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Lá vai Maria

Lata d’água na cabeça

Lá vai Maria

Lá vai Maria

Maria Mercedes encantou e inspirou o autor dessa música se equilibrando com nobreza e alegria sob o peso da miséria e do preconceito. Inspirou a canção que fala do brio de uma gente que, mesmo sofrendo, vive de esperança.

O tempo passou e ainda há marias e josés tendo que buscar longe o que devia estar perto, por direito: água, sustento, abrigo.

Maria fez de sua lata um adereço! Foi para o palco, para a avenida. Tripudiou, brincou e dançou com o peso que a vida insistia em lhe impor: dificuldades e dores.

Sua lata viajou, conquistou o mundo, e sua beleza conquistou inclusive um suíço com quem se casou. Maria contava com alegria sua experiência no exterior, e dentre elas, uma situação inusitada quando foi surpreendida com uma lambida em seu braço e a admiração da criança europeia que exclamou: “você é feita de chocolate!” (riso largo).

Após 30 anos, voltou ao Brasil e, ao encontrar, através da fé, seu grande amor (Jesus), “encenou” seu último ato. Trazendo sua inseparável lata, agora carregada com a “água viva”, transbordando alegria, paz, amor e esperança.

Nem a idade, nem a doença a fizeram perder a elegância e o riso fácil com que encarava a vida. Dona Maria se equilibrou mais uma vez com altivez, sem deixar a água cair. Eternizada também na letra da canção com seu nome, a gente canta em sua homenagem:

Lá vai Maria

Sobe o morro e não se cansa

Que grande mulher!

Osvaldo Luiz Silva é jornalista, trabalha há 33 anos na Canção Nova, e escreveu o livro “A Vida é Caminhar”, que relata fatos da década de 1970 na vida do padre Jonas Abib.




Diocese de Assis

 

Algo que dá sentido à vida humana é a compreensão de quanto esta é bela. Melhor ainda quando essa descoberta vem acompanhada por uma revelação de fé, uma manifestação divina. Imaginem então o quão maravilhosa e espetacular foi a experiência do monte Tabor, onde a transfiguração humano/divina do Cristo Jesus deixou boquiabertos os três discípulos: Pedro, Tiago e João. Diz o evangelista que a visão desses três privilegiados foi algo tão extraordinário que estes não queriam voltar para a realidade do mundo aqui embaixo. Jesus lhes mostrava seu verdadeiro rosto. “Suas vestes tornaram-se resplandecentes e de uma brancura tal que nenhum lavadeiro sobre a terra as pode fazer assim tão brancas” (Mc 9,3). A visão beatífica, serena e transfigurada, coroada de luz e aureolada com as nuvens celestiais, era-lhes um espetáculo sem referenciais com a lógica do mundo. Tanto que sentiram medo a certo momento. Tanto que uma nuvem momentânea da dúvida os cobriu com sua sombra. Estariam sonhando? Seria real o que suas vistas contemplavam?

Nisso tudo resulta uma revelação de fé. A compreensão da beleza de Deus presente na divindade de Cristo é o primeiro passo para se aceitar sua doutrina e “descer do monte” de nossas incertezas e tribulações com mais convicção e ardor, dispostos e renovados pela verdade de seus ensinamentos. “Este é meu Filho muito amado; ouvi-o”. Esta é a voz que nos devolve à realidade, fortalecidos pela alegria de uma descoberta pessoal, intimista, mais familiarizados com os mistérios e as revelações de Deus em nossas vidas. Por isso a fé é um tesouro escondido, só plenamente revelado àqueles que se dispõem a “encarar” a luz divina presente no olhar humano do Cristo transfigurado. Mistérios de fé, nos dizem nossos sacerdotes ao apresentar a transubstanciação das espécies eucarísticas em corpo e sangue… É o milagre do Tabor, a transfiguração que nos foi dada contemplar nos dias atuais, nos nossos átrios de fé e devoção cristã. Por isso, é bom estarmos aqui, como testemunhas de um milagre que ainda podemos ver com nossos olhos mortais! Esse é o mistério, o segredo da fé cristã e de sua resistência até os dias atuais, até os dias finais

