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Seminário sobre Hanseníase insiste na importância do diagnóstico precoce e da prevenção

 

O primeiro seminário sobre hanseníase, organizado pela Associação das Pessoas com Deficiência do Estado de São Paulo (APDESP), reuniu profissionais de saúde da cidade para discutir estratégias de enfrentamento à doença, com atenção no diagnóstico precoce e na prevenção.

“A sustentação está na atenção básica, porque começa pela prevenção. Trata-se de uma doença rara hoje em dia, mas ainda presente em nossa realidade”, observou Amanda Mailio Santana, secretária municipal de Saúde.

Por sua vez, o vereador Paulo Paçoca enfatizou a necessidade de priorizar a saúde municipal, com investimentos que garantam suporte integral aos profissionais desde o primeiro atendimento até as consultas médicas.

Claudomiro de Souza, presidente da APDESP, considera a capacitação contínua dos profissionais de saúde essencial para avançar na prevenção e no cuidado. “Precisamos de pessoas mais qualificadas na linha de frente. Quem previne não ficará com sequelas”, disse.

O seminário reforçou o papel da atenção básica para o enfrentamento da hanseníase, destacando a relevância de ações educativas, diagnósticos ágeis e o suporte aos pacientes para evitar complicações futuras.




Alerta: com vacinação em queda, casos de coqueluche aumentam mais de 10 vezes no país

 

Os casos de coqueluche dispararam em 2024, com um aumento superior a 1.000%, ou seja, 10 vezes, em todo o Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, foram registrados 5.987 casos no país, sendo 1.034 em recém-nascidos. Em São Paulo, o crescimento foi ainda mais alarmante: um salto de 3.436%, com 831 casos confirmados. O estado ficou atrás apenas do Paraná (1.229 casos).

A coqueluche é uma infecção respiratória grave causada pela bactéria Bordetella pertussis. Altamente contagiosa, ela se transmite por gotículas de saliva e é especialmente perigosa para bebês de até um ano.

“Em recém-nascidos, a resistência aos sintomas é menor. Além da tosse intensa, a doença pode causar parada respiratória, convulsões, vômitos e desidratação”, explica Fabíola La Torre, coordenadora do pronto-socorro infantil do Hospital e Maternidade São Luiz Osasco, da Rede D’Or.

De acordo com especialistas, a principal causa do atual surto é a baixa cobertura vacinal. A taxa ideal de vacinação contra a coqueluche deveria ser de, no mínimo, 95%, mas caiu drasticamente nos últimos anos. Por exemplo, em 2023, a cobertura em menores de um ano foi de apenas 68,98%, com índices ainda menores entre as gestantes.

“A vacinação durante a gravidez protege os recém-nascidos, reduzindo os riscos de contágio. Além disso, a falta de acesso a exames laboratoriais de biologia molecular dificulta o diagnóstico e o controle da doença”, acrescenta La Torre.

Outro problema é a ausência de doses de reforço para adolescentes, algo comum em países da União Europeia e nos Estados Unidos. “No Brasil, o Programa Nacional e Imunização prevê a aplicação da vacina apenas em crianças de 0 a 4 anos. Sem reforços, adolescentes ficam mais vulneráveis, aumentando o risco de transmissão, principalmente se tiverem condições como imunidade baixa, asma ou bronquite”, explica a médica.

No Sistema Único de Saúde (SUS), além das crianças, a vacina da coqueluche também é aplicada em gestantes, profissionais da saúde e trabalhadores com contato direto com recém-nascidos.

Sintomas, evolução da doença e tratamento

O período de incubação da coqueluche varia entre cinco e dez dias. Os primeiros sintomas incluem febre baixa, mal-estar, coriza e tosse seca, que se intensifica com o tempo. A fase mais grave envolve episódios de tosse intensa, chamados de crises paroxísticas, que podem durar semanas e acontecem principalmente à noite.

“Nos bebês, as crises podem levar à apneia, vômitos e até risco de morte. Durante os acessos de tosse, a pessoa tem dificuldade para respirar, podendo apresentar congestão, lacrimejamento e secreção abundante”, explica Flaubert Serra de Farias, infectologista pediátrico do São Luiz Osasco.

