambiental, visto que a prática está diretamente ligada à sustentabilidade e ao respeito pela vida animal.

Lanche rápido e saudável, é possível?

Sim, totalmente! E para diversificar as opções de refeições e lanches veganos, existem alternativas deliciosas. “Algumas sugestões incluem sanduíche de tofu com um fio de azeite e orégano, feito com pão vegano, ou palitinhos de cenoura com húmus podem ser ótimas escolhas. Outros lanches incluem bolinhos de aveia e hambúrgueres à base de proteína texturizada de soja ou vegetais, acompanhados de talos e folhas verdes”, aponta a especialista.

Frutas frescas com iogurte de biomassa de banana verde também são opções saborosas e cheias de cor para o lanche da criançada. Quanto aos sucos naturais, é possível encontrar uma variedade de sabores! Beterraba com laranja e cenoura é uma das principais indicações da nutricionista.

Para substituir alimentos populares, como leite, chocolate, iogurte e cereais, algumas trocas podem ser realizadas. “O leite de vaca pode ser substituído por leites vegetais, como os de amêndoas, coco ou arroz; o chocolate tradicional pode ser trocado por opções de alfarroba, disponíveis em pó ou em gotas; e o iogurte pode ser substituído pelo “inhaminho”, um iogurte à base de inhame, ou ainda fazê-lo com biomassa de banana verde”, ressalta Alice.

Os famosos cereais industrializados podem dar lugar a aveia em flocos, quinoa ou chia, oferecendo ainda mais fibras e minerais. “De modo geral, incorporar pratos ricos em leguminosas, quinoa, tofu e proteína de soja na dieta da criança contribuirão para um consumo adequado de proteínas em diferentes horas do dia.”

Decisão consciente e em conjunto

Mesmo com os benefícios, antes de começar qualquer tipo de dieta restritiva, é essencial dialogar sobre o assunto e verificar se a criança está de acordo. Outro aspecto que faz toda a diferença é buscar proporcionar novas experiências alimentares, respeitando as preferências e o ritmo de adaptação da criança.

“Aconselho que, antes de introduzir uma dieta vegana para os filhos, os pais adotem esse estilo de vida para si mesmos. Afinal, uma criança tende a seguir a alimentação familiar. Em outras palavras, se a família não seguir uma dieta vegana, será difícil para a criança adotá-la somente porque os pais assim desejam”, finaliza Alice.

Sobre o CEJAM   
O CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” é uma entidade filantrópica e sem fins lucrativos. Fundada em 1991, a Instituição atua em parceria com o poder público no gerenciamento de serviços e programas de saúde em São Paulo, Rio de Janeiro, Mogi das Cruzes, Campinas, Carapicuíba, Franco da Rocha, Guarulhos, Itu, Santos, São Roque, Francisco Morato, Ferraz de Vasconcelos, Pariquera-Açu, Itapevi, Peruíbe e São José dos Campos.
A organização faz parte do Instituto Brasileiro das Organizações Sociais de Saúde (IBROSS), e tem a missão de ser instrumento transformador da vida das pessoas por meio de ações de promoção, prevenção e assistência à saúde.
O CEJAM é considerado uma Instituição de excelência no apoio ao Sistema Único de Saúde (SUS). O seu nome é uma homenagem ao Dr. João Amorim, médico obstetra e um dos fundadores da Instituição.
No ano de 2024, a organização lança a campanha “366 Novos Dias de Cuidado, Amor e Esperança: Transformando Vidas e Construindo um Futuro Sustentável”, reforçando seu compromisso com o bem-estar social, a preservação do meio ambiente e os princípios de ESG (Ambiental, Social e Governança).
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Profissionais da Santa Casa frequentam curso de suporte de vida pediátrico

 

 

Na semana passada, dias 30 e 31, profissionais dos setores de atendimento neonatal e pediátrico da Santa Casa participaram frequentaram um curso de atendimento pediátrico, o PALS – Suporte Avançado de Vida Pediatria, que lhes permite reconhecerem e manejarem crianças criticamente doentes, com treinamento por simulação realística de casos práticos.