A correlação entre o milagre da transfiguração e a transubstanciação eucarística fica bem evidente no pedido que Jesus faz ao voltar para a realidade do mundo: “Não contem a ninguém o que viram aqui, até que eu tenha ressuscitado dos mortos”. A revelação viria depois, na despedida da última ceia, o grande mistério da fé cristã que se tornou “memorial da morte e ressurreição”, lembrança permanente do Cristo transfigurado, ressuscitado dentre nós e glorificado na glória de sua ascensão à direita do Pai. Esse é nosso Messias, nosso Salvador, o Filho de Deus, vivo! Por isso é bom viver, é bom estarmos aqui para glorificar pela vida que temos, pela oportunidade que nos dá o Pai criador de “guardarmos seus mistérios” em nosso coração pequenino, mas extraordinariamente grandioso quando agraciado pelas revelações que a fé nos possibilita testemunhar em vida. É bom estarmos aqui, neste mundo, contribuindo para que este seja melhor, mais humano e digno das bênçãos celestes. É bom sermos provas vivas dos milagres que ainda rondam nossas vidas e que muitos teimam em não enxergar. Assim pensando e agindo, um dia ainda iremos, como os discípulos, olhar ao derredor e ver em todos os semelhantes o rosto transfigurado de Cristo.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]




Espaço Espírita

 

Evita a cólera. A irritação agrava a enfermidade, desequilibra a mente, afeta o espírito negativamente.

Nos momentos de contrariedade, entrega-te à prece e faze o melhor ao teu alcance.

Se não podes, por teus meios, modificar a situação difícil, acalma-te e espera.

Deus te vê e te conduzirá, por mãos intangíveis, à solução adequada.

SCHEILLA

Extraído do livro “A Mensagem do Dia”

Editora Allan Kardec – Psicografia: Clayton Levy

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Diocese de Assis

A fé é um patrimônio único, valiosíssimo, impagável; é uma herança que supera os tempos, os momentos, as crises e as gerações. A fé é uma das virtudes teologais, junto com a esperança e o amor.

A fé não depende, necessariamente, de quem crê mas, se realiza efetivamente nele, com todos os frutos que lhe são próprios. A fé não é uma criação de Deus, mas é, antes, o espaço por excelência de sua experiência. “A  é um modo de já possuir aquilo que se espera, é um meio de conhecer realidades que não se vêem” (Hb 11,1).

Ter fé, portanto, não é uma obrigação, não é uma norma, não é uma tradição, não é um hábito. Ter fé é uma necessidade e, só que crê têm a plenitude da vida!

“Portanto, irmãos, tenham cuidado para que não haja entre vocês nenhum homem de coração perverso e sem , que se afaste do Deus vivo” (Hb 3,12). “É impossível agradar a Deus sem a . De fato, quem se aproxima de Deus, deve acreditar que ele existe e que recompensa aqueles que o procuram” (HB 11,6). “O meu justo vive pela fé!” (Hb 10,38).

Foi por causa da  que os antigos foram aprovados por Deus. Pela , sabemos que a Palavra de Deus formou os mundos; foi assim que aquilo que vemos originou-se de coisas invisíveis.

Pela , Abel ofereceu a Deus um sacrifício melhor que o de Caim. E por causa da , ele foi declarado justo… Pela , Henoc foi levado embora, para que não experimentasse a morte.

Pela , ao ser avisado divinamente sobre coisas que ainda não via, Noé levou isso a sério, e construiu uma arca para salvar a sua família. Por essa , ele condenou o mundo e se tornou herdeiro da justiça que provém da .

