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Diocese de Assis

 

Educar para o Humanismo Solidário e construir a Civilização do Amor são planos de ação que a Igreja já estabelece após a pandemia e as situações de guerra; “É necessário promover a cultura do diálogo, globalizar a esperança, buscar uma verdadeira inclusão, criar redes de cooperação” (240) registra o TB da CF2022. Como mãe, a Igreja lança seu olhar para dias melhores. “A pandemia nos possibilitou a redescoberta da compaixão e da misericórdia de Deus (…) O horizonte quaresmal nos ajudou a pensar em boas práticas de misericórdia no cenário educacional” (246-247).

Como vemos, mesmo em situações aparentemente caóticas, o magistério da Igreja aponta caminhos de esperança renovada. “Fomos obrigados a nos repensar para alcançar o povo, para continuar próximos às pessoas. A renovação de nossa ação pastoral, adotando as celebrações litúrgicas por via digital, não basta. A Tecnologia moderna nos desafia a buscar novas formas de vivermos a fé e a caridade em nossas Comunidades Eclesiais Missionárias (Ceclemis) (252). Aponta um caminho novo, através da ação missionária eclesial, popular, pessoal… Uma nova missão que nasce das bases!

Então deixa-nos um registro consolador, o apelo do Papa: “Também gostaria de convidá-los a pensar no ‘depois’, porque esta tempestade vai acabar e suas sérias consequências já estão sendo sentidas (…) Quero que pensemos no projeto de desenvolvimento humano integral que ansiamos, focado no protagonismo dos povos em toda a sua diversidade…” (253). E nos recorda um trocadilho “sem dicotomias”: educar é evangelizar e evangelizar é educar.

O texto então nos apresenta uma extensa lista de ações, que vão desde a formação de professores, a política, o ensino religioso e em especial a ação pastoral no interior das comunidades eclesiais missionárias, pelo visto uma nova aposta de florescimento da fé através da evangelização. Mas nem só de projetos vive o mundo. É necessário exemplos, praticidade, resultados. Isso a vida eclesial tem de sobra. Isso a fé exemplifica com a própria história que aqui se escreve com a vida da Igreja e a coerência de seus seguidores. “Nesse sentido, na conclusão desse Texto-Base, recordamos algumas belas exortações do Papa Francisco nesta catequese: “E Jesus ia crescendo em sabedoria, idade e graça diante de Deus e dos homens” (Lc 2,52) (278).

Voltamos às origens. A família é nossa primeira e escola. É a fonte de toda e qualquer sabedoria que o lastro da graça divina possa oferecer a um ser humano. “Juntamente com Maria, José cuidava de Jesus, antes de tudo, a partir deste ponto de vista, ou seja, criou-o, preocupando-se, a fim de que não lhe faltasse o necessário para um desenvolvimento sadio” (279) Cuidou de educa-lo para a vida. O segundo aspecto foi a dimensão religiosa. “Diz a Escritura que o princípio da sabedoria é o temor do Senhor. Temor não tanto no sentido de medo, mas de respeito sagrado, de adoração e de obediência à sua vontade, que procura sempre o nosso bem” (280). Por fim, o crescimento do menino Jesus também tinha a dimensão da graça. “Crescer em idade, crescer em sabedoria, crescer em graça: este é o trabalho que José levou a cabo em relação a Jesus: fazê-lo crescer nestas três dimensões, ajuda-lo a crescer” (…) “José educou Jesus primariamente com o exemplo: o exemplo de um homem justo (Mt 1,19), que se deixa sempre guiar pela fé, e sabe que a salvação não deriva da observância da lei, mas da graça de Deus, do seu amor e da sua fidelidade” (281).

Depois dessa, tenhamos todos uma Boa Páscoa, passagem para uma vida nova na escola da vida!

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]




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          Para muitos, a educação religiosa caducou. Não há mais espaço para ela no mundo atual, onde impera a realidade da matéria e seus apêndices seculares, sem Deus, sem utopias, sem as arestas da fé, seja esta de tradição milenar ou mesmo origem tribal. O “Ide, pois, e fazei discípulos”, não mais encontra eco na realidade tangível e cruenta do homem moderno. Será mesmo? Tenho certeza que não. A fé está em plena e gloriosa ascensão. “Hoje, mais do que nunca, educar na fé significa fazer que alguém se ponha, não apenas em contato, mas em comunhão, em intimidade com Jesus Cristo, como afirmou São João Paulo II e como insiste o recente Diretório para a Catequese” (192). Educar, pois, na fé, também é uma ferramenta de evolução que traz muitos progressos e benefícios para os dias atuais.

