Circuito Sesc de Artes 2025 leva programação gratuita a 132 cidades, incluindo Assis

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De 3 de maio a 8 de junho, ruas e praças de 132 municípios do interior, litoral e da Grande São Paulo, além de São Miguel Paulista, bairro que integra o Plano de Expansão do Sesc, serão palco do Circuito Sesc de Artes 2025. Em seis fins de semana consecutivos, sempre aos sábados e domingos, o público poderá vivenciar gratuitamente 840 sessões de atividades que atravessam nove linguagens artísticas e culturais: artes visuais e tecnologias, cinema, circo, dança, literatura, música, teatro, turismo e valorização social. O Circuito Sesc de Artes é realizado pelo Sesc São Paulo em parceria com prefeituras municipais e sindicatos do comércio de bens, serviços e turismo locais. Em sua 17ª edição, o Circuito amplia o seu alcance com a entrada das unidades do Sesc Campo Limpo e Franca, além da inclusão de dez novas cidades em relação à edição de 2024. Ao todo, 23 unidades do Sesc São Paulo estão envolvidas na realização do projeto. A programação valoriza a produção cultural das regiões participantes, com forte presença de artistas e coletivos que atuam fora da capital. Parte da programação do Circuito conta com acessibilidade em Libras: são 144 sessões com tradução. Para Luiz Deoclecio Massaro Galina, diretor regional do Sesc São Paulo, “a ampliação do Circuito reafirma o compromisso do Sesc com a descentralização cultural, valorizando a produção de diferentes territórios e expandindo o acesso por meio da ocupação dos espaços públicos com múltiplas linguagens artísticas. Ao promover encontros em praças e ruas, a iniciativa convida à convivência e busca fortalecer a relação entre as pessoas e seus territórios.” Uma das linhas curatoriais que se fortalece nesta edição, em um movimento realizado nos últimos anos e que agora se consolida, é a quantidade de artistas das regiões atendidas: são 42 grupos de cidades da Grande São Paulo, interior e litoral paulistas, de um total de 76 atrações. Além da forte presença de artistas locais, a edição conta com participações internacionais, como a Estúpida Compañía (Argentina e Uruguai), com o espetáculo Indómito, e a produção Suspiros e Burbujas, que une no palco uma artista argentina e um palhaço cearense. O Circuito alcança desde cidades da região metropolitana, como São Bernardo do Campo e Mauá, com mais de 800 mil habitantes, até municípios do interior, como Nipoã, no Noroeste do estado, com cerca de cinco mil moradores, e Águas de São Pedro, o menor município paulista. Neste ano, seis cidades (Ilha Solteira, Pereira Barreto, Igaratá, Paraibuna, Iporanga e Miracatu) contarão com uma Mostra de Saberes, onde artesãos locais demonstrarão as técnicas utilizadas em suas criações. Em outras três cidades (Penápolis, Franco da Rocha e Iguape), o público será convidado a conhecer o patrimônio histórico e cultural, por meio de ação de turismo social, com um passeio a pé, partindo da praça os participantes fazem um tour pelos espaços culturais e pelo centro histórico. Em todas as cidades, o público encontrará o espaço de relacionamento do Sesc, um ponto de encontro sobre o Circuito e dicas de turismo, Sesc Digital e programação do SescTV, uma forma de conectar o público às ações do Sesc dentro e fora do Circuito. Em teatro, destaca-se a montagem de Os Tr3s Porcos com A Próxima Companhia. A peça busca ressignificar o clássico conto infantil, lançando um olhar sobre temas atuais como o direito à cidade e à moradia, com uma linguagem cênica que mescla elementos do teatro de rua e do circo, tudo permeado por um tom cômico e instigante. A música é representada pelo grupo Zumbiido Afropercussivo. Composto por pessoas pretas, o coletivo explora a riqueza dos ritmos diaspóricos, com forte influência do samba afro e do samba reggae. Suas performances autorais, que unem música e dança inspiradas em matrizes africanas, têm como objetivo primordial promover a consciência racial, política e cultural, difundindo a cultura preta por meio de suas expressões artísticas. Em literatura, a atividade Recriando Imaginários: um Mergulho na Literatura Indígena se conecta com os povos originários. Com a presença de Ana Kariri, Auritha Tabajara, Cristino Wapichana e Fernanda Kaingang, o público mergulha em narrativas, visões de mundo e saberes ancestrais presentes em contos e poesias. Além das artes performáticas e literárias, a programação oferece uma experiência imersiva com a Mostra de Realidade Virtual – Sonhos. Em diálogo com a Mostra Internacional de Cinema, essa atração convida o público a explorar o universo dos sonhos de uma perspectiva consciente, ampliando as fronteiras da percepção e da experiência estética. Destaques da programação Circo O circo