Pela , Abraão, chamado por Deus, obedeceu e partiu para um lugar que deveria receber como herança. E partiu sem saber para onde. Pela , ele foi residir como estrangeiro na terra prometida. Morou em tendas juntamente com Isaac e Jacó, que também eram herdeiros da mesma promessa. Foi pela  que também Sara, embora sendo velha, se tornou capaz de ter uma descendência, pois ela acreditou em Deus, que lhe havia prometido isso. Pela , Abraão, submetido à prova, ofereceu Isaac; e justamente ele, que havia recebido as promessas, ofereceu seu único filho.

Pela , Isaac abençoou Jacó e Esaú, também a respeito de coisas futuras.

Pela , Jacó, agonizante, abençoou cada um dos filhos de José, e se prostrou, apoiando-se na extremidade do bastão.

Pela , José mencionou, já no fim da vida, o êxodo dos filhos de Israel.

Pela , Moisés, recém-nascido, foi escondido pelos seus pais durante três meses, porque viram que o menino era bonito. Eles não temeram o decreto do rei. Pela , quando já era adulto, Moisés recusou ser chamado filho da filha do faraó. Pela , Moisés deixou o Egito, sem temer a ira do rei; permaneceu firme, como se visse o Invisível. Pela , ele celebrou a páscoa e marcou as portas com sangue, para que o exterminador não matasse os primogênitos de Israel. Pela , atravessaram o mar vermelho como se fosse terra seca, enquanto os egípcios, tentando fazer o mesmo, se afogaram.

Pela , caíram os muros de Jericó, após as voltas ao seu redor durante sete dias… (Hb 11,2-33).

“Por isso, façam esforço para pôr mais virtude na fé, mais conhecimento na virtude, mais autodomínio no conhecimento, mais perseverança no autodomínio, mais piedade na perseverança, mais fraternidade na piedade e mais amor na fraternidade. De fato, se vocês tiverem essas virtudes em abundância, elas não permitirão que vocês se tornem inúteis ou infrutíferos no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo” (2Pd 1,5-8).

Eis porque, viver bem é crer! E pra você, crer é viver bem?

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS




Diocese de Assis

 

Parece-me um tanto forçado o termo Amizade Social num contexto de fraternidade cristã. Porque a boa notícia que nos trouxe os Evangelhos é exatamente o desafio de uma fraternidade universal, que vai muito mais além do que as aparências de uma convivência social pura e simples. Na sociedade ainda imperam as normas do procedimento ético, das boas maneiras, do farisaísmo social que as relações humanas fazem questão de preservar como lei de conduta e maturidade nas relações interpessoais. Qualquer manual de etiqueta é capaz de nos apontar essa falsidade comportamental. Mas a verdadeira convivência fraterna, desejada e praticada pelo mestre de Nazaré, rasgou toda e qualquer cartilha de comportamento social para valorizar por primeiro a beleza das relações humanas, deixando de lado suas normas e etiquetas excessivamente inibidoras e constrangedoras. Numa verdadeira relação fraterna predominam gestos de espontaneidade, pureza e autenticidade.

Para os construtores do Reino de Deus entre os homens não pode haver meia verdade. Ou tudo, ou nada. Ou você aceita o desafio de uma relação pessoal além das aparências que a tentação demoníaca tenta construir na vida social, ou nossas amizades nunca passarão de falsa diplomacia plasmada pelas normas e exigências do mundo, nunca de Deus. Essa é uma exigência puramente humana, mundana, que não penetra no âmago do verdadeiro espírito de fraternidade universal. Melhor então agir como Jesus, que se afastou da convivência social para viver entre os animais selvagens, onde os anjos desciam dos céus para o servir (Mc 1, 13)? Felizmente, isso só durou quarenta dias! Pelo menos ali, no deserto e na quietude das falsas relações sociais, a plenitude do amor divino era mais evidente! Mas essa não era a missão cristã, pois o tempo e a ação evangelizadora se cumprem no aqui, no hoje, na realidade do tempo presente. Não podemos fugir dessa nossa necessidade de inserção na realidade do mundo. Por isso nossa fé segue os passos do Cristo, que nos convida à conversão imediata, seguindo seus exemplos, seu Evangelho de fraternidade universal: “Vós sois todos irmãos e irmãs” (Mt 23,8).