Quando o coração humano se esvazia de seus dilemas para se deixar transbordar pelas maravilhas de suas conquistas e evoluções tecnológicas, há um hiato de revelação que o faz pensar na sua transcendência, na sua origem divina. Esse “transbordamento” é a alegria das revelações de fé, experimentada pelos discípulos e evangelistas e divulgadas por eles em seu apostolado sem limites. Lucas, por exemplo, se deixou “transbordar” em seus escritos. Outros em suas pregações. “Percebe-se a importância de ter alguém para transmitir seja oralmente seja por escrito a boa-nova. Pessoas que, acreditando em tudo o que tinham visto e ouvido, anunciam e testemunham a outros com alegria e entusiasmo” (193). Nesse discernimento pedagógico dos primeiros mestres do cristianismo está a raiz da ação missionária que sempre impulsionou a Igreja no mundo. E que chegou até nós.

O que urge praticarmos na ação evangelizadora é a pedagogia do diálogo. Não há como expandir uma ideia, uma prática, uma crença qualquer sem nos abrirmos para o outro, sem a expansão do diálogo, da troca de ideias, da comunhão fraterna. Cristão fechado em si mesmo nada aprendeu do seu mestre e nada irá ensinar ao outro. “A disposição de Jesus em ouvir os pedidos, os relatos de dor e sofrimento, as perguntas, é sinal de uma pedagogia em que o ensino está associado inteiramente ao reconhecimento do outro como pessoa capaz de compreender e de agir iluminado por uma nova luz” (204). Em Veritatis Gaudium Papa Francisco nos lembra que na ação missionária deve existir “o diálogo sem reservas: não como mera atitude tática, mas como a exigência intrínseca para fazer experiência comunitária da alegria da Verdade e aprofundar o seu significado e implicações praticas”.

Educar na fé é também educar para o belo, o bom e o verdadeiro. O Criador, num hiato de seu tempo eterno, no hoje, ontem e sempre de seu existir, um dia contemplou sua obra com seus olhos amorosos e “viu que tudo era bom”, que tudo era belo. “Diante da beleza, o ser humano se sente encantado. Tudo o que é belo tem a força de atrair e suscitar estupor e maravilhamento” (210). A vida é uma contínua revelação do belo. Santo Agostinho dizia: “Ora, toda obra da natureza, seja ela a última, a ínfima, é digna de elogio em comparação ao nada”. Ao nada que somos diante de Deus. “A educação, tarefa da família, das instituições educativas e de toda a sociedade, poderá enriquecer-se de maneira notável se se abrir ao sentido do belo, do verdadeiro e do bom” (213). O nada que pensamos ser torna-se tudo diante de Deus, razão de sua obra.

O belo foi ofuscado pela prepotência humana. A criatura quis usurpar o senhorio de Deus. O pecado desprezou o Paraíso. Todavia, em Jesus Cristo, restauramos nossa capacidade de vencer todo tipo de mal, o pecado e a morte. “Bela é a obra do universo criado. Mais belo ainda deve ser seu Autor” (216).

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]

 

 




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 Ninguém compete para não ganhar. Ninguém planta para não colher. Ninguém faz algo para vê-lo destruído. Não se constrói uma casa esperando sua ruína. Pelo contrário, o que se espera é que seja feita com bom material e, impreterivelmente, que tenha profundo alicerce; garantindo boa estrutura e fundamento. Tudo o mais é secundário.  Mas, se por descuido, pressa, pouco recurso ou displicência a casa for levantada sem suficiente fundamento, mesmo com os melhores profissionais, não tardará a cair em ruínas.

No plano das atitudes, da conduta, do comportamento e das relações humanas, também é assim: o que não tem fundamento cai em ruínas.

A busca humana, desde sempre, é de alcançar a felicidade completa, a realização plena e, isso é impossível, neste mundo. Todos nós sabemos disso! Mas, a doutrinação da prosperidade sem riscos, da vida sem sofrimento, da alegria sem lágrimas, do milagre sem sacrifico, da cura sem renúncias, da religião sem conversão, do amor sem doação… tirou o fundamento de fé para todas as coisas, desligando a vida do mistério que a sustenta: Deus acima de tudo, em tudo e por todos. Em vez disso, o atalho das compensações momentâneas, calcado sobre a infantilidade no trato dos problemas, das dificuldades e das situações diversas, mantém a alienação daqueles que: pensando estar com óculos, estão com tapa-olho; imaginando viver livres estão vivendo escravos; acreditando estar progredindo, estão retrocedendo; dizendo que estão na verdade, onde estão é na mentira; achando que vão defendendo a vida, estão sustentando a morte.

A vida carece de fundamento de fé para ser coroada de plenitude!

O Fundamento da fé é Cristo morte e ressuscitado com todas as promessas (justiça, paz, misericórdia, libertação, redenção, salvação…) e conseqüências (confiança absoluta, entrega total, amor incondicional, esperança filial) que esse mistério implica.