A unidade da Rede D’Or, localizada na região metropolitana de São Paulo, conta a maior e mais completa estrutura hospitalar da cidade e uma linha de cuidado pediátrico de referência, com corpo clínico especializado, equipe multidisciplinar, exames de alta complexidade e UTI pediátrica.

A frequência e intensidade das crises crescem nas duas primeiras semanas e tendem a diminuir gradativamente se for realizado o tratamento adequado, levando o paciente ratado à fase convalescente, ou de recuperação, que pode durar meses. “Nesse estágio, as crises diminuem, mas é preciso ter atenção a outras complicações, sendo imperativo o acompanhamento médico”, alerta o infectologista.

O diagnóstico da coqueluche é feito com exames clínicos e laboratoriais. O tratamento mais comum é à base de antibióticos. Além disso, pessoas próximas ao paciente (contactantes) devem receber profilaxia, que inclui vacinas, medicação, uso de máscaras e cuidados de higiene.

“As vacinas contra a coqueluche estão disponíveis tanto na rede pública quanto na privada. Manter a vacinação em dia é a melhor forma de prevenir a doença. Além disso, ao identificar sintomas, como a tosse, é importante buscar atendimento e orientação médica”, reforça Farias.




Saúde vai distribuir mais de 2 milhões de testes rápidos inéditos para diagnóstico de dengue em São Paulo

O Ministério da Saúde vai distribuir mais de dois milhões de testes rápidos para diagnóstico de dengue em São Paulo, como parte de um total de 6,5 milhões que serão enviados para todo o país. É a primeira vez que a pasta envia esse tipo de teste para detectar a dengue. A iniciativa vai ampliar a identificação precoce dos casos, especialmente em municípios distantes e com acesso limitado a serviços laboratoriais. O investimento soma mais de R$ 17,3 milhões. A distribuição vai começar na próxima semana e os gestores estaduais serão orientados por meio de uma nota técnica com critérios de uso.

Do total, serão distribuídos 4,5 milhões de testes na primeira remessa. Os dois milhões de testes restantes serão utilizados como estoque estratégico para atender as localidades que possam apresentar acréscimo no número de casos e necessitem de uma resposta rápida no diagnóstico. O processo de aquisição dos testes rápidos foi iniciado em 2024.

Sistema Único de Saúde (SUS) já possui outros dois tipos de testes para identificação da dengue: o biologia molecular e o sorológico, ambos disponíveis nos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen). Com o anúncio do Ministério da Saúde, a população passa a contar com uma terceira opção, que é o teste rápido, capaz de detectar a presença do vírus da dengue, mas sem identificar o sorotipo. Esses testes estarão disponíveis na rede pública, como Unidades Básicas de Saúde, conforme a distribuição da gestão local.

Confira a nota técnica na íntegra

A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, explica que o teste é uma ferramenta para ampliar a assistência na rede de atendimento local. “Não podemos esquecer a importância da manutenção da coleta das amostras para a vigilância epidemiológica, uma vez que o teste rápido não diferencia os sorotipos da dengue e nem outras arboviroses, como zika e chikungunya”, acrescenta.

Avanço no diagnóstico laboratorial

Outro avanço significativo foi a ampliação do diagnóstico da dengue na rede de laboratórios, com aumento de 76,4% nos diagnósticos de 2024 em comparação com 2023. Em 2023, foram realizados 778.422 diagnósticos de dengue, enquanto em 2024 esse número subiu para 1.373.536.

A secretária Ethel Maciel reforça que o uso dos testes rápidos será complementar às estratégias já existentes para controle do vetor, além da vacinação, e destaca a necessidade de os municípios seguirem os protocolos de coleta e envio de amostras para análise laboratorial, “fundamental para saber onde há maior circulação de cada sorotipo do vírus”. 




Pronto Atendimento Maria Izabel será transformado em unidade de serviços 24 horas

O Pronto Atendimento (PA) Maria Izabel, será uma unidade responsável pelo atendimento 24 horas, conforme promessa da atual gestão municipal durante a campanha eleitoral do ano passado.

“Nós estamos aqui não para criticar, mas para ajudar. Anotamos alguns pontos importantes que precisam ser corrigidos e vamos levar essas demandas à prefeita. Dentro do prazo necessário, vamos reinaugurar o espaço, garantindo qualidade e excelência no atendimento”, comentaram os vereadores Roni da Farmácia e Lucas Gomes, que visitaram aquela unidade recentemente.