Penetrar nesse desafio de fé e coerência evangélica nos leva a construir uma relação muito além das aparências sociais. O mundo político tem nos dificultado a construção de um mundo novo conforme os parâmetros do ensinamento cristão. Direita ou esquerda nunca foram situações simpáticas ao bom senso que só o meio termo, o diálogo, as concessões de um e as renúncias do outro são capazes de solidificar fraternalmente, sem a tentação da vitória de um sobre a derrota do outro. Não é guerreando que se constrói a Paz. Esse é um conceito diabólico, que muitos abraçam como bandeira de ação e não enxergam o sarcasmo do Diabo por detrás dessa bandeira institucionalizada. Não é por aí. Com o Diabo não existe diálogo. Papa Francisco já nos alertou em um de suas falas do Angelus (2021): “Quando o sedutor se aproxima, começa a seduzir-nos: “Mas pensa isso, faz aquilo…”, a tentação é entrar em diálogo com ele, como fez Eva; e se entrarmos em diálogo com o Diabo, seremos derrotados”. Só o diálogo com Deus, com sua Palavra, pode restaurar o diálogo entre nós.

Fica pois a pureza evangélica como único e melhor caminho para a paz fraternal que desejamos alcançar. Esqueçam essa amizade social. Melhor caminho é a amizade cristã. Busquem primeiramente o diálogo fraternal, sem divisões, sem tendências, sem radicalismos políticos ou sociais. O verdadeiro cristão não negocia com o Inimigo, o Pai das falsas ilusões, da mentira institucionalizada. Não é por aí o caminho da evangelização sonhada e almejada por Cristo. A boa nova da salvação não negocia com doutrinas meramente transitórias. Um único caminho nos promete as alegrias do Reino de Deus entre nós, o diálogo com Deus e os irmãos. Portanto, “convertei-vos e crede no Evangelho”.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]

 

 

 




Espaço Espírita

 

– Chico Xavier, na sua opinião, o que é necessário para chegar mais próximo dos padrões ideais de convivência entre os homens?

Resposta:- Segundo admitimos, o padrão ideal para a convivência pacífica entre as criaturas da Terra, está contido naquele inesquecível mandamento de Jesus Cristo: “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei”. Quando este preceito for praticado, certamente usufruiremos a felicidade do Mundo Melhor com que todos sonhamos.

(Entrevista concedida a Luiz Costa Filho e publicada no Jornal de Higienópolis – São Paulo/SP em junho/1983)

Extraído do livro “Entender conversando” – Editora IDE

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Educação e cidadania: pilares para futuro sustentável

 

 

Investir nas pessoas no tempo presente é um princípio básico e pode ser uma das maneiras mais efetivas de garantir um futuro mais sustentável. Cuidar, renovar, conservar a natureza é crucial. Igualmente essencial é promover, valorizar, estimular e educar, garantindo o presente e construindo um futuro melhor para a juventude atual e os adultos de amanhã. Em uma sociedade em constante transformação, fica cada vez mais evidente a necessidade de olhar para o ser humano com a premissa da promoção da educação de qualidade. Não à toa, o tema figura como o quarto Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS), um apelo global norteado pela Organização das Nações Unidas (ONU), visando ao alcance da Agenda 2030 e à construção de uma sociedade com mais prosperidade.

No Paraná, diversas empresas, instituições e entidades têm aplicado a expertise em suas áreas de atuação na promoção dos objetivos propostos pela ONU por meio de boas práticas de conservação ambiental e desenvolvimento econômico e social, além da promoção da educação. No último quesito, o Centro de Integração Empresa-Escola do Paraná – CIEE/PR tem realizado, há mais de meio século, inúmeras ações com enorme sucesso.