Na lógica do ter, do poder e do prazer, a fé entra mais como instrumento do que como fundamento. Deus é mais meio do que fim. As buscas são mais pretensões do que abandono à providência divina. As escolhas e decisões são mais autoprojeções do que Vontade de Deus. A fé que deveria ser um modo de Deus conseguir algo de nós é mais um meio para conseguir algo de Deus. A fé encontra-se submersa no mesmo vazio onde o homem, da nossa época, resolveu se salvar.

A vida está correndo sério risco, quanto aos objetivos e metas, porque lhe falta o fundamento de fé. Ou seja, o substrato que lhe garanta, em todo o tempo e em qualquer situação, a verdade sobre a realidade última (a vida eterna) e penúltima (a vida neste mundo) de cada ser humano e de todo o ser vivo.

Para garantir a vida, é preciso voltar à fé pela fé. Voltemos à fé! Voltemos a Cristo! “A fé é um modo de já possuir aquilo que se espera, é um meio de conhecer realidades que não se vêem” (Hebreus 11,1).

O fundamento de fé é comparado à solidez de uma pedra. Para garantir tal fundamento é preciso professar a fé. Pedro professou a fé e Jesus chamou isso de pedra sobre se admite construção, com o poder de chave. “Simão Pedro respondeu: ‘Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo.’ Jesus disse: ‘Você é feliz, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que lhe revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso eu lhe digo: você é Pedro, e sobre essa pedra construirei a minha Igreja, e o poder da morte nunca poderá vencê-la. Eu lhe darei as chaves do Reino do Céu, e o que você ligar na terra será ligado no céu, e o que você desligar na terra será desligado no céu’” (Mateus 16,16-19).

De fato, somos uma construção e, se quisermos viver, neste mundo, dando um sentido para a nossa vida, com poder de chave, precisamos dar um fundamento de fé, em tudo o que fizermos, quisermos e decidirmos. “Vocês, porém, amados, construam sobre o alicerce da santíssima fé que vocês têm; rezem movidos pelo Espírito Santo; mantenham-se no amor de Deus, esperando que a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo lhes dê a vida eterna” (Judas 1,20.21).

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS




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A mística da educação tem como primeiro passo a alfabetização, ou seja, o discernimento da leitura, a desmistificação da palavra. “E o discernimento se pratica com outra escuta, dessa vez, da Palavra de Deus” (CF 2022- 139). Não há como fugir da revelação proclamada: “E o Verbo se fez carne!”. Aqui a educação, dia mais, dia menos, tende sempre a revelar o mistério maior da existência humana, bem presente nas palavras bíblicas. À Igreja compete propagar sua fé através da escuta, do discernimento e da ação missionária. “Eis o caminho que a Campanha da Fraternidade nos apresenta este ano” (141).

“O Evangelho revela como Jesus atraia pessoas, grupos e a multidão sobretudo pelo seu modo de ensinar” (144). Falava com sabedoria e ensinava com amor. Essa pedagogia cristã está em falta no mercado. Ensina-se muito mais pela força dos sistemas políticos, dos movimentos ou conceitos sociais, pelo ativismo de grupos, pelas necessidades de mercado do que pelo discernimento ético, moral e religioso caracterizado na escola de Cristo. “Ele não ensina apenas com palavras. Seu ensinamento também é relacional, se dá pela proximidade e desperta o discernimento em seus interlocutores” (150). Enfim, o ministério autêntico passa pelo esvaziamento das tendências grupais, com vistas ao bem comum. Isso Jesus nos ensinou com a vida.

O discernimento primeiro que aqui se busca parte da visão integral das carências humanas. Dentre elas o crescimento intelectual sem peias manipuladoras, que fazem a cabeça de nossos jovens e direcionam suas vidas para caminhos diversos da Verdade libertadora. A pedagogia atual poda suas raízes de construtora da dignidade humana quando tenta reduzir sua atividade à construção de “modelos ou tipos ideológicos” (174), conforme as tendências ou interesses político-sociais do momento. “Educar para o humanismo solidário implica, também, trabalhar por uma verdadeira inclusão” (177). Não se improvisa uma educação na base das tendências de setores ou grupos, nem generalizando esse processo com uma massificação cultural, “Melhor é buscar as referências seguras de uma saudável antropologia cristã” (177).