Para Regina, dona de casa e moradora do Jardim Eldorado, o serviço é essencial e a ampliação do horário fundamental, já que o bairro precisa de um atendimento 24 horas.

“Minha família vem aqui porque o atendimento é bom, mas a unidade precisa de reformas, além de priorizar atendimentos urgentes. Tem bancos quebrados e outros problemas, sempre o melhor mais e mais”, destacou Regina.

O Pronto Atendimento em questão, recebe durante a semana cerca de 300 pacientes.

Os vereadores entendem que, antes de iniciar o atendimento 24 horas, é necessário realizar reformas urgentes nas instalações para assegurar um serviço de qualidade.
“Sabemos da relevância do atendimento 24 horas, mas precisamos assegurar que a população tenha acesso a um atendimento com qualidade e segurança. Foi uma visita produtiva e vamos encaminhar todas as observações à prefeita para as devidas melhorias”, concluiu Lucas Gomes.




Hanseníase: entenda porque a doença ainda é um desafio no Brasil

 

 

O Brasil é o segundo país com mais casos de hanseníase no mundo, ficando atrás apenas da Índia, de acordo com o Ministério da Saúde. A doença, causada pela bactéria Mycobacterium leprae, afeta a pele e nervos periféricos, podendo causar incapacidades físicas se não tratada.

Entre os sintomas mais comuns estão manchas na pele que podem variar de esbranquiçadas a avermelhadas ou amarronzadas e, geralmente, apresentam também a perda de sensibilidade ao toque, calor, frio ou dor.  Em alguns casos, surgem caroços, e, nos estágios mais avançados, pode haver fraqueza muscular e deformidades.

Mesmo tendo cura, o quadro carrega consigo um estigma que transcende séculos e deixa marcas emocionais e sociais. Hoje, muitos pacientes diagnosticados ainda enfrentam preconceito e discriminação.

“A hanseníase é uma doença complexa. É fundamental adotar uma visão mais ampla ao tratá-la, levando em consideração não apenas os aspectos biológicos, mas também suas implicações na vida das pessoas afetadas e as dimensões psicológicas e sociais. Só assim é possível proporcionar um atendimento integral e humanizado aos pacientes”, afirma Dra. Flávia Rosalba, dermatologista do Hospital Dia Campo Limpo, gerenciado pelo CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo (SMS-SP).

Sentimentos como ansiedade, baixa autoestima, vergonha, culpa, necessidade de se isolar e depressão podem ser experienciados por pacientes com hanseníase. Essas emoções podem se tornar grandes barreiras ao tratamento, uma vez que alguns pacientes hesitam em buscar ajuda por medo.

“No entanto, o tratamento é crucial para interromper a transmissão. Todo o cuidado é realizado com medicações em comprimidos, disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”, explica a médica.

Outro desafio é o diagnóstico tardio da doença. A especialista enfatiza que a regularidade das consultas dermatológicas pode fazer uma grande diferença nesse aspecto, proporcionando uma análise precoce e evitando possíveis complicações de saúde.

Cuidado psicológico como parte necessária do tratamento

A reabilitação física e emocional deve andar de mãos dadas, com ações integradas. Assim, o cuidado psicológico é uma parte essencial do tratamento da hanseníase, por conta de todo o impacto que a doença pode acarretar à saúde mental.

“O acompanhamento em psicoterapia é uma forma de trabalhar a aceitação e ressignificação do diagnóstico com o paciente”, complementa Ana Paula Ribeiro Hirakawa, psicóloga que atua no CER IV M’Boi Mirim, gerenciado pelo CEJAM em parceria com a SMS-SP.

Ela explica que o suporte psicológico pode incluir terapias individuais e, principalmente, atividades em grupo que abordem questões de autoestima, enfrentamento e reinserção social. Nesse sentido, os grupos de apoio podem ser um reforço a mais.

Já o suporte social, inclui orientações de assistentes sociais, que podem direcionar a pessoa para programas governamentais e comunitários para inclusão e reintegração.

SUS oferece suporte

A Unidade Básica de Saúde (UBS) é a porta de entrada para o cuidado dos pacientes com hanseníase. Ela dispõe de uma equipe multiprofissional que auxilia no diagnóstico, realizando os encaminhamentos necessários para centros especializados de hanseníase e reabilitação, além de também oferecer o tratamento.