A entidade, reconhecida por contribuir na capacitação e integração de talentos às empresas, desenvolve outros programas, talvez menos conhecidos, mas igualmente importantes para esse futuro almejado. O “Família em Ação” envolve pais e responsáveis dos estudantes, em especial aqueles em situação de vulnerabilidade, para refletir sobre a convivência com os jovens e a promoção de vínculos familiares. Essa iniciativa é oferecida gratuitamente à comunidade e envolve debates e dinâmicas específicas, organizadas por uma equipe multidisciplinar do CIEE/PR. 

O mérito do programa foi recentemente reconhecido com o Selo SESI ODS por conectar-se a três objetivos propostos pela ONU:  Erradicação da Pobreza (ODS1), Educação de Qualidade (ODS4) e Trabalho Decente e Crescimento Econômico (ODS8). Esse trabalho tem assegurado a relevância do papel da família na formação cidadã e no protagonismo dos filhos na vida pessoal e profissional.

Somado a isso, a aprendizagem e o estágio preparam e integram os jovens ao mundo do trabalho. Geram a oportunidade de aprenderem e respeitarem a diversidade de percepções, entendimentos e compreensões do sentido da vida em sociedade. 

Os resultados alcançados estão vinculados à essência do CIEE/PR, que entende os desafios de gestão e da sociedade. Por meio desse conhecimento intrínseco, a entidade gera impacto positivo com ações de cidadania, capacitação profissional e geração de renda, capaz de incentivar o protagonismo jovem, envolver e reforçar vínculos familiares em todo o estado do Paraná. Segundo o professor e filósofo americano, John Dewey, “A educação não é preparação para a vida; A educação é a própria vida”. Dessa maneira, o futuro mais próspero e sustentável torna-se possível: investindo em pessoas e transformando vidas por meio da educação. 

 

Antoninho Caron é presidente do Centro de Integração Empresa-Escola do Paraná (CIEE/PR).




Como práticas ESG podem contribuir para uma gestão sustentável?

 

Práticas que priorizam a sustentabilidade, a responsabilidade socioambiental e a transparência estão sendo amplamente adotadas por empresas que buscam desenvolvimento sustentável e geração de valor, não apenas pela ótica do retorno financeiro, mas também a partir do entendimento sobre seus impactos ambientais, sociais e de governança.

Sustentabilidade e ESG (Environmental, Social and Governance) são termos que, embora apontem na mesma direção, têm nuances distintas, já que a sustentabilidade é o objetivo final do desenvolvimento Humano. Ela representa um equilíbrio entre melhorar a qualidade de vida da sociedade, respeitar os limites ambientais do planeta e promover a prosperidade econômica.

ESG, por sua vez, refere-se a um conjunto de critérios ambientais, sociais e de governança. Esses critérios são usados para avaliar riscos, oportunidades e impactos, com o objetivo de orientar atividades, negócios e investimentos sustentáveis.

Entendida essa diferença, detalho a seguir como essas práticas podem contribuir para uma gestão sustentável na área da saúde, mais especificamente nas Organizações Sociais de Saúde (OSS).

Assegurar a conformidade com leis e normas éticas é fundamental para a sustentabilidade das organizações. À medida que o cenário regulatório evolui, as instituições buscam incessantemente aprimorar seus modelos de governança, visando identificar e coibir comportamentos incongruentes com seus valores, alinhando-se aos códigos de conduta. Esse compromisso não apenas atende a exigências legais, mas também impulsiona uma cultura organizacional ética, refletindo o comprometimento contínuo com a integridade e a responsabilidade.

No CEJAM, criamos um canal de denúncias aberto, confidencial e sigiloso, que garante o anonimato e assegura a não retaliação ao denunciante de boa-fé. É uma via de comunicação a serviço dos colaboradores, prestadores de serviços e comunidade em geral. Estimulamos sua utilização, pois acreditamos que essa ferramenta é importante na prevenção e detecção de desvios de conduta, aprimoramento da gestão e fortalecimento da cultura ética institucional.