Nesta entra a questão familiar. O exemplo vem daquele lar da Nazaré, onde um menino cresceu “em sabedoria, idade e graça diante de Deus” (Lc 2,52). “Assim, a convivência familiar se torna o lugar do maior aprendizado que toca o profundo do nosso ser” (181). A escola é um direito constitucional, que obriga instituições governamentais a assegurarem esse direito, mas “a formação moral (dos filhos) nunca a podem delegar totalmente” (182). À família compete definir os caminhos da educação de seus filhos, não ao Estado. “Assim, é necessária a garantia da coexistência de diferentes propostas educativas, entre as quais a cristã, de forma a garantir o direito das famílias de optarem por uma educação em continuidade com seus valores, pois os filhos não podem ser obrigados a frequentarem aulas que estejam em desacordo com a fé” (188). Esse é um grande ponto de desacordo curricular nos dias de hoje, ao qual se deve maiores considerações e entendimentos.

Igreja e Estado não se mesclam em seus ideais, sabemos disso! Há muitos pontos divergentes. Nem por isso a família cristã vai fazer vistas grossas à manipulação agnóstica em curso na grade curricular das escolas modernas. Há um Pacto Educativo Global que aponta os compromissos de respeito entre as partes. “Ao mesmo tempo, servem como critérios para uma aprofundada revisão da identidade cristã da educação nas famílias e nas instituições de ensino, nomeadamente as católicas” (191), considera o Texto-base dessa CF.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]




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É certo que, nem tudo o que nós fazemos, nós falamos ou mostramos aos outros.

Existe, em cada coisa que fazemos, um “que”; uma “porção” pertencente só a nós mesmos que, reservamos ao nosso coração; à nossa intimidade mais profunda; ao nosso eu. Isso faz parte do mistério das coisas indizíveis. Na verdade, nem tudo cabe em palavras e, nem tudo, pode ser explicado. Todo mundo tem o direito de se reservar ao silêncio, em relação a algumas coisas porque, fazem parte do memorial das coisas íntimas.

O que não pode ser dado por palavras, nem por explicações só nos será oferecido por revelação, com o tempo, ao coração. Por isso, quem quiser ter acesso ao mundo das coisas íntimas, principalmente dos outros, precisará aprender a linguagem do coração para saber falar e ouvir sem muitas palavras e sem muitas explicações.

Diferentemente, disso, é a situação do anônimo e do anonimato. Anônimo é tudo aquilo que não pode vir à tona; que não pode ser conhecido; que não é revelado. Não tem identidade; não tem endereço e não tem visibilidade. Anonimato é a relação que se dá às escondidas, sem aparecer; sem se revelar; sem mostrar a cara; sem mostrar presença.

A situação de anônimo ou de anonimato não é desejável, nunca; mas, é compreensível e aceitável nas circunstâncias de segurança pessoal e integridade física. Principalmente, à testemunha de um crime, ao perseguido político, ao jurado de morte, ao injustiçado social…

Fora disso, para que serve ficar anônimo ou viver no anonimato? Não serve para nada. A não ser como subterfúgio, para quem quer viver fazendo tudo às escondidas; sem ser notado; sem ser descoberto; sem ser responsabilizado. Ou, então, para subjugar àqueles que não têm qualquer visibilidade sócio-econômica; são desnecessários para a sociedade; são ‘vergonha’ para a estética das cidades; são pedra no sapato dos que vivem comodamente.

Para quem pretende viver escondido ou escondendo o que faz, para tirar proveito, enganar, lesar ou destruir outros, a melhor coisa é a denúncia profética da vida daqueles que se revelam, gritando o evangelho com a própria vida!

A vida cristã é permanente revelação!

Toda pretensão de anonimato é corda no pescoço. Diz o Senhor: “Tomem cuidado com o fermento dos fariseus, que é a hipocrisia. Não há nada de escondido que não venha a ser revelado, e não há nada de oculto que não venha a ser conhecido. Pelo contrário, tudo o que vocês tiverem feito na escuridão, será ouvido à luz do dia; e o que vocês tiverem pronunciado em segredo, nos quartos, será proclamado sobre os telhados” (Lucas 12,1b-3). E Jesus radicaliza em sua palavra: “O julgamento é este: a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz, porque suas ações eram más. Quem pratica o mal, tem ódio da luz, e não se aproxima da luz, para que suas ações não sejam desmascaradas. Mas, quem age conforme à verdade, se aproxima da luz, para que suas ações sejam vistas, porque são feitas como Deus quer” (João 3,19-21).

Para aqueles que são abafados, esconjurados, desconsiderados, descartados… somente a acolhida sincera e amorosa, no seio da comunidade, fará deles nossos próximos e irmãos. Isso também é profetismo. Ninguém deve ser tratado como um ilustre desconhecido e nem ser empurrado para esta condição! Jesus nos ensina a trazer as pessoas para o meio (Mc 3,3), reinserindo-a na vida entre os irmãos. A experiência nas primeiras comunidades dá prova disso: “Entre eles ninguém passava necessidade, pois aqueles que possuíam terras ou casas as vendiam, traziam o dinheiro e o colocavam aos pés dos apóstolos; depois, ele era distribuído a cada um conforme a sua necessidade” (Atos 4,34-35).