A terapia, um recurso importante para o apoio a esses pacientes, também pode ser acessada gratuitamente a partir da UBS mais próxima. As unidades gerenciadas pelo CEJAM, por exemplo, possuem uma linha de cuidado dedicada exclusivamente à saúde mental, que faz toda a diferença no acolhimento e cuidado dessas pessoas.

Sobre o CEJAM   

O CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” é uma entidade filantrópica e sem fins lucrativos. Fundada em 1991, a Instituição atua em parceria com o poder público no gerenciamento de serviços e programas de saúde em São Paulo, Rio de Janeiro, Mogi das Cruzes, Campinas, Carapicuíba, Franco da Rocha, Guarulhos, Itu, Santos, São Roque, Ferraz de Vasconcelos, Pariquera-Açu, Itapevi, Peruíbe e São José dos Campos.

A organização faz parte do Instituto Brasileiro das Organizações Sociais de Saúde (IBROSS), e tem a missão de ser instrumento transformador da vida das pessoas por meio de ações de promoção, prevenção e assistência à saúde.

O CEJAM é considerado uma Instituição de excelência no apoio ao Sistema Único de Saúde (SUS). O seu nome é uma homenagem ao Dr. João Amorim, médico obstetra e um dos fundadores da Instituição.

No ano de 2025, a organização lança a campanha “365 novos dias de saúde, inovação e solidariedade”, reforçando seu compromisso com os princípios de ESG (Ambiental, Social e Governança).

Siga o CEJAM nas redes sociais (@cejamoficial) e acompanhe os conteúdos divulgados no site da instituição.




Mais de 400 painéis nas rodovias paulistas divulgam a campanha Janeiro Roxo-Todos contra a Hanseníase

 

 

A ARTESP-Agência de Transporte do Estado de São Paulo e concessionárias mais uma vez apoiam a campanha “Janeiro Roxo – Todos contra a Hanseníase”, realizada em todo o país pela Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH). O objetivo é alertar os motoristas e usuários sobre a importância da prevenção e diagnóstico precoce da hanseníase, doença transmitida pelo bacilo de Hansen que afeta os nervos, mas tem tratamento gratuito e pode ser curada.

“A veiculação de mensagens da campanha na ação da ARTESP e concessionárias é uma estratégia poderosa de sensibilização da população e tão importante quanto isso é o exemplo a outras organizações para que abracem causas de impacto social”, avalia Marco Andrey Cipriani Frade, presidente da SBH.

A campanha “Todos Contra a Hanseníase” acontece durante o ano inteiro, mas é intensificada durante o primeiro mês do ano, oficializado pelo Ministério da Saúde como Janeiro Roxo, para conscientização sobre a doença. A SBH é parceira oficial da ação global NTD World Day-Neglected Tropical Diseases World Day, que acontece em todo o mundo (worldntdday.org).

Alguns pontos das estradas paulistas farão distribuição da cartilha “Todos contra a Hanseníase” para usuários. A cartilha também pode ser acessada no site da Sociedade Brasileira de Hansenologia.

Cenário da hanseníase no Brasil

22.773 novos doentes foram diagnosticados no Brasil em 2023, segundo o último boletim epidemiológico da OMS, um aumento de 4% em comparação com 2022. O país é o 2º país em números absolutos de casos – perde apenas para a Índia. Porém, o Brasil já é o 1º no mundo em taxa de detecção, que é o percentual de casos novos diagnosticados a cada 100.000 habitantes. Além disso, mais de 90% dos diagnósticos das Américas estão no Brasil.

A doença tem cura e tratamento gratuito em todo o território nacional. O diagnóstico é clínico, ou seja, o paciente apresenta um conjunto de sinais e sintomas que podem ser identificados em consulta médica. Em tratamento, o doente deixa de transmitir a hanseníase.

Como o bacilo agride os nervos, o paciente o apresenta neurodegeneração periférica, com alteração de sensibilidade na pele e diminuição de força na face, mãos e pés, que podem ser acompanhados de manchas irregulares avermelhadas ou esbranquiçadas pelo corpo. Em algumas áreas da pele pode haver perda de pelos, diminuição e até perda total de sensibilidade com ausência total ou parcial de suor, entre outros sintomas. A hanseníase é, comumente, confundida com outras doenças, como artrite, artrose, fibromialgia etc., e, por isso é importante procurar um médico ao suspeitar da doença.