O Instituto CEJAM, responsável por coordenar ações de responsabilidade socioambiental do CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”, é um exemplo inspirador e vem reforçando o seu compromisso através de diversas ações.

Entre as principais iniciativas, destacam-se a gestão de resíduos sólidos, eficiência hídrica e energética e criação de ambientes acolhedores e projetos socioambientais voltados para as comunidades próximas, abordando temas como agricultura urbana, arborização e promoção da reciclagem de resíduos.

A melhoria das etapas de gerenciamento de resíduos nas unidades de saúde sob a administração do CEJAM surgiu durante a pandemia, quando ficou evidente a necessidade de adotar práticas mais modernas na área. E, por se tratar de resíduos, todos os setores, colaboradores, terceiros e frequentadores dos serviços de saúde passaram a se engajar nesse processo.

De lá para cá, observamos mudanças de hábitos e cultura em muitos de nossos colaboradores. Percebemos uma relação mais consciente com o setor de compras, optando por adquirir produtos que geram menos resíduos. Além disso, houve uma redução na quantidade de resíduos gerados, incluindo os infectantes, um aumento na separação dos resíduos recicláveis e uma redução da quantidade de resíduos enviados para aterros sanitários.

O Instituto também vem trabalhando ativamente em seu pilar de eficiência energética. A Santa Casa de São Roque, gerenciada em parceria com a prefeitura local, já conta com um sistema de fornecimento de energia elétrica alimentado por fonte solar. Agora, em 2024, a iniciativa será estendida a outras unidades de saúde públicas, em colaboração com a ENEL.

Com a implementação desse projeto, planejamos gerar energia suficiente para manter as unidades de saúde funcionando e fornecer energia limpa para a rede pública, contribuindo, assim, para a redução do consumo de energia proveniente de fontes mais poluentes.

Entre 2022 e 2023, um plano de gestão sustentável de recursos hídricos em hospitais públicos, como o Hospital Geral de Itapevi e a Santa Casa de São Roque, atingiu a marca de 35% de economia mensal, período em que foram poupados mais de 12 mil metros cúbicos de água.

E mais! Mesmo com a redução do consumo, não houve qualquer impacto negativo na prestação de serviço. Ou seja, a garantia da qualidade do serviço se mantém em consonância com os padrões de biossegurança e controle de infecções, conciliada com a economia dos recursos hídricos. As modificações estruturais, como instalação de economizadores e reuso da água, demonstraram que a sustentabilidade também pode ser economicamente eficiente

Acreditamos que a sustentabilidade é a base para uma saúde robusta e resiliente. No CEJAM, não se trata apenas de práticas ambientalmente conscientes, mas de moldar um futuro em que a saúde, a eficiência financeira e a consciência ambiental coexistam harmoniosamente. Estamos comprometidos em liderar não apenas pelo exemplo, mas pelo impacto positivo que nossas ações têm na saúde das pessoas e do planeta. Juntos, seguimos transformando vidas e construindo um futuro sustentável de cuidado, amor e esperança.

 João Romano é gerente executivo do CEJAM (Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”)

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Os efeitos danosos da venda sem receita de medicamentos tarjados em drogarias

 

Nos últimos meses, alguns medicamentos ficaram “famosos” ao se tornarem extremamente populares no país. Como exemplos, temos o Ozempic (semaglutida), concebido para tratamento de diabetes, mas que tem sido usado para acelerar a perda de peso; e o Venvanse (dimesilato de dexanfetamina), que é indicado para pessoas com TDAH, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, mas que tem sido utilizado por indivíduos saudáveis, como estudantes e executivos, para melhoria da concentração e foco em tarefas cotidianas.

Trata-se do uso off label de medicamentos, que não é proibido no Brasil. Médicos costumam prescrever certas drogas pelos efeitos secundários que promovem, que são diferentes dos que constam em bula. O problema ocorre quando a venda é feita sem o suporte da prescrição de um profissional habilitado.