A capacitação foi possível graças a doação de Amalia Spinardi, investidora filantrópica, responsável por quase todo investimento financeiro na construção e estruturação da UTI Neonatal e Pediátrica, recém-inaugurada na Maternidade da Santa Casa e que leva o seu nome, como forma de reconhecimento e gratidão à apoiadora.

Com duração de 20 horas, o curso foi ministrado pela empresa Help2, com certificação da American Heart Association, no Centro de Estudos, Pesquisas e Extensão e abordou os temas: reconhecimento e tratamento de bebês e crianças em risco de parada cardiorrespiratória, suporte básico de vida de bebês e crianças, reconhecimento de arritmia, manejo invasivo e não invasivo das vias aéreas, desfibrilação e cardioversão sincronizada, acesso intra-ósseo e administração em bolus de fluido e outros.

A Santa Casa de Assis tem avançado nos serviços oferecidos ao público infantil, com a inauguração do Pronto Atendimento Pediátrico e mais recentemente com a UTI Neonatal e Pediátrica ‘Amalia Spinardi’, além dos serviços historicamente oferecidos na sua Maternidade, a única na região com instalações exclusivas para gestantes, parturientes e recém-nascidos.

Neste ano, as equipes dos serviços de suporte de vida pediátricos também visitaram e participaram de outros treinamentos em instituições hospitalares renomadas e reconhecidas pela qualidade do atendimento ao público infantil, como Hospital Pequeno Príncipe (Curitiba/PR) e Albert Einstein (São Paulo/SP), também por intermédio e apoio financeiro de Amalia Spinardi.

Além de cumprir com sua vocação SUS, destinando mais de 60% dos atendimentos ao sistema público, a Santa Casa mantem seu propósito de oferecer um atendimento de qualidade, moderno e humanizado e para isso tem contado com parcerias na implantação de novos e melhores serviços de saúde, ampliando assim o acesso da população da cidade e região a tratamentos especializados, antes encontrados somente em grandes cidades.

 

 




Casos importados de sarampo alertam para importância da vacinação também dos adultos 

 

Os dois casos importados de sarampo registrados em São Paulo em outubro acenderam alerta sobre a necessidade de manter a vacinação em dia para evitar a doença, que apresenta alto potencial contagioso e pode gerar complicações em 30% dos infectados. Os pacientes são uma mulher de 35 e um homem 37 anos, da zona sul da cidade, que viajaram para três países europeus em setembro. No total, foram notificados quatro casos importados de sarampo em 2024 no país que, desse de 2022, não registra casos autóctones (transmitidos em território nacional).
 
“É uma doença grave e a confirmação dos dois casos em São Paulo nos deixa em alerta para o risco da circulação local do vírus”, afirma a médica infectologista pediátrica Sylvia Freire, do Sabin Diagnóstico e Saúde, ressaltando que a vacinação é o melhor caminho para prevenir o sarampo. O Ministério da Saúde indica a vacina Tríplice Viral, que protege os imunizados também contra a caxumba e a rubéola, para crianças, a partir 12 meses. Adolescentes e adultos não vacinados ou com esquema incompleto devem iniciar ou completar o esquema vacinal.

Para aqueles até 29 anos, a recomendação do Programa Nacional de Imunizações é de duas doses com no mínimo um mês de intervalo. A partir dos 30 anos até 59 anos completos, quem ainda não tomou a vacina recebe dose única. Trabalhadores de saúde não imunizados previamente devem receber duas doses, independentemente da idade, com intervalo de 30 dias.