contemporâneo se apresenta com uma variedade de espetáculos que celebram a tradição circense enquanto exploram novas formas de expressão. Em Atravessando Lugares, a companhia Mano a Mana, de São Paulo, reflete sobre as interações nos espaços públicos por meio de acrobacias e técnicas de mão a mão. O Coletivo Piracema, de Piracicaba, celebra a vida no interior em Festa na Roça, um espetáculo que mistura palhaçaria, malabarismo, acrobacia e música ao vivo, convidando o público a se sentir em casa. As Gêmeas Dias e a Trupe Cirandá, de São Bernardo do Campo, resgatam as brincadeiras de roda da infância em Ciranda, unindo artes circenses e cultura popular com música ao vivo e participação ativa do público. O Circo da Silva, de Campinas, mostra Funil, um espetáculo que combina circo e música, com uma banda de sopros e percussão tocando clássicos do picadeiro enquanto acrobatas, malabaristas e equilibristas fazem diversas acrobacias. Originalmente da Argentina e do Uruguai, a Estúpida Compañía encena Indómito, um espetáculo que resgata números clássicos do circo e dos antigos “freak shows”, unindo humor e tensão, e interação com o público. Teatro A programação teatral conta com produções que exploram desde a história de grandes escritoras até fábulas infantis com reflexão social. Em Um Canto para Carolina, a Cia. dos Inventivos, de São Paulo, leva ao palco a história de Carolina Maria de Jesus, uma das mais importantes escritoras negras do Brasil, por meio de um musical que retrata suas lutas e o cotidiano na favela, baseado em sua obra Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada. Já Odília Nunes, com sua intervenção teatral Cordelina, traz uma boneca gigante feita de material vegetal, que ao som de uma sanfona ao vivo, compartilha mensagens de sorte e recita poesias populares do Nordeste, os famosos cordéis. A clássica história dos três porquinhos ganha uma nova roupagem em Os Tr3s Porcos, com A Próxima Companhia, que utiliza a fábula para abordar o direito à cidade e à moradia, explorando as linguagens da rua e do circo de forma cômica e reflexiva. Já Nós, do Barracão Cultural, de Campinas, conta a história de Mel, uma garota que busca se libertar dos nós que a aprisionam, em uma jornada de autodescoberta e aceitação. Música A cena musical se diversifica com atrações que vão da tradição popular à vanguarda da discotecagem. O Núcleo Maracá apresenta Auto do Guriatã, uma ópera popular que narra a história de um boi roubado, resgatando a tradição do Bumba Meu Boi com a célebre versão de Mestre Humberto de Maracanã. Já a dupla de DJs Lucas Caixa Preta e Scratchj, de São Carlos, vem com um setlist que mistura música regional brasileira, afrobeat, black music e balanço caribenho em Balanço, Beats e Batuques. O DJ Gabriel Lujaro, de Assis, incorpora a música preta como referência, transitando entre o funk, rap e black music. A DJ Lu Pequim, de São José do Rio Preto, dedica seu repertório a músicas criadas por mulheres, explorando diversos estilos musicais. O grupo Zumbiido Afropercussivo, composto por pessoas pretas, mostra músicas e coreografias autorais inspiradas em ritmos africanos, promovendo a cultura preta por meio da música e dança. A discotecagem Rádio Oz, dos DJs Bruxxo e Cyssa Prado, de Osasco, simula um programa de rádio dos anos 80 e 90, com clássicos do rock, black music, disco, jazz e música brasileira. E a DJ Juliana Gil, de Taubaté, combina ritmos brasileiros, rock, remixes e afrobeat. Literatura A literatura se manifesta de diversas formas, convidando o público a explorar a leitura de maneira lúdica e reflexiva. Em Brincar de Ler, Carol Gregório, Thayame Porto e convidadas, de Ribeirão Preto, propõem uma experiência interativa com a linguagem, explorando trava-línguas, rimas e versos em uma celebração coletiva da palavra. A Coletiva Educar Ancestral, de São José do Rio Preto, apresenta Histórias para Encantar Kamurin Ighé, uma contação de histórias que resgata tradições orais indígenas, conectando ensinamentos ancestrais com reflexões sobre o presente. O Coletivo Baobá, de Birigui, traz Quintal Baobá, uma ocupação literária inspirada na cultura africana, com histórias afro-brasileiras, musicalidade e brincadeiras quilombolas. A Cia. EntreContos, de São José do Rio Preto, apresenta uma Infusão Literária, explorando memórias afetivas com aromas e especiarias, em uma mediação de leitura que valoriza os saberes africanos. E Recriando Imaginários: um Mergulho na Literatura Indígena, com Ana Kariri, Auritha Tabajara, Cristino Wapichana e Fernanda Kaingang, mostra uma imersão na literatura indígena, compartilhando visões de mundo e saberes ancestrais de contos e poesias. Cinema A oficina Jogo dos Planos com a Vem Vento Produções, de Araçatuba (SP), propõe uma introdução prática