Medicamentos com tarja vermelha somente podem ser vendidos sob prescrição médica. No entanto, não é obrigatório às farmácias fazer a retenção de segunda via para escrituração das receitas, o que somente ocorre com antibióticos, entorpecentes e psicotrópicos listados pela Agência Nacional da Vigilância Sanitária (Anvisa).

A não exigência de retenção de receita ocasiona uma das maiores distorções da lógica regulatória do varejo de medicamentos:  qualquer pessoa que solicite remédios de tarja vermelha no balcão da farmácia conseguirá comprá-lo sem apresentar a prescrição médica.

Este é o caso do Ozempic. Para as drogas que precisam de retenção, o mercado ilegal e paralelo de receitas responde pelo desvio, para fornecimento a pessoas que não tem indicação médica.

Nos balcões das drogarias, atendentes afirmam com convicção que medicamentos sem retenção de receitas são de venda livre, o que absolutamente não procede. Mesmo assim, há anos essas vendas ocorrem sem qualquer restrição e sem que a fiscalização tenha mecanismos para identificar as vendas irregulares.

Como consequência, temos a falta de medicamentos no mercado, prejudicando pacientes que realmente precisam. Além disso, pessoas que não possuem indicação e acompanhamento médico podem sofrer complicações e efeitos adversos graves ocasionados pelo seu uso.

Por que não vemos uma fiscalização mais efetiva por parte da vigilância sanitária para coibir esses abusos?

Nas farmácias de manipulação, toda receita precisa ser registrada em sistema (Livro de Receituário), com nome e registro profissional do prescritor, mesmo que não seja obrigatória sua retenção. A fiscalização para esses estabelecimentos é rígida, mas o mesmo não ocorre com as drogarias.

Outro exemplo do tratamento regulatório desigual: as farmácias de manipulação são proibidas até mesmo de anunciar através da internet medicamentos isentos de prescrição, além de cosméticos e suplementos que podem perfeitamente ser fornecidos a qualquer pessoa interessada. Já as drogarias colocam esses produtos à disposição de consumidores, no balcão das lojas ou em meios virtuais, mesmo quando há a exigência de prescrição médica para aquisição.

A legislação sanitária traz critérios bastante objetivos para saber se um medicamento ou um produto para saúde é classificado como isento de prescrição médica.

Dentro deste cenário fica uma questão: a quem interessa que o medicamento industrializado tarjado possa ser vendido livremente sem qualquer controle?

A indústria farmacêutica não se opõe a esta prática, mesmo quando os remédios ficam em falta no varejo. Obviamente, os recordes de vendas são vantajosos para o segmento. Quando os lotes são falsificados, a indústria notifica a Anvisa, que age para divulgar os lotes falsos.

Portanto, é necessário que se retome o debate sobre mudanças importantes na regulação e fiscalização para evitar essa distorção do mercado e também a venda desenfreada de medicamentos que podem colocar em risco a saúde da população.

 

Claudia de Lucca Mano é advogada, consultora empresarial, especialista na área de vigilância sanitária e assuntos regulatórios, fundadora da banca DLM e responsável pelo jurídico da associação Farmacann.




Espaço Espírita

 

 

O esquecimento das existências anteriores é um benefício de Deus que, em sua bondade, quis poupar o homem de lembranças muitas das vezes penosas.

A cada nova existência, o homem é o que fez de si mesmo: isso é para ele um novo ponto de partida.

Conhece seus defeitos atuais; sabe que esses defeitos são as consequências daqueles que tinha.

Disso conclui o mal que pôde cometer e isso lhe basta para trabalhar a fim de se corrigir.

Se outrora tinha defeitos que não tem mais, não precisa se preocupar mais com isso; ele já tem bastante imperfeições presentes.

ALLAN KARDEC

Extraído do livro “O Espiritismo em sua expressão mais simples”

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