Em situações de surto, as recomendações rotineiras podem ser alteradas, sendo possível a administração de uma dose da vacina tríplice viral nas crianças entre 6 e 12 meses de idade, entre outras medidas. O vírus do sarampo, Morbillivirus, pode ser transmitido por via respiratória, ao espirrar, tossir, falar e até mesmo respirar. “A transmissão pode ocorrer antes que o paciente apresente sintomas típicos como as manchas no corpo”, alerta Sylvia. “Como circula em outros países e pode voltar a circular no Brasil, é importante os adultos verificarem se foram imunizados na infância. O sarampo, como sabemos, é uma doença potencialmente grave. Os pacientes em dúvida, devem procurar uma unidade de vacinas”, orienta a médica.

Antes da introdução da vacina, em 1963, o mundo vivia epidemias em intervalos de dois a três anos que culminaram na morte de 2,6 milhões de pessoas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), trata-se de uma das doenças mais contagiosas do mundo, com taxa de mortalidade de 5% a 10% em crianças de países subdesenvolvidos. Nos casos mais graves, pacientes podem desenvolver complicações como encefalite e infeções bacterianas secundárias, como pneumonia e otite média aguda. Grávidas que contraem o sarampo podem sofrer parto prematuro ou gerar um bebê de baixo peso. Crianças de até 5 anos e imunossuprimidos são os grupos de maior risco de agravamento.

Atenção redobrada para quem viajou
O viajante que retorna ao Brasil deve manter a atenção ao aparecimento de sintomas em até 21 dias, destaca a infectologista pediátrica do Sabin, reforçando a orientação do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE). Caso apresente febre e manchas vermelhas na pele, evite o contato com outras pessoas até ser avaliado por um profissional da saúde.

Nos últimos anos, o sarampo protagonizou novos surtos que acometeram pessoas em diversas partes do mundo. Segundo a OMS, foram registrados mais de 300 mil casos de sarampo no mundo ao longo de 2023. Estimativas revelam que a cobertura vacinal atende 83% da população mundial, o que é considerado insuficiente, uma vez que a cobertura indicada é de 95%.

Sintomas do sarampo
Os primeiros sintomas da doença se assemelham aos de um resfriado comum ou da gripe, como tosse seca, coriza, mal-estar intenso. Conjuntivite e febre maior que 38,5oC costumam ocorrer na fase inicial. O indício mais emblemático, conforme explica a infectologista pediátrica, é quando as pessoas apresentam manchas na pele, sem secreção, que aparecem entre 3 e 5 dias após o início dos sintomas menos específicos. Inicialmente, as lesões surgem no rosto e atrás das orelhas e se espalham, em seguida, pelo restante do corpo.
 
“A persistência da febre, após o aparecimento das manchas na pele pode apontar para possível gravidade da doença, principalmente em crianças menores de cinco anos”, informa Sylvia, que acrescenta: “Há quem apresente outros sintomas, como os gastrointestinais (vômito e diarreia), neurológicos, que podem sinalizar uma encefalite (inflamação cerebral), além de sintomas pulmonares, em consequência de pneumonia viral ou bacteriana, resultado de infecção secundária”.

Vacinas disponíveis
Além da vacina tríplice viral, o Brasil disponibiliza rotineiramente outro imunizante que previne o sarampo: a tetraviral, responsável por prevenir os vírus do sarampo, da caxumba, rubéola e varicela (catapora).




Enfermagem da FEMA realiza ações de saúde e inclusão social na cidade


Dois grupos de Unidade de Extensão Curricular do curso de Enfermagem da Fundação Educacional do Município de Assis (FEMA) encerraram suas tarefas de 2024 com iniciativas de interesse direto na comunidade.

No dia 21 de outubro, às 14h, o grupo liderado pela professora Elizete Mello da Silva promoveu uma ação no Centro Comunitário do Assis 3. Com o objetivo de levar os estudantes ao campo de prática, a Unidade de Extensão visa aproximar os futuros enfermeiros das necessidades reais de saúde da comunidade. O projeto, desenvolvido com base nas demandas observadas na Unidade de Estratégia Saúde da Família (ESF) Santa Clara, proporcionou aos estudantes do primeiro ano a oportunidade de aplicar seus conhecimentos em enfermagem ao organizar um bingo voltado para a população idosa em parceria com o programa “Agita Assis”.