Diz o Senhor Jesus: “Eu garanto a vocês: todas as vezes que vocês não fizeram isso a um desses pequeninos, foi a mim que não o fizeram” (Mateus 25,45). E Jesus acrescenta: “Venham para mim todos vocês que estão cansados de carregar o peso do seu fardo, e eu lhes darei descanso. Carreguem a minha carga e aprendam de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para suas vidas. Porque a minha carga é suave e o meu fardo é leve” (Mateus 11,28-30).

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS




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          Desde seus primórdios até os dias de hoje, a Igreja se tornou uma instituição de ensino por excelência, pois sua missão foi, é e sempre será fazer discípulos. Essa característica a torna única, porém não a isenta da responsabilidade de construir a fraternidade e a amizade social no contexto educacional. Dialogar, sugerir, denunciar… Ela é mãe e mestra, mas divide e delega a outras instituições a tarefa da formação humana. A educação começa em família – a Igreja doméstica – porém recebe as influências externas do meio. Essa é a preocupação primeira da atual Campanha da Fraternidade.

Porém, conhecida e preocupante é a influência massificante da babá eletrônica, a TV. “Atualmente, para assistir televisão, a população brasileira ainda dedica em média mais de seis horas por dia” (64). “Portanto, a educação do povo, em parte, está sujeita à qualidade ou falta dela na programação e conteúdo” (65) que esse meio apresenta. Há ainda o crescimento astronômico do mundo digital, a chamada educação “on-line”. Igreja e instituições de ensino perdem espaço… Mas não substituem o valor educativo da família, com ou sem pandemia, em contexto ou não de uma guerra. “Os efeitos adversos da pandemia (e da guerra) na educação… ainda serão mais bem compreendidos” (81). O que sobra é a instituição primeira do nicho familiar como célula capaz de formar e orientar para a vida.

As instituições católicas, desde seu ensino catequético até suas escolas de Ensino Superior não podem esmorecer nesse desafio ora conturbado e caótico. Diz o Papa Francisco: “É tempo de olhar em frente com coragem e esperança. Que para isso, nos sustente a convicção de que habita na educação a semente da esperança, uma esperança de paz e justiça; uma esperança de beleza, de bondade; uma esperança de harmonia social”. (Por ocasião de encontro para a Educação-15/10/2020) Em outras palavras, precisamos promover a Pastoral da Educação, tão insignificante na vida paroquial.

Não nos esqueçamos da realidade atual; “É importante destacar que o acesso às ferramentas digitais não aconteceu de maneira ampla” (117). Há ainda muitos excluídos desse mundo cibernético, lembrando que as tecnologias “podem muito, mas não podem tudo”, a Igreja se preocupa com “uma nova qualidade de exclusão social”. E uma segunda armadilha tecnológica está chegando com o “artifício para diminuição do custo professor no processo educacional’ (118). Além da possível aprimoração do EaD (Ensino à distância) como forma de diminuição de custos, há também uma ameaça de desemprego generalizada nesse meio profissional. A Igreja faz essa denúncia em alto e bom som. Cuidado, não se deixem instrumentalizar!

Uma velada justificativa constitucional tem barrado o direito do ensino religioso, especialmente o confessional. Isso representa uma ameaça às instituições educacionais de origem religiosa, que só no Brasil é responsável por significativa parcela de escolas de nível primário ao superior. Além das instituições evangélicas (em destaque as metodistas) as Escolas Católicas no Brasil estão presentes “em todos os Estados da Federação com 89 Instituições do Ensino Superior e mais de 1050 Escolas, 365 mantenedoras, 110.000 educadores, possui aproximadamente 1,5 milhões de estudantes em suas Instituições” (95). Não há como minimizar sua importância no nosso sistema educacional.

Como mãe e mestra, a Igreja não reclama seu protagonismo, mas alerta para possíveis desvios. “Seja na educação formal, como também na não formal, a educação precisa ter marcas de testemunho profético, sendo ousada e aberta à utopia” (136). Sem máscaras institucionalizadas.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]

 

 




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          Há uma tendência generalizada em fazer de nossos programas educacionais e de muitas de nossas escolas uma fábrica de cérebros pré-programados. A educação voltada para as necessidades de mercado e não para as qualidades vocacionais do indivíduo. Não mais se escuta a voz do coração do estudante. “Escutar o outro, como Jesus ao demonstrar em toda sua pedagogia, é o ponto de partida para acolher, compreender, problematizar e transformar a realidade” (TBCF 27).