O número de crianças menores de 15 anos com hanseníase é preocupante – como a doença demora alguns anos para se manifestar, esses casos sinalizam que as crianças estão sendo contaminadas muito cedo, por pessoas com hanseníase e sem tratamento.

Segundo a SBH, o país vem registrando um aumento do percentual de pessoas diagnosticadas com grau 2 de deficiência física (sequelas irreversíveis) como consequência de diagnósticos tardios. “O diagnóstico precoce não apenas cura a doença, mas previne sequelas”, explica Cipriani Frade.

Nos últimos anos, a SBH tem acompanhado aumento substancial de novos diagnósticos em localidades brasileiras com hansenólogos atuando e onde são feitas ações de capacitação de profissionais de saúde para diagnóstico e tratamento da hanseníase, o que comprova o cenário de endemia oculta da doença. Foi o que ocorreu em Jardinópolis, Tambaú e Ribeirão Preto, interior paulista, que tem um dos maiores índices de hanseníase no estado de São Paulo. E também no estado do mato Grosso, onde foram formados 37 novos hansenólogos nos últimos dois anos.

“Acompanhamos com preocupação as manifestações de surpresa tanto por parte da população quanto por parte de autoridades sobre aumento de diagnósticos em determinadas regiões. Acontece que por ser um país endêmico para hanseníase, a surpresa recai sobre municípios, estados e regiões silenciosas para essa doença. Se procurar, acha, pois em todas as localidades onde há capacitação e  treinamento de profissionais de saúde, há aumento de diagnósticos”, explica o presidente da SBH.

 




Janeiro Branco – Palestra sobre Saúde Mental é realizada na empresa Leveros

 

 

No último dia 17 de janeiro, a Medicina Preventiva da Unimed Assis esteve presente na empresa Leveros, com a palestra de Janeiro Branco ministrada pelo médico Dr. Lucas Sussel, sobre saúde mental. Durante a palestra foram abordados temas essenciais relacionados ao bem-estar mental e ao impacto do ambiente de trabalho na saúde emocional dos colaboradores. O Janeiro Branco é uma campanha nacional que visa conscientizar a população sobre a saúde mental e emocional.

O evento, que contou com a presença de cerca de 60 colaboradores da empresa Leveros, trouxe oportunidades para discutir tópicos como o conceito de saúde e bem-estar mental, com momentos precisos para sensibilizar os trabalhadores para a atenção sobre o bem-estar psicológico.

“Cuidar da saúde mental não se trata apenas de doenças, mas envolve manter um equilíbrio emocional e psicológico que auxilie para o bem-estar geral, visando a prevenção como parte fundamental desse processo.” Relata Juliana Pires, enfermeira responsável pela medicina preventiva da Unimed Assis.

Esse tipo de iniciativa, que oferece conhecimento sobre saúde mental no ambiente de trabalho, é importante para incentivar uma cultura de prevenção e cuidado, ajudando os colaboradores a identificarem sinais precoces de estresse e a buscar soluções saudáveis para equilibrar suas vidas profissionais e pessoais.

A Unimed Assis oferece diversas formas de cuidado com os beneficiários. No programa controle empresarial, que é realizado dentro das empresas com os colaboradores, são oferecidos palestras, acompanhamento psicológico, exames físicos e laboratoriais, avaliação individual dos colaboradores, além de orientações sobre mudança de hábito e qualidade de vida. Para mais informações, entre em contato com a Medicina Preventiva da Unimed Assis, pelo telefone 18 3303 3000.




Após 10 anos, lei que regula participação de pacientes em estudos de novas drogas e vacinas entra em vigor

 

 

Já está em vigor no Brasil a Lei 14.874/2024 que estabelece requisitos para a condução da pesquisa clínica, incluindo a necessidade de aprovação ética, consentimento informado dos participantes e transparência dos dados. A Lei visa garantir a segurança dos participantes e a integridade dos resultados das pesquisas.

A Pesquisa Clínica é quando são realizados testes com humanos para saber se de fato um novo tratamento, medicamento ou vacina é eficaz e seguro. O Brasil comemorou a sanção da Lei que levou quase 10 anos de amplas discussões no Congresso para ser aprovada, no entanto, ainda esbarra na falta de diretrizes sobre sua regulamentação.