“A partir desses estudos, desenvolvemos ações voltadas para a sociabilidade como ferramentas para promover a qualidade de vida dos idosos”, explicou a professora Elizete. “O Programa Agita é uma iniciativa que busca combater o sedentarismo e auxiliar no tratamento de doenças crônicas. Por meio do bingo e com o apoio dos estudantes e da equipe de saúde da ESF, conseguimos engajar os idosos e contribuir para uma vida mais ativa e saudável”, acrescentou.

Já no dia 23 de outubro, a professora Rosângela Gonçalves da Silva coordenou uma ação na UBS Jardim Paraná, de treinamento de primeiros socorros. O projeto envolveu uma prova prática, na qual colaboradores da UBS puderam avaliar suas habilidades em situações de emergência.

“Esse vínculo que temos com a FEMA é importante, pois conseguimos realizar ações que beneficiam tanto os funcionários quanto os usuários da unidade”, comentou a enfermeira e coordenadora da UBS Jardim Paraná, Thayná Cristina Menegon Bernardo. “Essa parceria nos ajudou a abordar questões internas, como o relacionamento interpessoal, além de prover treinamento em primeiros socorros, especialmente para colaboradores que não têm formação na área da saúde”, explicou.

Elisa Nogueira da Silva, aluna do segundo ano de Enfermagem, destacou a relevância da experiência: “Foi muito gratificante poder compartilhar as técnicas de primeiros socorros que aprendemos ao longo do curso. Realizamos um pré e um pós-teste para avaliar o impacto do treinamento e foi notável ver o interesse e receptividade da equipe em aprender e colaborar conosco”, avaliou.




Setor de Endemias intensifica ações no cemitério neste Dia de Finados

 

A Secretaria da Saúde por meio do Departamento de Endemias está intensificando ações no Cemitério Municipal da Saudade visando o Dia de Finados que será celebrado neste sábado (2).

Esse trabalho tem como objetivo prevenir a dengue, já que é nesse período que existe maior circulação de visitantes no cemitério, levando por vezes, objetos que podem acumular água, que se tornam o ambiente propício à proliferação do inseto transmissor da doença..

Segundo o Instituto Climatempo, existe 85% de chance de chuva para a data, com acúmulo de 10 milímetros de água, previsão que se mantém para os próximos dias. Isso reforça a importância desse trabalho de prevenção.

Essa ação durará o dia todo dessa quinta-feira (31) e também se estenderá ao sábado (2), com uma equipe dedicada a orientar os frequentadores daquele espaço.




Autismo e Transtorno do Desenvolvimento da Linguagem (TDL): entenda as diferenças

 

 

O atraso no desenvolvimento da fala, o vocabulário limitado ou dificuldade de entender que outros estão dizendo são os primeiros sinais de alerta para que a família procure especialistas que diagnosticam o Transtorno do Espectro Autista (TEA), distúrbio do neurodesenvolvimento que afeta cerca de 2,8% das crianças, segundo o Center of Diseases Control and Prevention (CDC), órgão americano referência mundial no estudo desse problema.

De acordo com o Departamento de Foniatria da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), esses sintomas também podem indicar outro distúrbio ainda pouco conhecido pela população, mas que atinge mais crianças no mundo: o Transtorno do Desenvolvimento da Linguagem (TDL).“O TDL também é um problema que interfere no neurodesenvolvimento e afeta diretamente a capacidade de comunicação, gerando dificuldades na fala, compreensão e na interação social e aprendizagem escolar, impactos que também podem ser vistos no autismo. Mas a sua prevalência é maior. Segundo estudos internacionais, em torno de 7,5% das crianças possuem o diagnóstico”, revela a coordenadora do Departamento de Foniatria da ABORL-CCF, Mônica Simons Guerra.