É verdade, há louváveis exceções. O sucesso da educação vai da separação dos interesses coletivos das necessidades individuais. O contrário seria uma tarefa de laboratórios cibernéticos, onde a máquina robotizada recebe volumes infindos de informações, apreende, mas nada aprende com elas. Está programado para ouvir uma voz, um “enter” de comando, nunca a voz do coração, da razão. (Quase mudo o título para Coração de Estudante, mas deixemos assim…). O texto base da CF 2022 continua insistindo na questão da escuta, pois “para escutar o “todo” é necessário não se perder diante do “tudo” Frase filosófica por excelência, mas bem explicada em seguida: “O excesso de informações de notícias verdadeiras e falsas, de certezas sobre opiniões, constitui um desafio para o bem escutar, ou seja, para escutar o conteúdo essencial de um presente ruidoso” (31).

Essa é a nova realidade do mundo globalizado, onde as informações nos chegam à velocidade da luz. Mas sem luzes que clareiem a mente confusa dos nossos jovens. “Aprendemos com mais facilidade sobre as coisas, mas não temos o mesmo desempenho para aprender sobre nós mesmos” (36). Há um isolamento mais corrosivo do que aquele que nos forçou a pandemia, como também aqueles que nos obrigam à guerra em seus bastidores democráticos. “É necessário educar para reverter essa tendência de esvaziamento do coletivo e da crise do compromisso comunitário” (39). Sair do cada um pra si, sem Deus pra todos. “As invenções surgidas a partir das grandes guerras e pandemias indicam que nossa capacidade de responder rapidamente costuma acontecer quando o objeto da aprendizagem está fora de nós” (42). O instinto fala mais do que a razão.

Por isso há que se pesar as informações que nos chegam. Dizem que uma criança moderna recebe centenas de milhares de vezes mais informações do que um faraó do Egito ou um rei da Mesopotâmia. Essas informações geram conhecimento e sabedoria e nos aproximam da realidade, mas igualmente afugentam e amedrontam muitos de nós. “Viver, em qualquer tempo histórico, é também conviver com o imprevisível e com as ambiguidades da vida” (51), tais como pandemia e guerra. No entanto, o papel da educação deve sempre visar a formação humana, que leva o indivíduo a participar do seu momento histórico “de modo integral e solidário” (54), nunca omitindo-se. As crises da pandemia e da guerra despertam “interesses para perspectivas humanistas da educação. É preciso educar para viver em comunhão. Educar para conceber a democracia como um estado de participação” (57).

Não há como fugir dessa nova realidade: o mundo conflituoso e doentio que marcará toda uma nova geração de crianças e adolescentes. Os mestres dessa geração, mais do que nunca, devem “falar com sabedoria e ouvir com amor”. Com a voz da experiência, mas os ouvidos sensíveis aos apelos do coração sedento. E, como o profeta atento à vontade de Deus, não à ignorância dos homens, dizer sempre: “Fala, Senhor, que teu servo escuta!” (1Sam 3,9).

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]

 

 




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Pela terceira vez em 68 anos de Campanha da Fraternidade, a Igreja Católica vai refletir sobre a questão educacional. Desta feita em plena pandemia. Desta feita confrontando uma realidade de ensino totalmente inimaginável em tempos passados. Usa uma tradução ecumênica da Bíblia que, no livro de Provérbios (31,26) nos diz textualmente: “Com sabedoria, abre sua boca e sua língua ensina amavelmente”. Esse é o lema proposto: falar e ensinar com sabedoria e amor.

Aqui começa nosso desafio. Para falar e ensinar há que se ter um público. Para reunir um público razoável é preciso motivação. Para se ter essa motivação é preciso ouvintes que respeitem e ou admirem seus mestres. Foi mais ou menos isso que aconteceu a Jesus quando ocupou a tribuna do Templo de Jerusalém para falar aos mestres e doutores de sua época. Como chegou até eles? Foi preciso motivação, respeito, admiração. E isso se deu diante de uma necessidade: julgar o procedimento adúltero de uma pobre mulher. A sociedade exigia um veredicto sobre a questão, mas escondia a verdade, a motivação da falta cometida, o outro lado daquela história de infidelidade. Faltava o corruptor, aquele que induziu a mulher ao pecado. Nesse processo canhoto, onde uma das partes não se submetia ao julgamento do mestre, não poderia haver ensino algum, nem julgamento perfeito.

Assim os donos da verdade, os “doutores da lei”, conscientes da imperfeição de seus ensinamentos, fugiram, se omitiram, ocultaram-se por detrás de suas imperfeições. “Onde estão eles? Ninguém te condenou?” (Jo 8,10). Essa é a maior falha educacional dos nossos dias: a falta de clareza no ensino da verdade.