Fernando de Rezende Francisco, gerente executivo da ABRACRO (Associação Brasileira de Organizações Representativas de Pesquisa Clínica) explica que, apesar da aprovação da Lei, o cenário da Pesquisa Clínica no país atualmente é de instabilidade, já que a lei pode ser regulamentada daqui um ano, dois ou até mais.

As Leis estabelecem princípios gerais e objetivos, mas a regulamentação é necessária para definir detalhes práticos e procedimentos operacionais. “Sem regulamentação detalhada, a Lei pode não atingir seus objetivos de forma eficaz, pois a falta desses detalhes pode comprometer a sua aplicação e também fiscalização.”, comenta Fernando.

Fernando lembra que há mais de 30 aspectos a serem regulamentados na Lei, ou seja, todos esses pontos não se tornam válidos enquanto não houver regulamentação. De acordo com o Gerente Executivo, cabe agora a quem está atuando no mercado ler e interpretar a lei e as normas que já existem, para saber o que precisa ser feito na prática.

Vale lembrar que a falta de previsibilidade torna o ambiente regulatório menos atraente para o início de novos estudos e pode dificultar o avanço científico e o acesso da população a novas terapias e tecnologias. “Quando há imprevisibilidade nas regras para o desenvolvimento científico no Brasil, as empresas podem optar por levar suas pesquisas a países com sistemas mais estáveis, onde há maior segurança para o investimento e condução das pesquisas clínicas”, explicou Fernando.

Para a Associação, um caminho a ser seguido é a aplicação de Boas Práticas Regulatórias, à exemplo da ANVISA, para garantir segurança, transparência e eficiência no processo regulatório. Esse conjunto de melhores práticas devem promover a proteção dos direitos dos cidadãos, assegurar a aplicação consistente e previsível das Leis e ter como uma de suas bases o amplo diálogo com representantes do setor.

Outra sugestão é o envolvimento de outros Ministérios neste diálogo, assim como a participação de organizações científicas, conselhos de profissionais da saúde, CROs, Indústria Farmacêutica e toda a Sociedade Civil Organizada, uma vez que, enquanto o cenário for instável, quem mais sofre com a falta de Estudos Clínicos sendo realizados no Brasil são os pacientes.




Mariana Rios: gravidez após os 35 anos é mais difícil, mas não impossível

 

Nos últimos anos, tem aumentado o número de mulheres que decidem ser mães após os 35 anos, um fenômeno observado não apenas no Brasil, mas em várias partes do mundo. Dados do Ministério da Saúde mostram que a faixa etária de 30 a 39 anos teve um aumento de 19,7% no número de nascimentos entre 2020 e 2022, passando de 734,5 mil para 879,5 mil. O cenário reflete mudanças nas prioridades e escolhas das mulheres, também levanta questões sobre as dificuldades de engravidar com a idade mais avançada, como no caso da atriz Mariana Rios, que recentemente anunciou ser uma “tentante”, aos 39 anos.

Em vídeo publicado nas redes sociais, a atriz revela que ser tentante é, muitas vezes, solitário. O termo é designado para mulheres que estão tentando se tornarem mães, de forma natural, por adoção ou fertilização in vitro.

Segundo o especialista em reprodução humana Dr. João Guilherme Grassi, “as mulheres que tentam engravidar entre 30 e 35 anos, têm chance de sucesso de cerca de 20 a 25% por ciclo, com uma probabilidade de 80% após um ano de tentativas. A taxa diminui significativamente após os 35 anos. Para as mulheres nessa faixa etária, a probabilidade mensal de engravidar é de 15 a 20% por tentativa natural, com 75% de chance de concepção após um ano”.

Grassi ressalta que a situação se agrava após os 40 anos, quando as taxas caem para 10 % ao mês e 50% ao ano. Os números refletem a realidade da fertilidade feminina, que passa por um declínio natural com o passar dos anos, devido a reserva ovariana, implicando na quantidade e qualidade dos óvulos. “Além da diminuição das chances de concepção, a gravidez em mulheres com mais de 35 anos está associada a um maior risco de abortamentos por erros genéticos, que aos 30 anos é de 10%, já aos 40 chega a 25% das gravidezes” – pontua o especialista.