Tanto o TEA, quanto o TDL são condições que afetam o desenvolvimento infantil e compartilham de semelhanças que podem confundir o diagnóstico. Para auxiliar no entendimento, a especialista da ABORL-CCF destaca as principais diferenças:

  • Tipos de dificuldades

    No TEA, as dificuldades de comunicação vão além de prejuízos na fala e na linguagem, afetando a comunicação social. Elas podem variar desde a incapacidade de manter relações com os outros até entraves no uso adequado da linguagem verbal e não verbal e na reciprocidade na comunicação. Esses desafios também podem impactar a compreensão de regras sociais e a capacidade de interpretar contextos.

    No TDL, as adversidades estão focadas na linguagem falada e na compreensão, como prejuízos na pronúncia de sons, dificuldades para expressar pensamentos, como encontrar palavras durante a fala, uso de frases muito simples e confusas, além de desafios em entender comandos, mesmo os mais simples, ou em compreender o que outras pessoas dizem. “Essas dificuldades em se expressar podem levar à frustração e impactar a interação social. Assim, não é uma regra que não haja prejuízo social, mas o impacto costuma ser menos severo e mais relacionado à linguagem”, analisa Mônica.

  • Interação social

    Crianças com TEA frequentemente apresentam prejuízos na interação social devido a limitações no engajamento e na reciprocidade, podendo evitar o contato visual e ter problemas para compreender gestos e emoções. Já crianças com TDL geralmente demonstram interesse em interagir e socializar, mas, em alguns casos, encontram dificuldades para se expressar verbalmente e compreender a fala do outro, o que pode impactar a qualidade da interação social.
  • Comportamentos repetitivos

    Comportamentos repetitivos e interesses restritos são parte dos critérios diagnósticos para o TEA. No entanto, essas condutas isoladas não são suficientes para determinar o autismo, pois algumas crianças podem apresentá-las sem sinalizar outros prejuízos, como falhas na comunicação social e outros padrões, que são essenciais para fechar esse quadro. No TDL, comportamentos repetitivos não integram os parâmetros de diagnóstico desse transtorno.
  • Evolução do desenvolvimento

    Ambas as condições do neurodesenvolvimento podem impactar outras áreas do desenvolvimento infantil. No entanto, no TEA é comum observar comprometimento em múltiplas áreas, incluindo linguagem, cognição e comportamento social. E no TDL, apesar do impacto ocorrer principalmente na fala e na linguagem com cognação preservada, podem ocorrer alterações no comportamento social pela dificuldade persistente em comunicação.
  • Condições médicas associadas
    Tanto no TEA quanto no TDL podem estar presentes outras condições médicas associadas. Autistas geralmente apresentam problemas de saúde, como distúrbios gastrointestinais, dificuldades de sono, convulsões, problemas sensoriais, déficits intelectuais, ansiedade e, em alguns casos, transtornos alimentares seletivos. No TDL, as crianças podem ter dificuldades escolares, questões emocionais (como ansiedade social e baixa autoestima) e TDAH, por exemplo.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico diferencial entre autismo e TDL é crucial ainda na infância para garantir que a criança receba o suporte e as intervenções adequadas. Com o avanço nas pesquisas e maior conscientização sobre essas condições, espera-se que mais indivíduos possam ser identificados precocemente.

“O médico otorrinolaringologista especialista em Foniatria é um dos profissionais indicados para esse diagnóstico, especialmente quando os sintomas iniciais envolvem problemas de fala e linguagem”, esclarece Mônica.

Entre as avaliações que auxiliam na identificação da criança com TDL estão a análise da história familiar, questionários específicos, exames físicos e complementares, como audiometria, além de relatórios escolares e de outros profissionais. A avaliação inclui também a observação clínica detalhada da fala, linguagem, motricidade orofacial e aspectos relacionados ao desenvolvimento da comunicação.

Em relação ao tratamento, o TDL tem como foco principal o desenvolvimento das habilidades de fala e linguagem, sendo a terapia fonoaudiológica uma das abordagens mais utilizadas. Porém, em alguns casos, pode haver necessidade de outras intervenções terapêuticas.

