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Consequências da mudança climática no Brasil e no mundo: um chamado à ação

 

Nos últimos anos estamos testemunhando uma nova realidade mundial e local, muito em função das condições climáticas extremas. Desastres acontecendo, destruição ambiental e perda de vidas são a face mais cruel desse novo quadro.

Sendo parlamentar, também é minha responsabilidade não deixar esses problemas críticos de lado. Precisamos de ações ousadas e urgentes.

No Brasil e no exterior os desastres naturais estão se agravando. Botos morrem na Amazônia, macacos caem desfalecidos de árvores no México, idosos sofrem na Europa e nos Estados Unidos com fortes ondas de calor, incêndios consomem o Pantanal. E estes são apenas alguns dos visuais dramáticos dos terríveis efeitos da mudança climática.  O que está por vir? “Só ladeira abaixo”, podemos esperar, se nada for feito.

Lembrar também do Rio Grande do Sul, em que enchentes e alagamentos afetaram 2,3 milhões de pessoas, em eventos que não são meros acidentes naturais, são consequências diretas de um modelo de desenvolvimento econômico insustentável e da exploração desenfreada dos recursos naturais.

Mirando aqui no Oeste Paulista, somos testemunhas diretas dos efeitos das mudanças climáticas. O aumento da temperatura e a irregularidade nas chuvas afetam diretamente o cultivo – a atividade econômica mais importante de nossa região.

Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, os níveis de dióxido de carbono atmosférico aumentaram cerca de 15% nos últimos quarenta anos. É 31% mais alto do que seus níveis pré-Revolução Industrial. É o efeito estufa se fazendo presente. Outros gases como metano e óxido nitroso também cresceram acentuadamente, resultando no fenômeno do aquecimento global.

Todos esses gases são significativos no aquecimento global. O ciclo do carbono, tão vital para a vida no planeta Terra, está de fato sendo perturbado por processos humanos como queima de combustíveis fósseis e desmatamento.

Acredito que nosso papel é promover políticas públicas que combatam as mudanças climáticas. Devemos estabelecer grandes programas de reflorestamento e conservação, especialmente na Amazônia e no Pantanal. Devemos encorajar o uso de energias renováveis, como solar e eólica, para que nossa dependência de combustíveis fósseis seja reduzida.

Também é preciso investir em campanhas de educação e conscientização para que as pessoas saibam da necessidade de viver de maneira sustentável e se comportar de maneira ecologicamente responsável. Precisamos de regulamentação ambiental mais rígida e fiscalização para frear a destruição da floresta.

É necessário ainda construir infraestruturas robustas e medidas de adaptação para povos vulneráveis a eventos climáticos severos. O financiamento de pesquisas em tecnologias limpas e medidas de atenuação das mudanças climáticas pode ser essa resposta criativa. A pesquisa e a troca de conhecimentos com outros países e organizações do mundo para combater a mudança climática podem ser um plano a ser seguido.

Enfim, o fato de as mudanças climáticas estarem ocorrendo, por si só já é uma situação alarmante, e pede a tomada de medidas imediatas. Os eventos extremos do último ano são um lembrete dramático do impacto das atividades humanas em nosso planeta.

Como deputado, estou comprometido em buscar medidas decisivas para mitigar esses impactos e proteger o futuro das próximas gerações. A sobrevivência do nosso planeta depende de nossas ações coletivas e urgentes. O tempo de agir é agora.

 

Mauro Bragato é deputado estadual-SP




A revolução do diálogo em favor do desenvolvimento

 

A Revolução Constitucionalista de 1932, corajoso movimento de São Paulo contra o governo ditatorial de Getúlio Vargas e em favor do Estado de Direito, cujos 92 anos celebram-se em 9 de julho, contou com o apoio da indústria paulista. As fábricas alteraram suas linhas de produção para fornecer material às tropas. Nossas entidades de classe, à época unificadas, organizaram a distribuição dos materiais e linhas de suprimentos, mobilizaram recursos e financiamento e proveram apoio logístico aos soldados.
São Paulo foi derrotado nos campos de batalha, tendo capitulado em outubro de 1932, mas a causa foi vencedora. Após a revolução, Getúlio Vargas convocou uma Assembleia Constituinte, resultante na promulgação da Constituição de 1934, que estabeleceu direitos e garantias individuais, além de instituir o voto secreto e o sufrágio feminino. Foi um avanço significativo, mas não o suficiente para garantir a consolidação da democracia. Desde então, o Brasil viveu momentos de grande efervescência política.
No hiato de tempo desde 1932, tivemos episódios de grande impacto, como a renúncia de Jânio Quadros, em 1961, outro regime de exceção, de 1964 a 1985, o impeachment de dois presidentes da República e, mais recentemente, a invasão com vandalismo à sede dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023.