Apesar de ser mais difícil engravidar após os 35 anos, não é impossível. A fertilidade feminina diminui gradativamente com a idade devido à queda na qualidade e quantidade dos óvulos, mas a medicina reprodutiva oferece alternativas eficazes para mulheres que enfrentam dificuldades para conceber. Entre essas alternativas, destaca-se a Fertilização In Vitro (FIV), especialmente recomendada em casos de infertilidade sem causa aparente, endometriose, alterações tubárias, alterações masculinas ou em mulheres com baixa reserva ovariana.

“Para indicar a FIV avaliamos cautelosamente cada caso. É uma opção importante já após seis meses de tentativas sem sucesso, principalmente em mulheres com mais de 38 anos. Nessa faixa etária, tratamentos de baixa complexidade, como a relação sexual programada ou a inseminação intrauterina (IIU), apresentam taxas de sucesso mais baixas. Nessas situações, a fertilização in vitro torna-se uma solução mais eficaz, com chances de sucesso mais promissoras” – explica o especialista Dr. João Guilherme Grassi.

Essa abordagem personalizada e baseada em idade e histórico reprodutivo visa otimizar o tempo e aumentar as chances de sucesso, considerando que a fertilidade declina mais acentuadamente após os 40 anos.

No vídeo, Mariana Rios inspira outras mulheres a compartilharem sua jornada na tentativa de engravidar, mas não revela a qual método está recorrendo.




Diagnóstico da obesidade deverá ter novos parâmetros a partir de 2025

 

 

Conforme especialistas vêm defendendo há muitos anos, incluindo cirurgiões da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) o Índice de Massa Corporal (IMC) não será mais o único parâmetro utilizado para a definição de obesidade.

Acabou de ser publicado, nesta terça-feira (14), o resultado do trabalho de uma comissão formada por 58 especialistas de todo o mundo que atuam no tratamento da obesidade, incluindo dois pacientes. Entre os integrantes da comissão está o ex-presidente da SBCBM e atual presidente da Federação Internacional de Cirurgia para a Obesidade (IFSO), Ricardo Cohen.

Com o apoio da revista científica The Lancet, foram propostas novas diretrizes para diagnosticar a obesidade, reconhecendo-a como uma doença crônica e contínua, e não apenas como um fator de risco para outras doenças relacionadas ao excesso de gordura, como diabetes e hipertensão. Os especialistas chegaram a 18 sinais e sintomas capazes de indicar quando a obesidade é doença em adultos — e outros 13 em crianças e adolescentes.

A publicação da Lancet Diabetes & Endocrinology Commission distingue também obesidade clínica da obesidade pré-clínica, conforme a presença ou ausência de manifestações clínicas objetivas de disfunção orgânica. O diagnóstico clínico requer um ou ambos os seguintes critérios principais: evidência de função reduzida de órgãos ou tecidos devido à obesidade (ou seja, sinais, sintomas ou testes diagnósticos mostrando anormalidades na função de um ou mais sistemas de tecidos ou órgãos); ou limitações substanciais, ajustadas por idade, nas atividades diárias, refletindo o efeito específico da obesidade na mobilidade, em outras atividades básicas da vida diária (por exemplo, banho, vestimenta, higiene, continência e alimentação), ou ambos.

O grupo utilizou o método Delphi para alcançar consenso sobre critérios diagnósticos, enfatizando a necessidade de confirmar o excesso de gordura além do IMC e considerando limitações nas atividades diárias.

O documento traz recomendações para clínicos e formuladores de políticas públicas, focando na prevenção e tratamento baseado em evidências.

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, Juliano Canavarros, a redefinição proposta é um divisor de águas na compreensão e no manejo da obesidade, já que diferenciando obesidade pré-clínica e obesidade clínica, os novos critérios reconhecem que o excesso de adiposidade pode se manifestar de formas distintas, ora como um fator de risco, ora como uma condição de doença estabelecida.

“A Obesidade Pré-Clínica define o excesso de gordura corporal sem evidências de disfunção orgânica, mas com risco aumentado de progressão para doenças crônicas. Já a Obesidade Clínica caracteriza-a como uma doença sistêmica crônica, com disfunções funcionais em órgãos e tecidos, incluindo alterações metabólicas, cardiovasculares e estruturais”, afirma Canavarros.