“Já o TEA é mais abrangente e afeta diversas áreas, exigindo uma intervenção multidisciplinar para promover a melhora da qualidade de vida. Isso inclui terapias comportamental e ocupacional, apoio educacional especializado e, em alguns casos, o uso de medicação para controle de sintomas específicos”, finaliza a especialista em Foniatria da ABORL-CCF.




Câncer de colo de útero: você conhece os impactos da saúde reprodutiva?

 

Imagem: Freepik

 

São Paulo, SP – outubro de 2024 – Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer do colo do útero é o terceiro tipo de câncer mais incidente entre mulheres, e estima-se que até 2025 sejam diagnosticados 704 mil novos casos no Brasil. Uma preocupação que vem ganhando destaque sobre o assunto é como a doença pode afetar a capacidade reprodutiva das mulheres. Além de ser um grave risco à saúde, a doença pode causar implicações na fertilidade feminina, é o que explica a Dra. Marise Samama, médica e ginecologista especialista em patologia do trato genital inferior e colposcopia e em reprodução assistida da AMCR (Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil).

“O câncer de colo de útero, pode afetar de forma transitória ou permanente a fertilidade, isso porque o tratamento deste câncer, muitas vezes, pode causar um dano ao útero e até mesmo a necessidade de retirada do útero por conta do câncer de colo de útero,” destaca a dra. Marise.

O câncer de colo de útero se origina nas células do colo do útero e está frequentemente associado à infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV), e o tratamento da doença pode incluir cirurgias, radioterapia e quimioterapia. Cada uma pode impactar a saúde reprodutiva, como por exemplo, cirurgias que envolvem a remoção de uma parte do colo do útero, podem preservar o útero, mas também podem levar a complicações na gravidez, como o parto prematuro, por exemplo. Já em alguns casos, é necessário a remoção total do útero, o que impede a possibilidade de uma gravidez futura.

“Do ponto de vista reprodutivo, foi observado em estudos recentes que mulheres infectadas com HPV tem 1,4 vezes mais chance de serem inférteis que mulheres não infectadas, sendo ainda um achado controverso em diferentes estudos. Um outro aspecto analisado é que o vírus infecta endométrio e células da granulosa, podendo afetar o desenvolvimento in vitro dos embriões, porém ainda sem comprovação sobre o efeito na taxa de nascidos vivos. Também foi demonstrado que homens inférteis tem maior prevalência de infecção por HPV no sêmen, podem comprometer a qualidade seminal e função reprodutiva, com maior incidência de aborto espontâneo,” comenta a médica e ginecologista da AMCR.

Identificação do HPV

Identificar o HPV é crucial para um diagnóstico precoce e um tratamento eficaz, é o que explica a Dra. klissia Pires, médica Especialista em Reprodução Humana, “na maioria dos casos, a infecção pelo HPV é assintomática. O diagnóstico é feito por exames subsidiários como os testes de biologia molecular para detecção do vírus, o preventivo (colpocitologia oncótica), a colposcopia e a biópsia, quando necessário. Quando cursa com sintomas, o principal achado clínico são as verrugas genitais com aparência semelhante ao de uma couve-flor. As verrugas podem surgir na vulva, vagina, colo do útero, ânus e orofaringe. O HPV pode causar coceira, ardência ou manchas na região das verrugas.”

Importância da vacinação

Ainda segundo o INCA, com os avanços nos tratamentos e também por conta da detecção precoce do câncer, a taxa de sobrevida em cinco anos para o câncer de colo de útero está em torno de 66%. Porém, ainda assim, 25% das mulheres que passaram pelo tratamento enfrentam dificuldades para engravidar. Por isso, a Dra. Marise Samama, destaca a importância da vacinação contra o HPV, como uma atitude fundamental para reduzir a incidência da doença. “Para concluir, considerando os efeitos oncológicos e reprodutivos da infecção pelo vírus HPV no trato reprodutivo de homens e mulheres, a vacinação é sem dúvida nenhuma a melhor estratégia, somada a campanhas públicas de prevenção de ISTs e uso de preservativos,” finaliza a Dra. Marise.