Nossa democracia parece sólida, tendo como grande guardiã a Constituição de 1988, mas, como demonstrou a História, precisamos estar atentos, pois não basta conquistar a liberdade política; é preciso cultivá-la a cada dia. Queremos um Brasil cada vez mais unido, com a prevalência do diálogo, do debate político civilizado e da discussão das ideias com foco no desenvolvimento. Por isso, é temerária a polarização exacerbada e agressiva que se mantém no País, com discursos de ódio e temática alheia aos interesses maiores de nosso povo.
Não é este o caminho mais adequado ao progresso. As divergências ideológicas e partidárias são muito saudáveis na democracia e contribuem para o aperfeiçoamento de políticas públicas e adoção de medidas capazes de impulsionar o crescimento econômico sustentado, inclusão e mais harmonia social. Temos pautas fundamentais para consolidar essas metas, como a regulamentação da reforma tributária, a aprovação da administrativa, a transição energética e descarbonização dos sistemas produtivos, o combate à insegurança pública e jurídica, a melhoria da educação e saúde, ganhos de produtividade e competitividade e a digitalização da economia. Discursos truculentos, discussões paralelas a esses propósitos prioritários e questões pequenas diante da grandeza do Brasil são muito prejudiciais ao projeto de construirmos um próspero e avançado país. Mais do que nunca, precisamos de uma grande revolução do diálogo e do entendimento, de posturas republicanas no debate político-partidário e de muito civismo na discussão das políticas públicas. Numa conjuntura civilizatória na qual não cabem mais mobilizações armadas, golpes de Estado e quaisquer atos de exceção, tornam-se prementes o diálogo e o debate salutar, numa construtiva divergência de propostas em favor do Brasil.
Lutamos pela democracia em 1932, a reconquistamos de modo pacífico em 1985 e a consolidamos na Constituição de 1988. Agora, precisamos preservá-la e convertê-la em desenvolvimento, paz social e bem estar para todos os brasileiros.

Rafael Cervone é presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) e primeiro vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp)




Por que temos de sofrer as consequências do pecado de Adão e Eva?

Todos nós, seres humanos, fomos criados de tal modo, que podemos livremente eleger um dentre os possíveis caminhos que temos adiante, inclusive com a terrível capacidade de negarmos o nosso próprio Criador.

Realmente, é impressionante a liberdade humana! Deus nos cria com essa capacidade de eleição, preferindo o risco de que O neguemos, a querer obrigar-nos a amá-Lo por coação. Deseja, assim, que o amemos livremente, como filhos, e não como escravos.

Observando nossa história pessoal, não é difícil perceber que a cada escolha que fazemos nos tornamos responsáveis por suas implicações. Quando preferimos o pecado à vontade de Deus, inevitavelmente experimentamos seus amargos efeitos, e é justo que seja assim. Mas o que dizer quando as consequências do pecado de uma outra pessoa passa a ser, de algum modo, atribuído também a nós? Por que temos de sofrer as consequências do pecado de Adão e Eva, nossos primeiros pais?

Com efeito, afirma São Paulo: “Como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim a morte passou a todo o gênero humano, porque todos pecaram” (Rm 5,12). Nossos primeiros pais pecaram gravemente. Abusando de sua liberdade, desobedeceram aos desígnios originais do Criador, não guardaram Seu mandamento. Nisso consistiu o primeiro pecado do homem (cf. Rm 5,19), através do qual perderam o estado de santidade. O pecado entra na história, portanto, não procedendo de Deus, mas do mal uso da liberdade do homem.