Para ele, os novos critérios de avaliação têm vantagens como, a inclusão de métodos como circunferência abdominal, razão cintura-quadril e medidas diretas de adiposidade, como o DEXA, que permitem uma avaliação mais fidedigna do impacto da obesidade na saúde.

“Essa abordagem evita tanto o subdiagnóstico (em pessoas com IMC normal e alta adiposidade) quanto o sobrediagnóstico (em atletas com alta massa muscular). Também reconhece a obesidade clínica como uma doença baseada em alterações funcionais objetivas baseada em evidências e não apenas no peso, promovendo um cuidado mais centrado no indivíduo e alinhado com os princípios da medicina personalizada, para reverter disfunções e melhorar a qualidade de vida. Já na Obesidade Pré-Clínica permite a implementação de estratégias de monitoramento, aconselhamento e intervenções preventivas para evitar a progressão da doença”, destaca Canavarros.

Políticas públicas baseadas em evidências

Outro benefício da nova definição é que ela combate a ideia de que a obesidade é apenas uma falha de comportamento ou estilo de vida, reconhecendo-a como uma doença multifatorial e sistêmica, promove-se um cuidado mais humanizado, com redução do estigma associado à condição.

“Esses avanços representam uma oportunidade para transformarmos a forma como abordamos a obesidade em nossos sistemas de saúde. Na SBCBM, acreditamos que a integração desses novos critérios fortalecerá ainda mais as abordagens multidisciplinares que sustentam a cirurgia bariátrica e metabólica e estamos comprometidos em liderar esforços para disseminar essas diretrizes no Brasil, colaborando com médicos, gestores de saúde e pacientes para promover mudanças significativas em nosso sistema de saúde, completa Canavarros afirmando que a SBCBM apoia esses avanços e reafirma seu compromisso com a excelência no cuidado de pessoas que vivem com obesidade.

Confira os 18 sinais da obesidade clínica em adultos:

1. Dores de cabeça recorrentes e perda de visão. Às vezes, têm a ver com a pressão intracraniana aumentada.

2. Apneia do sono. Quando você se deita e dorme, a gordura em excesso no abdômen e na garganta faz o ar ter encontrar resistência para passar. A respiração sofre breves (e ruidosas) interrupções.

3. Falta de ar. Ela mostra que os pulmões e o músculo da respiração, que é o diafragma, têm dificuldade para se expandir.

4. Insuficiência cardíaca de fração reduzida: o coração não se contrai direito para bombear o sangue.

5. Fadiga e inchaço nas pernas. Esses sintomas podem indicar outro tipo de insuficiência cardíaca, a de fração preservada. Nela, o coração não relaxa direito. O bombeamento do sangue também fica prejudicado.

6. Palpitações e ritmo cardíaco irregular. São sinais de arritmias.

7. Hipertensão pulmonar: quando sobe demais a pressão da artéria que leva o sangue do coração até os pulmões para ser oxigenado.

8. Trombose venosa: quando surgem coágulos nas veias das peras.

9. Hipertensão. Isto é, pressão sanguínea acima dos valores saudáveis.

10. Alterações metabólicas: quando o exame de sangue acusa

11. Aumento do colesterol LDL ou dos triglicérides ou, ainda, dos níveis de glicose, por exemplo.

12. Doença hepática gordurosa: quando exames de imagem

encontram gordura infiltrada no fígado, o que é capaz de inflamá-lo.

13. Excesso da proteína albumina na urina: este é um dos sintomas de rins que não estão funcionando a contento.

14. Escapes de xixi: se os episódios de incontinência urinária se tornam frequentes.

15. Menstruação irregular, falta de ovulação e síndrome dos ovários policísticos: são sinais de problemas reprodutivos em mulheres.

16. Deficiência de testosterona nos homens e baixa produção de espermatozoides: indicam problemas reprodutivos no público masculino.

17. Dores nos joelhos e/ou na bacia. Elas acusam problemas articulares.

18. Linfedema. Ele causa inchaços e dores crônicas.

19. Limitações em atividades básicas do dia a dia: se a falta de mobilidade dificulta tarefas como tomar banho, vestir-se e outras.

Nas crianças e nos adolescentes, vale lembrar, são 13 critérios, muitos deles em comum com a lista dos adultos.