A vacinação é oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) até os 14 anos para meninas e até os 11 anos para meninos. No entanto, jovens e adultos até 26 anos podem se vacinar em clínicas particulares. Com a meta de aumentar a cobertura vacinal e proteger as novas gerações, é essencial que pais e responsáveis fiquem atentos ao calendário vacinal e incentivem a imunização de seus filhos.

“Existem 3 vacinas para o HPV, as mesmas são compostas por proteínas virais, porém sem capacidade de infecção. O objetivo é estimular o nosso sistema imune, a nossa memória imunológica”, explica a Dra. Zoila Isabel Medina De La Paz, especialista em Patologia do Trato Genital Inferior.

Sobre a Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil (AMCR)

AMCR – Associação Mulher Ciência e Reprodução Humana do Brasil – é uma organização formada apenas por mulheres, pós-graduadas da área da saúde e reprodução humana, que compartilham o mesmo propósito: disseminar o conhecimento científico em ginecologia e reprodução humana, através de uma comunicação clara e acessível à todas as mulheres, além de lutar pela igualdade de oportunidade entre gêneros, reconhecimento e valorização da atuação das mulheres da ciência em saúde feminina. A associação foi fundada em março de 2021, pela Prof. Dra. Marise Samama. Atualmente possui 50 associadas, distribuídas em todas as regiões do Brasil. Para saber mais informações, acesse o site.

 




Deputado Mauro Bragato articula reunião para tratar de doenças crônicas de pele

 

Nesta terça-feira (22), o deputado Mauro Bragato articulou uma reunião entre o secretário estadual da Saúde, Eleuses Paiva, e membros da Frente Parlamentar em Defesa das Pessoas com Doenças Crônicas de Pele, da qual é coordenador. O encontro, realizado em São Paulo, contou com a participação de médicos dermatologistas, incluindo Aline Okita e Wagner Galvão, a presidente da Associação Psoríase Brasil, Gládis Lima, e a representante da Colabore com o Futuro, Andrea Bento. A coordenadora do Grupo Estadual de Doenças Crônicas, Sonia Freire, também esteve presente.

A pauta da reunião focou em estratégias para aprimorar o tratamento de doenças crônicas de pele como psoríase, dermatite atópica, vitiligo, hidradenite supurativa e urticária crônica espontânea no âmbito do SUS. Os representantes da Frente Parlamentar ressaltaram a importância de políticas públicas que garantam a inclusão de todas as faixas etárias nos tratamentos, principalmente em relação à dermatite atópica, cujos protocolos atuais limitam o tratamento apenas a crianças e adolescentes até 18 anos.

Durante a reunião, foi apresentado o material “Por Trás da Pele”, elaborado pela Psoríase Brasil, com dados sobre o impacto dessas doenças na vida dos pacientes. O relatório revela que 71% dos pacientes com psoríase relatam interferências no uso de roupas, e 40% das pessoas com vitiligo evitam frequentar certos lugares. Além disso, a maioria dos pacientes com dermatite atópica tem dificuldade para dormir, e muitos enfrentam desafios no trabalho e nos estudos devido à doença.

Os especialistas presentes reforçaram a necessidade de atualizar e implementar novos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para garantir o acesso universal aos tratamentos no SUS e nos planos privados de saúde. Além disso, destacaram a urgência em melhorar o acesso a medicamentos e terapias que impactam diretamente a qualidade de vida dos pacientes.

A reunião concluiu com o compromisso de intensificar o trabalho para garantir melhores condições de tratamento e apoio aos pacientes com doenças crônicas de pele, promovendo a defesa de seus direitos e o desenvolvimento de políticas públicas inclusivas.