Embora esse primeiro pecado tenha sido um ato pessoal de Adão e Eva, existe uma tal solidariedade entre os homens, de modo que este pecado afeta a todos nós, como afirma o Catecismo da Igreja Católica (cf. n. 404):

“Todo o gênero humano é, em Adão, «sicut unum corpus unius hominis – como um só corpo dum único homem». Em virtude desta «unidade do gênero humano», todos os homens estão implicados no pecado de Adão, do mesmo modo que todos estão implicados na justificação de Cristo. Todavia, a transmissão do pecado original é um mistério que nós não podemos compreender plenamente. Mas sabemos, pela Revelação, que Adão tinha recebido a santidade e a justiça originais, não só para si, mas para toda a natureza humana; consentindo na tentação, Adão e Eva cometeram um pecado pessoal, mas esse pecado afeta a natureza humana que eles vão transmitir num estado decaído”.

Para distinguir a relação que se dá entre Adão e Eva, e cada um de nós com o pecado original, os teólogos utilizam duas expressões bastante elucidativas: “pecado original originante” (para referir-se ao pecado daqueles, um pecado cometido diretamente pelos nossos primeiros pais), e “pecado original originado” (para referir-se ao pecado original com o qual todos nascemos, um pecado próprio de cada um, mas não cometido pessoalmente por nós, senão contraído em virtude de nossa natureza). O “pecado original originado” – o pecado original em nós – é chamado de “pecado” de maneira análoga. Trata-se do estado de perda com o qual todos nós nascemos daquela santidade original com a qual Deus havia criado o homem. Este estado não se transmite por imitação dos maus exemplos dos nossos antecessores, mas por propagação, afetando diretamente a nossa natureza. Já nascemos assim.

Agora, se por um lado em Adão todos pecaram, continua o Apóstolo, “pela obediência de um só todos se tornarão justos”. Em Cristo, o novo Adão, todos temos acesso à santidade. Por meio do sacramento do Batismo, a redenção alcançada pelo Senhor Jesus Cristo com sua Cruz e Ressurreição é aplicada a cada um de nós, e nos tornamos livres do pecado original, orientados novamente para Deus, embora as consequências deste pecado – não o pecado original – persistirão em nós, e exigirão até o fim de nossa vida um intenso combate espiritual para vivermos de forma coerente com esta nova vida divina que nos vem por este sacramento.

Padre Demétrio Gomes é articulista do canal formacao.cancaonova.com, pároco, e  vigário judicial do Tribunal Eclesiástico Interdiocesano de Niterói (RJ). Administra também o website Presbíteros (presbiteros.org.br), para a formação do clero católico.




Cashback da reforma tributária precisa ser bem definido para garantir a prosperidade da população mais carente

A energia elétrica é um insumo fundamental para o desenvolvimento de um país e pode ser também uma aliada importante na luta pela redução das desigualdades. Estudos do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV Social), liderados pelo economista Marcelo Neri, indicam que a energia elétrica é o bem que dá maior contribuição à transformação na vida das pessoas. Ela é essencial para garantir acesso à educação, à saúde, à cultura, a uma alimentação mais saudável e ao conforto e bem-estar, todos esses elementos que permitem o ganho de qualidade de vida de cada um.

Hoje, no país, a tarifa social beneficia aproximadamente 17 milhões de residências de famílias baixa renda, todas elas inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) com renda familiar mensal de até um salário-mínimo por pessoa (R$ 1.412).

Agora, temos no Brasil a oportunidade de catalisar o benefício da tarifa social a partir do debate que vai detalhar a nossa transição para a reforma tributária, aprovada no Congresso no ano passado. Para isso, é fundamental que seja definido o regramento do cashback, uma inovação trazida pela reforma para beneficiar os brasileiros que mais precisam prosperar.

A instituição do cashback tornará o benefício indireto, e vai garantir o reembolso a quem tem direito ao desconto, e não mais o desconto em si. No entanto, para uma família atendida pela tarifa social, pagar uma conta de luz com tarifa de energia integral para receber o reembolso posteriormente é uma manobra que pode comprometer as atividades mais básicas, como alimentação e transporte.

Da mesma forma, o pagamento de benefícios sociais semelhantes dado a outras tarifas de serviços básicos, como fornecimento de água e captação de esgoto e também a venda ou fornecimento de gás residencial.

Para evitar que a dinâmica para garantir o benefício se torne um desafio a essas famílias, é essencial que o regramento do cashback seja definido de forma clara e simples, prevendo o reembolso integral, instantâneo e simultaneamente ao pagamento da conta, ou seja, no momento da cobrança da operação quando se tratar de fornecimento de energia elétrica, água, esgoto e gás natural.

Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) mostram, por exemplo, que uma redução de 10% no valor da tarifa impacta diretamente no aumento do Produto Interno Bruto (PIB) em 0,45% por ano, no mínimo. Ou seja, a redução da tributação sobre o fornecimento de energia elétrica influi diretamente no aumento da riqueza circulando na nossa sociedade e nas mãos das famílias, permitindo que elas usem seus recursos para outras atividades essenciais, como alimentação de melhor qualidade, acesso à informação e saúde e formação da cidadania.

O Brasil precisa de instrumentos claros e eficazes para reduzir desigualdades e a reforma tributária será uma excelente ferramenta para auxiliar a nossa sociedade com esse objetivo. Para isso é fundamental que a população mais carente possa usufruir do benefício social e tributário de forma simples, direta e imediata, sem percursos e burocracias, no momento do pagamento da conta. Esse é o caminho para garantir o desenvolvimento do País e para reduzir a nossa desigualdade social.
Wagner Ferreira é diretor institucional e jurídico da Abradee

 




Sem deixar ninguém para trás: a inclusão laboral das pessoas diversas

 

As nações que adotaram os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas como o caminho para uma sociedade mais justa, equitativa e próspera, assumiram o compromisso de “não deixar ninguém para trás”, uma declaração cheia de significado para a comunidade LGBTQIA+, população que tem sofrido discriminação e desconhecimento de seus direitos por muito tempo.

A Arcos Dorados, como empresa que fundamenta sua estratégia de impacto econômico, social e ambiental nos ODS, reconhece a diversidade como um valor e não como uma obrigação. Por isso, impulsionou a criação em 2021 da Rede Orgulho Arcos, dentro do Comitê de Diversidade e Inclusão, uma iniciativa coletiva com representantes de diferentes geografias, disciplinas, níveis hierárquicos, identidades sexuais e etnias; com a missão de promover e fomentar um espaço livre e seguro para a população LGBTIQA+ em nossa companhia, que resguarde o pleno desenvolvimento de todas as pessoas conforme sua identidade sexual, permitindo a cada uma prosperar e alcançar sua maior realização pessoal e profissional.

A Rede Orgulho Arcos teve importantes avanços nos ambientes onde operamos, com conquistas que vão desde tornar visível o talento que se identifica como sexualmente diverso, até desenvolver iniciativas que educam e sensibilizam nossa equipe de trabalho sobre a diversidade de identidades sexuais para fomentar espaços de trabalho seguros e respeitosos com as pessoas que fazem parte dessa comunidade.

Uma das principais contribuições da Rede, que está disponível para qualquer empresa que deseje consultá-la como referência, é o Guia de Diversidade Sexual da Arcos Dorados, cujo objetivo final transcende a mera explicação de conceitos e termos biológicos e culturais. Foca-se em criar um ambiente onde falar de diversidade sexual é falar do cotidiano, ou seja, poder conversar sobre as atividades diárias, expressar-se e vestir-se de acordo com o que cada pessoa sente ser, nomear-se e ser nomeado conforme isso; como parte dos temas usuais em qualquer espaço de trabalho.

Esse guia é complementado com ações como a implementação de uniformes sem distinção de gênero para os funcionários dos nossos restaurantes, cuja escolha foi feita por meio de uma pesquisa na qual participaram mais de 34.000 colaboradores, e de banheiros sem designação de gênero. Também trabalhamos em parceria com organizações da sociedade civil e mecanismos governamentais para promover o respeito aos direitos das pessoas sexualmente diversas em países como Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Panamá e Uruguai.

Neste Mês do Orgulho, as empresas devem demonstrar com credenciais que o apoio à diversidade, neste caso à comunidade LGBTQIA+, é um trabalho diário e um compromisso real em suas políticas e práticas. Assim, asseguramos o respeito às pessoas, tal como são, valorizando suas contribuições acima das diferenças, porque da diversidade, nascem a criatividade e o progresso.

Marlene Fernández, vice-presidente de Relações Governamentais e Líder do Comitê de Diversidade e Inclusão da Arcos Dorados, empresa que opera o McDonald’s em 20 países da América Latina e do Caribe




Documentação: o pilar da segurança privada

 

A segurança privada é essencial na proteção de pessoas, propriedades e informações em diversos contextos, desde empresas até eventos públicos. A emissão de documentos apropriados é crucial para garantir que os profissionais da segurança privada desempenhem suas funções de maneira eficaz e conforme as regulamentações legais. Esses documentos validam a competência e a legalidade dos profissionais, além de contribuírem para a confiança do público e a eficiência das operações de segurança.

A emissão de documentos, como certificados de treinamento e licenças, garante que os profissionais de segurança tenham a formação adequada e possuam as habilidades necessárias. Programas de treinamento abrangem procedimentos de emergência, uso de equipamentos de segurança, técnicas de vigilância e habilidades interpessoais. A certificação após esses programas prova que o profissional possui o conhecimento exigido para atuar na área de segurança privada.

A segurança privada é uma área regulamentada, e a conformidade com as leis é essencial. A emissão de licenças e registros assegura que os profissionais de segurança operem dentro da legalidade. Esses documentos são exigidos por autoridades governamentais e órgãos reguladores para verificar se os profissionais cumprem os requisitos mínimos. A falta de documentação apropriada pode resultar em penalidades legais e até na suspensão das atividades de segurança.

A posse de documentos oficiais, como licenças e certificados de treinamento, aumenta a confiança e a credibilidade dos profissionais de segurança privada perante seus empregadores e o público. Clientes e empresas contratantes sentem-se mais seguros ao saber que estão lidando com indivíduos devidamente verificados e autorizados. Isso é especialmente importante em setores onde a segurança é crítica, como bancos, aeroportos e grandes eventos públicos.

Documentos como registros de treinamento contínuo e relatórios de avaliação de desempenho ajudam a garantir a eficiência operacional das equipes de segurança privada. Manter registros detalhados permite aos empregadores monitorar o desenvolvimento profissional de seus funcionários, identificar áreas que necessitam de melhoria e garantir que todos estejam atualizados com as melhores práticas e novas tecnologias de segurança. Isso contribui para uma operação mais coesa e eficaz, onde cada membro da equipe está preparado para lidar com diferentes situações.

Em caso de incidentes de segurança, a existência de documentação adequada é vital para a investigação e para a responsabilização. Registros detalhados de treinamento, licenças e relatórios de atividades podem ser utilizados para verificar a adequação das ações dos profissionais de segurança durante o incidente. Além disso, a documentação pode servir como evidência em processos legais, ajudando a esclarecer responsabilidades e proteger tanto os profissionais de segurança quanto seus empregadores.

A emissão de documentos para profissionais da segurança privada contribui para a manutenção da ordem, da legalidade e da eficiência na indústria de segurança. Garantir que os profissionais estejam qualificados, licenciados e continuamente treinados protege os interesses das empresas e do público e eleva os padrões da profissão como um todo.

As soluções para documentação de segurança estarão na ISC Brasil, de 03 a 05 de setembro, no Distrito Anhembi. Saiba mais em www.iscbrasil.com.br

Jacqueline Gagliano, gerente da ISC Brasil




Instabilidade institucional: uma das causas do atraso latino-americano

 

A recente tentativa de golpe na Bolívia é um reflexo perturbador da persistente instabilidade institucional que assola a América Latina. Esse evento não é isolado; ao contrário, é parte de um ciclo vicioso de insegurança jurídica, ativismo judicial, politização da Justiça e polarização social. Esses fatores combinados criam um ambiente hostil para investimentos, resultando em consequências nefastas, como altas taxas de juros e baixa produtividade. Esses elementos, por sua vez, são exacerbados pelos altos índices de desemprego e trabalho precarizado, além das condições sociais deploráveis que resultam em baixas taxas de aproveitamento educacional e insegurança alimentar e sanitária.

A instabilidade institucional é tanto causa quanto consequência da precária situação social na América Latina pois cria um ambiente de incerteza que desincentiva investimentos, tanto locais quanto estrangeiros. Investidores procuram previsibilidade e segurança para alocar seus recursos, e a constante ameaça de golpes, mudanças abruptas de governo e intervenções judiciais imprevisíveis tornam a região um local de alto risco. A fuga de capitais resulta, por sua vez, em uma alta taxa de juros, uma vez que os governos precisam oferecer retornos mais altos para atrair investimentos. Além disso, a baixa produtividade é um reflexo direto da falta de investimentos em infraestrutura, tecnologia e capacitação da força de trabalho.

A consequência econômica imediata da instabilidade é o desemprego e a precarização do trabalho. Com poucas oportunidades de emprego formal, muitos trabalhadores se veem forçados a aceitar empregos informais e mal remunerados, sem proteção social ou direitos trabalhistas.

Todas essas condições contribuem para um ciclo de pobreza que é difícil de quebrar. A precariedade econômica se reflete nas condições sociais: a educação sofre com falta de recursos e infraestrutura inadequada, resultando em baixas taxas de aproveitamento educacional. A insegurança alimentar e sanitária são outros graves problemas, com muitas famílias lutando para ter acesso a alimentos nutritivos e serviços básicos de saúde.

Curiosamente, as mesmas mazelas sociais que são consequência da instabilidade institucional também alimentam a conflituosidade social. A pobreza, a falta de oportunidades e a desesperança levam a um aumento da criminalidade, dos protestos e da polarização social. Os conflitos sociais, por sua vez, tornam a governança ainda mais difícil, perpetuando o ciclo de instabilidade. A falta de um ambiente estável e seguro impede o desenvolvimento econômico e social, que é necessário para superar as condições de precariedade. A instabilidade institucional é, portanto, uma das principais causas do atraso latino-americano.

Apesar do cenário sombrio, a recente tentativa de golpe na Bolívia traz um sinal de esperança. A condenação quase unânime dessa tentativa, tanto por líderes políticos quanto pela população e pela comunidade internacional, indica que há um desejo crescente por estabilidade e respeito às instituições democráticas. A reação firme contra a quartelada, desde os líderes da oposição até os partidários do presidente Luís Arce, demonstra que há um consenso sobre a importância de manter a ordem constitucional. Esse consenso é crucial para a construção de uma sociedade mais estável e próspera. A conscientização pode ser o primeiro passo para quebrar o ciclo vicioso e iniciar um ciclo de prosperidade social na América Latina.

 

André Naves é Defensor Público Federal, especialista em Direitos Humanos, Inclusão Social e Economia Política. Escritor. professor, ganhador do Prêmio Best Seller, pelo livro “Caminho – a Beleza é Enxergar”, da Editora UICLAP (@andrenaves.def).

 




Fundação João Paulo II: os braços, o coração e o rosto de Cristo!

 

 

Neste ano de 2024, a Fundação João Paulo II completa 42 anos de existência. Fundada em 1982, a entidade, que é filantrópica e sem fins lucrativos, é mais conhecida devido à abrangência nacional e internacional do Sistema Canção Nova de Comunicação com canais de TV, emissoras de rádio e atividade da internet.

Mas além da Comunicação, outra maneira da instituição atuar fortemente a favor da promoção dos valores sociais e cristãos é por meio da sua Rede de Desenvolvimento Social, que conta com sete projetos sociais abrangendo as áreas da Educação, Saúde e Assistência Social.

Na área da Educação, a Fundação João Paulo II mantém o Instituto Canção Nova, com educação gratuita e de qualidade para mais de mil alunos do Ensino Infantil até o Ensino Médio. E a Faculdade Canção Nova com cursos de graduação, pós-graduação e de extensão.

Na área da Saúde, a Fundação mantém o Centro Médico Pe. Pio, uma unidade de saúde que, a partir do tratamento humanizado, realiza todos os anos milhares de atendimentos gratuitos, procedimentos e exames, voltados, especialmente, para a população mais vulnerável.

Na área de Assistência Social, a entidade mantém quatro projetos, também com todas as atividades e serviços gratuitos, voltados para a população mais vulnerável. O Progen (Projeto Geração Nova), O CAC (Centro de Atendimento Comunitário) e a Cia de Artes e Esportes que oferecem cursos, oficinas, workshops e eventos diversos, visando o desenvolvimento profissional, cultural, espiritual e da saúde física, entre outras áreas, promovendo as habilidades e o bem-estar geral dos seus atendidos.

Há também a Casa do Bom Samaritano com atendimento voltado para a população em situação de rua, fornecendo apoio através de serviços como: refeições, rouparia, kit de higiene pessoal, atendimento psicológico e de assistência social. Há também o atendimento às famílias em situação de vulnerabilidade, através, por exemplo, da entrega de cestas básicas e atividades voltadas para o fortalecimento de laços e vínculos familiares.

A Fundação João Paulo II, nesses 42 anos de existência, vem seguindo a orientação dada por seu fundador, padre Jonas Abib, que dizia: “Somos os braços, o coração e o rosto do Senhor”. Sendo assim, vida longa a esta Instituição que, mantendo o legado do seu fundador, colabora diretamente no aperfeiçoamento humano e consequente melhora da sociedade.

Parabéns ao fundador, Padre Jonas Abib! E parabéns a todas as pessoas que, acreditando nessa missão, colaboram para que a Fundação João Paulo II continue sendo os braços, o coração e o rosto de Cristo para todas as pessoas!

 

Denis Duarte é gerente da Rede de Desenvolvimento Social Canção Nova.




A força da colaboração municipal

 

Quando voltamos nossos olhares para os municípios brasileiros espalhados pelo país, notamos que as paisagens e as culturas são diversas, assim como as capacidades e a forma de funcionamento das redes de ensino, especialmente aquelas de pequeno e médio porte. Isso nos mostra o quanto a atuação colaborativa pode ser um caminho imprescindível para a redução das desigualdades financeiras, técnicas e estruturais que impactam o alcance de melhores resultados educacionais. Uma das soluções que esses municípios têm encontrado é aprender a trabalhar em Regime de Colaboração Intermunicipal. 

Nos últimos anos, surgiram experiências expressivas nesse sentido, e uma das que têm se destacado são os Arranjos de Desenvolvimento da Educação, os ADEs – que consistem em um acordo de cooperação desburocratizado entre municípios próximos, essencialmente horizontal, visando eleger e concretizar metas comuns para melhorar a qualidade da Educação Pública da região. Segundo o professor Fernando Abrucio, da FGV, “os ADEs têm ensinado muito os gestores e as lideranças locais, revelando que a cooperação pode melhorar, em alguma medida, a qualidade da política educacional municipal em contextos de assimetria e baixas capacidades estatais”.

A primeira iniciativa de Arranjo surgiu há quase 30 anos, em 1996, na região da Chapada Diamantina, na Bahia – no chamado ADE Chapada –, reunindo municípios que têm conseguido, desde então, elevar radicalmente seus índices educacionais, formar continuamente os profissionais da educação e firmar parcerias com universidades, associações, institutos e iniciativas privadas.  

Essa metodologia colaborativa está presente atualmente em 18 territórios brasileiros. São eles: ADE Alto Solimões (AM), ADE dos Guarás (MA), ADE dos Balaios (MA), ADE do Alto Turi (MA), ADE Adera (MA), ADE GE 4 (PI), ADE GE 5 (PI), ADE Chapada Diamantina (BA), ADE Agreste Litoral (BA), ADE Parecis (MT), ADE Adetam (MG), ADE Noroeste Paulista (SP), ADE SP 5+ (SP), ADE Litoral Paranaense (PR), ADE Granfpolis (SC), ADE CoGemfri (SC), ADE Serra Catarinense (SC) e ADE Norte Gaúcho (RS). 

Ainda este ano, o Maranhão (que hoje é o estado com o maior número de territórios colaborativos) está em vias de constituir mais dois Arranjos – o ADE do Vale do Pindaré e o ADE da Baixada Maranhense. Desde a implantação, em 2019, o Arranjo tem alcançado resultados relevantes, como a melhoria dos processos de gestão escolar e as formações para os professores do 6.° ao 9.° ano. 

Da mesma maneira, recentemente, o estado do Amazonas criou o primeiro Arranjo, o ADE Alto Solimões. Nessa região, assim como em boa parte do Amazonas, as vias de tráfego são os rios. Por isso, as Secretarias de Educação Municipais enfrentam desafios para a entrega de merendas em escolas afastadas e para a formação de professores bilíngues, já que, em alguns dos municípios, 80% das escolas são indígenas. Essa região, que ainda tem a particularidade de fazer divisa com Peru e Colômbia, certamente vai ganhar força para enfrentar os desafios educacionais. 

Na história dos ADEs, além dos avanços notórios, percebe-se que, mesmo com as transições políticas de prefeitos e secretários municipais de Educação, muitos Arranjos seguem vigentes após as trocas de governo. Isso se deve à criação de lideranças nas municipalidades, à implementação de projetos relevantes para o conjunto de municípios e à formação de uma cultura de colaboração nas regiões. O potencial cooperativo dos Arranjos é imenso, pois amplia a intensidade e a qualidade das relações entre os municípios parceiros e promove a possibilidade de equidade educacional. Provavelmente, em poucos anos, o número de ADEs existentes no Brasil vai crescer ainda mais. Assim esperamos.

Maíra Weber, doutora em Educação, é coordenadora de Produção e Disseminação de Conhecimento do Instituto Positivo (IP).




Balas e chicletes realmente ajudam a combater a halitose?

 

A halitose, comumente conhecida como mau hálito, é uma preocupação persistente para muitas pessoas, afetando não apenas a saúde bucal, mas também o bem-estar social. Dados da Associação Brasileira de Halitose (ABHA) indicam que cerca de 30% da população brasileira pode sofrer com o problema em algum momento da vida.

As causas podem variar, desde problemas bucais, como má higiene oral, cáries ou doenças gengivais, até mesmo condições de saúde, como é o caso da rinite, sinusite, amigdalite, infecções respiratórias ou doença do refluxo gastroesofágico.

Além das práticas de higiene bucal, como a escovação regular, o uso do fio dental e exames dentários periódicos, muitas pessoas também buscam “métodos paliativos” para enfrentar o problema, sobretudo por meio do uso de balas e gomas de mascar, a fim de amenizar o odor e o incômodo causado pela halitose. 

A dúvida que fica, no entanto, é até que ponto elas realmente são eficientes para este propósito. Afinal, muitos desses produtos contêm açúcar em sua composição. E, uma vez que as bactérias presentes na boca se alimentam de açúcares, ocorre uma proliferação destas e, consequentemente, maior produção dos gases causadores do mau hálito.

Nesse contexto, portanto, a escolha do tipo de bala ou goma que se consome para tal finalidade é fator preponderante. Não à toa que, hoje em dia, há uma enorme quantidade de balas e chicletes que não contêm açúcar em sua composição. Além da questão calórica, esses itens também podem atuar de forma positiva no combate aos maus odores do hálito.

Isso porque a ação de mastigar estimula a produção de saliva, contribuindo para a hidratação da mucosa, controle do pH e até mesmo da limpeza mecânica, desalojando parte dos resíduos aprisionados e, dessa forma, auxiliando na manutenção de um hálito saudável.

 Embora possam proporcionar alívio temporário do mau hálito, as balas e chicletes não são suficientes para de fato combater as causas subjacentes do problema. Por isso, é tão importante a avaliação de um profissional de saúde para um diagnóstico preciso e um plano de tratamento adequado. 

A solução, muitas vezes, é simples, demandando apenas uma higiene oral adequada, principalmente no que se refere à limpeza da língua, uso de fio dental e visitas regulares ao dentista, além de uma alimentação saudável e balanceada, bem como uma hidratação correta ao longo do dia.

Evitar hábitos como o consumo de álcool e cigarro também ajuda bastante na prevenção desse problema, que tanto interfere nas relações interpessoais e, até mesmo, na autoestima das pessoas.

Dessa forma, postergar o diagnóstico só contribui para torná-lo ainda mais prejudicial à saúde física e psicológica de quem sofre com ele. Portanto, por mais que as balas e chicletes sirvam de paliativos, é preciso conhecer a origem do problema para combatê-lo efetivamente.

Ligia Maeda é médica otorrinolaringologista, especialista em halitose e compõe o corpo-clínico do Hospital Paulista – referência nacional em saúde de ouvido, nariz e garganta