Nosso texto-base nos diz que “os que se arrogam o poder de julgar porque sabem ler o que está escrito” são os fariseus e escribas dos tempos atuais. Daí os desvios da verdade no ensino moderno, as tendenciosas manipulações político-partidárias, as distorções ideológicas nas questões de gênero, os direcionamentos vocacionais voltados única e exclusivamente para as necessidades de mercado, os interesses profissionais e sociais, o banimento das virtudes religiosas, os direcionamentos de credo conforme a predominância e o controle estatal, a ditadura dos guetos fundamentalistas, etc. “Na história da mulher adúltera (a sociedade, poder-se-ia dizer) opõem-se duas pedagogias, duas formas de educar, a daqueles que se restringem ao que está escrito, sem levar em conta a pessoa e suas circunstâncias, e daqueles que olham para a pessoa com sabedoria e amor, como fez Jesus” (TB 18).

Ao confrontar essa nova realidade educacional, onde, além do desnível de oportunidades que a pandemia bem evidenciou e o selecionismo elitista que se criou, a Igreja põe a mão numa ferida social a ser pensada com urgência. Pensada nos dois sentidos, curativo e refletivo. Grita a quem tem ouvidos: “Educação não é condicionamento ou adestramento” (22). Diz às famílias que “a disciplina não pode ser confundida com um regulamento rígido, anônimo e uniforme” (23), pois “a obediência, saber ouvir, deve ser naturalmente acompanhada de respeito e amor”. Simplesmente porque “não se pode reduzir a educação apenas à transmissão de conhecimentos” (24). Isso tudo e muito mais veremos nas próximas semanas, durante esse tempo quaresmal que nos coloca mais presentes na escola de Cristo, o Mestre dos Mestres que por primeiro dignificava a pessoa, para só então corrigi-la e lhe apontar o caminho a seguir. Com sabedoria e amor.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]

 

 




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Temos responsabilidade por tudo o que fazemos, não importa se nossa ação é acompanhada ou não da necessária consciência. O ideal é que todos os atos sejam marcados pela consciência sobre as conseqüências, mas, nem sempre o são.

A marca do nosso tempo é o da comunicação ampla e, quase irrestrita, onde a imagem e a palavra é usada na tênue linha entre o espetáculo e a banalização.

Assim diz o Eclesiástico 37,16-24: “A palavra é o princípio de qualquer obra, e antes de agir, é preciso refletir. A raiz dos pensamentos é a mente, e ela produz quatro ramos: bem e mal, vida e morte. Mas os quatro são dominados pela língua. Existe quem é capaz de instruir muitas pessoas, mas é inútil para si mesmo. Existe quem ostenta sabedoria em palavras, mas é detestado e acaba morrendo de fome. (…) Existe quem é sábio só para si, e os frutos seguros de sua inteligência estão em sua própria boca.”

Falar pode ser uma oportunidade de edificação e crescimento, mas pode ser, também, ocasião de ruína e morte. Por isso, o falador é, sempre, um perigo iminente contra a justiça e a paz, como faz lembrar o livro do Eclesiástico 27,5-8: “Quando a gente sacode a peneira, ficam nela só os refugos; assim os defeitos de um homem aparecem no seu falar. Como o forno prova os vasos do oleiro, assim o homem é provado em sua conversa. O fruto revela como foi cultivada a árvore; assim, a palavra mostra o coração do homem. Não elogies a ninguém antes de ouvi-lo falar, pois é no falar que o homem se revela.”

Quem consegue medir e controlar o poder e a força da língua?

No Eclesiástico 28,14-23, temos a seguinte exortação: “A língua intrometida inquieta muitos, fazendo-os fugir de nação em nação; ela destrói cidades fortes e devasta as casas dos poderosos. A língua intrometida faz com que mulheres excelentes sejam repudiadas, privando-as do fruto de seus trabalhos. Quem dá atenção a ela não encontra mais descanso nem tranqüilidade em casa. A chicotada deixa marca, mas o golpe da língua quebra os ossos. Muitos já caíram pelo fio da espada, mas não foram tantos como as vítimas da língua. Feliz de quem se protege dela e não se expõe ao seu furor. Feliz quem não arrastou o jugo dela, nem foi enredado em suas cadeias.”

Definitivamente, temos uma dívida de consciência: controlar a língua! “Se alguém pensa que é religioso e não sabe controlar a língua, está enganando a si mesmo, e sua religião não vale nada. Religião pura e sem mancha diante de Deus, nosso Pai, é esta: socorrer os órfãos e as viúvas em aflição, e manter-se livre da corrupção do mundo” (Tiago 1,26-27)