e dinâmica ao cinema, em que as pessoas participantes poderão conhecer todas as etapas principais da produção audiovisual. Com três espaços com ações simultâneas, as experimentações propostas pelo grupo vão desde as possibilidades de criar diferentes enquadramentos e narrativas visuais até a gravação de cenas com a orientação dos monitores e a exibição dos vídeos produzidos e editados em tempo real. A programação ainda oferece uma experiência imersiva com a Mostra de Realidade Virtual – Sonhos. Em diálogo com a Mostra Internacional de Cinema, essa atração proporciona ao público explorar o universo dos sonhos de uma perspectiva consciente, ampliando as fronteiras da percepção e da experiência estética. Dança O grupo Yandê Transpará apresenta Encantos Amazônicos, uma imersão nas danças tradicionais da região norte, como o carimbó e o lundu marajoara. Idealizado por Adriana Fortes, natural de Belém, o trabalho resgata as raízes africanas, indígenas e europeias da cultura amazônica, buscando sensibilizar a audiência para a importância da preservação e valorização dessa rica identidade cultural. Já a Debonde Cia. de Dança, do Rio de Janeiro, leva para as ruas o espetáculo urbano e bilíngue Debandada. Seis artistas dançarinos, acompanhados por uma intérprete de libras, ocupam os espaços da cidade, estabelecendo um diálogo constante entre público, arte e o ambiente urbano. Com uma atmosfera de celebração, a Cia. Diladim traz Requebrando, um “baile” diferenciado que explora um vasto oceano sonoro, transitando por diferentes ambientes e ritmos. O espetáculo convida a “requebrar” a partir das vivências singulares de corpos femininos periféricos e suas linguagens afrodiaspóricas, prometendo uma experiência musical e corporal única. Artes Visuais e Tecnologias A diversidade cultural e a sustentabilidade se unem em uma série de atividades de artes visuais e tecnologias que prometem inspirar o público. As oficinas e jogos oferecem uma oportunidade de explorar diferentes culturas, técnicas artísticas e materiais reciclados, tudo isso enquanto se diverte e aprende. Em Jogos do Mundo com a Caravana Lúdica, o coletivo paulistano convida o público a embarcar em uma jornada lúdica por meio de jogos africanos, europeus, asiáticos e ameríndios. Os tabuleiros, feitos com materiais reciclados, estimulam o desenvolvimento cognitivo e a interação social. Teru Teru Bozu com a artista visual Monica Mie Hayashi ensina a criar um amuleto japonês em forma de bonequinho de pano branco que, segundo a tradição, tem o poder de afastar a chuva e trazer dias ensolarados. Já em Chaveiros Têxteis, o Coletivo Macaco Velho, de Araraquara, compartilha técnicas simples e acessíveis para transformar retalhos e sobras de materiais em chaveiros personalizados, unindo sustentabilidade e criatividade. Inspirado nas obras de Piet Mondrian, o Coletivo Dell’Arte apresenta Ateliê Móvel com o objetivo de criar suas próprias obras de arte abstratas, explorando as cores e formas características do artista holandês. Na atividade Biojoias de Bagaço de Cana, o artista visual José Carlos Gomes apresenta uma oficina inovadora, onde resíduos de bagaço de cana são transformados em biojoias, incentivando o reaproveitamento de materiais e a sustentabilidade. Em Jogando os Afrogames, o estúdio paulistano Maloca Games apresenta jogos de tabuleiro que celebram a diversidade cultural, estimulando habilidades cognitivas, emocionais e sociais. E a artista visual Mimura Rodriguez compartilha a história da arte urbana e suas técnicas na oficina Stencil, Sticker e Lambe Lambecom temas da fauna e flora brasileiras. O Coletivo Meio cria móbiles de borboleta com técnicas de bordado e madeira na atividade Bordaboleta, unindo a estética do artesanato com a leveza da natureza. Em Micropaisagens, os artistas visuais do Vale do Paraíba, De Brinks no Rolê, convidam o público a criar micropaisagens dentro de monóculos, explorando a beleza dos pequenos detalhes com técnicas de ilustração, recorte e colagem. Sobre o Circuito Sesc de Artes Realizado desde 2008, o Circuito Sesc de Artes é uma oportunidade para a população de cidades da Grande São Paulo, do interior e do litoral paulista vivenciarem o clima de um festival de artes. Com o objetivo de estender o alcance da ação do Sesc para as cidades que ainda não possuem uma unidade física, o Circuito leva a programação para praças e espaços públicos, oferecendo também aos trabalhadores de empresas do comércio de bens, serviços e turismo a possibilidade de fazerem a Credencial Plena (a carteirinha do Sesc), que garante benefícios exclusivos e descontos. Em cada cidade, funcionários estarão à disposição do público para explicar como fazer ou renovar a Credencial Plena.
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