A sentença para cada um, já está determinada, conforme diz São Tiago em 3,1-11: “Meus irmãos, não se façam todos de mestres. Vocês bem sabem que seremos julgados com maior severidade, pois todos nós estamos sujeitos a muitos erros. Aquele que não comete falta no falar, é homem perfeito, capaz de pôr freio ao corpo todo. Quando colocamos freio na boca dos cavalos para que nos obedeçam, nós dirigimos todo o corpo deles. Vejam também os navios: são tão grandes e empurrados por fortes ventos! Entretanto, por um pequenino leme são conduzidos para onde o piloto quer levá-los. A mesma coisa acontece com a língua: é um pequeno membro e, no entanto, se gaba de grandes coisas.Observem uma fagulha, como acaba incendiando uma floresta imensa! A língua é um fogo, o mundo da maldade. A língua, colocada entre os nossos membros, contamina o corpo inteiro, incendeia o curso da vida, tirando a sua chama da geena. Qualquer espécie de animais ou de aves, de répteis ou de seres marinhos são e foram domados pela raça humana; mas nenhum homem consegue domar a língua. Ela não tem freio e está cheia de veneno mortal. Com ela bendizemos o Senhor e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. Da mesma boca sai bênção e maldição. Meus irmãos, isso não pode acontecer!

Se o nosso coração está cheio do que não comunica vida e verdade, precisa ser esvaziado para se encher do que, naturalmente comunica vida e verdade, para oferecer para a boca, um conteúdo de vida e verdade porque a boca fala do que o coração está cheio.

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS




Diocese de Assis

O nosso coração se enternece ao fazer o bem e cria um corolário de iniciativas para favorecer a sua prática, em meio a situações mais ou menos complexas de necessidades e necessitados. Fazer o bem move, aproxima, encurta distâncias, motiva, movimenta, dinamiza, disponibiliza…

Na corrente do bem todos se comovem e, até os inimigos se aproximam e se inspiram em práticas solidárias.

A prática do bem cria ondas gigantescas de doações e doadores, de assistência e socorro.

Fazer o bem não é uma moda passageira, não um recurso imediatista de solução de problemas, nem tão pouco, é uma garantia de retorno a futuro na terra ou no céu.

Dito bem claramente, embora seja muito bom e atraente responder com o bem a quem precisa de nós e, por vezes, a quem nos tenha assistido, fazer o bem não é um trocar favores.

Fazer o bem é, antes de tudo, a estruturação da vida no amor e na misericórdia. Porque, fora disso, fazer o bem não tem sentido, não tem valor, não tem importância e não tem sustentabilidade.

Nas palavras de São Paulo, escrevendo aos Coríntios, as razões do amor fazem enxergar o universo humano como princípio do próprio amor para nele estar completo: “O amor é paciente, o amor é prestativo; não é invejoso, não se ostenta, não se incha de orgulho. Nada faz de inconveniente, não procura seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais passará” (1Cor 13,4-8).

Paralelamente a essa afirmação da Carta de São Paulo aos Coríntios, temos um relato surpreendente do Primeiro Livro de Samuel que, dá à misericórdia, o lastro para fazer o bem sem pena e nem constrangimento…

Trata- se do relato de 1 Samuel 26,2.7-9.12-13.22-23 sobre a decisão do Jovem Davi de não respaldar suas ações por mágoas e ressentimentos, mas, de validá-las segundo as razões da misericórdia.

“Naqueles dias, Saul pôs-se em marcha e desceu ao deserto de Zif. Vinha acompanhado de três mil homens, escolhidos de Israel, para procurar Davi no deserto de Zif. Davi e Abisai dirigiram-se de noite até o acampamento e encontraram Saul deitado e dormindo no meio das barricadas, com a sua lança à cabeceira, fincada no chão. Abner e seus soldados dormiam ao redor dele. Abisai disse a Davi: ‘Deus entregou hoje em tuas mãos o teu inimigo. Vou cravá-lo em terra com uma lançada, e não será preciso repetir o golpe’. Mas Davi respondeu: ‘Não o mates! Pois quem poderia estender a mão contra o ungido do Senhor e ficar impune?’ Então Davi apanhou a lança e a bilha de água que estavam junto da cabeceira de Saul, e foram-se embora. Ninguém os viu, ninguém se deu conta de nada, ninguém despertou, pois todos dormiam um profundo sono que o Senhor lhes tinha enviado. Davi atravessou para o outro lado, parou no alto do monte, ao longe, deixando um grande espaço entre eles. E Davi disse: ‘Aqui está a lança do rei. Venha cá um dos teus servos buscá-la! O Senhor retribuirá a cada um conforme a sua justiça e a sua fidelidade. Pois ele te havia entregue hoje em meu poder, mas eu não quis estender a minha mão contra o ungido do Senhor’.”

A esse relato se ajunta as palavras de São Paulo aos Romanos: “Que o amor de vocês seja sem hipocrisia: detestem o mal e apeguem-se ao bem; no amor fraterno, sejam carinhosos uns com os outros, rivalizando na mútua estima. (…). Não se deixe vencer pelo mal, mas vença o mal com o bem” (Rm 12,9-21).

 

PE.EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS